Apesar de considerada menos letal, a variante Ômicron do coronavírus fez a média móvel de mortes pela doença aumentar 566% no último mês, saltando de 98 para 653 óbitos diários nesta quarta-feira, 2. Mesmo com mais de 70% da população brasileira já imunizada com duas doses ou a vacina de aplicação única, a alta transmissibilidade da cepa tem aumentado as internações em leitos de enfermaria e UTI, enquanto gestores de saúde apontam que a maioria dos quadros graves está concentrada em idosos, pessoas com comorbidades e não vacinados.

"A subida foi bem lenta na primeira (onda), rápida na segunda e meteórica com a Ômicron", explica Luiz Carlos Zamarco, secretário adjunto de Saúde de São Paulo. "A partir daí, a curva de internações e infecções se estabilizou, com casos de menor complexidade, o que facilitou o giro de leitos", diz. "Hoje temos de maneira clara que podemos estar muito próximos do chamado platô, para que entre 15 e 20 de fevereiro haja estabilidade", explica o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido.

Segundo ele, um terço dos óbitos pelo coronavírus é de pessoas que não completaram o esquema vacinal. O restante ele atribui a pacientes com alguma comorbidade grave, cujo quadro é agravado pela covid.

Esse é o mesmo perfil dos óbitos que têm impulsionado a média móvel da Bahia. Nesta quarta, o Estado registrou 45 mortes por covid, o maior total diário desde 7 de agosto - e a média móvel de casos ativos e novas notificações gira em torno dos 30 mil, o maior patamar de toda a pandemia. "Temos mais casos, porém um quarto dos óbitos de março do ano passado", observa Izabel Marcílio, coordenadora de Operações de Emergência.

O cenário se repete no Distrito Federal, onde a letalidade é menor, mas a alta nas transmissões tem pressionado as unidades de atendimento primário e desfalcado equipes médicas. "Essa característica avassaladora de transmissibilidade é sem precedentes", diz Fernando Erick Damasceno, secretário adjunto de Saúde. Dos 40 óbitos por covid deste ano, Damasceno afirma que 34 foram em pessoas que não completaram o esquema vacinal.

No Mato Grosso do Sul, a onda de transmissão tem forçado o Estado a abrir novos leitos para dar conta da demanda. Cerca de 30% dos profissionais da saúde se infectaram com a nova variante "Para um Estado pequeno como o nosso, isso é muito", diz Geraldo Resende, secretário estadual de Saúde.

Incerteza
Em todos os Estados, a expectativa é de que esse aumento em óbitos, internações e novos casos permaneça pelas próximas duas semanas, até atingir um platô. Mas isso não significaria o fim da pandemia. "Estaríamos mais uma vez vencendo uma etapa, fazendo com que todas as pessoas sejam atendidas e medicadas", frisa Aparecido.

A incerteza se explica pela ausência de parâmetros como a taxa de positividade, explica Isaac Schrarstzhaupt, analista de dados e coordenador na Rede Análise Covid-19, formada por pesquisadores voluntários. Essa taxa é obtida quando se divide o número de testes positivos pelo número de testes realizados. "Isso permite prever a tendência do comportamento da doença. Se tivéssemos, poderíamos apostar no pico ou no platô", diz. No País, porém, a testagem é baixa

Para a epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel, a desigualdade nos índices de vacinação entre os Estados é outro fator a dificultar predição. "Acredito que em alguns Estados como o Rio já passamos pelo pico, mas há uma diferença de desenvolvimento da Ômicron e da vacinação pelo País de pelo menos de duas a três semanas", afirma. "Acabamos olhando para dados de outros países em que essa variante levou de 25 dias a 45 dias para atingir o pico."

A falta de investimentos federais em campanhas de divulgação da necessidade de reforço na vacinação também não contribui, diz a epidemiologista . "A gente já sabia que seria preciso a dose de reforço para essa variante e ainda estamos muito atrás, com porcentual muito baixo quando comparado com outros países como o Reino Unido e a Dinamarca, que começam a retirar as restrições", afirma.

SRAG
O diagnóstico do Infogripe, da Fiocruz, divulgado ontem, também não é animador. Os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) têm sinal forte de crescimento nas tendências de longo prazo (seis semanas) e de curto prazo (três semanas). Essa tendência deve se manter em 23 Estados brasileiros. Do total, quase 80% dos casos neste ano são decorrentes da covid-19.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O avanço da ômicron na Bahia fez a Prefeitura de Salvador e o Governo da Bahia voltarem a adotar medidas para reduzir o impacto no sistema de saúde e reduzir a taxa de contaminação por covid-19, que anda nas alturas.

Nesta quinta-feira (27), a gestão municipal anunciou que decidiu retomar a fiscalização do uso de máscaras na região da Barra, um dos bairros mais movimentados da cidade.

A medida tem efeito imediato e os pórticos, ocupados por agentes da Guarda Civil Municipal (GCM), serão instalados já nesta sexta-feira (28) no trecho entre o Barra Center e o Porto da Barra. Segundo o prefeito Bruno Reis, a medida é para conscientizar a população sobre o uso de máscaras e o risco de aglomerações

Questões como o acúmulo exagerado de pessoas em um mesmo trecho, distanciamento social e acesso das pessoas no calçadão e na faixa de areia também serão monitoradas pelos agentes da GCM.

"Vamos distribuir máscaras, e vamos estar com a guarda municipal nesse trecho para evitar aglomeração e cumprir os protocolos exigidos dos decretos", disse Reis.

Ainda na ocasião, o prefeito apelou para que os soteropolitanos contribuam no cumprimento dos protocolos, fazendo com que as medidas sejam ainda mais efetivas.

"Não tenho condições de monitorar e fiscalizar 64km de Orla, mais de 3 mil bares e restaurantes.[..] O que a prefeitura pode fazer é a adoção dessas medidas e conto mais uma vez com o apoio da população", finalizou.

Outras medidas

Além da fiscalização na Barra, a prefeitura anunciou ainda três medidas como resposta ao momento crítico na saúde da população soteropolitana. Uma delas é a abertura de mais leitos exclusivos adultos e pediátricos para covid-19, que estarão disponíveis já nesta quinta-feira. As unidades serão disponibilizadas no Hospital Santa Izabel e no Martagão Gesteira.

Para as crianças, a rede de atendimento será ampliada em 50%, com a contratação de 10 novos leitos de UTI pediátrica. Uma medida que pretende dar folga para a cidade no setor, que anda trabalhando com 90% de ocupação nos últimos dias.

A última medida anunciada pela prefeitura foi a volta da tenda do Complexo do Barris com 10 leitos semi-intensivos, com suporte ventilatório para atender casos mais complexos na próxima quarta-feira (2).

Ao comentar a situação atual, Bruno Reis chegou a comparar a cidade com um "cenário de guerra", devido a pressão no setor de saúde. "Você vê ali a UPA, o gripário e agora a tenda. A sensação é de estar em um acampamento de guerra, e é verdade", desabafou.

Mais leitos na Bahia

Ainda nesta quinta-feira, o governador Rui Costa também anunciou ações de combate à pandemia no estado. A principal delas é a abertura de novos leitos para atender à demanda da covid-19 na Bahia. Serão 230 unidades espalhadas pelos hospitais Espanhol, Metropolitano, Couto Maia e Riverside.

"Essa semana eu autorizei 230 novos leitos, sendo 60 de UTI e o restante de enfermaria. São 230 só este mês. O que não foi aberto será aberto até a semana que vem", projetou Rui.

Além do aumento dos leitos, o governador também anunciou, sem quantificar, que profissionais de saúde serão contratados para ocupar as vagas dos que foram afastados por estarem doentes.

O avanço da ômicron preocupa a gestão, apesar do menor impacto nos leitos de UTI, que não é proporcional ao número de casos, mas vem crescendo. "Em dezembro, tínhamos 180 pessoas internadas em UTI e já estamos chegando a 400 agora. Nós estamos em locais do estado com 100% de ocupação de leitos de UTI covid", alertou o governador.

Vacinação de crianças

A imunização de crianças de 5 a 11 anos também foi pauta. Rui avisou que não vai cobrar comprovante de vacina para que os pequenos voltem a estudar. "Você pode exigir de quem é maior de idade porque a decisão cabe, exclusivamente, a essa pessoa. Agora, quem é menor de idade tem aspectos legais e não convém negar já que ele não decide sozinho se vacina ou não", explicou.

Bruno Reis voltou a criticar burocracias impostas pelas esferas estadual e federal na vacinação contra a covid-19 para as crianças. Entre as exigências, estão a espera de 20 minutos após a aplicação de vacinas e a documentação estabelecida pelo Ministério da Saúde.

"Por que nós aqui da prefeitura que temos menor de decisão e mais atribuição? Nós estamos com 1.800 profissionais trabalhando de domingo a domingo, sem 1 real de ajuda do governo do estado e do governo federal. Se alguém tem culpa são eles que ficam estabelecendo burocracias que a gente tem que cumprir", reclamou, durante a entrega da 3ª etapa de requalificação do entorno do Farol de Itapuã.

Em Salvador, apenas 21% das crianças entre 5 e 11 anos foram vacinadas. Para o prefeito, as exigências reduzem o ritmo de vacinação. "Agora é fato que, quanto mais exigência para vacinar, quanto mais burocracia, mais o ritmo é devagar e menor. Eu só cumpro regras", afirmou o prefeito.

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Congestão nasal, corpo mole e febre leve. Esses foram os sintomas que o produtor Matheus de Morais, 26 anos, apresentou a partir do dia 4 de janeiro. Eles coincidem com os principais sintomas que a variante ômicron do novo coronavírus causa, mas Matheus não sabe com qual cepa foi infectado, só sabe que foi diagnosticado com a covid-19. Nem todos os amigos do produtor, que também apresentaram sintomas gripais, fizeram teste. E é por isso que especialistas alertam para uma subnotificação de casos da ômicron no estado. A variante pode estar mais presente aqui do que indicam os 12 casos identificados nesta segunda-feira, 10, pela Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab).

“Com certeza, há subnotificação. Muito provavelmente a ômicron já é a variante dominante aqui em Salvador e na Bahia, como em outros locais. E isso se deve muito às festas de Réveillon. Mas nem todo mundo testa, nem mesmo os que têm sintomas. E nem todos os testes vão para a triagem para a detecção de variante. Então na verdade, no país todo, estamos no escuro e isso é preocupante porque precisamos de dados para entender o cenário real e tomar medidas”, diz o imunologista Celso Sant’anna.

Nesta segunda-feira (10), o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) divulgou que detectou 12 amostras da variante ômicron na Bahia. Esse total representa 12,5% dos 96 sequenciamentos realizados em amostras coletadas no mês de dezembro.

Os casos foram identificados em residentes de Salvador, Guanambi, Seabra, Camaçari, Madre de Deus e São Francisco do Conde. São sete homens e cinco mulheres, sendo o mais novo de 14 anos e o mais velho com 41 anos. Foram sete casos registrados na capital baiana, mas apenas um era residente, sendo os demais tripulantes de navios. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no entanto, afirmou que todos os casos referentes a Salvador são de turistas, negando que haja um residente em meio aos infectados com a ômicron.

Com a divulgação dos 12 casos, a Secretária da Saúde do Estado, Tereza Paim, alertou que a atenção agora deve aumentar. ”Estamos vendo nos dados uma elevação do número de positivos covid. Nós vínhamos com uma média de 2 mil casos ativos. Passamos agora a 4.467”, afirmou.

Matheus de Morais diz que não sabe de quem pegou a doença porque, do seu ciclo de amigos, mais de uma pessoa foi infectada. “Um amigo meu fez o teste e deu positivo. Eu tive contato com ele, mas não sei se foi dele que peguei porque outros dois amigos também testaram positivo e outras pessoas do meu ciclo ficaram com esses sintomas de gripe mas não chegaram a fazer teste”, conta. Ele teve dificuldade de receber o diagnóstico porque, no primeiro dia de tentativa, os testes acabaram antes do horário de encerramento do atendimento devido à alta procura.

A variante ômicron foi detectada pela primeira vez na África do Sul, em novembro do ano passado. Todos os continentes já apresentam casos. No Brasil, os primeiros casos surgiram em São Paulo, ainda no final de novembro. O país já tem a primeira morte por ômicron confirmada. Trata-se de um idoso de 68 anos morador de um abrigo em Goiânia (GO). Ele tinha uma doença pulmonar e hipertensão arterial. A morte aconteceu no dia 27 de dezembro de 2021 e foi confirmada no dia 6 de janeiro deste ano.

Qual nível de preocupação a ômicron traz?

O imunologista destaca que a nova variante, apesar de menos letal, é extremamente transmissível. “É uma capacidade de transmissão impressionante, superior ao sarampo. A letalidade, no geral, é baixa. Mas isso não significa que não há preocupação. Pode haver desfecho grave com essa variante, inclusive, para quem tomou a vacina, mesmo que isso seja raro. Não há proteção de 100%. Mas o bom é que temos um contingente grande de pessoas vacinadas ou que estão pegando a doença e criando anticorpos, então vamos construindo uma imunidade coletiva”, acrescenta Sant’anna.

Washington Franca-Rocha, coordenador do portal Geocovid e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), concorda que “certamente há subnotificação, devido aos sintomas menos intensos causados por essa variante" e faz o alerta. “O padrão apresentado na Europa e Estados Unidos, onde a ômicron encontra-se no auge, é de baixa letalidade, que vem sendo atribuída à proteção pelas vacinas. Entretanto, cabe salientar que no Brasil ao menos 30% não receberam duas doses de vacina e apenas 20% se encontram imunizados com a terceira dose”.

De acordo com a secretária Tereza Paim, cerca de 2,4 milhões de baianos ainda não retornaram para tomar as segunda ou terceira doses. Dados do Vacinômetro Bahia indicam que, se considerada uma população de 15 milhões de habitantes, pouco mais de 60% da população total está com 2ª dose e cerca de 10% com a dose de reforço.

Os estudos apontam que a variante ômicron é muito mais contagiosa do que as antecessoras, e por isso o mundo tem batido sucessivamente o recorde de casos diários de covid-19. A notícia boa é que os números de mortes não acompanharam a explosão de casos. O risco de hospitalização também é menor. De acordo com um estudo feito pela Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA), as chances de um paciente com ômicron ser hospitalizado é igual a um terço das chances de um paciente com delta.

As vacinas protegem contra a ômicron?

A análise também concluiu que a proteção contra hospitalizações dada pelas vacinas é "boa" contra a ômicron. Uma dose da vacina foi associada a um risco 35% menor de hospitalização entre casos sintomáticos com esta cepa, enquanto duas doses reduzem em 67% esse risco, até 24 semanas após a segunda dose; com 25 semanas ou mais de aplicação da segunda dose, esse risco é reduzido em 51%. Uma terceira dose foi associada com risco 68% menor de hospitalização, na comparação com os não vacinados, diz o comunicado do Reino Unido.

Para a infectologista e pesquisadora da Fiocruz, Fernanda Grassi, diz que a cobertura vacinal que o Brasil tem hoje não é suficiente para conter a ômicron. “A cobertura vacinal da covid ainda não atingiu os níveis necessários para barrar a infecção, ainda mais agora com o surgimento da ômicron. Vários estudos têm mostrado que apenas duas doses de vacina não protegem completamente contra essa variante”, coloca.

Segundo o imunologista Celso Sant’anna, a cobertura vacinal suficiente para barrar a ômicron é relativa.

“A segunda dose, no geral, protege. Mas a proteção vai diminuindo ao longo do tempo, principalmente após seis meses, então a terceira dose é fundamental. Estudos apontam que todas as vacinas, na terceira dose, dão proteção de ao menos 80% contra a forma grave da doença. E o fato é que quanto mais avançado no esquema vacinal você estiver, melhores são as suas chances contra a doença, então não tem por que não vacinar!”, defende.

Sant’anna diz ainda que a ômicron pode ser “o começo do fim”, mas que ainda é cedo para cravar as cenas dos próximos capítulos. “O que parece é que estamos caminhando para um equilíbrio em relação à pandemia no sentido de que, talvez, essa seja a última variante de destaque, que terá alta transmissão, mas baixa letalidade. Aí passaríamos a conviver com esse vírus como convivemos com outros sob controle. Mas ainda é cedo para termos conclusões definitivas e, para chegar a isso, há uma transição ainda preocupante porque estamos tendo pressão no sistema de saúde”, finaliza.

Quais são os sintomas provocados pela ômicron?

A variante ômicron traz algumas novidades em relação ao que já se sabia sobre a covid-19. No início da pandemia, o período de incubação da doença, ou seja, o intervalo entre a data de contato com o vírus até o início dos sintomas, era estimado em até 14 dias. Agora, com a ômicron, os sintomas aparecem entre 3 a 5 dias após o contágio. Além disso, o paciente pode transmitir a doença antes mesmo dos sintomas se manifestarem. Mas quais são esses sintomas?

Febre e perda ou alteração do olfato e paladar foram reconhecidos como os principais sinais de infecção por coronavírus nos últimos dois anos. No entanto, a variante ômicron está provando causar diferentes efeitos, e seus sintomas podem ser confundidos com um resfriado comum, isso porque ela afeta mais as vias aéreas do que o pulmão. Veja quais são eles por ordem de frequência (levantamento do aplicativo ZOE Covid, que acompanha as manifestações clínicas da doença desde o início da pandemia):

Dor de cabeça
Coriza
Fadiga
Espirros
Dor de garganta
Tosse
Voz rouca
Calafrios
Febre
Tontura
Confusão mental
Olfato alterado
Dor nos olhos
Dores musculares incomuns
Perda de apetite
Perda de cheiro
Dor no peito
Glândulas inchadas
Desânimo

Quais cuidados devem ser tomados?

O advogado Guilherme Pitanga, de 25 anos, foi um dos contaminados com covid-19 na onda das festas de final de ano. Os sintomas começaram já no dia 1º de janeiro. “Começou com uma simples coriza. Depois disso, nos três dias seguintes, espirrei bastante, tossi bastante, tive febre, dor de cabeça e secreção. Daí, na última sexta-feira, fiz o teste, depois de rodar de Stella Maris até o Bonfim em busca de vaga, e deu positivo”, conta.

Guilherme passou a virada de ano em Morro de São Paulo com os amigos e admite que relaxou em relação aos cuidados que vinha mantendo desde o início da pandemia. “Eu, sinceramente, não esperava esse baque. Sei que a vacina não nos imune a ponto de não nos contaminarmos mais, mas não esperava esse ‘boom’. Mas, pelo menos, a vacina serviu muito para inibir os sintomas mais graves, tornando a maioria dos casos em uma ‘gripezinha’”, diz.

Para os especialistas, esse relaxamento de cuidados, que não está restrito a Guilherme, é preocupante. Como a ômicron é muito mais contagiosa que qualquer outra versão anterior do vírus, os cuidados precisam ser reforçados. Os infectologistas recomendam usar uma máscara de qualidade superior às de tecido e cirúrgicas. A PFF2, por exemplo, tem uma filtragem melhor, além de vedar bem as entradas e saídas de ar. Mesmo ao ar livre, a recomendação é não tirar a máscara e sempre que possível evitar aglomerações.

“A orientação é que, primeiro de tudo, quem não tomou a vacina, vá tomar. Seja a primeira, a segunda ou a terceira dose. É preciso que as pessoas completem o ciclo para que a gente possa ter uma população o mais imunizada possível. Quando o vírus está no processo de transmissão e se esbarra em pessoas protegidas, com imunidade, ele não vai encontrar um terreno para se propagar. Além disso, é preciso que a sociedade continue seguindo as orientações que existem desde o início da pandemia: utilização de máscara, uso do álcool em gel e adoção do distanciamento”, diz Ivan Paiva, coordenador médico de urgência e emergência de Salvador.

A partir do momento da suspeita de infecção, a recomendação é testar e procurar atendimento médico. “É preciso procurar o mais rápido possível um hospital porque alguns sintomas são diferentes dos tradicionais da covid inicial. Então as pessoas acham que estão com gripe ou resfriado, rinite, qualquer outra coisa. Então é preciso testar e receber orientação médica”, orienta o imunologista Celso Sant’anna. Ele acrescenta que a ômicron é mais difícil de ser detectada pelo teste rápido, então o ideal é o RT-PCR, mas, de todo modo, em caso de teste rápido, o ideal é fazer 5 dias após o contato com alguém infectado ou início de sintomas.

É recomendado isolamento de ao menos cinco dias a partir do aparecimento do primeiro sintoma ou a partir do teste positivo, para o caso de pessoas assintomáticas. Este é o período em que o risco de transmissão começa a cair, mas isso não significa que ele se anule. “O ideal são 14 dias ou ao menos 10, mas já estamos vendo o período de isolamento de 5 dias quando o paciente é assintomático ou tem sintomas leves. Mas eu não defendo esse período porque é uma variante muito transmissível. Claro que cada caso é um caso porque temos países como a França com falta de médicos porque estão todos contaminados, aí flexibilizaram esse tempo e os médicos que estavam bem voltaram a trabalhar. Nos Estados Unidos, por exemplo, está todo mundo se infectando e tem empresas sem funcionários”, explica Celso Sant’anna.

Saiba onde testar em Salvador:

Os testes rápidos de antígeno podem ser feitos das 8h às 16h, de segunda a sexta-feira. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o resultado é liberado em cerca de 30 minutos.

Centro Histórico

UBS 19º CS Pelourinho
UBS Péricles Esteves Cardoso - Barbalho
UBS Santo Antônio
Itapagipe

USF São José de Baixo - Lobato
UBS Virgílio de Carvalho - Bonfim
UBS Ministro Alkimin - Massaranduba
São Caetano / Valéria

USF Nossa Senhora de Guadalupe – Alto do Peru
USF San Martim II - Fazenda Grande do Retiro
USF Boa Vista do Lobato
USF Lagoa da Paixão - Nova Brasília de Valéria
UBS Péricles Laranjeiras - Fazenda Grande do Retiro
Liberdade

USF IAPI - Pau Miúdo
Brotas

USF Candeal Pequeno
USF Mário Andréa (14º CS) - Sete Portas
UBS Major Cosme de Farias - Cosme de Farias
Barra / Rio Vermelho

USF Úrsula Catarino Garcia - Fazenda Garcia
USF Ivone Silveira – Calabar
USF Engenho Velho da Federação
Boca do Rio

UBS César de Araújo - Boca do Rio
USF de Pituaçu
Itapuã

USF Parque São Cristóvão
USF Vila Verde
USF CEASA I e II
USF São Cristóvão
USF KM 17 - Itapuã
Cabula / Beiru

UBS Calabetão
USF Deputado Cristóvão Ferreira Saramandaia - DETRAN
UBS Prof. Humberto C. Lima Pernambuezinho - Pernambués
USF Raimundo Agripino Sussuarana - Sussuarana
Pau da Lima

UBS Dra. Cecy Andrade - Largo da Feirinha
UBS Canabrava (Rua Bem-Te-Vi)
UBS Sete de Abril
UBS Castelo Branco
USF Gal Costa
UBS Vale dos Lagos
USF Canabrava (Rua Artêmio Valente)
Subúrbio Ferroviário

USF Ilha Amarela
USF Rio Sena
USF Bate Coração
USF Vila Fraternidade
USF Fazenda Coutos III
USF Beira Mangue - São Bartolomeu
USF São Tomé de Paripe
Cajazeiras

USF Palestina - Fazenda Grande I
USF Cajazeiras / Jaguaripe I - Fazenda Grande II
USF Fazenda Grande III
Quantas variantes existem?

As variantes mais comentadas são as chamadas variantes de preocupação, assim classificadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) porque há evidências de que são mais transmissíveis, podem escapar da imunidade adquirida (via vacina ou infecção natural) e/ou provocar versões mais graves da covid-19. Até o momento, além da ômicron, existem quatro variantes de preocupação.

Relembre quais são elas:

Alfa (antiga B.1.1.7) - detectada pela primeira vez no Reino Unido em setembro de 2020
Beta (antiga B.1.351) - detectada pela primeira vez na África do Sul em dezembro de 2020
Gama (antiga P.1) - detectada pela primeira vez no Brasil em novembro de 2020
Delta (antiga B.1.617.2) - detectada pela primeira vez na Índia em outubro de 2020
A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-Bahia) foram procurados para comentar sobre o espalhamento da variante ômicron na Bahia, mas não deram retorno.

Publicado em Saúde

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou nesta segunda-feira, 13, que pelo menos uma pessoa morreu após ser infectada pela variante Ômicron no Reino Unido. A confirmação da morte pela nova variante foi revelada por Johnson durante uma visita a um centro de vacinação em Londres.

"Infelizmente, temos a confirmação de que pelo menos um paciente morreu com a Ômicron", disse Johnson a repórteres durante a visita a um centro de imunização no bairro de Paddington, na capital inglesa "Então, acho que a ideia de que esta é, de alguma forma, uma versão mais branda do vírus, é algo que precisamos deixar de lado - e apenas reconhecer o ritmo com que ela avança pela população."

Desde que os primeiros casos de Ômicron foram detectados no Reino Unido, em 27 de novembro, Johnson voltou a impor restrições mais duras contra a propagação do vírus e, nesse domingo, 12, pediu que as pessoas tomem doses de reforço para evitar que o serviço de saúde fique sobrecarregado.

O secretário de Saúde britânico, Sajid Javid, disse que a nova cepa do coronavírus estava se espalhando a uma "taxa fenomenal" e agora era responsável por cerca de 40% das infecções em Londres

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