Na última sexta-feira (24), o pré-candidato à prefeito de Camaçari, Oswaldinho Marcolino, foi recebido pelo Secretário de Turismo da Bahia, Maurício Bacelar, no gabinete da autarquia, para discutir ações e projetos futuros para o setor turístico de Camaçari, que se concentra em sua costa com mais de 40 km de extensão. Na pauta, estiveram assuntos como atração de investimento, geração de empregos e oportunidade de empreender no ramo que representa boa parte do PIB do município.

Na ocasião, o radialista e empresário que concorrerá ao maior cargo do executivo de Camaçari em 2024 pelo MDB, apresentou ao secretário alguns de seus projetos relacionado ao trade turístico, como a criação de um Polo Turístico no litoral, Capacitação dos trabalhadores da rede hoteleira, criação de um Parque Aquático e promoção de grandes eventos como o Camaçari Adora, festival de música gospel.

"Apesar de ter um potencial invejável, com 42 km de praia, não há por parte do poder público municipal um trabalho profissional, tampouco eficiente, para um correto fomento desse importante vetor de desenvolvimento da nossa economia", reforçou Oswaldinho.


Sobre Oswaldinho

Comunicador, casado e pai de três filhos, Oswaldinho Marcolino, 50, vive em Camaçari desde sua infância e por anos utilizou da sua profissão para dar voz e ouvidos à comunidade. Foi membro do Comitê de Fomento Industrial de Camaçari por 22 anos, além de ter sido presidente por duas vezes do Sindicato dos Lojistas de Camaçari e Dias D’Ávila e da Associação Comercial e Empresarial de Camaçari.


Na vida pública, foi Subprefeito da Costa de Camaçari, Ouvidor Geral do Município e Subsecretário na Ouvidoria. Em 2023, lançou oficialmente sua pré-candidatura à prefeitura de Camaçari (2025-2028) pelo MDB.

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A retomada do Carnaval de Salvador, após dois anos de suspensão em função da pandemia da covid-19, deverá garantir à capital baiana 100% de ocupação hoteleira no período da folia de momo. A projeção é da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Regional Bahia (ABIH-BA). Segundo a entidade, a procura por acomodação na capital encontra-se bastante aquecida, com taxas de ocupação semelhantes às observadas no verão de 2019. O número de passageiros também vem crescendo substancialmente no aeroporto de Salvador.

“Para o Carnaval, as expectativas são boas. A gente espera uma média de ocupação em torno de 95%, chegando a pico de 100% na média de ocupação em alguns dias da festa, sobretudo nos principais hotéis da cidade, então temos essa estimativa de que a cidade esteja completamente cheia no período”, afirma Luciano Lopes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Regional Bahia (ABIH-BA).

O aquecimento do setor também foi observado no feriado do Ano Novo, com crescimento da busca por hospedagem em hotéis próximos a Arena Daniela Mercury, na Boca do Rio, local onde acontece o Festival Virada Salvador.

Lopes destaca que a busca por hospedagem no verão tem se intensificado. “Esperamos ter, na alta estação, período que vai de dezembro a fevereiro, pelo menos, a mesma taxa de ocupação do período pré-pandemia, com uma média em torno de 70%”, diz.

A estimativa da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) é que a receita turística gire em torno de R$5 bilhões. Além disso, a expectativa do órgão é de que a cidade receba aproximadamente 3 milhões de turistas no período.

Reaquecimento – Para o ano de 2023, o setor hoteleiro espera um desempenho igual ou superior aos obtidos antes da pandemia, potencializado pelo turismo de negócios com a confirmação de inúmeros eventos na cidade. “Já tivemos muitos eventos no novo Centro de Convenções em 2022 e para esse ano de 2023 há mais de 60 eventos confirmados na cidade. Então a expectativa é muito boa, porque a gente volta a ter um turismo de negócios muito aquecido, que, juntamente com o turismo de lazer, esperamos que proporcione esse bom desempenho”, completa Lopes.

Segundo ele, um dos fatores que podem contribuir com a melhora dos índices de ocupação na cidade é a redução do preço das passagens aéreas, que atualmente está bastante elevado, além da retomada dos voos nacionais e principalmente internacionais vindos dos principais polos emissores, como Portugal, Espanha, Argentina e Uruguai.

O setor turístico baiano espera uma alta estação igual ou superior ao Verão de 2020, antes da pandemia, quando o estado recebeu 6,2 milhões de visitantes e registrou uma ocupação hoteleira de 80%, o que deixa o trade otimista para a temporada e a recuperação plena do segmento, mesmo com o aumento de casos de covid-19 registrado nas últimas semanas.

A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis na Bahia (ABIH-BA), por exemplo, estima que a ocupação será similar a 2020. Já a Secretaria de Turismo do Estado (Setur), ainda não tem a estimativa de quantas pessoas já passaram por aqui nesta estação.

Luciano Lopes, presidente da ABIH-BA, diz que há uma preocupação com os casos de covid, mas que a vacinação tranquiliza o trade. "Já experimentamos essa situação. A diferença é a população com ciclo vacinal avançado. A gente fica preocupado porque é um vírus imprevisível, mas esperamos que os casos não aumentem tanto. Entendemos que, por se tratar de casos leves, não vai haver impacto direto, com fechamento de hotéis e redução de circulação", prevê Lopes.

Sílvio Pessoa, presidente da Federação Baiana de Turismo e Hospitalidade da Bahia (Fetur-BA), segue o mesmo raciocínio. Além disso, ele acredita que os números atuais da pandemia ainda não são motivo para restrição. E destaca, também, a característica mais amena da sublinhagem BQ.1 da variante Ômicron, em circulação.

"É claro que esse aumento é um dado alarmante, mas muitas pessoas descobrem por acaso, visto que essa nova variante é mais fraca. A maioria acha que é gripe. Esperamos que isso seja passageiro e que não venha afetar os quatro mil hotéis e cinquenta mil bares e restaurantes da Bahia", diz.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes da Bahia (Abrasel-BA) também foi procurada pela reportagem para comentar o cenário, mas não respondeu. A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador (Secult) não deu retorno até a publicação desta reportagem.

Hotéis otimistas
Flávia Zuzke, diretora de marketing e vendas do hotel Deville Prime Salvador acredita que, dentro do cenário atual, é possível haver uma maior circulação sem um aumento de casos que ameace a saúde pública. "As reservas aumentaram na última semana e estamos otimistas. Como estamos em um crescente, esperamos mais de 80% de ocupação. Já existem medidas de prevenção que não alteramos, como disponibilidade de álcool em gel nos quartos e áreas comuns, além de máscaras em locais de alta circulação", enumera.

Karina Militão, gerente operacional do Hit Hotel, diz que a expectativa é ainda maior: de 90 a 100% de ocupação ao longo do Verão. Sobre os riscos de aumento da covid-19, ela destaca que a gestão do hotel monitora os indicadores de saúde e toma medidas para reduzir a possibilidade de contaminação.

"Acompanhamos atentamente as notícias referentes ao aumento da covid-19. Estamos nos precavendo com as máscaras, álcool e todos os cuidados que nos são devidos. Porém, não acredito que a situação preocupe, quase todos que viajam estão com todas as doses em dia".

Entre as agências, a situação é parecida. Alcance, Conquest, Grou Tour e Fly Tour são empresas que relataram que não há movimento de cancelamento ou adiamento dos serviços por causa da covid-19.

"Não temos qualquer registro de um movimento de cancelamento nos pacotes. Seguimos fazendo como no ano todo e batendo as metas estabelecidas. Em novembro, já batemos 85% do projetado com uma última venda grande. E isso deve seguir ao longo do Verão", prevê Adriane Virgilio, diretora da Fly Tour.

Os números positivos para a Bahia também são registrados nas companhias aéreas. A Latam programou cerca de 400 voos extras entre 1º de dezembro de 2022 e 31 de janeiro de 2023. Os principais incrementos são com relação as conexões de Porto Seguro com Guarulhos (89) e Congonhas (65). A companhia também opera voos em Salvador, Ilhéus e Vitória da Conquista.

A Gol anunciou a frequência de voos de Lençóis, que terá até dezembro quatro voos às quartas-feiras e quatro aos domingos. Paulo Afonso terá quatro voos da empresa às terças, quintas e sábados. E Teixeira de Freitas terá quatro voos às segundas, quartas e sextas.

Especialistas recomendam reforço em cuidados individuais

A infectologista Clarissa Cerqueira recomenda que os turistas, além de contar com medidas sanitárias dos hotéis, bares e restaurantes, passem a reforçar cuidados individuais para evitar o contágio.

"O povo precisa se vacinar e garantir o esquema vacinal completo. É bom tentar evitar ao máximo aglomerações ou usar máscara cirúrgica quando não tiver jeito. E, quando estiver com algum sintoma respiratório, é importante se certificar com teste para covid-19 e não sair antes disso", aconselha.

Clarissa alerta ainda que, por mais que os casos registrados sejam leves, um aumento na transmissão em larga escala faz crescer também a probabilidade de situações mais graves. "Quando a transmissão é muito grande, casos graves acontecem. Pela experiência que temos, [esses casos ocorrem] com as pessoas que não vacinaram ou têm o esquema incompleto. O Verão chega e aumenta as aglomerações. Os cuidados são fundamentais nesse período".

Às vésperas do período mais movimentado do ano, o Painel Epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) mostra que há 5.986 casos positivos de covid-19 registrados até esta quarta-feira (21). O número é superior ao que se viu em outubro (5.927).

O que pode limitar o avanço do vírus é o índice de vacinação da população em primeira e segunda dose: 92,11% e 88,56%, respectivamente. Porém, o que pode facilitar o aumento de contaminados é a baixa adesão ao reforço: 59,01% (terceira dose) e 45,59% (quarta) de cobertura.

Atualmente, as taxas de ocupação dos leitos de enfermagem e UTI adulto para casos da doença estão em 28% e 36%, respectivamente.

Sílvio Pessoa, da Fetur-BA, diz que além da manutenção dos recipientes com álcool em gel e das medidas já em curso, será difícil que o setor turístico faça alterações estruturais em hotéis, bares ou restaurantes, como ocorreu nos momentos mais críticos da pandemia.

"O distanciamento de mesas, por exemplo, é complicado. As pessoas deixam de vender, diminuem o número de mesas e investem em outras alterações que têm custo. Enquanto isso, coisas mais simples como ônibus e metrô, que são verdadeiras latas de sardinhas, ninguém resolve", aponta.

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Mesmo sabendo do cancelamento do Carnaval com certa antecedência, o setor turístico teve uma surpresa negativa com o desempenho dos hotéis da capital no mês de fevereiro. A taxa de ocupação ficou em 53,8%, o que representa uma queda de 15,5 pontos percentuais em comparação com janeiro, quando a rede hoteleira chegou a 69,3% de ocupação. O preço da diária média também apresentou redução de R$22, chegando a R$468 no mês passado. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (ABIH-BA).

Para o presidente da associação, Luciano Lopes, além do cancelamento da maior festa de rua do mundo, o final das férias escolares e cancelamentos de voos por conta da variante Ômicron foram os principais fatores responsáveis pelo desempenho. “Antes do Carnaval a expectativa de ocupação em Salvador era de 70% a 80%, entretanto esses dados não foram alcançados em função do cancelamento da festa oficial, restrições de eventos e a covid-19", afirma.

A redução entre os dois primeiros meses do ano não é novidade, como explica o presidente do Conselho Baiano de Turismo, Roberto Duran. Em todos os anos da última década, essa diminuição se deu na capital baiana, o que acontece, segundo Roberto, é que neste ano a taxa do primeiro mês também não foi muito boa para a cidade e, consequentemente, nem a do seguinte. Para se ter como comparação, em 2020, a taxa foi de 73% em janeiro e 70% em fevereiro, segundo a ABIH.

Para o presidente da seccional baiana da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav-BA), Jean Paul Alfred, é difícil para um estabelecimento conseguir se manter com um percentual de ocupação menor do que 50%. Apesar disso, a taxa foi maior do que a registrada em fevereiro do ano passado, quando apenas 42,5% das hospedagens ficaram ocupadas e o cenário da pandemia estava mais agravado.

“Um fator bem limitante para as viagens em fevereiro foi o valor das passagens aéreas, que estão caríssimas. Fui ver o valor que está custado daqui para Vitória da Conquista e levei um susto, porque estava R$ 1.800,00”, diz. Em média, o trajeto costuma valer R$400. O presidente da Abav-BA afirma que a volta às aulas das crianças também foi responsável pela diminuição: “Viagens em família estão sendo um nicho bem importante”.

O aumento do valor das passagens de avião foi um fator que, acrescido das incertezas da pandemia, impediu Larissa Montenegro de visitar a capital em janeiro deste ano. A jovem de 18 anos morou em Salvador em 2013 e pretendia vir de Florianópolis, onde vive atualmente, visitar os amigos baianos. A ida e volta que costumam custar em média R$900 chegaram a dobrar de valor, segundo a estudante.

“Tentei viajar no começo do ano, mas houve um aumento dos casos de covid-19 onde eu moro depois das comemorações de fim de ano e os preços das passagens estavam impossíveis. Sempre monitoro os gráficos de aumento das passagens pelo Google Flight e teve uma explosão de preços”, conta. A plataforma do Google ranqueia as passagens mais baratas oferecidas pelas companhias aéreas.

Expectativa frustrada

A taxa de ocupação do Quality Hotel e Suítes São Salvador costuma bater 80% em fevereiro, graças ao Carnaval. No entanto, neste ano, o percentual ficou em 61%, valor superior à média divulgada pela Abih-BA. “Fevereiro sempre é um mês forte para qualquer hotel em Salvador, mas por causa dos cancelamentos das festas e restrição de capacidade de público para eventos, ficou bem abaixo do que esperávamos”, conta Danilo Castro, gerente operacional.

No Gran Hotel Stella Maris, o cenário é parecido. Apesar de não divulgar os números exatos, a gerente de vendas e marketing, Viviane Pessoa, diz que a ocupação no hotel foi cerca de 15% menor do que o esperado no mês. A expectativa agora é que o segundo semestre do ano tenha números melhores, em especial no período junino. “Nós temos uma festa de São João tradicional para os hóspedes, que está há dois anos parada. Sempre tivemos o hotel cheio nesse período e nesse ano vamos retomar a programação, por isso a expectativa é de hotel cheio”, explica.

O diretor de turismo da Prefeitura de Salvador, Antônio Barreto Júnior, acredita que a os números representam uma retomada do setor turístico, que foi muito prejudicado por conta das restrições impostas pela pandemia. “Toda a tendência do verão na Bahia foi de recuperação. Por exemplo, uma pesquisa parcial até o dia 20 de março mostra que estamos batendo quase 57% de taxa de ocupação neste mês”, diz.

Segundo o diretor, ao comparar o primeiro trimestre de 2022 com o do ano passado, houve um aumento de 81% na taxa de ocupação dos hotéis. Já quando a comparação é feita com o período antes da pandemia, em 2019, o percentual deste caiu 15%. O secretário de Turismo do estado, Maurício Bacellar, também acredita que o cenário é de retomada gradual: “Antes da pandemia nós estávamos em uma crescente na atividade turística da Bahia”. Uma pesquisa realizada pela pasta aponta uma taxa de ocupação ainda maior para fevereiro, chegando a 58,5%.

A advogada e moradora de Recife, Rhayluce Pereira, 27, é uma das turistas que planeja viajar para a capital baiana nos próximos meses. Será a primeira vez dela na cidade a motivação principal é visitar uma amiga que veio morar em Salvador. “Estou planejando a visita e procurando hospedagens que sejam mais centrais, porque uma viagem legal é aquela que eu possa fazer tudo andando e conhecendo a cidade”, diz. Ela conta que uma dica apara os viajantes é sempre pedir sugestão aos moradores e garçons de lugares para conhecer.

A alta de casos de covid durante o mês de janeiro não impediu os turistas de curtirem as férias e a temporada de verão em Salvador. Isto porque, de acordo com números registrados pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-BA), 2022 começou registrando uma taxa média de ocupação de 69,31%, bem acima da observada no mesmo período do ano passado (54,25%), o que tornou janeiro o melhor mês para a hotelaria na capital, desde quando a pandemia começou.

Segundo o presidente da ABIH-BA, Luciano Lopes, o avanço da vacinação e a demanda reprimida das férias escolares foram os principais fatores que contribuíram para que o setor alcançasse esse resultado. O aumento da procura foi também impulsionado pela maior disponibilidade de voos domésticos, que trouxeram de volta os turistas dos principais mercados emissores do país, sobretudo, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília.

“Mesmo a ocupação seja inferior à de janeiro de 2020 (73,5%) - período anterior à pandemia - o avanço da vacinação e os cuidados redobrados dos hotéis trazem otimismo. No entanto, é necessário estar atento para as incertezas e novidades impostas pela pandemia, que nos obriga a adaptações constantes para atender às demandas sanitárias”, destaca.

Na última semana, a Bahia registrou recorde de casos ativos quando chegou a mais de 36 mil registros no estado, ou seja, o maior número do início da pandemia até agora. Luciano Lopes não nega que o cancelamento de voos e as notícias sobre a alta dos casos de infecção pela variante ômicron a partir da segunda quinzena de janeiro afetaram diretamente o desempenho dos hotéis com o cancelamento de reservas.

Porém, ainda assim, janeiro foi um mês mais positivo do que se esperava: “Enquanto em outros anos a ocupação se mostrava relativamente estável ao longo do mês, em janeiro de 2022 a taxa de ocupação da primeira quinzena foi de 75,83%, enquanto na segunda quinzena a ocupação caiu para 63,19%”, complementa Lopes.

Entre os que mantiveram os planos de vir à Salvador está a empresária carioca, Simone Araújo, 45 anos, que está na cidade para trabalhar e aproveitar o fim de semana. “Acredito que já vim aqui mais de oito vezes. Além do trabalho, precisava rever alguns amigos”, conta. Entretanto, ela tem evitado bares cheios, aglomerações na piscina e locais de passeio. “Estou vacinada e mantendo todos os cuidados possíveis”.

Já o empresário e turista do Porto Alegre (RS), Tiago Medeiros, 41 anos, veio com a família. Apesar de já conhecer a Bahia, ele trouxe, pela primeira vez, os filhos de 11 e 13 anos.

“A gente não desistiu de viajar até porque está todo mundo vacinado e já pegamos covid, então, estamos bem tranquilos com relação a isso. Não queríamos mexer na programação porque já tínhamos essa viagem agendada há um bom tempo e não queríamos perder”.

Eles estão hospedados em um resort na Praia do Forte e aproveitaram o domingo (06) para visitar o Pelourinho. “Nada faria com que mudássemos de ideia. Em momento nenhum pensamos em alterar o roteiro”, garante.

Expectativas
A assessora parlamentar, Ângela Cristina Alcântara, 55 anos, também não abriu mão de vir à Salvador. Ela é turista do Rio de Janeiro e está de férias. É a sua primeira vez na cidade. “A ômicron não me assustou porque estou vacinada, mas tenho evitado lugares com aglomerações”.

Para o secretário de Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Fábio Mota, a expectativa é um ano de 2022 melhor do que 2021 foi para o setor. “Entendemos desde cedo que o turismo seria doméstico e investimos muito na promoção do destino Salvador junto às entidades e também com parcerias com companhias áreas como a Gol, o que deu muito certo. Esperamos um fevereiro ainda mais movimentado e com uma boa ocupação, mesmo sem o feriado de Carnaval”, comenta.

Mota acrescenta que o selo sanitário em bares, restaurantes e estabelecimentos de turismo desde o primeiro momento da pandemia, dá mais segurança para o turista visitar a cidade.

“Com a pandemia, o turismo precisou mudar com todos os cuidados que as pessoas passaram a ter ao viajar. Recebemos elogios dos próprios turistas com relação ao Selo de Segurança Sanitária e de Saúde. E isso deu um ‘upgrade’ no turismo de Salvador”.

Estabelecimentos como o NovoHotel, no Rio Vermelho, comemoraram o desempenho de janeiro. “Foi um mês excepcional, realmente muito bom. Nós fizemos a melhor taxa de ocupação entre os nossos concorrentes. Houveram sim, alguns cancelamentos por conta da covid, mas poucos. Foi realmente muito acima do que nós tínhamos previsto”, avalia o gerente geral do hotel, Mil Vieira.

Entretanto, fevereiro traz algumas preocupações, como complementa o gerente. Antes, o hotel estava lotado para o carnaval e hoje, até o momento, a ocupação está em 30%:

“Nós estamos com dificuldade de vender o destino para o Carnaval e o mês de fevereiro todo não está se dando na mesma dinâmica que foi janeiro. E a gente está esperando, sinceramente, que as pessoas continuem se vacinando e que o poder público também, possa voltar a atrair feiras e eventos para a Bahia”.

No Piza Plaza Hotel, localizado no Stiep, no primeiro mês do ano, a disponibilidade foi de 65 apartamentos (130 leitos) e a ocupação chegou a 77%, como afirma o gerente de operação, Fernando Araújo. “Ainda temos alguns cancelamentos devido a covid, mas o hotel mantém os protocolos de prevenção. O que têm ocasionado as solicitações de cancelamento, na verdade, é a necessidade de cancelar o carnaval e a restrição de público em eventos”.

Salvador fecha o ano de 2021 com 45,6% de ocupação

Em 2021, o setor hoteleiro de Salvador alcançou uma ocupação média de 45,61%, conforme aponta o balanço divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-BA). Ainda de acordo com o levantamento, a diária média no período foi de R$ 361,74 e o Revpar (indicador ponderado da diária e taxa de ocupação) chegou a R$ 165,01.

Os números são resultado da Pesquisa Conjuntural de Desempenho (Taxinfo), realizada pela ABIH, a partir de dados são fornecidos diariamente pelos hotéis ao Portal Cesta Competitiva. O cenário é melhor que o ano anterior, quando em 2020 ocupação média de 37,4%, diária de R$ 255,58 e Revpar de R$ 95,58% - índices inferiores aos observados antes da pandemia, como destaca o presidente da entidade, Luciano Lopes.

“Com o início da segunda onda da pandemia em dezembro de 2020, os primeiros meses de 2021 foram duramente afetados. O setor de hotelaria da capital só veio apresentar sinais de recuperação a partir de julho, com o avanço da vacinação e a reabertura de praias e pontos turísticos”.

Mesmo com cancelamento do Festival da Virada, no réveillon, o mês de dezembro fechou o ano trazendo expectativas positivas para o segmento em 2022. O último mês do ano registrou ocupação de 61,18%, cerca de 13% maior que dezembro 2020. Em 31 de dezembro, os hotéis de lazer em frente ou próximos às praias tiveram taxa de ocupação de 90%, com diária média de R$ 1.016,57. “Com isso, esperamos um desempenho hoteleiro crescente ao logo do ano”, completa Lopes.

A pousada Sobrado da Vila, em Praia do Forte, distrito de Mata de São João, teve todos os 27 apartamentos ocupados durante o feriadão da Independência. “Estamos voltando ao normal e, finalmente, conseguindo pagar as dívidas de quando a ocupação estava baixa”, diz Firmo de Azevedo, 75 anos, dono do espaço. Esse é o reflexo do momento vivido pelo turismo baiano. Depois de ser um dos mais impactados pela pandemia, o setor retoma as atividades com toda força, impulsionada pela queda dos casos de covid-19 e aceleração da vacinação.

“As pessoas estão se sentindo mais seguras, pois foram vacinadas. Tem agora uma terceira dose que começou a ser aplicada e tudo isso é esperança para os clientes, que querem sair, e para mim, que já espera um bom verão, se Deus quiser”, projeta, esperançoso, o empresário. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis Regional Bahia (ABIH-BA), esse foi o melhor desempenho do turismo desde o Réveillon de 2021, quando o país estava nas vésperas da chegada da segunda onda de contaminações e a rede hoteleira baiana teve ocupação média de 82,5%.

“A gente teve no final do ano passado uma ocupação elevada, pois Réveillon é uma data que muita gente viaja e os índices de contaminação estavam reduzidos. Alguns projetavam até o fim da pandemia naquele momento”, diz Luciano Lopes, presidente da entidade. Segundo o mesmo, a média de ocupação nos hotéis baianos foi de 79,5% neste feriadão, chegando a atingir o pico de 90% no sábado (4).

"Temos percebido uma movimentação muito grande por ser um feriado prolongado e as pessoas, aos poucos, estão retomando a prática do turismo na medida em que a covid-19 tem sido mais controlada", conta Lopes, ressaltando que, antes de pandemia, um feriado como esse representaria uma taxa de ocupação entre 95% e 100%. Por outro lado, no ano passado, apenas 36,5% dos leitos disponíveis estavam ocupados no Sete de Setembro.

Já Silvio Pessoa, presidente da Federação Baiana de Turismo e Hospitalidade do Estado da Bahia (Fetur-BA), disse que a ocupação média do feriadão foi de 70%, com pico de 77% no sábado. “Antes da crise, a gente atingia 85% e ano passado não chegamos a 50%”, lamenta. Para o representante da categoria, essa foi uma das melhores ocupações de toda a pandemia.

“Em janeiro, auge do verão, não atingimos 50% de ocupação. Só agora os números tão começando a crescer, mas de forma lenta. Nós só recebemos turistas locais e nacionais. Os internacionais não estão vindo e, infelizmente, vão demorar para chegar”, relata. O lamento de Silvio é por causa de alguns países, como o Reino Unido, por exemplo, considerarem o Brasil como local de alto contágio da covid-19, o que desestimula o turismo internacional na Bahia.

Empresários comemoram ocupação

Localizada em Lençóis, na Chapada Diamantina, a pousada Vila Almm vive o melhor momento na pandemia. Dos 16 leitos do espaço, todos já estavam reservados para serem ocupados no Sete de Setembro desde o início de agosto. “Teve muita gente que ligou querendo reservar, mas não tinha mais espaço e tivemos que recusar”, lembra Liliane da Silva Sodré, proprietária do espaço.

“Eu estou muito feliz com essa nossa realidade, pois está voltando tudo ao normal, estamos conseguindo pagar as contas e está dando até para contratar alguém para ajudar no serviço, ou seja, ganha todo mundo com essa retomada”, aponta.

Já Andilma Cardoso, gerente do hotel Costa dos Coqueiros, localizado em Imbassaí, distrito de Mata de São João, teve as expectativas superadas nesse feriadão e também viveu o melhor momento desde o início da pandemia. A previsão era que, no domingo (5), a ocupação chegasse em 92%, mas acabou atingindo os 100%.

“Imbassaí lotou de um jeito que não tinha visto nessa pandemia. Na segunda, nossa ocupação caiu para 90% e só hoje que o povo começou a ir embora, mas de manhã ainda estavam nas praias”, relata.

Embora ainda estejamos no inverno, ela já considera que a Bahia está no Verão por causa do desempenho observado no turismo. “Eu acho que o verão começou nesse Sete de Setembro. A sensação é essa, pois o sol está forte, a cidade está cheia e, a cada final de semana, a tendência é observarmos isso”, justifica.

Rodrigo Lima, dono da pousada Charme do Dido, em Boipeba, distrito de Cairu, também atingiu os 100% de ocupação desde domingo. No entanto, lá ele afirma que isso não tem sido incomum na pandemia. “O movimento no último verão foi bom e a gente já estava sentindo que ia ser assim. Recebemos muita gente de fora da Bahia. Só agora tem pessoas de Goiás, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro”, afirma.

Hotéis em Salvador também ficaram lotados

De casa cheia e com o maior número de quartos ocupados desde o início da pandemia. É assim que esteve o Casa Di Vina Boutique Hotel durante o feriadão da independência. Localizado em Salvador, no bairro de Itapuã, o espaço teve 100% de ocupação no sábado e domingo.

"Isso é resultado da mistura da vacinação com o sol forte. As pessoas estão se sentindo mais seguras e têm procurado mais os hotéis, sobretudo para lazer”, acredita Renata Proserpio, sócia gerente do local.

Só o Dia dos Namorados, comemorado em 12 de junho, teve ocupação também de 100% no local. No entanto, o desempenho desse feriadão foi melhor por gerar mais de um dia seguido de casa cheia. “E a maioria do nosso público é de pessoas da Bahia. Só 40% é gente de estados próximos, mas nossas garagens estão cheias. Tem gente vindo de carro para fazer turismo, o que antes não era tão comum”, aponta.

No Deville Prime Salvador, também localizado em Itapuã, a ocupação atingiu os 100% nos dias mais disputados do feriadão. “Dentro da pandemia, essa é o maior índice porque temos dois dias com 100%, o que é um recorde desde a reabertura. O cenário de busca dos hotéis tem melhorado por causa dos indicadores da pandemia", informa Álvaro Garcia, gerente geral.

Expectativa alta

Não é só da Independência que viverá o trade turístico baiano em 2021. Em outubro, no dia 12, também uma terça-feira, é feriado nacional por causa das comemorações dos 304 anos da aparição de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, a padroeira do país. Em novembro, no dia 2, outra terça-feira, é Dia de Finados, e no dia 15, uma segunda-feira, comemora-se a Proclamação da República, outros dois feriados nacionais que chegam antes do Natal e Réveillon.

Tudo isso deixa animado até quem não atingiu os 100% nesse feriadão. Marcos Gallani é gerente operacional do Porto Seguro Praia Resort, que teve 80% de ocupação neste feriado. A expectativa para os próximos são os 100%. “Nós já estamos nos preparando para isso, pois a quantidade de turistas aumenta gradativamente. Nosso setor tem percebido que os indicadores em queda da pandemia e o avanço da vacinação são informações que refletem positivamente na busca por reservas em nossos hotéis”, diz.

Karina Militão é gerente operacional do Hit Hotel, localizado no Porto da Barra. Ela afirma que o local teve 80% de ocupação nesse feriadão, o mesmo atingido no Dia dos Namorados.

“A expectativa está em alta, pois o verão está vindo aí. A localização do nosso espaço ajuda muito e o atendimento é maravilhoso. Já vínhamos de um agosto em que houve uma melhora e apostamos tudo para essa reta final de 2021", relata.

Para o Wish Hotel, a ocupação também foi animadora. Alejandro Vilá Geis, gerente geral do hotel, afirma que o número é resultado de um aumento progressivo das reservas no setor. "A taxa foi de 60%. Essa é, dentro da pandemia, a nossa segunda maior performance, atrás apenas do Dias dos Namorados, quando chegamos a 70%. A busca por hospedagens fica bem melhor a cada fim de semana e feriado", explica.

Outros hotéis, de um perfil diferente, não registraram tanta ocupação. O Pisa Plaza, por exemplo, que é mais voltado para eventos e negócios segundo o gerente de operações Fernando Araújo, ficou em 57% de 4 a 7 de setembro. O Grande Hotel da Barra recebeu 65% dos hóspedes que poderia. Já o Fera Palace, localizado na Rua Chile, ficou com 50% dos quartos reservados, de acordo com Tereza Pires, gerente de reservas e receitas do local.

De acordo com Luciano Lopes, da ABIH, são justamente os feriados como o de Sete de Setembro que têm dado a chance para os empresários e hotéis tentarem uma recuperação econômica depois de um período difícil. "Não é só Salvador. O litoral e interior também apresentam uma alta procura. Isso tanto no Baixo Sul, como no Litoral Norte e na região de Morro de São Paulo. Nesses locais, a média também está entre 85% e 90%. A situação tem demonstrado o aumento do interesse turístico", ressalta.

Marcos Gallani, do Porto Seguro Praia Resort, concorda com o colega e específica o impacto dessas datas para o seu hotel.

"Os feriados prolongados têm um impacto significativo na ocupação, principalmente, por causa de hóspedes que estão num raio de 700 quilômetros e aproveitam esses dias para descansar. Então, com um feriado na semana, essa rentabilidade aumenta em torno de 25% a 30%", calcula.

Para Rodrigo Lima, dono da pousada Charme do Dido, isso está acontecendo em plena pandemia devido a tendência do turismo ser realizado em locais próximos da natureza, ao ar livre e sem aglomerações, como é o caso do litoral baiano e da Chapada Diamantina. “As pessoas têm essa necessidade de viajar, de conhecer novos lugares. E, se é para fazer isso, que seja num local tranquilo e seguro”, diz.

 

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Salvador passa a contar, a partir do próximo dia 30, com um novo projeto de atração de turistas para aquecer o setor responsável por 30% da geração de renda da capital. O Road Show Salvador 2021 vai promover a capital baiana em mais de 10 cidades do Brasil e da América do Sul, através da capacitação de agentes e operadores de viagem. A iniciativa será realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – Bahia (ABIH-BA) com patrocínio de R$ 300 mil da prefeitura de Salvador. O projeto tem duração prevista até novembro e será dividido em três etapas: Road Show, Fam Show e Hospitality Experience.

O anúncio da novidade foi feito nesta terça-feira (27), em coletiva de imprensa realizada no Teatro Gregório de Mattos (TGM), no Centro da cidade. A ideia do projeto é aumentar ainda mais a vinda de pessoas oriundas dos principais mercados emissores de turistas para Salvador. Com o investimento, a expectativa é aumentar a demanda por leitos de hotéis soteropolitanos no próximo Verão. De acordo com o Observatório do Turismo, os hotéis da cidade tiveram uma ocupação de 34,5% no Verão 2020/2021. Para o Verão 2021/2022, em um cenário adverso, a previsão é de 51,81% e, em um cenário promissor, pode chegar a 75,94% de ocupação.

A primeira etapa do Road Show Salvador prevê a realização de capacitação voltada para o canal de vendas do turismo, incluindo cerca de 2 mil operadores e agentes de viagens. A iniciativa começa já a partir desta sexta (30) em Porto Alegre e deve durar até novembro, retornando para Salvador. No mês de agosto, a previsão é de visitação em Aracaju (SE) e Rio de Janeiro (RJ). No mesmo mês, uma capacitação virtual acontecerá em Buenos Aires e Córdoba (ambas cidades na Argentina), e Santiago (Chile).

Em setembro, a programação inclui Brasília (DF), Goiânia (GO) e São Paulo/ABC (SP). Para outubro, haverá visitação em Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR). “Iremos até as cidades brasileiras e também faremos Road Shows virtuais, em função da pandemia, para o mercado internacional. O objetivo é que esse mercado possa vender de forma ainda melhor a cidade, mostrando o que temos para oferecer e também os protocolos de segurança que estamos adotando”, explica o presidente da ABIH-BA, Luciano Lopes.

A segunda etapa, chamada de Fam Show, está prevista para acontecer no mês de novembro em Salvador. Serão trazidos para a cidade ao menos mil agentes de vendas e profissionais que influenciam a decisão de viagens do chamado público final, bem como clientes corporativos para viverem e se familiarizarem com as experiências proporcionadas pela cidade. “Eles vão passar uma semana aqui para ver de perto tudo que falamos. Eles vão visitar os hotéis, os pontos turísticos e os bares e restaurantes. Isso tudo para que eles tenham ainda mais conteúdo e propriedade para vender a nossa cidade para os turistas”, acrescenta Lopes.

Ainda como parte da estratégia, a terceira etapa consiste no Hospitality Experience, evento que tem a finalidade de trazer as novas tendências do mercado de turismo, capacitação, oportunidades de network, palestras sobre as diversas temáticas de interesse do segmento, além de discutir políticas públicas para o setor. “Será um pequeno congresso em conjunto com rodadas de negócios. Ou seja, vamos discutir temas ligados à hotelaria, ao turismo e à hospitalidade. Ao mesmo tempo, iremos fechar negócios com esses operadores e agentes que vierem para cá. O Fam Show e o Hospitality serão realizados concomitantemente, fechando com a rodada de negócios para firmar parcerias e pacotes”, finaliza o presidente da ABIH-BA.

Otimismo
De acordo com o titular da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Fábio Mota, a média de dias que o turista fica hospedado em Salvador está em seis e o objetivo da pasta é alcançar 10. A aposta está no turismo religioso e na melhoria da Orla. “Estamos fazendo a requalificação da orla de Itapuã, Stella Maris, Praia do Flamengo e Ipitanga para melhorar o turismo de sol e praia. Em função da saída das barracas de praia, tivemos uma baixa e identificamos que era preciso realizar alguma ação. Agora, com a Nova Orla, a gente pretende alavancar esse turismo de sol e praia, juntamente com a Baía de Todos os Santos”, afirma.

“O turismo religioso sempre foi uma aposta. Nós estamos em franco desenvolvimento de roteiros com a pastoral da Igreja Católica, juntamente com agentes ligados aos equipamentos de Irmã Dulce. Estamos implementando na cidade uma nova sinalização turística voltada para o turismo religioso, que tratá informações contando a história de cada local. Isso deve ser implementado ainda este ano”, acrescenta Mota.

O vice-presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav-BA), Jorge Pinto, se diz otimista com os anúncios e acredita que Salvador terá índices positivos já a partir da chegada da Primavera. “Já estamos tendo um crescimento progressivo e a ideia é que esse aumento se acelere agora já a partir de setembro deste ano, aquecendo para o Verão. Estamos precisando disso. Passamos por um período muito duro de pandemia. A previsão é de um futuro muito melhor e queremos colocar Salvador novamente como portão do Nordeste”, coloca.

“Eu tenho me comunicado com pessoas do setor turístico de diversos estados e o retorno é que o trabalho que a prefeitura vem fazendo está tendo um efeito altamente positivo no sentido de aumentar a procura da cidade como destino de turistas. É fundamental que, para receber essas pessoas, a gente esteja estruturado e o que vejo do setor hoteleiro é que Salvador está pronta. Nossos guias e toda a cadeia produtiva da cidade também estão prontos para receber os turistas. Tenho certeza de que teremos uma retomada consistente”, finaliza o vice-presidente da Abav-BA.

De acordo com a prefeitura, Salvador tem à disposição 39 mil leitos na rede hoteleira, mais de 300 meios de hospedagens, cinco centros de convenções e mais de 5,2 mil restaurantes. Em junho, os hotéis da capital baiana tiveram ocupação de quase 40% das acomodações, o que, para o Observatório do Turismo da Bahia, indica uma retomada da frequência de turistas. De acordo com o Ministério do Turismo, o mês de julho confirmou o aumento da procura por turismo de natureza e Salvador está entre os quatro principais destinos do país, com atividades de sol e praia.

Investimentos no turismo
O prefeito Bruno Reis ressaltou, durante a coletiva de anúncio do porgrama, os impactos que a pandemia gerou nos cofres da prefeitura, demandando investimentos na área da saúde, mas afirmou que não deixou de olhar para outros setores e que os recursos aplicados no turismo são vistos como investimento. “Só a conta de cinco meses de hospitais de campanha, de gripários e tendas demandou R$ 131 milhões. Com esse dinheiro, era possível construir um novo centro de convenções, dava para recuperar todos os trechos de orla que faltam. A pandemia absorveu uma grande parcela de recursos públicos, mas isso não nos afasta dos nossos objetivos e compromissos”.

Bruno afirmou que a Casa da Música, que teve inauguração adiada por conta da pandemia, já está pronta e deve ser aberta em agosto. O Arquivo Público da Cidade está em execução e deve ficar pronto no início de 2022. Além disso, será dada nesta quarta-feira (28) a ordem de serviço para requalificação total do Museu da Misericórdia e, até o dia 15 de agosto, terá início a obra de recuperação total do Mercado Modelo.

O prefeito ressaltou que o Monumento Mário Cravo também será recuperado e uma roda-gigante, semelhante àquela instalada no Rio de Janeiro, inspirada na London Eye, deve ser montada em Salvador. A estrutura deve ficar nas proximidades do Polo de Economia Criativa e do Hub de Tecnologia, no Comércio. “Tenho certeza que esse conjunto de ações e esforços que estamos fazendo vão estimular ainda mais a retomada dos setores econômicos da nossa cidade”, disse o prefeito.

Por fim, Bruno Reis ainda anunciou que a prefeitura planeja a implantação de um memorial em homenagem às vítimas da covid-19 e aos profissionais de saúde que auxiliam o combate à pandemia. O memorial será instalado na Praça Cairu e ainda não tem previsão de data.

Live Tour
Nesta terça-feira (27), também foi apresentado o balanço do projeto Live Tour Salvador, realizado de 13 a 23 de junho pela prefeitura em parceria com a Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav-BA). Foram 11 edições de lives, com mais de 13 horas de conteúdo, 18 agências de receptivo participantes, mais de 70 atrações turísticas apresentadas e cerca de 80 pessoas envolvidas, entre produção técnica e convidados.

A série de lives trouxe informações sobre equipamentos turísticos e experiências na cidade, além de promover as agências de turismo receptivo. As transmissões alcançaram mais de 1 milhão de visualizações e mais de 52 mil interações nas redes sociais, além de 5,1 milhões de impressões em anúncios e mais de 250 mil visitas ao site salvadordabahia.com.

Conduzidas pelo jornalista José Raimundo, as lives contaram com a participação de guias, historiadores e especialistas, e foram transmitidas diretamente dos perfis do Facebook, Instagram e YouTube do Visit Salvador da Bahia. As edições do projeto ressaltaram as belezas de Itapuã, Beach Clubs, Rio Vermelho, Memorial Irmã Dulce, Humaitá e Bonfim, Rua Chile e Praça Castro Alves, Terreiro de Jesus, Largo do Pelourinho, Santo Antônio Além do Carmo, Ilha dos Frades e Barra.

“Fomos surpreendidos com esse projeto que foi uma ação inédita e que mostrou pontos turísticos de forma detalhada. As agências de viagem do receptivo tiveram a oportunidade de mostrar a todos que estavam assistindo o trabalho que é feito junto aos turistas”, celebrou a presidente da Abav-BA, ngela Carvalho.

De acordo com a Secult, a Live Tour teve impacto positivo na ocupação hoteleira da cidade. De 13 de março a 12 de junho deste ano, a média de ocupação registrada foi de 31,88%. De 13 de junho a 23 de julho, o número subiu para 40, 04%, representando um acréscimo de 25,6%.

Entre 2 e 4 mil turistas deixaram Morro de São Paulo nesta semana enquanto a ilha penava sem energia elétrica por mais de 48 horas. Essa é a estimativa da Associação Comercial Empresarial de Cairu (ACEC), que considera a situação como uma catástrofe sem precedentes. “Sem energia, não tinha bomba para encher o tanque de água, não tinha como conservar os alimentes e os restaurantes abrirem. Os turistas ficaram sem opção a não ser voltar para casa”, disse Christian Willy, presidente da instituição.

A Prefeitura ainda não tem uma estimativa de quanto foi o prejuízo financeiro, mas os comerciantes tem na ponta da língua as perdas. Dos 20 clientes que estavam hospedados no estabelecimento de Fabrício Matos, 18 foram embora sem pagar, pois, sem energia, não era possível fazer o pagamento por cartão de crédito ou pix.

“Alguns abordamos depois e todo mundo pagou. Teve também os que tinham a reserva ativa e tivemos que fazer o estorno dos dias que eles não ficaram. Outros viriam para cá nesse período e cancelaram a viagem”, diz o empresário, que calcula um prejuízo de cerca de 50% do seu faturamento normal. “Também perdi alimento que estragou e ficamos sem água”, lembra.

É que, sem energia elétrica, não era possível funcionar as máquinas de abastecimento de água na ilha. Os únicos locais que conseguiram funcionar foram os que tinham geradores. A energia na cidade foi interrompida as 18h dessa segunda-feira (19) e só retornou por volta das 20h30 da quarta-feira (21).

Uns dos turistas que deixaram o local foi o casal Samila Ferrer e Guilherme Paiva, que vieram de São Paulo para conhecer pela primeira Morro de São Paulo. “A gente chegou no sábado e logo na segunda acabou a energia. Logo depois acabou a água. Na terça-feira, ainda fizemos um passeio, pois pensávamos que fosse voltar, mas nada. Na quarta de manhã não tivemos outra opção a não ser ir para Salvador”, descreve. É na capital baiana que o casal está atualmente.

“De certa forma, foi bom, pois estamos conhecendo locais novos aqui”, diz Samila, que apesar dos problemas vividos em Morro de São Paulo, vai continuar recomendando a cidade.

“Tudo é realmente muito bonito, o pessoal é acolhedor, atende bem e não tivemos problemas. A gente recomenda sim, apesar dessa situação. Mas recomendo também a pessoa sempre levar um carregador portátil e ter ações para se prevenir de eventualidades como essa”, explica.

Engenheiro teve que paralisar obra que acontecia em Morro de São Paulo
Os turistas que puderam ir embora da ilha se livraram do problema que é ficar sem energia e água. Já quem mora no local teve que encarar o perrengue. O engenheiro Luiz Heleno Fernandes, 59 anos, por exemplo, precisou paralisar a obra que realizava em Morro de São Paulo, uma vez que todos os equipamentos movidos a energia elétrica deixaram de funcionar.

“Aliás, esse foi o grande problema da cidade. Comércio, pousada e também as obras ficaram prejudicadas. Não tinha como tirar dinheiro, não tinha como usar máquina, celular descarregado. Não tinha bomba para mandar água para os reservatórios”, lembra o rapaz, que teve a situação amenizada por causa da ajuda de amigos e vizinhos.

“Como morador, já conheço todo mundo e fui fazendo um vale para pagar depois as despesas. Os operários conseguiram ser atendidos pela empresa de alimentação. A gente se organizou, levou água para eles. A prefeitura também deu um apoio, mas tudo dependia mesmo da Coelba, que não dizia claramente o que estava acontecendo”, afirma.

A Coelba, inclusive, foi procurada, mas não respondeu. Na quarta-feira (21), a pasta publicou uma nota que afirma ter mobilizado um contingente com mais de 70 profissionais, entre eletricistas, operadores e engenheiros, em revezamento desde o início da ocorrência, para atuar na recomposição da rede elétrica danificada.

“A hipótese mais provável é que tenha sido causado por uma intervenção externa que provocou esforço mecânico na estrutura da linha de transmissão. As dificuldades de acesso ao local e as condições adversas do terreno – localizado em área de mata fechada e alagado devido às fortes chuvas -, dificultam a chegada de equipamentos e, consequentemente, da conclusão do serviço”, disseram.

Falta de energia na ilha é recorrente
Segundo os moradores, essa não é a primeira vez que Morro de São Paulo sofre com falta de energia. “O problema é que passa ano, entra ano e a Coelba não dá solução definitiva. Eles reestabeleceram a energia e ainda continuam partes sem luz, o que é corriqueiro. O ano todo tem isso. É tanta gente nos procurando preocupados, dizendo que vão perder carne, comida. Nesse momento de pandemia, é triste demais”, desabafa o secretário especial de Morro de São Paulo, Eduardo Ferraz.

O empresário Fabricio Matos também reclama da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia. “Esses cortes de energia geram uma bagunça total e quem paga somos nós moradores, que vivemos do local. Eu já perdi ar condicionado, TV, frigobar, máquina de lavar, geladeira, videogame, computador, notebook... fora os clientes que não entendem a falta de energia e ainda processam a gente”, disse o dono de pousada.

O presidente da ACEC espera que, após esse apagão de mais de 48 horas ter atingido a ilha, a Coelba faça os investimentos necessários para que não haja esse problema em Morro de São Paulo. “Eu imagino que agora, após essa catástrofe, os investimentos vão ocorrer em velocidade maior para que evite esse problema que dura 10 anos. A infraestrutura não acompanha o desenvolvimento de Morro de São Paulo, mas precisamos fazer uma virada e não perder os turistas”, defende.

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Salvador foi o destino nacional mais vendido nacionalmente em 2020, segundo o anuário da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (BRAZTOA). Aparecem na sequência Maceió e Natal (2º) e Rio de Janeiro e São Paulo (3º). Somente o Nordeste recebeu cerca de 2 milhões de turistas através das operadoras da Braztoa, representando 70% das vendas nacionais.

Titular da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Fábio Mota celebrou o resultado e destacou iniciativas que têm sido tomadas para diminuir o impacto da pandemia de covid-19 no turismo. Além de uma estratégia de marketing com várias campanhas digitais, a lista inclui as obras de requalificação da orla, a criação do Selo Verificado e certificação do Safe Travel, a revitalização do Centro ao Atendimento ao Turista (CAT), o Capacita – programa de capacitação dos trabalhadores formais e informais do segmento turístico, e a promoção de press trips com jornalistas internacionais.

Equipamentos administrados pela Secult foram reabertos no período, seguindo protocolos sanitários. Entre eles estão a Casa do Carnaval, no Centro Histórico; Casa do Rio Vermelho – Jorge Amado e Zélia Gatta; e espaços Carybé das Artes, no Forte São Diogo, e Pierre Verger da Fotografia Baiana, no Forte de Santa Maria.

"Isso é fruto de um trabalho realizado desde 2013, onde Salvador foi completamente reconfigurada e essa transformação possibilita que o destino turístico esteja mais estruturado para seus residentes e preparado para receber os visitantes. A cidade agora está passando a colher os louros dessas ações de requalificação que foram feitas nos últimos anos contemplando o patrimônio cultural, artístico e turístico da capital”, diz Mota..

Turismo inteligente
Na semana passada, Salvador também foi uma das cidades escolhidas para participar de um projeto-piloto de Destino Turístico Inteligente (DTI) do Brasil, criado pelo Ministério do Turismo (MTur). A ideia do projeto é ampliar a competitividade dos destinos turísticos, investindo no turismo tecnológico, sustentável e acessível.

O modelo metodológico foi criado a partir de uma parceria com o Instituto Argentino Cidades Del Futuro (ICF) e com a Sociedade Mercantil Estatal para a Gestão da Inovação e as Tecnologias Turísticas (Segittur), da Espanha, instituições pioneiras no segmento.

Dentre as iniciativas estão o desenvolvimento de uma metodologia adaptada à realidade brasileira para a realidade de Destinos Turísticos Inteligentes; a realização de um diagnóstico situacional dos destinos que farão parte do projeto; a capacitação de gestores federais e locais; o acompanhamento da implementação das soluções relacionadas à eficiência na governança; a correta utilização de recursos públicos; o respeito às normas de acessibilidade e aos princípios de sustentabilidade; e a utilização da tecnologia a favor da valorização dos destinos e seus patrimônios, ao mesmo tempo que atenda às demandas dos turistas e visitantes.

Basta ir a qualquer ponto turístico de Salvador que eles - os turistas - estão lá. E são muitos! Todos com o celular a postos, fazendo pose para a foto que vai ficar como registro da viagem. A professora Elizabeth Rodrigues, 40 anos, não perdeu a oportunidade da selfie com as cinco amigas de São Paulo. É a sua primeira vez na cidade e ela está adorando. “As pessoas aqui são muito simpáticas. Já visitamos o Pelourinho, o Elevador Lacerda e agora o Farol da Barra. Também já provei e aprovei a famosa moqueca de camarão. O próximo da lista é o acarajé”, conta.

Apesar da pandemia, o movimento de turistas em Salvador cresceu mesmo. De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (ABIH-BA), Luciano Lopes, a expectativa para o mês de janeiro é de uma taxa de ocupação entre 55% e 60%.

“Os números ainda são muito mais baixos do que os dos anos anteriores, mas já demonstram uma retomada das atividades turísticas em Salvador. Fizemos algumas previsões para o final de 2020 e início deste ano e estamos vendo que elas estão se concretizando. A nossa expectativa é atingir em 2021 entre 70% e 80% das taxas de ocupação de 2020”, afirma.

O guia de turismo Thiago Duarte aponta que a pandemia trouxe muitos prejuízos, mas janeiro está sendo um mês positivo, com bastante demanda: “O turismo parou em março e eu, particularmente, só voltei a trabalhar em setembro. Aí eu venho voltando gradativamente e agora tenho trabalhado quase todos os dias. O movimento está bem mais aquecido”.

Ele acrescenta que 99% dos turistas que atende são brasileiros de diversos estados. Além disso, a maioria busca por passeios privativos, que não misturem grupos diferentes: “Eu acredito que, por causa do coronavírus, as pessoas ainda estão com medo de se aglomerar e têm preferido os passeios de forma separada”.

É o que está fazendo a professora Elizabeth, que teve medo de viajar na pandemia, mas decidiu encarar, evitando aglomerações.

“Começamos a pensar na viagem em novembro, quando a covid estava em queda, mas aí os casos aumentaram de novo e ficamos com receio. Mas, viemos mesmo assim e estamos achando tranquilo, evitamos lugares muito cheios e fechados e tomamos todos os cuidados”, explica.

Ocupação
De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), os dados da taxa média de ocupação hoteleira vem apresentando crescimentos constantes, sobretudo a partir de julho. Em dezembro de 2020, a capital baiana recebeu 467.989 turistas. No mesmo mês, a taxa de ocupação hoteleira na cidade foi de 48,59%. O número ainda é abaixo do registrado em 2019, 60,15%, mas muito maior do que o pior mês do ano passado, abril, que registrou apenas 11%.

O presidente da ABIH-BA, Luciano Lopes, revelou ainda que a maior demanda vem da região Sudeste: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Para Silvana Rós, guia de turismo e vice-presidente da Federação Nacional dos Guias de Turismo, os números confirmam o que ela já observa: “Eu retomei as atividades em agosto, muito timidamente. Agora em dezembro estamos percebendo um aquecimento da visitação. E até então não vi uma representação significativa de turistas estrangeiros, como sempre acontece no período de alta estação”.

Prejuízos de 2020
Luciano Lopes relembra que o ano passado foi bastante desafiador para toda a área turística: “O setor hoteleiro baiano chegou a interromper praticamente todas as atividades com a chegada da covid-19. Em Salvador, as reservas dos hotéis foram reduzidas a praticamente zero, além do cancelamento total de eventos. Vivemos um verdadeiro colapso, impactando milhares de famílias”.

Nos hotéis, a previsão de ocupação esperada para 2020 era de 66,4%, mas o ano fechou em 37,4%. Em 2019, o balanço ficou em 62,49%. Isso trouxe uma redução de 56% no faturamento dos hotéis, se comparado com o ano anterior - R$ 673 milhões a menos no faturamento anual.

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), de janeiro a novembro de 2020, o número de passageiros no aeroporto de Salvador caiu 52,1% se comparado ao mesmo período do ano anterior, passando de 7,3 milhões para 3,1 milhões.

O presidente da ABIH-BA destacou que mais de 95% dos hotéis tiveram que fechar as portas, ao menos temporariamente, devido à falta de clientes entre março e maio de 2020. Mais de 40% dos funcionários foram demitidos.

Esperanças para 2021
De acordo com o secretário estadual de Turismo, Fausto Franco, a Bahia está empenhada na recuperação do turismo e, em especial, da malha aérea.

“Os resultados já são positivos, com as companhias voltando a operar voos regulares e charters, com destaque para voos internacionais, que estão sendo retomados à medida que os visitantes entendem a seriedade das medidas adotadas pela Bahia diante da pandemia”, avalia.

No Aeroporto Internacional de Salvador, a projeção é de 4.594 voos desembarcando entre 1º de dezembro de 2020 e 31 de janeiro de 2021.

A Secult estima que entre dezembro de 2020 e março de 2021 haverá um crescimento médio de 20%. Ainda segundo a projeção estimada pela secretaria, os dados da hotelaria podem chegar ao final de março com um índice médio de ocupação em torno dos 67%, retornando assim ao patamar registrado nos dois anos anteriores à pandemia.

Para o presidente da ABIH-BA, é preciso ter esperança, mas também colocar os pés no chão. “Sem a vacina, não tem como a gente superar o ano de 2020. É muito difícil porque, com a pandemia e sem a vacina, ainda há muita limitação de voos e de capacidade em restaurantes, por exemplo”, avalia.

Ele diz ainda que é possível manter as atividades, que os hotéis estão preparados e que é necessário seguir todos os protocolos recomendados. “Fizemos treinamentos para capacitar os funcionários para que eles estivessem preparados para seguir todos os protocolos de segurança e passar para os hóspedes uma sensação de segurança”, afirma.

Protocolos

Dicas da guia de turismo e vice-presidente da Federação Nacional dos Guias de Turismo, Silvana Rós:

Usar máscara o tempo todo
Trocar a máscara a cada 3h
Usar álcool em gel a cada vez que tocar algum objeto
Não contar com o auxílio das mãos dos guias para descida e subida dos veículos de transporte
Nos retornos aos veículos, higienizar as mãos com álcool em gel
Manter distanciamento em todos os locais
Os guias devem disponibilizar o aparelho e fazer a aferição da temperatura dos turistas
Os queridinhos de Salvador

*Informações dos sites Salvador da Bahia e Pelourinho Dia e Noite

Segundo o guia Thiago Duarte, os lugares que fazem mais sucesso em Salvador entre os turistas são o Centro Histórico, a Igreja Nosso Senhor do Bonfim e o Memorial Irmã Dulce.

A guia Silva Rós aponta os mesmos locais como os preferidos e dá destaca para a Praça Cairu, em frente ao Mercado Modelo, recém revitalizada pela Prefeitura de Salvador. “Os turistas querem um tempo para fazer compras e também para tirar fotos por lá”, afirma Silvana.

Praça Cairu - A Praça Visconde de Cairu foi construída entre o fim do século XIX e início do século XX o seu nome é uma homenagem a José da Silva Lisboa, o Visconde de Cairu, político baiano. No local, encontra-se uma estátua de bronze do Visconde e a antiga residência usada por ele, onde estão sendo construídos o futuro Museu da Cidade e o Arquivo Histórico Municipal de Salvador.

Centro Histórico - O Centro Histórico de Salvador – do qual o Pelourinho é símbolo e síntese – constitui o maior conjunto arquitetônico colonial da América Latina. O espaço é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura). São mais de 3 mil imóveis dos séculos XVI a XIX, com sua arquitetura monumental de finalidade religiosa, civil – de função pública e privada – e militar.

Igreja do Bonfim - É uma das mais tradicionais igrejas católicas da cidade, dedicada ao Senhor do Bonfim e símbolo do sincretismo religioso da Bahia. A devoção ao Nosso Senhor do Bonfim é herança portuguesa, apó o comerciante e traficante de escravos Teodósio de Faria trazer uma imagem a Salvador como pagamento de uma promessa por ter sobrevivido a uma tempestade no mar. A festa religiosa e “profana” mais importante da Bahia, a “Lavagem do Bonfim” acontece, todos os anos, na segunda quinta-feira do mês de janeiro.

Memorial Irmã Dulce - Inaugurado em 1993, um ano após a morte da freira baiana, o Memorial Irmã Dulce (MID) é uma exposição permanente sobre o legado de amor e caridade do Anjo Bom da Bahia, reunindo mais de 800 peças que ajudam a preservar e manter vivos os ideais da religiosa. O hábito usado por ela, fotografias, documentos e objetos pessoais podem ser vistos no MID, que ainda preserva, intacto, o quarto de Irmã Dulce, onde está a cadeira na qual ela dormiu por quase trinta anos em virtude de uma promessa.

Farol da Barra - O Farol da Barra faz parte do Forte Santo Antônio da Barra. Esta fortificação abriga o Museu Náutico da Bahia, que conta com um acervo histórico formado por objetos de diversas épocas, alguns deles submersos por até 300 anos, e que ajudam a compreender a relação do homem com o mar e da Bahia com o Farol. Segundo o portal da Marinha do Brasil, o forte foi erguido em 1536, sendo a primeira fortificação do País, e é um dos principais pontos turísticos de Salvador.

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