O Jornal da Cidade

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A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por meio do Centro de Operações de Emergências em Saúde (COE), está recomendando o retorno gradativo e seguro das cirurgias eletivas, desde que sejam mantidas todas as medidas de prevenção e controle de infecção para a Covid-19.
Os procedimentos estavam suspensos desde agosto do ano passado, devido à necessidade de realocação de profissionaisde saúde, medicamentos e equipamentos para a linha de frente da pandemia. Estima-se que, na Bahia, houve uma redução de 49% no volume de cirurgias eletivas, e de 6% nas oncológicas.

Em nota, a pasta explica que a decisão leva em consideração a crescente demanda por cirurgias eletivas, reprimida desde o início da pandemia da Covid-19, bem como o quadro epidemiológico atual, com a redução do número de casos ativos, de pacientes internados e da ocupação de leitos de UTI. Nesse contexto, cada unidade de saúde deve estabelecer estratégias de priorização da agenda de cirurgias, observando as características de cada especialidade e as condições clínicas do paciente, cuja espera possa agravar o prognóstico da doença.

Deve-se ressaltar que os procedimentos cirúrgicos devem ser suspensos caso o paciente tenha febre ou qualquer outro sintoma respiratório nos últimos 10 dias, assim como tenha tido contato próximo0 com pessoa diagnosticada com Covid-19 no mesmo período, com exceção dos casos de urgência e emergência.

Com base nas recomendações da Sesab/COE, devem ser realizados os seguintes procedimentos: 100% dos procedimentos ambulatoriais (pequenas cirurgias, sob anestesia local), 100% de cirurgias com anestesia locorregional (raqui e peridural), 100% da capacidade operacional mensal de cirurgias eletivas da unidade com indicação de anestesia geral, sendo o ano de 2019 referência para compor essa taxa.

Está previsto ainda que é garantida aos familiares a informação da condição e evolução clínica do paciente, através de boletins diários, e que os casos de excepcionalidade, a exemplo de morte encefálica (suspeita ou confirmada), processo ativo de morte (fim de vida ou paciente terminal) e pacientes em cuidados, paliativos devem ser sempre avaliados, devendo-se ponderar sobre riscos x benefícios para definir horário e tempo de permanência de visitas.

Nas enfermarias ou quartos conjuntos estão permitidos acompanhantes apenas para pacientes que necessitem desse cuidado durante o internamento, minimizando a circulação e exposição de pessoas. Nos casos de pacientes com mais de 60 anos, com necessidades especiais, menores de 18 anos e pacientes em cuidados paliativos é permitida a permanência de um acompanhante, com troca a cada 12 horas.
Pessoas com febre, tosse ou sintomas gripais ou que tenham tido contato com pessoas com suspeita de Covid-19 nos últimos 14 dias não devem acompanhar pacientes e devem ser evitadas aglomerações nas salas de recepção e espera, respeitando-se o distanciamento de 1,5 metros entre cada pessoa.

Com base em recomendação do COE, está permitido o retorno gradual de visitas para pacientes internados sem diagnóstico de Covid-19, incluindo pacientes em unidades fechadas, como UTIs, semi-intensivas e salas de estabilização, entre outras ou pacientes internados em quartos individuais. São permitidos dois visitantes por paciente, pelo período máximo de uma hora, com alternância de horários de visitas por leitos, a fim de evitar aglomerações.

Permanecem suspensas as visitas em unidades de internação com pacientes com diagnóstico suspeito ou confirmado de Covid-19, enquanto nos setores pediátricos é permitido um acompanhante e as visitas estão suspensas. As unidades de saúde devem incentivas visitas virtuais, por meio de vídeo chamadas ou ligações através da equipe multiprofissional.

A variante Delta da covid-19 não para de se espalhar na Bahia. Nesta segunda-feira (20), o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) divulgou ter detectado mais 10 casos em sete cidades do estado: Senhor do Bonfim (2), Sapeaçu, Conceição do Almeida, Salvador (2), Vereda, Medeiros Neto (2) e Vitória da Conquista.

Um dos casos evoluiu para óbito, mas a Sesab não divulgou qual. A idade dos pacientes varia de um a 45 anos. São três homens e sete mulheres. A detecção foi feita por meio de sequenciamento genético.

Com os novos registros, a Bahia tem, no total, 14 casos da variante, com dois óbitos. Os quatro primeiros foram identificados em residentes dos municípios de Feira de Santana, Vereda e Prado, além de um tripulante de um navio ancorado em Salvador. Apesar dos casos da Delta, a variante Gamma é a responsável por quase 80% das infecções no estado.

Segundo a Sesab, a escolha das amostras para o sequenciamento é baseada na representatividade de todas as regiões geográficas do estado da Bahia, casos suspeitos de reinfecção, amostras de indivíduos que evoluíram para óbito, contatos de indivíduos portadores de variantes de atenção (VOC) e indivíduos que viajaram para área de circulação das novas variantes com sintomas clínicos característicos.

A secretária da Saúde da Bahia em exercício, Tereza Paim, alerta que a principal medida para conter o avanço da covid-19 e, por consequência, a variante Delta, é o avanço da vacinação.

“É importante que as pessoas busquem as unidades de saúde para tomarem o imunizante contra a doença, incluindo também a dose de reforço. O esquema completo de vacinação dá uma maior garantia de defesa contra a Covid-19”, ressalta.

Reconhecido como a 3ª maior unidade de vigilância laboratorial do país e classificado na categoria máxima de qualidade pelo Ministério da Saúde, o Lacen-BA já analisou amostras de mais de 150 municípios dos nove Núcleos Regionais de Saúde.

Sistema de saúde da Bahia está preparado, diz secretária sobre variante Delta

Caso da variante Delta em Vitória da Conquista
Vitória da Conquista teve o primeiro caso confirmado da variante delta da covid-19. A paciente, uma mulher de 39 anos, estava vacinada com as duas doses, não chegou a ser internada e já está recuperada, informou a prefeitura da cidade.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Conquista, seis meses antes a mulher tomou as duas doses da Coronavac. Depois disso, viajou para o Espírito Santo e retornou à Bahia em 14 de agosto, assintomática. Ela declarou que continuou fazendo uso correto da máscara nesse período.

Dois dias depois de voltar da viagem, a mulher começou a apresentar obstrução nasal, febre, tosse a ter calafrios. Ela seguiu em isolamento domiciliar. No dia 19, cinco dias após chegar da viagem, fez o teste de laboratório para saber se estava com covid-19, o que se confirmou.

Em 2020, a paciente já tinha sido diagnosticada com covid-19. O novo resultado do exame foi submetico ao sequenciamento genético e foi identificado que se tratava da variante delta. O resultado foi enviado na sexta (17) à Coordenação da Vigilância Epidemiológica da SMS.

Em investigação clínica e epidemiológica, a paciente foi monitorada desde o início dos sintomas, sendo observada a evolução benigna da doença e hoje ela se encontra recuperada, acrescenta a SMS.

Um familiar com quem a paciente teve contato também apresentou resultado positivo para Covid-19 e se manteve em isolamento domiciliar por 10-14 dias do início dos sintomas.

A variante delta
A variante Delta tem um histórico de transmissibilidade maior do que as demais variantes, mas a vacinação tem se mostrado eficaz para conter os quadros graves que necessitam de hospitalização.

Em nota, a secretaria reforça a importância da população se vacinar e continuar com os cuidados para evitar disseminação da doença, como usod e máscaras e de álcool em gel.

Em caso de sintomas, o contato com a unidade de saúde ou call center deve ser imediato para realizar o atendimento, testagem e isolamento.

O músico John Lima liberou no final da manhã desta segunda-feira (20) a ex-mulher, Flávia Souza Santos, 30 anos, que era mantida refém em uma casa no bairro de Sussuarana. Depois de quase quatro horas de negociação com a polícia, ele se rendeu. John usava uma faca para manter Flávia na casa e exigia R$ 8 mil para a liberação.

Por volta das 11h45, os dois saíram de rostos cobertos e foram atendidos no local pela ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A multidão que acompanhava a negociação vaiou John e pediu que a polícia o entregasse aos populares. Os dois foram levados para a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), em Brotas.

"Foi conflito em relacionamento que evoluiu pra essa situação de cárcere. Desde o início eles brigaram durante a madrugada, então houve agressões mútuas, a casa está lá desarrumada resultado justamente desse conflito entre os dois", disse o major Luciano Jorge, comandante da 48° Companhia Independente (Sussuarana). "Todos os dois estão abalados. Estão mentalmente perturbado. Mas graças a Deus concluímos, estamos muito felizes em ter atingido esse objetivo, manter a integridade de todos", acrescenta.

A policia foi para o local após a mãe da vítima se dirigir até a sede da 48ª CIPM, que fica a poucos metros do local, e informar sobre a agressão que a filha sofria, de um ex-companheiro. Imediatamente a casa foi isolada e os militares iniciaram a negociação.

De acordo com familiares, o músico já estava separado há cerca de 6 meses da mulher, Flávia Souza Santos, de 30 anos. "Ele é um covarde, porque homem que bate em mulher é covarde. Ele já furou ela. Neste dia ela foi socorrida pelo padrinho ao HGE. E eles não estavam juntos", diz o pai de Flávia, Gerson Pereira Santos, 64

Por volta das 7h, Flávia ligou para a mãe, Maria Hilda de Souza, 65 anos, pedindo socorro. Maria Hilda, que mora perto, foi até a casa. Ao chegar lá, já encontrou John mantendo Flávia como refém. Ele dizia que só sairia dali se recebesse R$ 8 mil - ele enviou de SP R$ 10 mil para a ex, que comprou móveis e eletrodomésticos para a casa.

Histórico de brigas
Familiares contam que eles mantiveram uma relação de quase 10 anos, com várias idas e vindas, porque John era agressivo - a mãe de Flávia diz que ela chegou a registrar queixa contra ele na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam). Há seis meses, o término definitivo aconteceu. John viajou para São Paulo para fazer shows. Flávia continuou em Salvador com os filhos.

"Eles vivem brigando. Ele era muito ciumento. Ele também me ameaçava. Sempre exigia dinheiro e eu dava para ver a minha filha livre dele. Cheguei a comprar uma moto e antes mesmo de resolver a documentação, ele vendeu. Eu não sei a quem ele deve tanto assim. Pra ver a minha filha numa situação melhor, cheguei a pegar dinheiro com agiota pra dar pra ele", diz Maria Hilda.

Aos parentes, John diz que chegou de madrugada e quis ir embora 1h, mas Flávia não deixou. Depois disso, ele descobriu no celular de Flávia conversas que ela teria com outros homem. Ele ligou para a pessoa das mensagens, que confirmou a relação com Flávia. A partir daí, ele começou a exigir o dinheiro de volta. Depois disso, passaram a noite brigando, inclusive com agressões físicas. Pela manhã, ele a impediu de sair de casa.

"Eles brigavam constantemente. Eu mesmo já separei as brigas e uma delas já levei um murro dele. Ele me considera mais que os irmãos dele de sangue e foi por isso que, durante a negociação, ele pediu para eu descer, para falar com ele, mas a polícia não deixou", contou Hermes Agostinho, marido do prima de Flávia e irmão de consideração do cantor

"Quando eles tiverem o primeiro filho, a briga era intensa, mas não passavam das ofensas. Mas depois da segunda criança, ele começou a agredi-la fisicamente varais vezes ao dia", contou a prima Flávia

De dentro da casa, John manteve contato com parentes através de mensagens de celular. Ele pediu água e também solicitou a presença de um advogado, que chegou por volta das 11h15.

"O advogado está aqui para garantir não só as garantias constitucionais do chamado sequestrador, mas também para garantir a integridade de física da vítima", disse o defensor, Marcos Matos. "Devemos priorizar a integridade da vítima. Tanto de quem está causando a agressão de quem está sofrendo agressão", destacou.

Os brasileiros que planejam viajar aos Estados Unidos a turismo poderão fazê-lo a partir de novembro, desde que estejam completamente vacinados. O anúncio da abertura das fronteiras do país norte-americano foi feito nesta segunda-feira (20).

Atualmente, brasileiros podem viajar aos Estados Unidos, mas, para isso, precisam passar 14 dias em países como Costa Rica ou México. Com a nova regra, essa "quarentena" não será mais obrigatória.

Ainda não foram divulgadas quais vacinas serão aceitas. A tendência é que a Pfizer, Oxford/AstraZeneca e Jansenn sejam liberadas, pois elas já são aplicadas por lá. A principal dúvida recai sobre a Coronavac, que não foi aprovada pela agência reguladora americana.

Além de comprovar a vacinação completa, os turistas também precisarão fazer um teste PCR antes de embarcar.

O banimento das viagens internacionais de turistas provenientes do Brasil está em vigência desde o início de 2020.

As empresas Pfizer e BionTech anunciaram nesta segunda-feira (20) que a vacina delas contra a covid-19 é segura e induziu resposta imune considerada "robusta" em crianças de 5 a 11 anos.

Os dados são das fases 2 e 3 dos testes, que aconteciam de maneira simultânea, sob coordenação das empresas.

As crianças dessa faixa receberam uma quanidade menor da vacina. Foram duas doses de 10 microgramas (µg) administrados com 21 dias de intervalo. A partir dos 12 anos, a dose usada era de 30 microgramas.

"As respostas de anticorpos nos participantes que receberam doses de 10 µg foram comparáveis às registradas em um estudo anterior da Pfizer-BioNTech em pessoas de 16 a 25 anos de idade imunizadas com doses de 30 µg", diz o comunicado divulgado hoje.

A dose foi selecionada pra ser a mais segura, tolerável e que induz geração de anticorpos para essa faixa, afirmam as empresas. "Estes são os primeiros resultados de um ensaio fundamental de uma vacina contra a Covid-19 nessa faixa etária".

A Pfizer conduziu testes com 4,5 mil bebês e crianças de 6 meses a até 11 anos em quatro países: EUA, Finlândia, Polônia e Espanha. Do total, 2.268 participantes tinham a idade de 5 a 11 anos.

A expectativa é de que os resultados na faixa de 6 meses a 5 anos sejam divulgados ainda este ano. Essa faixa foi dividida em dois grupos - de 6 meses a 2 anos e de 2 a 5 anos - e ambos receberam doses abaixo de 3 microgramas.

As empresas anunciaram que enviarão os dados o quanto antes às agências regulatórias dos EUA, União Europeia e outros locais do mundo. Também querem enviar o estudo para publicação científica.

Os 417 municípios da Bahia devem retomar imediatamente a vacinação contra covid-19 de adolescentes de 12 a 17 anos que não têm comorbidades, diz decisão da Comissão Intergestores Bipartite da Bahia (CIB) desta sexta-feira (17). A CIB, que é instância deliberativa do SUS e reúne representantes de todos os municípios baianos e o estado, organizou uma reunião na manhã de hoje para discutir o tema, após mudança no entendimento do Ministério da Saúde, que ontem recomendou a suspensão da imunização nessa faixa etária, exceto para os adolescentes com comorbidades.

A CIB afirma que a vacinação nessa faixa é sustentada e justificada por evidências científicas, além de apoio de entidades nacionais e internacionais, como a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que manteve a autorização de uso da vacina da Pfizer para essa faixa etária.

"O Ministério da Saúde implementou unilateralmente decisões sem respaldo técnico e científico. Diferente da posição ministerial, a Bahia reuniu especialistas, a exemplo da presidente da Sociedade Baiana de Infectologia, Miralba Freire, bem como do diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Antônio Bandeira. Ambos refutam a iniciativa do Ministério da Saúde de suspender a vacinação de adolescentes sem comorbidade ou deficiência permanente", afirma a secretária da Saúde da Bahia em exercício, Tereza Paim.

Outras entidades, como o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), também se posicionaram contrárias a decisão do Ministério da Saúde.

Até esta sexta-feira, a Bahia vacinou 129.284 adolescentes com idade de 12 a 17 anos, sendo 109.704 sem comorbidades, 16.437 com comorbidades, 1.856 com deficiência permanente e 1.287 adolescentes gestantes e puérperas.

Salvador chegou a suspender
A capital baiana chegou a suspender ontem a vacinação desse público, mas o prefeito Bruno Reis criticou a recomendação do Ministério da Saúde hoje e afirmou que a retomada da imunização era avaliada.

“Eu considero essa decisão equivocada, mas todas as decisões que foram para vacinar, eu cumpri. E as que foram para não vacinar, eu também cumpri. Eu não vou manter a vacinação sem o respaldo legal, e sem ter a segurança necessária para a população”, disse. Ele aguardava justamente um posicionamento da CIB sobre o assunto.

“Tudo isso contribui para gerar ainda mais instabilidade nesse processo. Uma decisão como essa precisa ser previamente comunicada e tem que ser com bastante respaldo. Mas o que estamos vendo no Brasil hoje é uma confusão. O Ministério da Saúde toma uma decisão. A Anvisa é contra essa decisão. O Conass e o Conasems são contra essa decisão. As associações de imunização são contra essa decisão. O Ministério da Saúde, de forma isolada, tomou essa decisão”, lamentou o prefeito.

Críticas
Em nota conjunta, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) reforçaram a importância da vacinação de adolescentes contra a covid-19 e lamentaram a decisão do Ministério da Saúde.

Ainda segundo o Conass e o Conasems, a decisão de suspender a vacinação para adolescentes sem comorbidades foi tomada "sem qualquer consulta prévia às representações estaduais e municipais da gestão do Sistema Único de Saúde ou mesmo à Câmara Técnica Assessora do Programa Nacional de Imunizações (PNI)".

As entidades ainda ressaltam que apesar da vacinação ter levado a uma significativa redução de casos e óbitos, o Brasil ainda apresenta situação epidemiológica "distante do que pode ser considerado como confortável, em razão do surgimento de novas variantes".

Conass e Conasems ainda questionam a informação divulgada pelo Ministério de que, ao menos, 25 mil aplicações foram feitas em adolescentes com vacinas diferentes da recomendada, no caso a Pfizer. "Temos que primeiramente considerar se o dado é real, uma vez que erros de registro vêm sendo identificados, tanto por eventual esgotamento dos servidores, como por dificuldades relacionadas aos sistemas de informação. Importante considerar também que o montante referido anteriormente representa 0,75% das mais de 3,5 milhões de doses já aplicadas neste grupo populacional".

Por fim, as duas entidades defendem a manutenção da vacinação com base nos "atuais conhecimentos científicos" para proteção da população jovem, sem desconsiderar a necessidade de priorizar dentre os adolescentes, aqueles com comorbidade, deficiência permanente e em situação de vulnerabilidade. A nota é assinada pelos presidentes das entidades, Carlos Lula (Conass) e Wilames Freire (Conasems).

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) também criticou a decisão da Saúde, que segundo a entidade "gera receio na população e abre espaço para fake news". O SBIm ainda afirma que as justificativas apresentadas pelo Ministério da Saúde não são claras ou não têm sustentação. "A SBIm, portanto, entende que o processo deve ser retomado, de acordo com o que já foi avaliado, liberado e indicado pela Anvisa", diz.

Anvisa mantém autorização de vacina da Pfizer para adolescentes
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou comunicado nesta quinta, onde afirma que investiga o caso da morte de uma adolescente de 16 anos após aplicação da vacina da Pfizer. No entanto, a agência diz que até o momento "não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações nas condições aprovadas para a vacina".

"A Anvisa já iniciou avaliação e a comunicação com outras autoridades públicas e adotará todas as ações necessárias para a rápida conclusão da investigação. Entretanto, com os dados disponíveis até o momento, não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações nas condições aprovadas para a vacina", publicou a Anvisa.

"Com os dados disponíveis até o momento, não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações da bula aprovada, destacadamente, quanto à indicação de uso da vacina da Pfizer na população entre 12 e 17 anos."

A Anvisa ainda destacou que o uso do imunizante em adolescentes com 12 anos ou mais está autorizado em outros países, como Austrália, Canadá e Estados Unidos.

O que diz a nova decisão do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde suspendeu a vacinação para adolescentes sem comorbidades e orientou que a vacina só seja aplicada em pessoas entre 12 e 17 anos que tenham "deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade".

A decisão do Ministério estaria embasada nas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de não recomendar a imunização desse grupo, pelo número baixo de casos graves e pelos poucos estudos sobre a vacinação nessa faixa etária.

O ministro Marcelo Queiroga afirmou que a vacinação foi interrompida para investigação de eventos adversos, e que não será retomada até que haja evidências científicas sólidas. O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, afirmou que foram registrados cerca de 1.500 episódios dentre esses 3,5 milhões de adolescentes vacinados. A maioria é leve, mas citou a morte de uma adolescente paulista, que é investigada pela Anvisa, como motivo de monitoramento.

Pfizer
Após declarações do ministro, a Pfizer reforçou que não há relação causal entre a morte da adolescente e o imunizante e ressaltou que a definição da utilização e disponibilização da vacina no Brasil é feita com base em critérios de recomendação do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

A Comissão Intergestores Bipartite (CIB) marcou uma reunião extraordinária nesta sexta-feira (17), para tratar da vacinação de adolescentes sem comorbidade, suspensa desde a manhã dessa quinta após o recuo do Ministério da Saúde (MS), que revisou a recomendação e orientou que a imunização desse público‐alvo fosse suspensa. Duas hipóteses estão sendo levantadas como motivação: a falta de doses e a morte de uma adolescente vacinada oito dias após a aplicação da Pfizer. Nenhuma delas foi confirmada pelo ministério.

Salvador segue com a vacinação suspensa, assim como outras cinco capitais do país, ao menos (Belém, Belo Horizonte, Maceió, Curitiba e Natal). A prefeitura informou que a estratégia seguirá com a repescagem de pessoas com 18 anos ou mais. Além disso, também segue normalmente a vacinação de gestantes e puérperas com 12 anos ou mais com o nome no site da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), bem como os jovens de 12 a 17 anos com comorbidades ou deficiência permanente previamente cadastradas. A aplicação das 2ª doses Oxford, Pfizer e Coronavac também segue normal.

A Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, órgão vinculado ao Ministério da Saúde, emitiu uma nota técnica comunicando a revisão da recomendação para imunização contra a covid-19 em adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades. De acordo com a nota, a vacinação deve ser restrita aos adolescentes nessa faixa etária que apresentem alguma deficiência permanente, comorbidade ou estejam privados de liberdade.

Através das redes sociais, o secretário de saúde de Salvador, Leo Prates, questionou o motivo do Brasil não ter outros imunizantes, além da Pfizer, autorizados para esse público. “Apenas uma pergunta à Anvisa: Como o Chile tem informações para autorizar o uso da Coronavac em crianças e o Brasil não? E, segundo a imprensa internacional, com sucesso! Não precisaríamos parar a vacinação se tivéssemos com a Coronavac aprovada!”, publicou.

Os adolescentes que estavam na expectativa para poder se vacinar contra a covid-19 vão ter que controlar a ansiedade por mais tempo. O estudante Daniel Grossi, de 15 anos, ainda não foi vacinado, mesmo já estando apto. Ele foi até um dos postos na quarta-feira (15), mas não conseguiu ser imunizado por conta das grandes filas e resolveu tentar de novo nessa quinta, na faculdade Unijorge, na Paralela. Mas a frustração aconteceu mais uma vez, dessa vez por conta da suspensão.

“Eu estava ansioso, a fila não estava grande e andava rápido, mas, quando faltava uns 200 metros, um pessoal da vacinação veio avisar que estavam suspendendo a aplicação por conta de um jovem que morreu depois de ter recebido a vacina. Eu fiquei triste e bem confuso, mas acho que faz sentido cancelar se tem essa suspeita para poder investigar”, diz ele.

A estudante Alice Carneiro, de 14 anos, também bateu na trave. Ela ficou apta para se vacinar no dia 15, mas tinha planejado ir até um posto somente neste sábado. “Eu já tinha marcado com a minha mãe para ir me vacinar no sábado. O meu período era durante a tarde e ela trabalha nesse horário”, explicou. Ela diz que estava ansiosa para se vacinar e que a suspensão provocou revolta. “Fui pega de surpresa com essa notícia, fiquei revoltada porque estava muito ansiosa. Alguns colegas meus já tinham se vacinado, então eu fiquei triste que não consegui”, desabafa.

O Ministério da Saúde alegou que o risco de complicações e mortes por covid-19 nessa faixa etária é significativamente menor que em outras. Na nota, é dito que cerca de 50% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por covid-19 e 70% dos óbitos por covid-19 na população de 15 a 19 anos são de indivíduos que possuem ao menos um fator de risco.

Uma outra nota informativa emitida pelo Ministério da Saúde argumenta que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda a vacinação de adolescentes com ou sem comorbidades, que a maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela covid-19 apresentam boa evolução do quadro, que há somente um imunizante autorizado para uso nesse público no Brasil (Pfizer), que os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão definidos e que há melhora no cenário epidemiológico do país com redução da média móvel de casos e óbitos.

Vale destacar que a OMS não fez nenhuma contraindicação. Além disso, o Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas da OMS (SAGE, na sigla em inglês) concluiu que a vacina Pfizer/BionTech é adequada para uso em pessoas com 12 anos ou mais.

Outro problema apontado pelo Ministério da Saúde na vacinação de adolescentes foi a ocorrência, ainda que rara, de miocardite – uma inflamação no músculo do coração – em algumas pessoas depois da imunização. Mas especialistas afirmam que não há pesquisas suficientes para relacionar a maior ocorrência da doença em adolescentes e que o problema é uma das decorrências comuns da covid-19.

Por enquanto, o ministério recomenda que o uso das vacinas da Pfizer siga a seguinte prioridade no momento: a) População gestantes, as puérperas e as lactantes, com ou sem comorbidade, independentemente da idade dos lactentes; b) População de 12 a 17 anos com deficiências permanentes; c) População de 12 a 17 anos com presença de comorbidades; d) População de 12 a 17 anos privados de liberdade. O MS informou que, desde o dia 15 de setembro, iniciou o envio de doses destinadas aos adolescentes que se encaixam nos critérios.

A vacinação de adolescentes a partir dos 12 anos foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 10 de junho. A aprovação aconteceu após a apresentação de estudos desenvolvidos pelo laboratório que indicaram a segurança e eficácia da vacina para este grupo. Os estudos foram desenvolvidos fora do Brasil e avaliados pela Anvisa. A vacina da Pfizer foi a primeira a receber o registro definitivo para vacinas covid-19 no país.

No Brasil, 21 estados e o Distrito Federal já iniciaram a vacinação de adolescentes. No mundo, Estados Unidos e diversos países da União Europeia também estão vacinando pessoas a partir dos 12 anos. No Chile, crianças a partir de 6 anos estão sendo vacinadas com a Coronavac. Além de Salvador, outras cidades como Natal, no Rio Grande do Norte, já suspenderam a vacina após recomendação do Ministério da Saúde.

Possível óbito relacionado à vacina da Pfizer
A Rede CIEVS, de Vigilância, Alerta e Resposta em Emergências em Saúde Pública, informou nesta quarta-feira (15) que recebeu do CIEVS-SP um alerta a partir da “captação de um rumor do dia 14/setembro/21, em grupos de WhatsApp”, da ocorrência de um óbito envolvendo uma adolescente de 16 anos, de São Paulo, que poderia estar relacionado à vacina da Pfizer.

A nota informa que a adolescente recebeu a primeira dose da vacina Pfizer no dia 25 de agosto, apresentando sintomas como cansaço e falta de ar no dia 26, sendo internada no dia 27 e, posteriormente, retornando para casa. A adolescente teria procurado novamente o serviço do Hospital Coração de Jesus em Santo André e sido transferida para a UTI do Hospital e Maternidade Vida's. O óbito aconteceu no dia 2 de setembro. O caso está sendo acompanhado e investigado.

A Anvisa publicou uma nota, nesta quinta, informando que "investiga suspeita de reação adversa grave com vacina da Pfizer". Na nota, a agência afirmou que a investigação é sobre a morte de uma adolescente de 16 anos após aplicação da vacina da Pfizer e que teria sido informada do caso na quarta (15). A morte, segundo à Anvisa, aconteceu no dia 2 de setembro. O órgão, no entanto, apontou que, até o momento, "não há uma relação causal definida entre este caso e a administração da vacina". "Com os dados disponíveis até o momento, não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações nas condições aprovadas para a vacina", acrescenta a nota.

A agência também ressaltou que "todas as vacinas autorizadas e distribuídas no Brasil estão sendo monitoradas continuamente pela vigilância diária das notificações de suspeitas de eventos adversos". A Anvisa ainda lembrou que aprovou a utilização da vacina da Pfizer para crianças e adolescentes entre 12 e 15 anos, em 12 de junho de 2021. "Para essa aprovação, foram apresentados estudos de fase 3, dados que demonstraram sua eficácia e segurança", apontou.

Sobre eventos cardiovasculares, a Anvisa pontuou que foram observados casos "muito raros" de miocardite e pericardite após vacinação - 16 casos para cada 1 milhão de vacinados. Com isso - e com os dados disponíveis até o momento - não existem , avalia a agência, "evidências que subsidiem ou demandem alterações da bula aprovada, destacadamente quanto à indicação de uso da vacina da Pfizer na população entre 12 e 17 anos".

O estudante Eduardo Faria, de 15 anos, se vacinou nesta quarta-feira (15), mas também quase ficou de fora, assim como muitos colegas. “Eu fui na terça, mas não consegui nem encontrar o final da fila. Aí voltei na quarta, faltei aula, cheguei bem cedo e consegui me vacinar. Foi por pouco que não fiquei de fora com essa suspensão, fico aliviado de ter conseguido”, diz.

Para ele, a suspensão não faz sentido. “O Ministério da Saúde não está querendo falar o real motivo. Acredito que não é a falta de doses porque em cada cidade é diferente. Aparentemente tem a ver com a suspeita do óbito, mas acho absurdo suspender sem investigar primeiro porque causa tumulto e preocupa quem já tomou a vacina. Mas eu estou tranquilo; se a Anvisa autorizou é porque é segura”, opina.

Falta de doses
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) enviou na segunda-feira, 13, ofício ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pedindo que, com o atraso da AstraZeneca para a segunda dose, o Programa Nacional de Imunização (PNI) suspendesse a aplicação em adolescentes sem comorbidades enquanto os grupos prioritários não forem revacinados. O documento pedia ainda que o Ministério da Saúde priorizasse a aplicação da dose de reforço da vacina contra a covid-19 em idosos acima dos 60 anos e imunossuprimidos.

A justificativa, segundo o Conass, seria por causa das "recentes dificuldades observadas em diversas unidades da federação de disponibilidade da vacina AstraZeneca para a realização da segunda dose" e a "persistência da notificação de casos graves na população já vacinada com 60 anos ou mais".

Desde a semana passada, alguns estados têm sofrido com o atraso na entrega de vacinas necessárias para a segunda dose e, nesta segunda-feira, 13, alguns lugares como Rio e São Paulo passaram a aplicar a Pfizer em quem precisava tomar uma segunda dose da AstraZeneca e estava com o esquema vacinal atrasado. A Pfizer é a vacina recomendada para aplicação de terceira dose e também é a única autorizada no país para aplicação em adolescentes.

Diante dos desdobramentos da suspensão, o Conass emitiu uma nota de esclarecimento nesta quarta-feira (15), defendendo que a vacinação de todos os adolescentes é segura e necessária, mas que a prioridade deve ser para aqueles com comorbidade, deficiência permanente e vulneráveis como os privados de liberdade e em situação de rua. “Havendo quantitativo de doses suficientes para atender a estas prioridades deve imediatamente ser iniciada a vacinação dos demais adolescentes”, diz a nota.

Vacinação em Salvador e na Bahia
Conforme estratégia divulgada pela prefeitura de Salvador, nesta quinta-feira (16) seriam inclusos na vacinação os adolescentes de 14 anos, nascidos até 16 de setembro de 2007. A vacinação acontecia das 8h às 16h nos drive-thrus da FBDC Brotas, Parque de Exposições (Paralela) e Barradão (Canabrava), além dos pontos fixos da USF Vista Alegre, USF Teotônio Vilela II (Fazenda Coutos II), USF Fernando Filgueiras (Cabula VI), USF Vale do Matatu, FBDC Brotas, Barradão (Canabrava).

A vacinação teria, inclusive, horário estendido, até às 19h, nos drive-thrus da Unijorge (Paralela) e Arena Fonte Nova (Nazaré), e nos pontos fixos do Clube dos Oficiais da Polícia Militar (Dendezeiros) e Unijorge (Paralela).

A vacinação já tinha sido iniciada na capital quando a suspensão foi informada durante a manhã. De acordo com informações da TV Bahia, em uma da unidades, no bairro dos Dendezeiros, houve um princípio de confusão, mas que foi controlado momentos depois.

Procurada, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) não informou se irá recomendar a suspensão às cidades baianas, justificando que “a operacionalização da vacinação é dos municípios”.

De acordo com dados disponibilizados pela Sesab, dos 1.227.412 casos totais de covid-19 confirmados no estado, 145.212 são de pessoas com 19 anos ou menos (11,7%). O sistema não informa os dados referentes a faixa etária específica de 18 anos ou menos. Vale ressaltar que a maior parcela dos casos (752.096) atualmente está na faixa etária entre 20 e 49 anos. Em relação aos óbitos, dos 26.689, a Bahia registrou 171 mortes por covid-19 entre pessoas com 19 anos ou menos (0,64%). A maior parcela dos óbitos acontecem na faixa etária a partir dos 50 anos (83,13%).

Procurados pelo CORREIO, o Ministério da Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) não responderam até o fechamento da reportagem.

Quem não votou nem justificou a ausência por três eleições seguidas ou deixou de comparecer à revisão eleitoral no município em que vota está com o título cancelado. Na Bahia, 1.576.023 eleitores estão nessa situação. Já em relação ao eleitorado de Salvador, 258.265 documentos foram cancelados. O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) lembra ao cidadão que a regularização dos títulos é imprescindível para garantir o voto em 2022.

Para o cidadão que pretende votar nas Eleições Gerais de 2022, o prazo para regularização é 4 de maio de 2022, data em que cadastro eleitoral será fechado. Isso porque, de acordo com o artigo 77 da Constituição Federal, o 1º turno das eleições é sempre no primeiro domingo de outubro, que - em 2022 - será dia 2.

Já o artigo 91 da Lei das Eleições (Lei 9.504/1997) estabelece que o cadastro eleitoral ficará fechado durante os 150 dias anteriores a cada pleito. A medida permite que a Justiça Eleitoral possa apurar o eleitorado apto a votar e tomar todas as providências referentes à organização dos locais de votação e produção do material necessário para o dia da eleição, entre outros preparativos.

Conforme a legislação eleitoral, ocorrerá o cancelamento do título quando o cidadão para quem o voto é obrigatório (18 a 70 anos) deixar de votar por três eleições consecutivas - vale lembrar que cada turno de votação é considerado uma eleição - e não justificar as ausências. O eleitor que não comparecer à revisão do eleitorado (por exemplo, a revisão biométrica) no município onde possui inscrição eleitoral também fica sujeito ao cancelamento do documento.

Consequências
Além de impedir o exercício da democracia pelo voto, o cancelamento do título impede o eleitor de ser empossado em concursos públicos, obter passaporte, renovar matrícula em instituições de ensino oficial, obter empréstimos em estabelecimentos de crédito mantidos pelo governo, participar de concorrência pública e praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda, por exemplo.

Por conta da pandemia de Covid-19, o atendimento no TRE-BA está sendo realizado, preferencialmente, de forma online. Os títulos cancelados podem ser regularizados pelo Título Net. O eleitor deve gerar uma Guia de Recolhimento (GRU) no site do TRE-BA ou do Tribunal Superior Eleitoral e pagar o valor devido no Banco do Brasil ou pelo PagTesouro, na internet, sem precisar ir ao banco.

A validação do pagamento da multa é feita de maneira automática pelo banco de dados do Eleitoral baiano, mas é preciso ter atenção: só a quitação do débito não configura a regularização do título. O eleitor deve preencher os dados no Título Net e encaminhar a documentação exigida.

Aqueles que não tiverem acesso à internet podem buscar o atendimento presencial, feito apenas com agendamento. O serviço pode ser marcado pelos seguintes meios: site do TRE-BA; telefone fixo (71 3373-7000) ou pela atendente virtual Maia, que faz parte do NAVE – Núcleo de Atendimento Virtual ao Eleitor.

Os efeitos da ausência às urnas estão suspensos para os eleitores que deixaram de votar em 2020 e não apresentaram justificativa. A medida foi estabelecida pela Resolução TSE n° 23.637/2021, considerando a persistência da pandemia da Covid-19.

A suspensão dos efeitos, nesses casos, permanecerá até o fim do plantão extraordinário previsto pela Resolução n°23.615/2020. Após a vigência da resolução (ainda sem prazo determinado), quem não justificar a ausência nas Eleições 2020 deverá pagar a multa ou requerer isenção ao juiz eleitoral, salvo na hipótese de aprovação, pelo Congresso Nacional, de anistia dos débitos correspondentes.

O ex-presidente Lula (PT) continua mantendo vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na disputa para 2022, segundo levantamento do instituto Datafolha divulgada nesta sexta-feira (17).

Agora, Lula aparece com 27% das intenções de voto, contra 26% na pesquisa feita em julho. A vantagem não aumentou, contudo, porque Bolsonaro foi de 19% para 20%.

No segundo turno, Lula teve uma ligeira queda. Ele foi de 58% para 56% e Bolsonaro manteve os mesmos 31% da pesquisa anterior.

Pesquisa espontânea de intenções de voto no 1º turno

Lula (PT): 27% (26% na pesquisa anterior)
Jair Bolsonaro (sem partido): 20% (19% na pesquisa anterior)
Ciro Gomes (PDT): 2% (2% na pesquisa anterior)
Outros: 3% (2% na pesquisa anterior)
Em branco/nulo/nenhum: 10% (7% na pesquisa anterior)
Não sabe: 38% (42% na pesquisa anterior)

Cenários
A pesquisa mostrou quatro cenários na versão estimulada, em que os nomes são apresentados às pessoas. Em todos, Lula aparece à frente.

No 1ª deles, Lula lidera com 44% (46% na anterior) e Bolsonaro aparece em segundo com 26% (25% na anterior). Ciro Gomes (PDT) tem 9%, João Doria (PSDB) tem 4% e Luiz Henrique Mandetta (DEM) surge com 3%. Branco, nulo ou nenhum chegam a 11%. Outros 2% não sabem.

No segundo cenário Lula tem 42% das intenções de volto, Bolsonaro 25% e Ciro Gomes 12%. Ao invés de Doria, essa versão traz o também tucano Eduardo Leite, com 4%. Mandetta soma 2%. Brancos e nulos são 11% e 2% não sabem.

O terceiro cenário mantém a mesma tríade à frente: Lula com 44%, Bolsonaro com 26% e Ciro com 11%. Doria fecha a lista com 6%. 11% optariam por branco ou nulo e 1% não sabem, nesse cenário, em quem votariam.

Na última versão, vários outros candidatos são incluídos, mas não muda muito. Lula lidera com 42%, Bolsonaro aparece em segundo com 24% e Ciro tem 10%. Doria fica com 5%, José Luiz Datena (PSL) tem 4% e Simone Tebet (MDB) surge com 2%.

Ainda estão nesse levantamento Aldo Rebelo (sem partido) e Rodrigo Pacheco (DEM), com 1%. Alessandro Vieira (Cidadania) não pontuou. 10% votariam branco ou nulo e 2% não sabem.

Veja simulações de segundo turno feitas pelo instituto:

Lula (PT): 56% (58% na pesquisa anterior)
Bolsonaro (sem partido): 31% (31% na pesquisa anterior)
Em branco/nulo/nenhum: 13% (10% na pesquisa anterior)
Não sabe: 1% (1% na pesquisa anterior)
Intenção de voto no 2º turno em uma disputa entre Lula e Doria

Lula (PT): 55% (56% na pesquisa anterior)
Doria (PSDB): 22% (23% na pesquisa anterior)
Em branco/nulo/nenhum: 22% (20% na pesquisa anterior)
Não sabe: 1% (1% na pesquisa anterior)
Intenção de voto no 2º turno em uma disputa entre Bolsonaro e Ciro

Ciro (PDT): 52% (50% pesquisa anterior)
Bolsonaro (sem partido): 33% (34% na pesquisa anterior)
Em branco/nulo/nenhum: 15% (15% na pesquisa anterior)
Não sabe: 1% (1% na pesquisa anterior)
Intenção de voto no 2º turno em uma disputa entre Bolsonaro e Doria

Doria (PSDB): 46% (46% na pesquisa anterior)
Bolsonaro (sem partido): 34% (35% na pesquisa anterior)
Em branco/nulo/nenhum: 19% (18% na pesquisa anterior)
Não sabe: 1% (1% na pesquisa anterior)
Intenção de voto no 2º turno em uma disputa entre Ciro Gomes e Lula

Lula (PT): 51%
Ciro gomes (PDT): 29%
Em branco/nulo/nenhum: 19%
Não sabe: 1%

Sacrilégio, mais um recado afrontoso ou os dois? O fato é que a inscrição da facção Bonde do Maluco (BDM) estava a 30 passos do prédio-sede da Polícia Civil, na Piedade. Há cerca de seis meses, as paredes da Igreja e Convento Nossa Senhora da Piedade exibiam as iniciais do maior grupo criminoso do estado e vinham deixando todos preocupados, principalmente quem está diariamente no tempo religioso.

“Vandalismo já aconteceu bastante, mas pichação como essa de agora, referente à uma facção, não. Estamos todos assustados. Qual o objetivo deles expressando isso em nossa parede? Faz medo porque a gente não sabe o que está por trás disso. Pode ser recado à polícia, pode sim, como também pode ser uma direta a outros grupos que também atuam aqui no centro. Quais as consequências disso para todos nós? ”, declarou o reitor do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, padre Albervan Pinheiro.

As inicias “BDM” estavam até a última sexta-feira (10) nas paredes frontais da Igreja e Convento Nossa Senhora da Piedade, onde o portão de entrada está defronte à Praça da Piedade. “Já tinha visto as pichações, mas não sabia que as letras indicavam uma facção”, disse o padre Albervan. Ao tomar conhecimento do significado das três letras através do CORREIO, o religioso aproveitou que o templo passa por uma reforma e determinou que a pichação fosse apagada. “Viajei no último sábado (18), mas antes disso ordenei para o pessoal da obrar cobrisse aquilo lá. Quando retornei na segunda (13), não havia mais nada”, contou.

A reportagem repercutir o caso com alguns fiéis. De acordo com um deles, o BDM quis mandar um recado para a à Secretaria de Segurança Pública (SSP). “Com certeza foi para chamar a atenção da polícia, para dizer: ‘estamos aqui e não temos medo’. Esta é a minha leitura. Como é possível fazerem isso sem que a polícia percebesse, bem debaixo do nariz dela? Aqui tem câmera para todos os lados, inclusive na praça. E o pior: isso está aí há uns seis meses e ninguém apaga”, declarou o economista João Paulo de Freitas, 54, morador do bairro e um dos frequentadores assíduos da igreja Nossa Senhora da Piedade.

As iniciais teriam sido colocadas por moradores de rua da região. “Certamente. Eles são usuários ao mesmo que tempo que também trabalham para a facção, levando e trazendo informações e pichando as iniciais do grupo a pedido dos gerentes do tráfico”, contou João Paulo.

Questionada sobre o acontecido, a SSP informou que " combater o tráfico de drogas é prioridade das polícias Militar e Civil". "Informa ainda que de janeiro a agosto, em 2021, cerca de 15 toneladas de entorpecentes foram apreendidos e 1,2 milhão de pés de maconha foi destruído", disse a SSP em nota.

Já a Polícia Civil disse que " a ação de quadrilhas " é investigada pelo Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco). A nota enviada pontua que a PC "vem atuando por meio de atividades de inteligência, diligências, operações e outras ações de Polícia Judiciária em todo território baiano".

A Polícia Militar, por sua vez, informou que "o policiamento ostensivo na região da Praça da Piedade conta com duplas de policiais militares a pé ao longo dos seus subsetores, reforçado por guarnições ordinárias embarcadas em viaturas duas e quatro rodas e pela Companhia de Emprego Tático Operacional (CETO) do 18º BPM". A PM também informou que conta com uma base móvel de segurança e com o reforço operacional de policiais atuando 24h. Ainda segundo o órgão, no mês de setembro, "o policiamento foi reforçado com mais uma viatura de rádio patrulhamento acrescida, durante o dia, ao efetivo já existente, tendo em vista a aproximação da alta estação e dos meses de final de ano".

Esta não foi a primeira vez que siglas de facções são ostentadas próximas a unidades policiais. Em setembro do ano passado, o CORREIO registou também as iniciais do Comando da Paz (CP) e o Comando Vermelho (CV) em frente à Base Comunitária e a menos de 500 metros da 40ª Companhia Independente da Polícia Militar (Nordeste de Amaralina). No seguida à publicação, as inscrições foram apagadas pela polícia.

Missas
Antes das inscrições, os assaltos já faziam parte da rotina dos fiéis. Por conta do aumento da criminalidade no entorno Igreja e Convento Nossa Senhora da Piedade e também na Paróquia de São Pedro que, apesar de não ter sido pichada com as iniciais do BDM, vem sofrendo as consequências por estar situada na Praça da Piedade, as tradicionais missas nas tardes de domingo foram suspensas desde o início da pandemia.

“Quando encerrávamos as celebrações das 17h, os fiéis eram assaltos nos pontos de ônibus ou quando andavam para casa, pois muitos moravam no entorno. Isso aqui aos domingos é muito deserto e as pessoas estavam vulneráveis. Bandidos levavam bolsas, correntes, o que podia carregar. Então, por uma questão de segurança, tanto aqui, como na Paróquia de São Pedro, ficou decido pelo encerramento das missas nas tardes de domingo”, declarou o reitor do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, padre Albervan Pinheiro.

A reportegem perguntou à Polícia Civil sobre o que tem a dizer sobre o cancelamento das missas às 17h e também em relação aos constantes assaltos. Até o fechamento desta edição não houve um posicionamento. Os mesmos questionamentos foram realizados à Polícia Militar (PM), que por sua vez também não respondeu.

Barra
As marcas das facções são encontradas cada vez mais no centro de Salvador. Ou seja, os criminosos estão saindo da periferia, deixando os locais escondidos, para ostentar o poder em bairros turísticos, como a Barra.

Na Rua Barão de Sergy iniciais de grupos rivais foram deixadas em pontos distintos ao logo da via, a cerca de 250 metros da 14ª Delegacia (Barra). Na parede de uma farmácia que dá no início rua no sentido Porto da Barra, a letras “C” e “P”, postas lado a lado, fazem referência de que o comando do tráfico no local é do Comando da Paz. “Eu não sabia do que se tratava, mas está aí há quase um ano. Mas não é novidade pra ninguém que a Barra hoje virou o point da malandragem, principalmente nos finais de semana, pois o tráfico rola solto”, disse um morador de um dos edifícios no local.

Uma gaúcha, que mora há poucos mais de cinco meses em um dos prédios da rua, disse que assim que chegou, foi orientada pelos vizinhos sobre a situação do tráfico na Barra. “A gente percebe através de comentários, que aqui já foi um lugar mais tranquilo. Agora, vem muita gente de outros lugares atrás de drogas. Isso acontece com mais frequência no sábado e no domingo, quando tem o maior fluxo de pessoas, consequentemente um número maior de consumidores”, disse ela.

Já no final da Barão de Sergy, no muro do Edifício Rosário, é possível perceber, ainda que apagadas, uma das simbologias do Bonde do Maluco, "TD 3", que siginfica "Tudo 3", a mesma coisa que "BDM" , além da sigla CP, que, ao que tudo indica, sobrepõe a marca rivcal. Algumas pessoas disseram que foram os próprios moradores do prédio que trataram de retirar as pichações. Nenhum deles quis falar soibre o assunto.

Um porteiro que trabalho há mais de 20 anos em um edifício disse que a Barra está igual ao bairro que ele mora, o Tororó. “ Não tem muito tempo que acordamos com tudo pichado do BDM. A cada dia eles (traficantes) estão mais ousados, querendo ficar em evidência e dão testa onde for. Foi o que a aconteceu no domingo. Alguém deu o canal que o rapaz estava no local e foram lá para apagar ele”, disse o porteiro, se referindo ao episódio do último domingo, quando dois homens e uma mulher foram baleados durante tiroteio no Porto da Barra.

Tiroteio
O Departamento de Homicídios a Proteção à Pessoa (DHPP) investiga a autoria e a motivação dos tiros que mataram o acusado de tráfico Rodrigo Cerqueira de Jesus, o Tosca no domingo (05), no Porto da Barra. No dia, a mãe dele e outro homem também foram baleados.

As vítimas foram socorridas para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde Rodrigo chegou sem sinais vitais. O estado de saúde das outras duas vítimas não foi divulgado. Moradores da região contam que foram, ao menos, cinco disparos efetuados na esquina da Rua Cézar Zama com a Barão de Sergy.

De acordo com a assessoria da Polícia Civil, informações preliminares dão conta de que Rodrigo seria integrante de um grupo criminoso com atuação no bairro de Cosme de Farias e um dos alvos de investigações do DHPP.
Ainda segundo informações preliminares, ele seria o principal alvo dos criminosos. A disputa pelo tráfico de drogas é a principal linha de investigação para o crime.

A Barra vem sofrendo com uma onda de violência. Para minimizar a situação, a 11ª Companhia Independente (Barra) conta atualmente com um novo comandante quer assumiu o cargo nesta quinta-feira (16).

Pavilhão
Um dos cinco grupos criminosos mais atuantes na Bahia, e considerado o mais violento, o Bonde do Maluco (BDM) surgiu em 2015 no pavilhão V do Presídio Salvador, no Complexo Penitenciário da Mata Escura. Liderado pelo assaltante de banco José Francisco Lumes, o Zé de Lessa, morto em dezembro de 2019, o grupo nasceu como uma ramificação da extinta facção Caveira, comandada por Genilson Lima da Silva, o Perna, custodiado em presídio federal.

Seguindo modelo semelhante às maiores organizações criminosas do país - Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e Comando Vermelho, do Rio de Janeiro -, o BDM foi criado para ampliar a área de atuação da facção Caveira, nesse caso, na Bahia, em alguns pontos estratégicos do tráfico da capital, como Subúrbio e Cajazeiras, e principalmente na Região Metropolitana de Salvador.

No entanto, houve um racha e uma parte do grupo mais agressiva ficou sob o comando de Zé de Lessa, que tinha como fornecedor de armas e drogas o PCC. Atualmente, em Salvador, o BDM tem atuação em Cajazeiras, Brotas, parte do Subúrbio e orla (entre a Boca do Rio e Itapuã), Cabula, Garcia, Pau da Lima, Federação e parte da Ilha de Itaparica. A expansão começou por Cajazeiras X.