O período de inscrições no processo seletivo para trabalhar como recenseador e agente censitário no Censo Demográfico 2022 termina nesta quarta-feira (29). São 206.891 vagas temporárias para todo o país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que realizará a pesquisa.

Os interessados podem se inscrever até as 16h desta quarta-feira pelo site da FGV Conhecimento. As provas serão no dia 27 de março de 2022.

A maioria das vagas (183.021) é para recenseadores, ou seja, o profissional que aplicará os questionários, presencialmente ou por telefone, aos cidadãos que vivem no país. O salário varia de acordo com a produção do trabalhador. A taxa de inscrição é de R$ 57,50.

Para ter uma ideia da remuneração, basta acessar o simulador do IBGE. A previsão do contrato de trabalho é de três meses.

Também estão sendo oferecidas 18.420 vagas para agente censitário supervisor, que é o responsável por supervisionar o trabalho dos recenseadores, e 5.450 para agente censitário municipal, que é o responsável pelas coletas em cada município.

O salário do agente supervisor é de R$ 1.700 e o do agente municipal é de R$ 2.100, ambos têm jornada de 40 horas semanais (oito horas diárias). A taxa de inscrição é de R$ 60,50.

Outros cargos
O IBGE também está fazendo concurso para selecionar 1.781 agentes censitários de administração e informática, com salário de R$ 1.700, e para 31 coordenadores censitários de área, com remuneração de R$ 3.677,27. As inscrições terminam em 10 de janeiro e podem ser feitas no site do Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação.

Publicado em Brasil

O IBGE vai oferecer 208.672 vagas temporárias, em todo o país, para trabalhar na preparação e realização do Censo Demográfico 2022. Dessas vagas, 14.290 estão na Bahia. Há oportunidades em todos os 417 municípios do estado, sendo 2.936 em Salvador e 11.354 para o interior. Das vagas oferecidas na Bahia, 1.805 são de agentes censitários, sendo 1.202 para agentes censitários supervisores (ACS), 486 para agentes censitários municipais (ACM) e 117 para agentes censitários de administração e informática (ACAI).

Todas as vagas exigem ensino médio completo e têm uma jornada de trabalho de 40 horas semanais. A remuneração mensal para os agentes censitários supervisores (ACS) e agentes censitários de administração e informática (ACAI) é de R$ 1.700. Os agentes censitários municipais (ACM) receberão R$ 2.100 por mês.

Agentes municipais e supervisores (ACM e ACS) devem começar a trabalhar no final de maio, por um período de cinco meses. Já os agentes de administração e informática (ACAI) devem ser contratados no final de março também por um período de cinco meses. Em todos os casos, pode haver prorrogação dos prazos se houver necessidade e recursos orçamentários para tanto.

Além dos agentes censitários, serão selecionados 12.485 recenseadores no estado: 2.627 para atuar em Salvador e os demais 9.858 distribuídos por todos os outros 416 municípios baianos.

Os recenseadores são o coração e “a cara” da operação censitária, pois visitarão todos os cerca de 71 milhões de domicílios do país, aplicando os questionários presencialmente ou por telefone, em busca das informações cruciais para traçar o mais amplo e detalhado retrato de quantos somos, onde estamos e como vivemos.

A escolaridade exigida para essa função é o ensino fundamental completo, e a remuneração é por produção. Recenseadores não têm horário fixo, mas o esperado é que trabalhem pelo menos 25 horas por semana, podendo fazê-lo inclusive em feriados e fins de semana - quando costuma ser mais fácil encontrar as pessoas em casa.

O IBGE preparou um simulador online, que calcula quanto o profissional deve receber, de acordo com a quantidade de residências visitadas e pessoas recenseadas, considerando ainda a taxa de remuneração de cada setor censitário, o tipo de questionário preenchido (básico ou amostra) e o registro no controle da coleta de dados. É possível acessar esse simulador em https://censo2022.ibge.gov.br/trabalhe-no-censo/estimativa-de-remuneracao.html.

Os recenseadores devem ser contratados a partir de junho e deverão atuar, em princípio, pelos três meses de coleta do Censo Demográfico, havendo também possibilidade de prorrogação, caso haja necessidade e orçamento.

Todos os contratados, inclusive recenseadores, farão jus a 13º e férias proporcionais, por tempo trabalhado. Para todas as funções, há vagas reservadas a pessoas com deficiência e pessoas que se autodeclaram pretas ou pardas, dentro dos percentuais definidos na legislação.

Inscrições começam na tarde dessa quarta-feira (15)

As inscrições para as vagas de agentes censitários municipais e supervisores (ACM e ACS) começam hoje, 15/12/2021, às 16h, e vão até o dia 29/12/2021.

Essas duas funções estão no mesmo processo seletivo e têm inscrição única, no valor de R$ 60,50. Todos os candidatos fazem a mesma prova, e os mais bem colocados em cada município ocuparão as vagas de ACM.

As inscrições para concorrer às posições de recenseador/a também vão de hoje, 15/12/21, a 29/12/21 e custam R$ 57,50.

Para as vagas de ACM, ACS e recenseador/a, as inscrições devem ser realizadas exclusivamente pelo site da Fundação Getúlio Vargas (FGV), empresa organizadora da seleção: https://conhecimento.fgv.br/concursos/ibgepss21.

Já as inscrições para concorrer a uma das vagas de agente censitário de administração e informática (ACAI) já começaram ontem (14/12/21) e vão até 10/01/2022. A taxa custa R$ 44,00.

Elas devem ser feitas pelo site do Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC), que está organizando especificamente essa seleção: https://www.ibfc.org.br/concurso/concurso_selecionado/382.

Será possível pagar as inscrições para os três processos seletivos em toda a rede bancária (inclusive pela Internet) e em casas lotéricas.

Os editais e quadros de vagas detalhados de cada um deles estão disponíveis nos sites das duas organizadoras dos concursos. É possível acessar todas essas informações também no portal do IBGE, em https://www.ibge.gov.br/acesso-informacao/institucional/trabalhe-conosco.html.

Pessoas interessadas podem se inscrever e participar em mais de um processo seletivo, pois as provas serão realizadas em datas e horários diferentes.

O quadro a seguir traz um resumo das vagas temporárias para o Censo 2022 na Bahia.

baixados

Em Salvador, inscrições serão feitas por 17 áreas de trabalho

Como tradicionalmente ocorre nos Censos Demográficos, nos maiores municípios e em algumas áreas remotas, as inscrições para concorrer às vagas de agentes censitários municipais, supervisores e recenseadores são realizadas por área de trabalho.

Com isso, o IBGE busca incentivar que moradores dessas áreas atuem nas imediações das suas residências, onde estão mais ambientados e são mais facilmente reconhecidos e acolhidos como integrantes da comunidade.

Na Bahia, Salvador será o único município com inscrições por área de trabalho: são 17 ao todo. Entretanto, ser morador/a de uma determinada área não é de forma nenhuma exigência para se inscrever nela.

Provas serão realizadas entre fevereiro e março

Os processos seletivos simplificados para os três cargos de agentes censitários (ACM, ACS e ACAI) consistirão de uma prova objetiva, de caráter eliminatório e classificatório. Para a função de ACAI, ela será realizada dia 20/02/2022, para as funções de ACM e ACS, em 27/03/2022. Haverá provas em todos os municípios com vagas disponíveis para cada função.

Os aprovados para a função de ACAI devem ser contratados a partir do final de março/ início de abril. Os aprovados nas funções de ACM e ACS devem ser contratados a partir do final de maio/ início de junho. Os candidatos a recenseador/a farão uma prova objetiva, prevista para o dia 27/03/2022. Haverá provas em todos os municípios baianos.

De acordo com sua classificação e o número de vagas disponíveis, os candidatos a recenseador/a passarão, em seguida, por um treinamento, que será eliminatório e classificatório. Somente será contratado/a quem for aprovado/a nessa etapa.

Medidas de segurança sanitária serão adotadas em todas as fases do projeto do Censo 2022
O protocolo prevê o uso obrigatório de máscara; o uso de outros equipamentos de proteção individual (EPI) por parte dos aplicadores das provas; o distanciamento entre candidatos e entre eles e os aplicadores das provas; a disponibilização de álcool em gel nos locais de prova; a higienização dos locais de prova; a máxima redução do contato entre as pessoas; medidas para evitar aglomerações; e respeito às legislações locais.

Desde o dia 3/12/2021, o IBGE está devolvendo a taxa de inscrição aos candidatos dos processos seletivos simplificados do Censo 2021, que foram cancelados em outubro. O pedido de reembolso deve ser feito no portal do IBGE, em https://www.ibge.gov.br/devolucao-de-taxa.html. O valor será restituído em até 40 dias após a solicitação. As inscrições para os processos seletivos de 2021 não são válidas para os novos PSS do Censo 2022.

Em caso de dúvidas sobre o ressarcimento das taxas de inscrição, a pessoa deve fazer contato com a Central de Atendimento do IBGE, pelo telefone 0800 721 8181 ou e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo., de segunda a sexta feira, das 8h às 18h, e sábados, domingos e feriados, das 10h às 14h.

Publicado em Bahia

No ano passado, apenas três cidades na Bahia não adotaram nenhuma medida de isolamento social para evitar a propagação da covid-19: Andaraí, Camacan e São Sebastião do Passé. Isso correspondeu a 0,7% das 409 que responderam sobre esse tema (no total, o estado tem 417 municípios), ou seja, 99,3% dos municípios adotaram isolamento social, frente a 98,6% no Brasil em geral.

Os dados são da Pesquisa de Informações Básicas Municipais, realizada pelo IBGE em 2020 e divulgada nesta quarta-feira (10). O resultado também mostra que 98,0% das cidades do estado instalaram barreiras sanitárias (4º maior percentual), enquanto no país como um todo a proporção foi de 76,0%.

Só 8 prefeituras na Bahia (2,0% das 409 que responderam sobre esse tema) disseram não ter instalado nenhum tipo de barreira sanitária na entrada do município: Camaçari, Euclides da Cunha, Guajeru, Itamaraju, Ituaçu, Macarani, Milagres e Nova Soure.

Em 2020, 9 de cada 10 municípios da Bahia adotaram o uso obrigatório de máscaras (95,8% frente a 94,5% no Brasil) ou fizeram desinfecção de locais públicos (91,2% frente a 78,9% no país).

Para tentar garantir a adesão às medidas de isolamento social, em 2020, quase 8 em cada 10 municípios na Bahia regulamentaram sanções em caso de desrespeito às normas - como multas, realização compulsória de exames etc. Elas foram informadas por 313 das 409 prefeituras que responderam a pesquisa (76,5%).

Publicado em Bahia

O Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já é uma realidade, pelo menos no bairro de Amaralina, litoral de Salvador. É que o órgão iniciou, nesta quinta-feira (4), o teste das entrevistas que serão realizadas, em toda Bahia, a partir de junho de 2022. “Antes, o IBGE sempre fazia um censo experimental em algum local do país. É a primeira vez que está acontecendo um teste em cada unidade da federação, por causa da adequação dos protocolos à pandemia”, explica a supervisora de disseminação de informações do IBGE, Mariana Viveiros.

A primeira entrevistada do órgão em Salvador foi uma ilustre moradora de Amaralina. Trata-se da artista plástica e cantora Laurinha Arantes, 65 anos, uma das percursoras do Axé Music, no início da década de 1980. “Eu sou a primeira cantora do Cheiro de Amor, a primeira mulher a puxar bloco e agora a primeira entrevistada do IBGE”, disse a artista, orgulhosa. Ela mora há 40 anos no bairro e tinha acabado de se mudar para o atual o endereço quando ocorreu o Censo de 2010.

“Eu acho super importante contribuir com o Censo, principalmente pelo momento que estamos vivendo, no qual muitos brasileiros perderam seu emprego, seu poder de compra. O trabalho do IBGE mostra os indicadores sociais. E é preciso que as pessoas se conscientizem disso”, defende. Por causa da pandemia, Laurinha só tem saído de casa uma vez na semana. Mesmo assim, ela não teve receio de receber o recenseador do IBGE, mantendo cuidados como uso de máscara e distanciamento. “Eu continuo me protegendo. Na semana passada perdi o amigo Letieres Leite para a pandemia”, lamenta.

Já o segundo entrevistado foi o comerciante Jairo Roberto de Lima Borges, 67 anos, que desde 1992 tem apartamento no bairro e, nos anos 2000, passou a morar no local. “É a primeira vez que estou participando de uma entrevista do IBGE e está sendo muito tranquilo. Eu acho que todos devem contribuir para a realização do Censo. É muito importante, pois o resultado que eles apuram servem para medir outros índices necessários para a economia”, diz o aposentado, que tem formação em economia.

Para Mariana Viveiros, a realização do censo em 2022 é fundamental. “Ele traz uma série de informações demográficas essenciais para os municípios nas elaborações de políticas públicas em todas as áreas”, explica. O último censo foi realizado em 2010 e, normalmente, ocorre a cada dez anos. No entanto, por causa da pandemia em 2020 e da crise econômica em 2021, a realização da pesquisa teve que ser adiada

Pela primeira vez, Censo vai quantificar os bairros de Salvador
O censo de 2022 será o primeiro em que o IBGE vai fornecer dados precisos sobre os bairros de Salvador. É que em 2010 ainda não havia uma lei municipal que delimitasse de forma clara quais eram as subdivisões da cidade. Isso só veio acontecer em 2017, num estudo que envolveu o próprio IBGE. “Na ocasião, foi identificada que a população de Amaralina era de cerca de 4,5 mil pessoas”, afirma Viveiros.

Para essa nova estimativa, segundo apontou Francisco Brito, coordenador operacional do Censo na Bahia, a expectativa é que duas mil residências sejam visitadas no bairro, o que daria uma população de 6 mil pessoas se for considerado que cada casa tenha três moradores. Essa é a configuração da residência do seu Jairo Roberto, que mora com esposa e enteado. Já Laurinha Arantes mora sozinha. “Em toda Bahia, a expectativa é de encontrarmos 5 mil residências, o que daria cerca de 15 mil habitantes”, aponta Brito.

No entanto, esses dados só serão confirmados na prática, uma vez que o censo demográfico tem a meta de ir a todos os domicílios brasileiros calcular a população e outros índices.

“Se for preciso, a gente tenta por diversas vezes e faz diversas abordagens, inclusive com o supervisor, em uma moradia que esteja se recusando a receber o recenseador. Também damos a opção de ser feita a entrevista por telefone ou o autopreenchimento pela internet, se for o caso”, diz.

Quem for entrevistado em Amaralina nessa fase de teste precisará ser novamente em 2022. “O que vale para a gente é a data de referência. No dia 1º de junho de 2022, pessoas podem ter se mudado, chegado, morrido, nascido... a gente precisa do Brasil todo contado com a mesma data de referência para ter validade”, explica o coordenador.

Todos os recenseadores estarão uniformizados com colete, boné e crachá com foto. É possível verificar a sua identidade pelo site respondendo.ibge.gov.br, que também pode ser acessado diretamente por meio de um código (QR Code) impresso no crachá. Quem preferir, pode ainda fazer a confirmação pelo telefone 0800-7218181. Para garantir a segurança sanitária da operação, todas pessoas envolvidas no teste usarão máscara e escudo facial (faceshield) e respeitarão os protocolos de higiene e distanciamento ao visitar os domicílios.

“Além disso, é importante lembrar que o IBGE nunca pergunta informações privadas da pessoa como senhas, número de cartão e conta de banco”, lembra Viveiros.

Fase de testes ocorre em todo Brasil já com inovações tecnológicas
Cada estado brasileiro está passando por essa fase de testes do Censo 2022 a partir desta quinta-feira (4). No total, serão cerca de 250 recenseadores que vão trabalhar em todo mês de novembro. As informações prestadas aos recenseadores são confidenciais e o sigilo é garantido por lei. Para segurança, toda a operação censitária de 2022 será totalmente informatizada.

Os dispositivos móveis para a coleta de dados (DMC), um tipo de tablet utilizado pelo recenseador em 2010, foi atualizado para uma versão mais moderna. Agora o IBGE terá “nuvens” na internet para o suporte de comunicações e tráfego de dados e novos Data Centers com alto desempenho.

O projeto do Censo Demográfico é composto por um conjunto de sistemas informatizados, como: sistema de gerenciamento da coleta de dados em campo, sistema de supervisão e acompanhamento gerencial, sistema de gestão administrativa e pagamento, entre outros.

Segundo o instituto, por trás disso tudo há uma infraestrutura de tecnologia da informação robusta, com dispositivos móveis de coleta de última geração, possibilitando que a operação seja totalmente digital, bem gerenciada e segura, produzindo dados de qualidade e georreferenciados em um tempo cada vez menor.

Novidades do Censo 2022 em relação a 2010
- Gerenciamento digital dos resultados da coleta de dados em tempo real, permitindo correções de eventuais erros operacionais.

- Gerenciamento digital, em tempo real, dos deslocamentos dos recenseadores em todo território nacional.

- Digitalização de todo o processo de contratação e gerenciamento dos servidores temporários, eliminando o uso do papel.

- Armazenamento em nuvem privada e pública dos arquivos digitais, agilizando a rotina diária dos mais de 180 mil recenseadores, que envolve o download das informações dos setores censitários e o upload dos questionários respondidos.

- Dispositivos Móveis de Coleta (DMC) de última geração, com minimodem 3G/4G e aplicativos atualizados, que se conectam à rede de comunicação do IBGE e possibilitam a transmissão dos dados coletados de forma criptografada e segura.

- Proteção contra possíveis ataques de negação de serviço (DoS Attacks), utilizando fibra ótica com redundância para toda a comunicação entre os Data Centers.

- Novo cluster de banco de dados de alta performance, para organização, análise, compartilhamento e monitoramento das operações. Maior velocidade de processamento das aplicações hospedadas no Data Center, permitindo a utilização de soluções mais estáveis, seguras e com mais desempenho.

- Aumento da capacidade de conexão do IBGE com os recenseadores, por meio de antenas de satélite (VSAT em banda KA e BGAN) e conexões banda larga fixa com a Internet (ADSL, Fibra, Cable Modem etc.) disponível nos DMCs e Data Centers do Instituto, diminuindo o risco de sobrecargas.

O comércio baiano cresceu em 2019, após ter enfrentado um período de queda na passagem de 2017 para 2018. É o que aponta a Pesquisa Anual de Comércio (PAC) de 2019, divulgada nesta quinta-feira (29) pelo IBGE. O número de estabelecimentos comerciais na Bahia subiu 1,6% (de 88.381 para 89.817), colocando o estado como líder do Norte-Nordeste nesse indicador. Além disso, o número de trabalhadores empregados nas unidades cresceu 2,5% (de 464.150 para 475.563), representando o segundo maior aumento absoluto do país. Apesar do crescimento, o estado teve queda de 2,2% na receita bruta e voltou a perder participação no valor gerado pelo setor no Nordeste.

Em número de unidades comerciais, a Bahia foi na contramão do país. Entre 2018 e 2019, no Brasil como um todo, o número de unidades locais de empresas caiu pelo sexto ano consecutivo (-3,0%), passando de 1.647.239 para 1.597.424, o que significou menos 49.815 estabelecimentos. O crescimento absoluto da Bahia em unidades comerciais foi o quarto maior do país, abaixo apenas do apresentado em Goiás, Espírito Santo e Distrito Federal. Em termos percentuais, o crescimento baiano foi o sexto maior do país, no período.

Vale lembrar que, mesmo com o resultado positivo, em 2019, o setor empresarial comercial baiano ainda estava 12,2% menor do que em 2014, quando havia 102.255 unidades comerciais no estado. O saldo negativo nesse período ficou em menos 12.438 estabelecimentos ativos no estado.

Em relação ao número de trabalhadores no comércio, que também teve aumento, a Bahia apresentou o segundo melhor crescimento do país no período, ficando atrás apenas do Espírito Santo (+32.216 empregados). Em termos percentuais, o estado apresentou o sétimo maior crescimento. O movimento também foi contrário ao do Brasil como um todo. Após dois anos de avanços, o quantitativo recuou no país em 0,4%, de 10.209.433 para 10.167.017.

Comércio varejista

Entre 2018 e 2019, dentre as três grandes divisões do comércio (varejo, atacado e vendas de veículos, peças e motocicletas), o varejo sustentou sozinho o aumento do número de estabelecimentos comerciais e do número de trabalhadores, além da queda na receita do comércio baiano. O ramo é o mais pulverizado, representando o setor de combustível, farmácia, vestuário e alimentação, por exemplo.

O total de unidades comerciais do varejo no estado passou de 72.772 para 75.783, entre 2018 e 2019, ou seja, mais 3.011 estabelecimentos em um ano (+4,1%). Com o crescimento, em 2019 o comércio varejista concentrava 84,4% de todos os estabelecimentos comerciais baianos.

O aumento no número de estabelecimentos varejistas foi determinante para o incremento no pessoal ocupado no comércio como um todo. Entre 2018 e 2019, o número de trabalhadores do varejo baiano cresceu de 365.677 para 377.814,o que representou mais 12.137 pessoas ocupadas (+3,3%). O varejo também é o maior empregador do comércio na Bahia, concentrando 79,4% do total de ocupados no setor.

Apesar de liderar nos indicadores positivos do comércio baiano, o varejo também foi quem puxou a perda de receita bruta de revenda, entre 2018 e 2019, com uma queda de 4,9% (de R$ 88,230 bilhões para R$ 83,950 bilhões). Mesmo com a queda da receita, o varejo, por ser a divisão mais representativa do comércio nos demais indicadores, também manteve a maior fatia da receita bruta de revenda na Bahia em 2019, com quase metade do valor total (48,7%).

“A gente tem muita informalidade no comércio varejista e precisamos combater isso. Também temos falta de mão de obra qualificada, muito aquém do que a gente necessita. Formação e formalização são as palavras-chave. A Bahia é um estado enorme territorialmente e isso dificulta, mas também tem muito potencial frente ao cenário nacional”, avalia o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), Guilherme Dietze.

Contraponto negativo

Entre 2018 e 2019, a Bahia foi um dos dois únicos estados brasileiros com queda de 2,2% na receita bruta de revenda do comércio, pulando de R$ 176,169 bilhões para R$ 172,353 bilhões (menos R$ 3,815 bilhões). O Amapá também recuou, mas em 1,5%. Foi apenas a segunda vez desde o início da nova série histórica da PAC, em 2007, que o comércio baiano viu sua receita bruta cair. Antes, isso só havia ocorrido na passagem de 2015 para 2016 (-3,8%), em plena crise econômica.

“É importante lembrar que 2019 foi um ano difícil para a economia. A gente estava começando a se recuperar da crise de 2015 para 2016. O cenário era complicado e a Bahia foi um dos que não tinham conseguido ainda se recuperar de uma forma mais expressiva”, pontua Dietze.

Num movimento contrário, a receita das unidades locais comerciais cresceu no Brasil em 7,7%, de R$ 4,028 trilhões, em 2018, para R$ 4,336 trilhões em 2019, com altas em 25 das 27 unidades da Federação. Apesar da queda, a Bahia se manteve com a sétima maior receita bruta de revenda do comércio do país. São Paulo (R$ 1,3 trilhão), Minas Gerais (R$ 415,1 bilhões) e Paraná (R$ 336,4 bilhões) lideravam o ranking.

Para o assessor econômico da Fecomércio-BA, a produtividade do comércio baiano ainda é abaixo do esperado e ainda é preciso mostrar serviço para se recuperar frente a outros estados, inclusive, do Nordeste. “O que explica o crescimento de alguns estados é investimento, seja do setor público ou do setor privado. Maranhão, Pernambuco e Paraíba, por exemplo, são estados que tiveram investimento público que pode ter refletido em maior movimentação da economia local”, destaca.

O IBGE também divulgou o cumulativo entre 2010 e 2019, apontando que a Bahia e o Rio Grande do Norte, empatados, tiveram a maior queda (0,7%) de participação na receita gerada pelo comércio no Nordeste, mas a Bahia ainda se manteve como o estado com maior representatividade no setor comercial da região, ampliando a sua participação no número de unidades locais e na população ocupada.

Apesar das ressalvas, em relação a 2010, a participação da Bahia no total de estabelecimentos comerciais do Nordeste saltou de 23,9% para 31,6%. Além disso, o estado reunia, em 2019, 27,6% dos trabalhadores do setor na região, frente a 26,2% em 2010. Em termos nominais, a receita bruta de revenda do comércio baiano mais que dobrou nesse período, passando de R$ 83,9 bilhões para R$172,4 bilhões entre 2010 e 2019 (+105,5%).

Dietze lembra que as pesquisas se baseiam no estado como um todo, mas a Bahia carrega grande desigualdade em diversos aspectos e, com o comércio, não é diferente. “A Bahia é um estado muito grande e o interior é extremamente pobre, com renda média muito baixa. É difícil evoluir com o comércio em regiões com essas características. O que acontece é a concentração na região metropolitana e litoral, explorando também o turismo e serviço”, diz.

Para o assessor econômico, a pesquisa do IBGE de 2020 deve apresentar quedas significativas geradas pela pandemia, mas, em 2021, o cenário é de recuperação. “Nossa pesquisa mensal de faturamento apontou uma queda no ano passado de 7% e a pesquisa do IBGE deve mostrar isso também. Já em 2021, nós estamos vendo uma recuperação das vendas, da empregabilidade e a perspectiva é de um cenário melhor do que o de 2020, que foi realmente bastante negativo porque o comércio em geral sofreu muito durante a pandemia”, finaliza Dietze.

Publicado em Bahia

O volume de serviços prestados subiu 1,2% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, informou na manhã desta terça-feira, 13, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês anterior, o resultado do indicador foi revisto de uma alta de 0,7% para avanço de 1,3%. O resultado de maio ficou dentro das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam uma alta entre 0,30% a 2,00%, com mediana positiva de 1,00%.

Na comparação com maio do ano anterior, houve elevação de 23,0% em maio de 2021, já descontado o efeito da inflação. Nessa comparação, as previsões eram de uma elevação de 20,60% a 24,40%, com mediana positiva de 21,85%.

A taxa acumulada no ano de 2021 foi de elevação de 7,3%. Em 12 meses, os serviços acumulam queda de 2,2%. A receita bruta nominal do setor de serviços subiu 1,1% em maio ante abril. Na comparação com maio de 2020, houve avanço de 25,4% na receita nominal.

Publicado em Economia

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 14,7% no trimestre encerrado em abril, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quarta-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou igual à mediana das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast, cujo intervalo ia de 14,5% a 15,3%.

Em igual período de 2020, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,6%. No trimestre até março, a taxa de desocupação estava em 14,7%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 2,532 no trimestre encerrado em abril. O resultado representa queda de 1,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 212,313 bilhões no trimestre até abril, recuo de 5,4% ante igual período do ano anterior.

Publicado em Brasil

A vida de quem mora em Salvador e na Região Metropolitana da capital (RMS) está mais cara. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação de maio, divulgada ontem, ficou em 1,12% na RMS, a maior para o mês desde 1998 e a campeã em todo o Brasil. Os grandes vilões do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, foram as altas nos preços da gasolina e da energia elétrica, principalmente.

O combustível subiu 8,43% em comparação com o mês de abril. Já a energia elétrica teve aumento de 10,54%. Em maio também passou a vigorar na conta de luz a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora consumidos, diferença significativa em relação à bandeira amarela que vigorou de janeiro a abril.

Em junho, a previsão nesse setor não é nada boa. Diante do nível crítico nos reservatórios das usinas hidrelétricas, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu acionar o patamar mais alto do sistema de bandeiras tarifárias. Com a bandeira vermelha patamar 2, a conta de luz dos consumidores ficará ainda mais cara com a cobrança adicional de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Quem depende da gasolina para trabalhar sofre mais

O preço da gasolina é sentido, principalmente, nas pessoas que dependem de veículo próprio para trabalhar. Morador de Simões Filho, o motorista de aplicativo Antonio Monteiro, 45, não sabe mais o que fazer para lidar com a situação. “Estou pagando mais caro a gasolina para tentar manter as metas diárias. Cada aumento de combustível significa para mim mais horas que tenho que passar nas ruas trabalhando para sustentar a família”, lamenta.

No início do ano, Monteiro trabalhava quatro dias na semana, das 5h às 20h. Agora, com o atual preço da gasolina, ele precisa trabalhar cinco dias da semana, das 5h às 23h. “Graças a Deus, eu tenho batido a minha meta, pois isso é algo necessário. Eu tenho que suprir as necessidades de casa, mas estou muito mais cansado”, diz. O motorista denuncia falta de apoio à categoria por parte das empresas que controlam o serviço de transporte por apps.

“Eles só pensam neles. Sempre foi assim e não é agora que vai mudar. O motorista é deixado de lado mesmo. Nossos ganhos só vêm diminuindo com o tempo. A gente espera que alguém nos ajude a resolver isso”.

Como pai de família, o motorista também percebeu o aumento do preço da energia em maio. “Está tudo ficando mais caro. Essa energia é um absurdo. Lá em casa eu, minha esposa e meu filho ficamos o dia todo fora. Só minha mãe fica em casa e pagamos R$ 300 de energia. Antes não passava de R$ 100 reais. Esse aumento chega a ser abusivo”.

Outros produtos contribuíram para aumento da inflação

Dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, oito apresentaram alta em maio na RMS. Apenas o setor de vestuário teve leve deflação, de –0,02%. Os dois maiores aumentos vieram, respectivamente, dos custos com habitação (3,05%), influenciados pela energia, e transportes (2,71%), devido os combustíveis. O etanol, por exemplo, teve aumento de 16,31%.

O estudante universitário Tiago Paiva, 23, sentiu no bolso. “Precisei ir para o trabalho e fui abastecer. Coloquei R$ 50 de etanol e tomei um susto quando liguei o carro e vi que a setinha que indica a quantidade de combustível mal tinha se movimentado. Achei até que o posto tinha me dado algum golpe. Só que depois, quando fui conferir o preço, vi que realmente não tinha como subir muito”, desabafa.

Para poder lidar com isso, Tiago pensa em deixar o carro na garagem e passar a ir ao trabalho de transporte público ou por aplicativo. “É mais vantajoso. Se botar no papel os gastos que eu teria com o carro, sai mais barato deixá-lo na garagem. Só que, por conta da pandemia, estou evitando a opção mais econômica”.

Em abril, também houve aumento na passagem de ônibus em Salvador, de R$ 4,20 para R$ 4,40. Isso ainda repercutiu no IPCA de maio em 4,02%. Os alimentos seguiram pressionando a inflação, sobretudo carnes (1,99%), aves e ovos (2,99%) e panificados (1,70%).

Sem otimismo para os próximos meses, diz economista

A expectativa para a inflação no restante do ano não é positiva, de acordo com o economista e integrante do Conselho Regional de Economia (Corecon-BA), Edval Landulfo. “A taxa Selic está aumentando, mas isso não será ainda o melhor remédio. A expectativa é que tenhamos essa inflação nos próximos meses enquanto não tivermos solução para a questão da moeda e dos empregos”, analisa.

Landulfo acredita que é preciso estímulos do governo federal para que não haja aumentos de preço tão severos para o consumidor. “É preciso de um plano, estímulo do governo para que a economia reaja, mas isso não está sendo feito”, lamenta.

A ‘vacinação a conta-gotas' devido à falta de imunizantes também tem contribuído, na avaliação do especialista, para que o Brasil permaneça em crise. “Nossa retomada econômica depende de vacina. É até difícil fazer projeções com um cenário tão incerto. Não tenho otimismo enquanto a população não estiver vacinada. Em economia, tudo é mais lento. As respostas da atividade econômica não aparecem de forma imediata. É possível até que a inflação fure o teto estipulado pelo governo em 2021”, diz.

A inflação mensal nas 16 regiões pesquisadas*:
Salvador (BA) - 1,12%
São Luís (MA) - 1,10%
Fortaleza (CE) - 1,10%
Porto Alegre (RS) - 1,04%
Campo Grande (MS) - 0,97%
Rio Branco (AC) - 0,93%
Curitiba (PR) - 0,93%
Rio de Janeiro (RJ) - 0,87%
Goiânia (GO) - 0,79%
Belo Horizonte (MG) - 0,79%
Recife (PE) - 0,76%
Vitória (ES) - 0,74%
Aracaju (SE) - 0,62%
Belém (PA) - 0,48%
Brasília (DF) - 0,27%

*Fonte: IBGE

O volume do comércio varejista brasileiro teve alta de 1,8% de março para abril deste ano. O crescimento veio depois de uma queda de 1,1% observada na passagem de fevereiro para março. Essa é a maior alta para o mês de abril desde 2000. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada hoje (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O varejo também cresceu 0,4% na média móvel trimestral, 23,8% na comparação com abril do ano passado, 4,5% no acumulado do ano e 3,6% no acumulado de 12 meses.

Sete das oito atividades pesquisadas pelo IBGE tiveram alta na passagem de março para abril, com destaque para móveis e eletrodomésticos (24,8%), tecidos, vestuário e calçados (13,8%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (10,2%).

Também tiveram aumento no volume de vendas os segmentos de outros artigos de uso pessoal e doméstico (6,7%), livros, jornais, revistas e papelaria (3,8%), combustíveis e lubrificantes (3,4%), e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,9%).

A única queda de março para abril foi observada na atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,7%).

A receita nominal do varejo teve altas de 1,4% na comparação com março deste ano, 36,1% em relação a abril do ano passado, 15,2% no acumulado do ano e 10,6% no acumulado de 12 meses.

O varejo ampliado, que analisa também os veículos e materiais de construção, teve alta de 3,8% de março para abril, puxada pelos crescimentos de 20,3% do setor de veículos, motos, partes e peças, e de 10,4% da atividade de materiais de construção.

Também houve altas, no volume do varejo ampliado, na média móvel trimestral (0,7%), comparação com abril de 2020 (41%), acumulado do ano (9,2%) e acumulado de 12 meses (3,5%).

A receita do varejo ampliado cresceu 3,8% em relação a março deste ano, 54,1% na comparação com abril do ano passado, 20,7% no acumulado do ano e 10,8% no acumulado de 12 meses.

Publicado em Economia

Na esteira da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou a realização do Censo Demográfico em 2022, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta terça-feira, 18, em comunicado, que prepara um plano para realizar a pesquisa, que incluirá a necessidade de recursos orçamentários a serem repassados ainda este ano. Segundo o órgão, é urgente a recomposição do orçamento de 2021 para dar conta das etapas preparatórias do Censo 2022.

"A Direção do IBGE prepara um plano para cumprimento da decisão judicial que estabeleceu a realização do Censo Demográfico em 2022. O projeto descreverá as demandas de recursos a serem repassados ao Instituto ainda este ano, para que o Censo ocorra no ano que vem - por enquanto, sem data definida. A prioridade, agora, é fechar a proposta, já que há necessidade urgente de recomposição do orçamento para conclusão de etapas preparatórias essenciais ao longo de 2021", diz um comunicado divulgado nesta terça pelo IBGE.

O comunicado não informa um prazo exato para a conclusão do plano. "Após a elaboração do plano de trabalho, serão retomadas reuniões com as áreas técnica, consultiva e operacional, que vão definir as melhores condições e o período adequado para realização do Censo em 2022", continua o texto.

Na sexta-feira, 14, quando o Plenário do STF tomou a decisão, o IBGE já havia informado que estava trabalhando em um plano para levar o Censo Demográfico a campo em 2022, mas não havia ressaltado a necessidade de recomposição orçamentária em 2021, para dar conta das etapas preparatórias.

Realizado a cada dez anos, o Censo Demográfico visita todos os cerca de 71 milhões de lares brasileiros. O levantamento foi orçado inicialmente pela equipe técnica do IBGE em cerca de R$ 3 bilhões, para ir a campo em 2020, como previsto. Em meio a pressões do governo pela redução no orçamento, os questionários originais foram enxugados, e a verba encolheu para R$ 2,3 bilhões, ainda em 2019.

Ano passado, diante da pandemia de covid-19, o IBGE suspendeu todas as entrevistas presenciais em suas pesquisas. O Censo foi adiado para 2021. Nessa ocasião, o governo federal reduziu ainda mais o montante previsto no projeto de lei orçamentária de 2021 para o Censo, para R$ 2 bilhões.

Nas discussões no Congresso, o valor acabaria cortado para R$ 71 milhões. O Orçamento sancionado e publicado no Diário Oficial da União trouxe um veto do presidente Jair Bolsonaro, que cortou o valor ainda mais, para R$ 53 milhões. Esse montante é tido como insuficiente para realizar o Censo e motivou o pedido de demissão da então presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra.

No fim de abril, antes da decisão do STF, o novo presidente do IBGE, Eduardo Rios Neto, afirmou que o órgão estava preparado tecnicamente para realizar o Censo Demográfico em 2021, "a depender das condições sanitárias" e da recomposição integral do orçamento de R$ 2 bilhões. Mesmo assim, os recursos precisariam chegar a tempo de os preparativos serem retomados de forma a levar a campo a coleta ainda este ano. O plano de iniciar a coleta em agosto já não seria cumprido.

Publicado em Brasil
Pagina 3 de 5