Dados do Ministério da Saúde referentes ao período de março a maio revelam que somente 55% dos idosos foram vacinados neste ano na Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, em comparação com o mesmo período de 2022 ano passado.

“Os números estão abaixo do estimado como nunca estiveram”, disse nesta sexta-feira (30) à Agência Brasil a médica Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. “Este é o recorde de baixa cobertura desde que começaram as campanhas de vacinação contra a gripe”, afirmou a infectologista. A vacinação contra a influenza foi incorporada no Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 1999.

“Hoje, os números apontam que 56% da população idosa, acima de 60 anos de idade, estão com vacinação contra influenza. Este também é um recorde histórico para baixo”, destacou Rosana. Tradicionalmente, crianças e gestantes sempre tiveram mais dificuldade de alcançar as metas, o que não ocorria com a população idosa e profissionais de saúde. “Desta vez, 56% são algo muito longe do que se tem na nossa história.”

Uma questão preocupante é que, pelos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), está diminuindo a população abaixo de 30 anos, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, enquanto aumenta significativamente a parcela dos que têm mais de 60 anos. A Pnad Contínua foi divulgada neste mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Estamos totalmente na contramão, do ponto de vista que estamos envelhecendo. Isso significa que há no Brasil uma população muito mais suscetível a ter gripe, e tudo que essa doença traz, contra o que havia no passado, quando se alcançava 95% de cobertura vacinal na campanha de imunização. Existe esse paradoxo do ponto de vista da cobertura e de aumento da população de risco”, afirmou a infectologista.

Síndrome respiratória

Segundo o Ministério da Saúde, os registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Influenza em idosos aumentaram 4,5 vezes em 2023, na comparação com o mesmo período de 2022, e 96,1% desses casos necessitaram de hospitalização até o mês de maio deste ano. Os idosos permanecem com maior risco de acidente vascular cerebral (AVC) até dois meses após uma infecção pelo vírus Influenza.

Rosana Richtmann destacou que observa-se, cada vez mais , a relação de doenças virais – “e a Influenza é uma delas” -- com complicações cardiovasculares. “Você teve um quadro de Influenza e tem risco maior de infarto, de arritmia cardíaca nas semanas seguintes. Você teve Zoster, tem maior risco de ter um AVC, um derrame nas próximas semanas”. Está se estabelecendo uma relação direta de um fenômeno infeccioso viral como um gatilho para ter uma complicação cardiovascular, explicou a médica. “Quando você fala em prevenção de gripe, você passa a não ter infecção aguda pelo vírus Influenza e, por outro lado, tem a prevenção indireta para outras condições, como as respiratórias.”

A médica ressaltou que, com a idade, as pessoas não percebem que é muito maior a chance de ter outras complicações decorrentes da gripe. Problemas como diabetes, hipertensão, e situações respiratórias, entre as quais asma e bronquite crônica, podem acelerar o processo.

O Ministério da Saúde destaca que cerca de 70% dos idosos têm alguma doença crônica e maior risco de agravamento de infecções. Isso ocorre porque o avanço da idade faz com que o sistema de defesa do corpo humano comece a apresentar diminuição de suas funções; processo é chamado de imunossenescência. Como resultado desse declínio progressivo do sistema imunológico, a pessoa fica mais suscetível a algumas doenças e infecções.

Os idosos que se vacinam contra Influenza, porém, têm menos possibilidade de ter a doença, com percentual em torno de 60% a 65%, ou de ter uma doença menos grave. Existem objetivos específicos para vacinar esta população”. Rosana alertou que o vírus da Influenza ainda está circulando no país, trazendo complicações respiratórias, daí, a necessidade de vacinação desse grupo.

Fiocruz

O coordenador do boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marcelo Gomes, confirmou a queda na adesão de idosos à campanha de vacinação e disse que isso acaba tendo impacto negativo sobre esse grupo. Segundo o pesquisador, as ações empreendidas desde 2020 para diminuir o impacto da covid-19 tiveram efeito positivo com a queda dos demais vírus respiratórios, inclusive com impacto muito maior para a própria covid. “Foi uma redução muito significativa mas, agora, à medida se foi retomando a normalidade, os vírus estão, de certa forma, aproveitando esse momento”, disse Gomes à Agência Brasil.

Ele destacou que caiu a percepção de risco associado aos vírus da gripe, o que pode ter ajudado na diminuição da busca pela vacina contra influenza. Assim como a infectologista Rosana Richmann, Gomes alertou que o vírus Influenza continua circulando, “aproveitando o momento” em que se relaxou, em todos os sentidos. “Tanto no comportamento quanto na vacinação.”

O resultado é que as pessoas não estão com a imunidade adequada, e o comportamento favorece a transmissão. “Aí, o vírus Influenza voltou com força.”.

Outro fator relevante neste ano é a volta do vírus H1N1, diferentemente do que ocorreu em 2022, quando teve maior presença o H2N2. Embora também cause internações, o H2N2 não tem o mesmo impacto em termos de internações que o H1N1, que tem maior risco de agravamento. Neste ano, o H1N1 reapareceu, com presença mais significativa em um cenário em que não se tem adotado quase nenhum cuidado. “Mesmo pessoas que têm algum sinal de gripe, que estão espirrando, tossindo, têm relaxado”, destacou Marcelo Gomes.

Máscara

O pesquisador da Fiocruz alertou que pessoas com sinais de gripe que não possam fazer repouso e precisem sair devem usar máscaras de proteção, especialmente se pegam transporte público. Para ele, os brasileiros estão perdendo uma oportunidade muito grande de criar uma conscientização populacional de que a máscara é uma ferramenta extremamente valiosa para situações específicas.

Com o arrefecimento da covid-19, a sensação é de que a máscara já não é mais necessária. Gomes ressaltou que não se trata de usar sempre máscara, mas sim em situações específicas, como outros países fizeram no passado e construíram esse costume como defesa contra a gripe. “A gente está perdendo uma oportunidade de ouro de fazer essa mudança comportamental que pode, sim, nos trazer uma proteção, combinada com a vacina.”

Óbitos

De 2021 para 2022, o número de óbitos causados pela Influenza no Brasil subiu 135%. Neste cenário, as pessoas com mais de 60 anos são as que adoecem com maior gravidade, indica o Ministério da Saúde.

Atualmente, as infecções respiratórias são a quarta maior causa de mortalidade de idosos no país.

Publicado em Saúde

Um mutirão de vacinação contra os vírus da influenza (gripe) e covid-19, será realizado neste sábado (15) em Salvador. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Salvador montará uma megaestrutura com 120 pontos para o Dia D de vacinação.

A mobilização acontecerá entre 8h e 16h, em mais de 100 postos de saúde; dois drive-thrus; dez supermercados; seis shoppings centers; uma igreja e uma estação de transbordo.

Serão oferecidas doses do imunizante contra o coronavírus adulto, pediátrico e bivalente, além da influenza para os grupos prioritários. A relação completa dos postos pode ser consultada no site www.saude.salvador.ba.gov.br.

Influenza
Para ter acesso ao imunobiológico é preciso, além de levar a carteira de vacinação ou Cartão SUS e um documento com foto, além de apresentar documento que comprove a elegibilidade enquanto grupo prioritário, por exemplo, relatório médico será exigido para o portador de doença crônica. A lista completa de documentação está disponível no site da SMS.

Os grupos habilitados a tomar a vacina são: Gestantes; Puérperas; Idosos; Povos indígenas; Trabalhadores da saúde; Pessoas com deficiência permanente; Funcionários do sistema prisional; Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas; População privada de liberdade e funcionários dessas unidades; Crianças de seis meses a menores de seis anos; Professores; Pessoas com comorbidades; Forças de segurança e salvamento; Forças armadas; Caminhoneiros e trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso; Trabalhadores portuários.

As crianças de seis meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias) que forem ser vacinadas pela primeira vez contra influenza vão ter o esquema com duas doses. O intervalo é de 30 dias.

Já pequenos que receberam ao menos uma aplicação da vacina contra a gripe em anos anteriores vão receber apenas uma dose.

Covid-19

BIVALENTE – A vacinação bivalente acontece para os idosos a partir de 60 anos, imunocomprometidos, quilombolas, pessoas assistidas em instituições de longa permanência com 12 anos ou mais e os respectivos trabalhadores destes Centros de Acolhimento, trabalhadores da saúde, gestantes e puérperas, além de pessoas com deficiência permanente, bem como Trabalhadores do sistema prisional, população privada de liberdades e adolescentes sob medidas socioeducativas.

A dose também está disponível para pessoas 12 anos ou mais com comorbidades. A comprovação para esse grupo realizada, por determinação do Ministério da Saúde, de forma autodeclarada (o indivíduo deve informar qual patologia apresenta no ato da vacinação). A lista de comorbidades habilitadas está no site da SMS.

As pessoas imunocomprometidas que não iniciaram ou não completaram o esquema primário com as três doses indicadas, estão aptas a receber a bivalente desde que respeitando o intervalo mínimo de dois meses a partir da última dose recebida de qualquer um dos imunizantes (CoronaVac, Oxford, Pfizer ou Janssen). Ainda dentro deste público, quem já foi vacinado com três doses poderá receber a bivalente, neste caso, respeitando o intervalo de quatro meses a partir da 3ª dose.

Documentação – Para ter acesso a bivalente, é necessário residir em Salvador e possuir o Cartão SUS habilitado para a capital baiana. A consulta pode ser feita no site www. saude. salvador. ba. gov. br/ servicos/ servicos-online/ reimpressao-de-cartao-sus/.

A validação do nome pode ser conferida através do nome na lista da SMS pelo site www. saude. salvador. ba. gov. br/ servicos/ servicos-online/ vacina-reforco-bivalente/ ou, caso a circunstância tenha se estabelecido de forma recente, a pessoa deve se dirigir ao posto de saúde.

Gestantes: Segundo o informe técnico para a gestante não haverá exigência quanto à comprovação da situação gestacional, sendo suficiente que a mulher afirme seu estado de gravidez.

Puérperas: Deverão apresentar documento que comprove o puerpério (certidão de nascimento, cartão da gestante, documento do hospital onde ocorreu o parto)

Trabalhador da saúde: Deverá ser apresentado documento que comprove a vinculação ativa do trabalhador com o serviço de saúde, seja através de crachá, contracheque ou a carteira do conselho ou declaração emitida pelo serviço de saúde de atuação do profissional.

PCD: O indivíduo ou responsável deverá informar ao profissional do ponto de vacinação qual o tipo da deficiência possui.

Demais públicos

A estratégia de vacinação contempla ainda 1ª e 2ª dose para as crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias com ou sem comorbidades. O reforço da Pfizer Pediátrica para menores de 5 a 11 anos com/sem comorbidades também estará disponível para quem tiver nome na lista da SMS. A imunização do público infantil será realizada mediante apresentação do documento de identificação da criança e dos pais e/ou responsáveis, carteira de vacinação, cartão SUS e confirmação do nome na lista no site da SMS.

Além disso, a estratégia segue com a aplicação da 1ª, 2ª, 3ª e 4ª dose para pessoas com 18 anos ou mais, em esquema “Liberou Geral”, para quem não é residente de Salvador ou não tenha iniciado o esquema primário na capital. O único requisito é ter o cartão SUS vinculado a algum município do estado da Bahia.

O interessado deve apresentar obrigatoriamente originais e cópias do cartão de vacina ou carteira nacional de vacinação digital (ConectSUS atualizado), documento de identificação com foto e comprovante de residência do município do Estado da Bahia. Os demais grupos que não estão incluídos na estratégia “Liberou Geral” devem residir em Salvador e ter o nome na lista do site da SMS.

A imunização também segue para os indivíduos com 18 anos ou mais vacinados com a Janssen no esquema primário. Nota Técnica nº 177/2022-CGPNI/DEIDT/SVS/MS estabelece que todos os indivíduos que receberam como esquema primário a vacina Janssen (Dose Única), entre 18 e 39 anos, estão orientados a receber um segundo reforço; e todos os indivíduos de 40 anos ou mais, estão orientados a receber um terceiro reforço.

APRAZAMENTOS DO DIA D NESTE SÁBADO (15):

2ª DOSE - PFIZER BABY: CRIANÇAS DE SEIS MESES A 4 ANOS COM OU SEM COMORBIDADES) QUE TOMARAM A 1ª DOSE ATÉ O DIA 17/3/2023

2ª DOSE – JANSSEN: PARA QUEM TOMOU A 1ª DOSE/DOSE ÚNICA DA JANSSEN ATÉ A DATA DE 14/2/2023

2ª DOSe – OXFORD: APRAZADOS ATÉ 12/5/2023

2ª DOSE – PFIZER: PESSOAS COM 12 ANOS OU MAIS APRAZADAS ATÉ 12/5/2023

2ª DOSE: GESTANTES E PUÉRPERAS APRAZADAS ATÉ 12/5/2023

REFORÇO DA PFIZER PEDIÁTRICA - CRIANÇAS DE 5 A 11 ANOS COM OU SEM COMORBIDADES QUE TOMARAM A 2ª DOSE ATÉ O DIA 15/11/2022

3ª DOSE - PFIZER BABY: CRIANÇAS DE SEIS MESES A 4 ANOS COM OU SEM COMORBIDADES QUE TOMARAM A 2ª DOSE ATÉ O DIA 14/2/2023

3ª DOSE: CRIANÇAS DE 3 E 4 ANOS COM OU SEM COMORBIDADES QUE INICIARAM O ESQUEMA VACINAL COM CORONAVAC E TOMARAM A 2ª DOSE ATÉ 16/12/22

3ª DOSE: ADOLESCENTES DE 12 A 17 ANOS QUE TOMARAM A 2ª DOSE ATÉ O DIA 16/11/2022

3ª DOSE: PESSOAS COM 18 ANOS OU MAIS QUE TOMARAM A 2ª DOSE ATÉ O DIA 17/12/2022 – LIBEROU GERAL

3ª DOSE – PFIZER BIVALENTE: IMUNOSSUPRIMIDOS COM 12 ANOS OU MAIS QUE TOMARAM A 2ª DOSE ATÉ O DIA 17/2/2023

3ª DOSE: GESTANTES E PUÉRPERAS QUE TOMARAM A 2ª DOSE ATÉ O DIA 16/11/2022

3ª DOSE (2º REFORÇO) – PESSOAS ENTRE 18 E 39 ANOS QUE FIZERAM ESQUEMA PRIMÁRIO COM JANSSEN ATÉ 16/12/2022

4ª DOSE (3º REFORÇO) – PESSOAS COM 40 ANOS OU MAIS QUE FIZERAM O ESQUEMA PRIMÁRIO COM JANSSEN ATÉ 16/12/2022

4ª DOSE: PESSOAS COM 18 ANOS OU MAIS QUE TOMARAM A 3ª DOSE ATÉ O DIA 16/12/2022 – LIBEROU GERAL.

VACINA BIVALENTE – PARA AQUELES QUE TENHAM TOMADO, PELO MENOS, DUAS DOSES MONOVALENTES ATÉ O DIA 15/12/2022.

Publicado em Saúde

Um dos reflexos do surto de H3N2 em Salvador é o aumento da busca por vitaminas ou antigripais. Tem farmácia que chegou a registrar aumento de quase 150% na venda desses produtos em dezembro, em comparação com novembro de 2021. Como consequência, os farmacêuticos relatam a dificuldade no abastecimento desses medicamentos.

“Foi algo muito inesperado. A gente não contava com tanta venda desses produtos logo nessa época do ano, quando nosso foco não costuma ser gripe e resfriado. A demanda mudou mesmo por conta do surto. Comparando o mês de novembro com dezembro, tivemos um aumento de 150%”, diz a farmacêutica Marcela Dias, que trabalha numa drogaria localizada no bairro da Pituba.

Já na Farmácia Andrade, localizada no Rio Vermelho, esse crescimento estimado foi de 85%, de acordo com a proprietária Nubia Andrade. “Por conta dessa virose e por muitas pessoas não terem tomado vacina, era claro que ia aumentar. Até hospital particular teve fila enorme para atendimento e na farmácia não seria diferente. Evidente que aumentou a prescrição de medicação antivirais, antigripais e vitaminas, mas houve quem fosse buscar por conta própria”, afirma.

Para a empresária, o crescimento na venda de remédios prescritos por médicos se deu justamente pela maior busca das pessoas por atendimento hospitalar. Ela afirma que esse é um fenômeno diferente do observado em outros momentos da pandemia de covid-19 quando cresceu a busca por medicamentos do chamado kit covid para uso como tratamento precoce, o que se provou cientificamente ineficaz.

“Dessa vez, não teve nenhum aumento por kit covid, até porque na Bahia isso não foi forte. São os antigripais mesmo que estão crescendo, as pastilhas”, relata.

O marido de Nubia, Valmir Rodrigues, também é dono de uma farmácia localizada no bairro de Pero Vaz. Ele estima que o crescimento na busca por remédios para tratar a gripe foi de 60%, no mínimo. “E cresceu a busca tanto pelos medicamentos das marcas e laboratórios mais conhecidos como também os outros. Multigrip, benegrip, coristina e apracur eram alguns dos mais pedidos. Entre as vitaminas, saiu bastante a C, principalmente associada com zinco”, relata.

Estoque
A consequência disso foi a dificuldade em manter o estoque completo. “Nesse período do ano, já é comum ser as férias coletivas de diversos laboratórios. Somado com a alta na demanda, as distribuidoras não conseguiram ter estoque suficiente para suprir o necessário”, diz Rodrigues.

A farmacêutica Rita Cristina dos Santos Gonçalves, funcionária de uma rede de drogarias de Salvador, também verificou a falta de medicamentos. “Foi um verdadeiro boom. Acredito que houve aumento de 70% a 100%. Nós zeramos o estoque de muitos produtos para gripe. Temos falta de pastilhas, xaropes e antigripais. Em torno de dois dias já não tinha nada”, diz a profissional, que viu também a procura aumentar por analgésicos e vitamina C.

A farmacêutica Marcela Dias, também destaca a dificuldade na reposição. “O aumento foi tão grande a ponto de alguns remédios acabarem ou de terem problemas com reposição. O surto veio numa época de festas, quando é mais difícil para receber a mercadoria”, aponta. Ela acredita que a situação só vai começar a normalizar a partir desta terça-feira (4). “Mas alguns medicamentos continuarão em falta mesmo, pois as distribuidoras não estavam preparadas”, diz.

Dentre os remédios apontados como os que estão em falta, os profissionais destacam a Coristina D e os produtos da linha VIC. “São remédios difíceis de encontrar em muitas farmácias de Salvador”, conta Valmir.

A estudante Cândida Maria, 23 anos, foi alertada disso pelo farmacêutico. “Estava com febre e fui comprar um paracetamol e multigrip. O rapaz disse para eu levar duas cartelas ao invés de uma, pois o remédio já estava acabando na farmácia. Eu até fiquei desconfiada se isso era verdade mesmo, mas decidi comprar e valeu a pena, pois a febre continuou por mais alguns dias e acabei precisando de muito medicamento”, lembra.

Já o militar Pedro Carvalho, 25 anos, optou por um antialérgico após ter ficado com a garganta inflamada e secreção nasal. Um dia depois, os sintomas pioraram e ele comprou um multigrip. “Na hora melhorou, mas depois os sintomas voltaram mais fortes e eu tive que ir buscar atendimento médico para tomar a medicação adequada e mais direcionada para os meus sintomas. Eu tive que tomar antibiótico, analgésico, antialérgico, expectorante e um anti-inflamatório. Só assim eu fiquei bom”, diz.

Até a última terça-feira (28), a Bahia tinha registrado 673 casos de Síndrome Gripal (SG) com laudo positivo para Influenza A H3N2 e oito mortes ocasionadas pela doença. O próximo boletim estadual só será divulgado nesta terça-feira (4).

Imunologista alerta para perigos da automedicação
Para o imunologista Celso Sant'Ana, é preciso que as pessoas tenham cuidado com a automedicação. “Esses remédios não têm efeito específico contra o vírus. São medicações sintomáticas. A doença provoca sintomas inconvenientes como coriza, tosse, espirro, dores no corpo, inflamação na garganta, febre. E aí as pessoas saem atrás dos remédios para melhorar os sintomas. O problema é quando há a automedicação e o uso abusivo dessas drogas, o que pode ocasionar problemas tóxicos, hepáticos e gerar comorbidades”, diz.

O especialista destaca que a diferença entre um remédio e o veneno é a dose usada. Para evitar problemas, o ideal é sempre procurar um especialista, como um médico, que avalia caso a caso. “Tem que tomar a vacina e, no caso de febre ou tosse persistentes, procurar um médico. O grande problema desse vírus é que ela abre porta para infecções bacterianas. Mais de 72h de febre e tosse precisa da avaliação do médico para ver se não houve uma complicação secundária gerada pela infecção”, aponta.

Na farmácia que Thainara Silva trabalha como atendente, ela tem observado o crescimento na compra de medicamentos para fortalecer a imunidade. “Muita gente vem em busca de vitaminas, principalmente. Alguns não estão com sintomas, mas ficam com medo de pegar o vírus e optam em fortalecer o sistema imunológico logo”, conta. Para o imunologista, não há evidências de que o uso de vitaminas interfira no curso de uma infecção por H3N2.

“Nem com o uso preventivo, nem mesmo com o terapêutico. Não existe evidencia cientifica para recomendar isso para cada paciente. É por isso que precisa passar por um médico, pois ele avalia a pessoa na sua integridade. Sei que as emergências estão lotadas, mas a população tem que se cautelar, não se automedicar, não ouvir a opinião de quem não é habilitado e procurar um profissional qualificado”, pede.

CRF também pede cuidado dos consumidores para evitar excessos
Farmacêutica responsável pelo Centro de Informação sobre Medicamento do Conselho Regional de Farmácia da Bahia (CRF-BA), Maria Fernanda Barros de Oliveira Brandão, ressalta que os consumidores devem ter cuidado para evitar excessos no uso desses medicamentos. “É importante que os consumidores sejam adequadamente informados para não exceder as doses máximas diárias. Também devem ser alertados para atentar à somação de doses quando usam com frequência as associações desses medicamentos, o que pode levar inadvertidamente à sobredosagem”, afirma.

Segundo a profissional, em geral, a população tem recorrido às farmácias para comprar os chamados Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) para tratar sintomas de gripe, como dores de cabeça e musculares, febres, congestão nasal, tosse, dentre outros. “Apesar de não possuírem a obrigatoriedade de prescrição no momento da compra, não significa que esses medicamentos são isentos de orientação, pois mesmo que possam ser comprados livremente ainda têm potencial de causar danos à saúde dos indivíduos se utilizados de maneira incorreta”, relata.

Segundo dados do Centro Antiveneno da Bahia (Ciave), no periodo de 2015 a 2018, 44,3% dos registros de intoxicações medicamentosas correspondem aos MIPs. Os que estão no topo das intoxicações na Bahia são paracetamol, dipirona, ciproeptadina e ibuprofeno, conforme informado por Fernanda. O CRF não tem dados relativos ao aumento na venda dos MIPs no mês de dezembro de 2021.

"Existe um risco associado ao uso de qualquer medicamento. Por isso, é fundamental que medicamentos sejam utilizados de forma correta, seguindo as recomendações da bula e as orientações dos profissionais de saúde. Inclusive, os consumidores podem ser orientados pelos farmacêuticos que estão nas farmácias durante todo o horário de funcionamento. É obrigatório a presença desse profissional para justamente resguardar a população nesses estabelecimentos de saúde”, lembra.

Publicado em Saúde

A mega operação para vacinar contra a gripe tem a meta de imunizar 60 mil pessoas nessa sexta-feira (17). Toda a estrutura da prefeitura estará voltada para prevenir contra a doença e, por isso, a vacinação contra covid-19 será suspensa.

Nesta quinta-feira (16), a cidade deve receber 80 mil doses do imunizante contra influenza. "Estamos recebendo 80 mil doses, temos condição, estrutura, para aplicar 60 mil em um dia. Amanhã a vacinação contra covid estará suspensa e vamos concentrar na influenza para todos os públicos", explicou o prefeito Bruno Reis.

Ele faz um apelo para que as pessoas se vacinem. "Faço um apelo para todos que não tomaram vacina da influenza, que se imunizem porque todos os drives, todos os pontos fixos vão estar dando vacina contra influenza amanhã", disse.

Na sexta, será reaberto o gripário do Pau Miúdo e o prefeito já anunciou que vai abrir novas unidades para atender a demanda de pessoas com sintomas gripais.

Surto de H3N2
Salvador registrou, nas últimas 24 horas, mais 38 casos da influenza H3N2. Com isso, sobre para 147 o número de ocorrências de gripe notificados na cidade em 2021. Desse total, 144 casos são do subtipo H3N2 e foram notificados entre o final do mês de novembro e início de dezembro.

Nesta quarta-feira (15), a capital baiana registrou a primeira morte por H3N2 este ano. Uma idosa de 80 anos que estava internada numa unidade hospitalar da rede privada do município, morreu em decorrência de complicações ocasionadas pelo vírus da gripe.

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) confirmou, na noite desta quarta-feira (15), a primeira morte em decorrência de complicações da Influenza A H3N2. A vítima é uma mulher de 80 anos, residente de Salvador, que não estava vacinada contra influenza. A informação foi confirmada ao Globo.

De acordo com o último balanço da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia, até ontem foram notificados 93 casos de Síndrome Gripal (SG) no estado com resultado positivo para Influenza A H3N2. Destes, 15 evoluíram para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e necessitaram hospitalização.

Segundo o alerta emitido pela Vigilância Epidemiológica Estadual, as equipes de saúde devem estar atentas para a necessidade de intensificação das ações de vigilância dos casos suspeitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Há recomendação também para a intensificação vacinal nos municípios que dispõem de estoque, com oferta da vacina influenza para os grupos prioritários não vacinados durante a campanha de 2021. Atualmente, apenas o percentual de vacinação para influenza na Bahia é de 69%.

Publicado em Saúde

As 56 ocorrências de influenza em Salvador este ano são motivo de alerta para a Secretaria Municipal da Saúde de Salvador. O órgão pede pela manutenção da utilização da máscara para evitar a disseminação da transmissão viral, em uma das ações da pasta para conter o avanço de um surto

A imunização é outra importante estratégia de contingência. “É bom lembrar que a utilização da máscara evita tanto a transmissão da covid-19 quanto da gripe. Estamos com um aumento considerável de ocorrências de influenza e o uso da máscara já se revelou uma prática importante para conter a transmissibilidade viral”, explicou Adielma Nizarala, médica infectologista.

A especialista alertou ainda para importância da imunização, uma vez que a vacina da gripe faz parte do calendário básico. Na última semana, o município recebeu 19.440 novas doses da vacina contra influenza para intensificar a estratégia na cidade. A mobilização está aberta para os grupos prioritários da campanha: trabalhador da saúde, crianças entre 6 meses e 6 anos; gestantes e puérperas; pessoas com mais de 60 anos; povos indígenas e quilombolas e pessoas com comorbidades ou deficiência permanente. Os postos também estão aplicando a 2ª naquelas crianças vacinadas pela primeira vez em 2021.

O serviço funciona de segunda a sexta-feira (exceto feriado), das 08h às 16h. É preciso apresentar o documento de RG ou levar o cartão de vacinação, para mais informações acesse o site.

“A imunização é a melhor forma de quebrar a cadeia de transmissão da influenza. As doses do imunizante estão disponíveis nos postos de referência para proteger os grupos prioritários. Então, estamos fazendo uma convocação para todas as pessoas que ainda não se imunizaram para comparecer aos postos”, afirmou Adielma.

Esse ano, pouco mais de 416 mil pessoas receberam a vacina contra gripe em Salvador, número que corresponde a 58% de cobertura do público alvo. A meta da SMS é imunizar pelo menos 90% do público elegível que reside na cidade.

Publicado em Saúde

Diante da aproximação do inverno, a população precisa se preparar para a circulação do vírus influenza da gripe comum. A imunização é a melhor forma de prevenção contra a doença, que pode ser transmitida de forma direta por meio das secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada ao espirrar, ao tossir, ao falar ou por meio indireto, após contato com superfícies recentemente contaminadas por secreções respiratórias de um indivíduo infectado.

Além da vacinação contra a influenza, existe, neste ano, a imunização contra a covid-19. A doença é causada por um novo vírus da família coronavírus que há algum tempo vem desencadeando resfriados comuns e síndromes respiratórias graves. Apesar de pertencer ao grupo, o Sars-Cov-2 é um agente infeccioso novo e, por isso, não está entre as doenças prevenidas pela vacinação para gripe comum. O imunizante contra o novo vírus está sendo aplicado em todo país e cada estado segue o seu cronograma próprio de acordo com a disponibilidade dos insumos na região.

Para o infectologista Claudilson Bastos, a vacinação contra influenza deve ser realizada mesmo durante a pandemia, assim como as demais vacinas. “É essencial cuidarmos da saúde em um momento de crise sanitária e a vacina contra a gripe comum é a melhor forma de se proteger. Havendo mais pessoas imunizadas contra a influenza, podemos reduzir internações de quadros graves de infecção respiratória, deixando o sistema de saúde focado no tratamento dos casos de pacientes do Sars-CoV-2”, afirma a especialista, pelo serviço de imunização do Sabin em Salvador. A clínica recebeu as doses das vacinas de influenza quadrivalentes, com proteção contra quatro tipos de vírus (AH1N1 + AH3N2 + B Victoria + B Yamagata) atualizadas.

Como a imunização contra o novo coronavírus está acontecendo através do Ministério da Saúde e a vacinação contra gripe comum acontecendo no setor público e privado de forma paralela, é comum que existam dúvidas sobre as duas. o médico Claudilson Bastos esclarece que a vacina da gripe pode ser tomada simultaneamente com outros imunizantes.

“Quem recebeu a aplicação contra covid-19 e já concluiu o esquema vacinal, deve aguardar pelo menos 14 dias antes de receber qualquer outra imunização. Caso tenha sido usada a proteção contra influenza, também é necessário aguardar 14 dias para iniciar o cronograma contra covid”, explica.

O médico, também, reforça que, caso o paciente esteja entre a primeira e a segunda dose da vacina contra covid, é necessário concluir este esquema de imunização para depois de duas semanas iniciar a proteção contra a influenza. “É importante respeitar a data de aplicação dos imunizantes que necessitam de duas doses. A realização de uma só etapa, não garante produção de anticorpos”, lembra Claudilson Bastos.

Crianças menores de seis meses e pessoas infectadas com doenças febris agudas não devem ser imunizadas. Pacientes que apresentarem infecção pelo novo coronavírus devem aguardar a recuperação e esperar pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas para tomarem a vacina contra a gripe comum. Alérgicos ao ovo apresentam um baixo risco de reação com o imunizante da gripe. “A proteção contra a gripe é segura para a maioria dos indivíduos alérgicos, mas são necessárias algumas precauções. Pessoas com história de anafilaxia (confirmadas) a doses anteriores devem tomar a vacina sob observação e aqueles que possuem histórico de alergia a ovo ou derivados e apresentarem apenas urticária, devem ter administrada a vacina influenza sem qualquer cuidado especial”, finaliza o infectologista.

Vale lembrar que a compra do imunizante pode ser realizada pelo e-commerce do Sabin. É possível fazer o agendamento no site da empresa para receber a dose em uma das unidades de imunização ou em domicílio.

Publicado em Saúde

Cerca de 570 mil pessoas devem ser imunizadas durante o Dia D da Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe em Salvador, que ocorrerá neste sábado (4), das 8h às 17h em mais de 255 pontos de imunização da capital.

Além das unidades da rede básica, serão disponibilizados pontos de imunização em shoppings, como Itaigara, Piedade, Bela Vista, Salvador Norte Shopping e Center Lapa, além de supermercados, creches, associações, igrejas e estações de transbordo.

São alvo da campanha idosos a partir de 60 anos, crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes, puérperas, trabalhadores de saúde, professores do serviço público e privado, portadores de doenças crônicas, além de policiais civis, militares, bombeiros e membros ativos das Forças Armadas. Das 570 mil pessoas, a campanha, que começou dia 10 de abril, já imunizou cerca de 171 mil pessoas em Salvador, cerca de 34% do total da população-alvo.

Em Salvador, ainda faltam 399 mil pessoas serem imunizadas. Os portadores de doenças crônicas foram os que menos procuraram postos de saúde até o momento (7,8%), seguido dos professores (13%). Apenas 18% dos trabalhadores da saúde procuraram os postos, seguido por idosos (25,6%) e crianças (30%).

Fonte: Correio24horas

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe entra em nova etapa nesta segunda-feira, 22, em todo o país. A primeira fase, que teve início em 10 de abril, vacinou crianças, gestantes e puérperas. A partir da próxima segunda-feira, 29, o Ministério da Saúde abrirá ao restante do público-alvo.

A partir desta segunda, também podem receber a vacina trabalhadores da saúde, povos indígenas, idosos, professores de escolas públicas e privadas, pessoas com comorbidades e outras condições clínicas especiais, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas, funcionários do sistema prisional e pessoas privadas de liberdade.

De acordo com o ministério, 41,8 mil postos de vacinação estão à disposição da população. Além disso, 196,5 mil profissionais estão envolvidos, com a utilização de 21,5 mil veículos terrestres, marítimos e fluviais.

A doença

A influenza é uma doença sazonal, mais comum no inverno, que causa epidemias anuais, sendo que há anos com maior ou menor intensidade de circulação desse tipo de vírus e, consequentemente, maior ou menor número de casos e mortes.

No Brasil, devido a diferenças climáticas e geográficas, podem ocorrer diferentes intensidades de sazonalidade da influenza e em diferentes períodos nas unidades federadas. No caso específico do Amazonas, a circulação, de acordo com o ministério, segue o período sazonal da doença potencializado pelas chuvas e enchentes e consequente aglomeração de pessoas.

Até o fim de março, antes do lançamento da campanha, foram registrados 255 casos de influenza em todo o país, com 55 mortes. Até o momento, o subtipo predominante no país é influenza A H1N1, com 162 casos e 41 óbitos. O Amazonas foi o estado com mais casos registrados: 118 casos e 33 mortes. Por isso, a campanha foi antecipada no estado.

Fonte: Agência Brasil

Publicado em Saúde

Começa nesta quarta-feira, 10 de abril de 2019, a campanha nacional de vacinação contra a gripe. A princípio, os postos de saúde distribuirão doses da vacina trivalente até o dia 31 de maio para os grupos prioritários.

Em uma primeira fase, que vai até o dia 18 de abril, serão priorizadas crianças com idade entre 1 e 6 anos incompletos, grávidas em qualquer período gestacional e puérperas (mulheres até 45 dias após o parto). A escolha, de acordo com o Ministério da Saúde, foi feita por causa da maior vulnerabilidade do grupo.

A partir de 21 de abril, todo o público-alvo da campanha vai ter direito à vacina. Além do pessoal já mencionado, estão incluídos:

Trabalhadores da saúde
Povos indígenas
Idosos
Professores de escolas públicas e privadas
Pessoas com doenças crônicas ou imunidade baixa
Jovens sob medidas socioeducativas
Funcionários do sistema prisional
Pessoas privadas de liberdade
A escolha dos grupos segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A meta é vacinar pelo menos 90% dos grupos elegíveis. Agora, todos se beneficiam da vacinação. Mesmo fora das turmas prioritárias, é possível conseguir sua dose na rede privada – os valores vão de 100 a 200 reais.

Publicado em Saúde