O Jornal da Cidade

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O golpe do Pix tá aí e muita gente, sem querer, está se tornando vítima de criminosos. Foi só a novidade do mercado financeiro surgir que os golpistas aproveitaram para utilizá-la como mais uma forma de praticar furtos. Camila Dorea de Jesus, nora da assistente financeiro Rose Alves, 42 anos, perdeu mais de R$ 9,5 mil nessa história. O dinheiro era para comprar uma casa.

E ela não foi a única vítima: segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, os crimes cibernéticos triplicaram no estado em 2020, com relação a 2019, saltando de 119 para 313 (veja abaixo). E eles continuam acontecendo. Camila, por exemplo, foi vítima em 2021. Segundo Rose, o golpe contra a nora ocorreu em 21 de abril, por volta das 16h.

“Alguém acessou a conta dela e, de início, fez um Pix no valor de quase R$ 5 mil. Ela viu a mensagem, correu para tirar o restante do dinheiro da conta e, quando entrou no aplicativo, viu que eles já tinham tirado todo o resto”, lamenta. Até agora, a família não sabe como a transação foi feita.

“Ela fez um boletim de ocorrência e foi até a agência para ouvir o gerente dizer que não era com ele. Depois, passaram um número interno para ela fazer a denúncia e eles agendaram um horário para ela voltar para a mesma agência e falar com o mesmo gerente", conta.

De acordo com Rose, na segunda passada, o banco negou a possibilidade de ressarcir o valor. “Já entramos numa causa judicial contra o banco, pois foi muito sofrimento para eles juntarem esse dinheiro. Não foi algo da noite pro dia não. Eles ralaram muito”, completa a assistente financeiro.

Já do advogado Antônio Sedraz de Almeida Junior, 32, foram roubados R$ 1 mil. Também sem saber como, o valor foi transferido da sua conta Nubank para a de um desconhecido. O crime ocorreu em 6 de maio, às 13h36.

“Estava em casa tranquilo e, do nada, recebi a notificação no celular dizendo que tinha feito uma transferência desse valor. Três minutos depois, eu entrei em contato com a Nubank, que disse não poder fazer nada, pois a transação teria sido feita, segundo eles, do meu celular e da minha senha. Isso não é verdade”, lamenta o advogado.

Antônio fez um Boletim de Ocorrência na 11ª Delegacia de Policia Civil, em Tancredo Neves. “Por coincidência, no dia em que roubaram os R$ 1 mil, tinha feito três transferências tirando dinheiro da conta da Nubank e liguei para o banco para solicitar o cancelamento da compra por aproximação, mas não tenho a mínima ideia de como o crime aconteceu, pois o telefone estava no meu bolso”, disse.

Em nota, a Policia Civil disse que a investigação está em andamento e que, no momento, não dispõe de detalhes da apuração. Já o Nubank afirmou que o pedido do cliente foi analisado por duas instâncias de atendimento, com retorno e comunicações sobre os fatos por meio do SAC e da Ouvidoria.

“Para preservar o sigilo bancário do cliente, se ainda houver qualquer dúvida, recomendamos que ele entre em contato com a nossa equipe de atendimento via chat, e-mail, telefone ou redes sociais, 24 horas por dia e em qualquer dia da semana”, diz nota oficial.

Como acontecem?
De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as tentativas de fraudes registradas com o Pix foram identificadas como os chamados ataques de phishing. Tratam-se de técnicas de engenharia social que consistem em enganar o indivíduo para que ele forneça informações confidenciais, como senhas e números de cartões.

Foi isso que quase aconteceu com a comerciante Rosimeire da Silva, 42, moradora de Cajazeiras. Ela recebeu um e-mail do banco que informava a chegada de uma transferência Pix de cerca de R$ 2 mil. Como ela é comerciante e trabalha com esse formato de transferência, não suspeitou, a princípio.

“No e-mail tinham todos os detalhes do banco e o link que dizia para eu clicar e visualizar minha conta”, lembra. Rosimeire clicou no link, mas, quando foi pedido para ela digitar sua senha, desconfiou que poderia ser um golpe.

“Liguei para meu esposo e perguntei se ele tinha algum Pix pra receber nesse valor e ele disse que não tinha. Então, entrei no Google e vi vários alertas desse tipo de golpe. Fiquei com medo de alguém ter roubado meus dados”, diz.

Escolha do formato
A escolha dos bandidos pelo Pix para os golpes é explicada pela facilidade em ser realizada a transferência. O valor cai na conta de destino em até 10 segundos, independente do dia ou horário que foi feita a transação.

Segundo o Banco Central, 75 milhões de brasileiros já usaram o Pix para transferir ou receber dinheiro desde novembro de 2020, quando o serviço foi lançado. Em abril, a quantidade de Pix superou a de Transferências Eletrônicas Disponíveis e Documentos de Crédito somados.

“Os bancos estão usando toda sua expertise com todos os sistemas de pagamentos, como TED e DOC, transferências, boletos, e agora para o Pix. Para isso, conta com as melhores tecnologias e o que há de mais moderno em relação à segurança cibernética e prevenção a fraudes”, defende a Febraban. Segundo a instituição, R$ 24,6 bilhões são investidos anualmente em tecnologia pelos bancos.

De acordo com o delegado Delmar Bitencourt, especialista em crimes cibernéticos e responsável pelo Laboratório de Inteligência Cibernética da Polícia Civil da Bahia, os golpes envolvendo o Pix estão se tornando comuns no estado.

“O que acontece é a pessoa perder a conta, entregar ao bandido, e ele faz o Pix para transferir o valor. Também tem o caso de alguém se passar por outra pessoa e induzir o contato a fazer uma transferência por Pix”, diz.

A técnica em eletrotécnica Talita Gonçalves, 21, viveu uma situação curiosa. Pelo Instagram, ela teve acesso ao perfil de Alessandra Menezes, que alegava passar por dificuldades financeiras e pedia doação de R$ 1.

Sensibilizada, Talita fez o Pix. Depois, descobriu que se tratava de um perfil fake. “O problema não foi o valor e sim que eu saí compartilhando as publicações para poder ajudá-la”, lamenta.

Em Jequié, polícia prendeu funcionário de banco por dar golpe do Pix
No dia 20 de maio, o funcionário de uma agência bancária, cujo nome não foi revelado, foi capturado por furto qualificado mediante fraude. Ele trabalhava em Jequié, cidade a quase 200 quilômetros de Salvador. De acordo com a investigação dos policiais da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), o rapaz transferiu R$ 20 mil da conta de um cliente por Pix.

Primeiro, o funcionário teria sido acionado pelo banco para colher a assinatura de um cliente que estava com problemas de locomoção e desejava fazer um empréstimo bancário. Foi nesse momento que ele teve acesso as senhas da vítima e furtou os R$ 20 mil.

“Ele, de posse da senha do cliente, baixou o aplicativo do banco e passou a acessar sua conta por meio virtual. Ele pediu ajuda de um vizinho, que estava vendendo o carro, para transferir via Pix a quantia, para que não levantasse suspeita. O vizinho ganhou uma quantia para ceder sua conta”, relatou o titular da DRFR, o delegado Ivan Rodrigues Lessa.

O autor confessou o crime, e a Polícia Civil conseguiu recuperar a quantia de R$ 10 mil. "O autor assumiu o compromisso de ressarcir o valor restante à vítima. Ele responderá por furto qualificado mediante fraude e ficará à disposição da justiça”, explicou.

Na Bahia, crimes cibernéticos triplicaram em 2020
Nem só de Pix vivem os golpistas. Na Bahia, em 2020, foram registrados 313 crimes cibernéticos, quase o triplo do ano anterior, quando apenas 109 ocorrências foram registradas, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). O bancário Sérgio Curcino, 56, foi uma dessas vítimas. Ele teve o WhatsApp clonado, um dos crimes mais comuns atualmente no meio digital.

Segundo os dados da empresa de segurança digital Psafe, 5 milhões de pessoas no Brasil sofreram uma tentativa de ter o WhatsApp clonado em 2020. Na prática, os golpistas conseguem o número do cidadão, induzem a vítima a passar o código que ativa o aplicativo e invadem a conta. Depois, passam a pedir dinheiro em nome da vítima. No caso de Sérgio, um vizinho chegou a depositar R$ 1,5 mil para os criminosos.

“Ele viu o pessoal dos grupos que eu tinha mais conversa e começou com um ‘bom dia, tudo bem?’. Algo padrão. Disse que eu estou com dificuldade de fazer transferência e pediu para o vizinho fazer no meu lugar. Algo bem objetivo. Isso eu não consigo saber que está acontecendo. Eu só confirmei que tinha sido clonado quando outro vizinho me ligou perguntando se eu tinha passado algum ‘zap’ pra ele”, lembra.

Com a fraude constatada, Sergio disse ter entrado em contato com o próprio WhatsApp para que o aplicativo fosse bloqueado. No entanto, ele não fez nenhuma denúncia para que a polícia investigasse o caso. “Eu, particularmente, não denunciei por causa da correria, mas reconheço que é importante fazer. Meu vizinho também acabou não denunciando”, lembra.

Clonagem é o mais comum
Diretor do dfndr lab, laboratório especializado em segurança digital da PSafe, Emilio Simoni explica que a clonagem do WhatsApp, embora seja um dos golpes mais comuns atualmente, não é o único. “Há uma diversidade de golpes no Brasil e isso deixa ainda mais difícil o trabalho de quem tem que lidar com isso. Se formos falar sobre todos, vira uma enciclopédia”, diz. O delegado civil Clodovil Soares, especialista em Ciências Criminais e professor da Rede UniFTC, concorda com Simoni.

“Quando a gente fala em crime de internet, é comum as pessoas atentarem aos que têm prejuízo econômico. A polícia é mais cobrada por isso, mas não podemos esquecer dos outros delitos cibernéticos que afetam a honra das pessoas e, na pandemia, têm feito diversas vítimas. É o caso dos crimes de divulgação de fotos íntimas, vídeos e difamação pelas redes sociais, por exemplo”, lembra.

Em Buerarema, cidade localizada no sul da Bahia, Clodovil conduz investigações de crimes digitais com o apoio do setor especializado da SSP. “A sensação que eu tenho é que foi um aumento significativo de crimes cibernéticos. Tem mais pessoas procurando a delegacia para relatar que foi vítima de algum golpe, por exemplo”, relata.

Denunciar é fundamental
Não denunciar quando se é vítima de um crime digital, como fez o bancário Sérgio Curcino, é justamente a atitude não recomendada pelos especialistas. Os números pdoeriam ser ainda maiores se as pessoas, de fato, registrassem as ocorrências “A gente incentiva o registro da ocorrência, pois é uma forma de providenciar políticas para melhor atender a esse problema. Há um aumento de demanda e é necessário termos mais policias formados na área cibernética e investimento nos equipamentos tecnológicos. É o que temos feito”, disse o delegado Delmar Bitencourt.

“Na maioria dos casos, a gente pode chegar à autoria. Quem pratica esses crimes se engana em pensar que está no anonimato. Alguns obstáculos de natureza mais técnica são, por exemplo, a quebra de um sigilo, que demora um pouco para sair. Mas, em linhas gerais, a polícia tem o mecanismo para identificar os autores”, argumenta.

O estudante Matheus Mota, 30, foi um dos que confiaram na importância de denunciar. Ele sofreu um golpe ao tentar vender um Playstation 4 pelo site Mercado Livre em dezembro de 2020. Seu prejuízo foi em torno de R$ 2 mil.

“Eu recebi o contato de alguém interessado que queria meu número de WhatsApp. Eu dei, ele entrou em contato comigo, fez várias perguntas sobre o aparelho e, por fim, pediu o link da compra e meu e-mail. Um dia depois, ele falou que tinha feito o pagamento e disse que eu receberia um e-mail em breve. Eu recebi, mas era algo falso e não me dei conta. Coloquei o Playstation na transportadora e o rapaz sumiu”, relata.

Como o endereço para qual o vídeo game foi destinado era em São Paulo, Matheus fez a denúncia pela delegacia digital desse estado, mas até agora não obteve nenhum retorno. O diretor do laboratório especializado em segurança digital da PSafe, Emilio Simoni, explicou que esse é um golpe comum. “Não basta a pessoa ter um antivírus instalado. Tem que ter a conscientização, saber como os golpes funcionam, se informar”, defende.

Sancionada lei que prevê pena de até quatro anos para crime virtual
O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta sexta-feira (28), lei que torna mais rigorosas as punições para crimes cometidos na internet. A pena para "hacker", ou seja, quem invade o dispositivo eletrônico de outra pessoa ou instituição, foi aumentada de um para quatro anos de prisão. Também cresceu a pena de quem comete furto e estelionato de forma eletrônica ou pela internet.

Se o invasor tomar posse de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, ou controlar remotamente o dispositivo invadido, a pena agora passará a ser de reclusão, de dois a cinco anos, e multa. Antes, era de reclusão de seis meses a dois anos e multa.

O crime de furto qualificado mediante fraude, por meio de dispositivo eletrônico ou informático terá pena de quatro a oito anos e multa, que poderá ser aumentada em um terço a dois terços, se praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do território nacional, e será majorada de um terço ao dobro, se o crime for praticado contra idoso ou pessoa vulnerável.

Também para o crime de fraude eletrônica, a pena será de reclusão, de quatro a oito anos, e multa. O delegado Delmar Bitencourt classcifica a nova legislação como algo positivo. “Com certeza, vai melhorar a nossa atuação e dará mais agelidade ao processo de investigação”, afirma.

Confira alguns dos principais golpes aplicados atualmente envolvendo, ou não, o Pix (Com informações da Febraban):

1 - Golpe da clonagem do Whatsapp: Entre os meios usados pelos bandidos está o Whatsapp. Os criminosos enviam uma mensagem pelo aplicativo fingindo ser de empresas em que a vítima tem cadastro. Eles solicitam o código de segurança, que já foi enviado por SMS pelo aplicativo, afirmando se tratar de uma atualização, manutenção ou confirmação de cadastro.

Com o código, os bandidos conseguem replicar a conta de WhatsApp em outro celular. A partir daí, os criminosos enviam mensagens para os contatos da pessoa, fazendo-se passar por ela, pedindo dinheiro emprestado por transferência via Pix.

Uma medida simples para evitar que o WhatsApp seja clonado é habilitar, no aplicativo, a opção “Verificação em duas etapas” (Configurações/Ajustes > Conta > Verificação em duas etapas). Desta forma, é possível cadastrar uma senha que será solicitada periodicamente pelo app. Essa senha não deve ser enviada para outras pessoas ou digitadas em links recebidos.

2 - Golpe de engenharia social com Whatsapp: Em outra fraude que usa o Whatsapp, o criminoso escolhe uma vítima, pega sua foto em redes sociais, e, de alguma forma, consegue descobrir números de celulares de contatos da pessoa. Com um novo número de celular, manda mensagem para amigos e familiares da vítima, alegando que teve de trocar de número devido a algum problema, como, por exemplo, um assalto. A partir daí, pede uma transferência via Pix, dizendo estar em alguma situação de emergência.

Nesta fraude, o bandido nem precisa clonar o whatsapp da pessoa, e usa a estratégia de pegar dados pessoais da vítima e de seus contatos. A FEBRABAN alerta que é preciso ter muito cuidado com a exposição de dados em redes sociais, como, por exemplo, em sorteios e promoções que pedem o número de telefone do usuário.

Ao receber uma mensagem de algum contato com um número novo, é preciso certificar-se que a pessoa realmente mudou seu número de telefone. O cliente sempre deve suspeitar quando recebe uma mensagem de algum contato que solicita dinheiro de forma urgente. Não faça o Pix ou qualquer tipo de transferência até falar com a pessoa que está solicitando o dinheiro.

3 - Golpe do falso funcionário de banco e das falsas centrais telefônicas: Outros golpes praticados são os do falso funcionário e falsas centrais telefônica de instituições financeiras. O fraudador entra em contato com a vítima se passando por um falso funcionário do banco ou empresa com a qual o cliente tem um relacionamento ativo. O criminoso oferece ajuda para que o cliente cadastre a chave Pix, ou ainda diz que o usuário precisa fazer um teste com o sistema de pagamentos instantâneos para regularizar seu cadastro, e o induz a fazer uma transferência bancária.

É importante ressaltar que os dados pessoais do cliente jamais são solicitados ativamente pelas instituições financeiras, tampouco funcionários de bancos ligam para clientes para fazer testes com o Pix. Na dúvida, sempre procure seu banco para obter esclarecimentos.

4 - Golpe do bug do Pix: Outra ação criminosa que está sendo praticada por quadrilhas e que envolvem o Pix é o golpe do “bug” (falha que ocorre ao executar algum sistema eletrônico). Mensagens e vídeos disseminados pelas redes sociais por bandidos afirmam que, graças a um “bug” no Pix, é possível ganhar o dobro do valor que foi transferido para chaves aleatórias. Entretanto, ao fazer este processo, o cliente está enviando dinheiro para golpistas.

5 – Golpe dos perfis falsos em redes sociais. Contas fakes de restaurantes, hotéis e pousadas são feitas e oferecem promoções ou reservas em que a vítima precisa transferir algum valor com antecedência.

6 - Golpe do boleto falso. Os criminosos fazem boletos muito parecidos com o da empresa que a vítima é cliente. Eles enviam esse documento por e-mail, às vezes de forma aleatória, na esperança de que alguém ache que o boleto é verdadeiro e faça o pagamento.

7 - Golpe nos aplicativos de namoro. Pessoas criam contas, algumas vezes falsas, e entram em contato com outros usuários. Eles mantêm um contato íntimo via redes sociais, às vezes com o envio de fotos íntimas, que depois são usadas para extorsão. Há também os casos em que a vítima é induzida a transferir dinheiro para o golpista na esperança de encontrá-lo pessoalmente.

8 - Golpe do consórcio/imóvel barato. Os golpistas criam falsos anúncios de venda de imóveis em aplicativos ou redes socais. Com o preço barato, eles atraem os clientes a entrarem num consórcio e não a comprar o imóvel indicado na propaganda.

9 - Golpe na venda de produtos pela internet. O vendedor anuncia um produto, geralmente eletrônico ou de rápida saída, e encontra um suposto interessado, que envia um e-mail para o vendedor dizendo que já realizou o pagamento. Esse e-mail é enviado como se fosse da empresa onde o produto foi anunciado. O vendedor envia a mercadoria para o endereço do golpista, que nunca fez a compra.

A Companhia de Processamento de Dados do Estado da Bahia (Prodeb) identificou, na tarde deste domingo (30), uma falha pontual no sistema de leitura e processamento das bases de dados da Covid-19, dos governos federal, estadual e municipais.

Segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), após a atualização no sistema do Ministério da Saúde, na última sexta-feira (28), ocorreu equivocadamente o acréscimo de 3.094 casos no boletim desse sábado (29), abrangendo 77 municípios.

“Técnicos da instituição trabalham para corrigir a falha, garantindo assim, que a Sesab continue a apresentar dados confiáveis e precisos no monitoramento dos casos suspeitos e positivos da Covid-19 no estado”, informou nota no site da pasta.

Mesmo diante da identificação dessa falha pontual, o painel de dados epidemiológicos (bi.saude.ba.gov.br/transparencia/) está parcialmente atualizado, a exemplo do número de óbitos e ocupação de leitos. Ainda de acordo com a Sesab, a previsão da Prodeb é que até as 22h deste domingo o problema tenha sido corrigido.

Os protestos promovidos neste sábado, 29, em diversas cidades do Brasil em oposição ao governo federal têm repercutido na mídia internacional. "Dezenas de milhares de brasileiros marcham para exigir o impeachment de Bolsonaro", destaca a manchete do site do jornal britânico The Guardian, por exemplo.

No texto, o veículo informa que as manifestações acontecem em mais de 200 cidades do País e são motivadas pela forma como o governo tem administrado a pandemia de covid-19. A matéria classifica como "desastrosa" a resposta de Jair Bolsonaro à crise sanitária que acarretou na morte de mais de 450 mil brasileiros até o momento.

"As manifestações de sábado, promovidas nas principais cidades do País, ocorrem no pior momento para Bolsonaro desde que assumiu o cargo em janeiro de 2019. As pesquisas sugerem uma raiva crescente com a forma como o populista de direita tem administrado a pandemia, com 57% da população apoiando seu impeachment", afirma a publicação.

Na mesma linha, o argentino La Nación, também noticia os protestos. Segundo o jornal, várias entidades de esquerda e movimentos estudantis, responsáveis pela mobilização, marcharam gritando palavras de ordem como "Fora Bolsonaro, "Bolsonaro genocida", "Vacina já" e "Fora Bolsovírus". O texto do veículo do país vizinho ressalta que desde o início da pandemia, que chegou a ser chamada de "gripezinha" por Bolsonaro, o mandatário tem criticado medidas de isolamento, promovido uso de medicamentos sem eficiência comprovada.

A agência de notícias Reuters foi mais um veículo a abordar as manifestações deste sábado. O texto destaca que os movimentos ocorrem majoritariamente de forma pacífica. No entanto, no Recife, a polícia interveio por meio do uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

"A maioria dos manifestantes usava máscaras e tentava respeitar os protocolos de distanciamento, mas nem sempre com sucesso, enquanto pediam por uma vacinação mais rápida em todo o País", publicou a Reuters. Além disso, relatou que em alguns protestos, como o do Rio de Janeiro, foram vistas imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vestindo a faixa presidencial.

Ainda em relação à mobilização na capital fluminense, a agência Al Jazeera informou, por meio de uma correspondente, que muitos manifestantes compareceram, apesar das preocupações anteriores sobre a realização de grandes protestos públicos durante a pandemia. A matéria ressalta ainda que a mobilização acontece em meio aos trabalhos da CPI da Covid. "O presidente de extrema-direita do Brasil, Jair Bolsonaro, está enfrentando uma investigação do Senado sobre a forma como seu governo está lidando com a pandemia", diz a publicação.

 

O homem preso, suspeito de matar o médico Andrade Lopes Santana, de 32 anos, que estava desaparecido desde o dia 24 de maio, e foi encontrado amarrado a uma âncora, era o amigo da vítima, que registrou o desaparecimento na delegacia.

Segundo informações da delegacia, o suspeito também é médico e chegou a receber os familiares da vítima, que moram no Acre, quando eles chegaram na Bahia.

Ainda segundo a polícia, o suspeito e o médico tinham combinado de andar de moto aquática. A versão apontada pelo colega de Andrade na delegacia, era de que o amigo tinha comentado que sairia para comprar a moto. Essa versão foi descartada.

O suspeito foi preso, no início da tarde desta sexta, em Feira de Santana, distante 100 km de Salvador. A Polícia Civil confirmou que o corpo encontrado no Rio Jacuípe, em São Gonçalo dos Campos na manhã desta sexta-feira (28), é do médico Andrade Lopes Santana.

O corpo de Andrade foi encontrado no Rio Jacuípe, e até então, a polícia não tinha confirmado que era do médico, mas informou que o corpo tem características semelhantes à Andrade.

O homem suspeito pelo crime, que não teve a identidade divulgada, foi preso por equipes da 1ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Feira) e da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Feira de Santana, enquanto estava em casa no bairro da Santa Mônica. Entretanto, a polícia informou que a motivação do crime está sendo apurada.

Desaparecimento

Andrade havia desaparecido na segunda-feira (24), depois de sair de Araci, a 220 km de Salvador, com destino a Feira de Santana. Natural do Acre, o médico se mudou para à Bahia em 2016, para exercer a medicina.

Ele saiu de casa sozinho, pouco depois de meio-dia de segunda, para comprar uma moto aquática e encontrar com um amigo, no Rio Jacuípe, em Feira de Santana. O amigo disse que ele chegou a enviar uma mensagem que dizia que tinha entrado na cidade. Desde então, não foi mais visto e nem deu notícias.

O veículo dirigido pelo médico foi achado por policiais rodoviários na região de Conceição do Jacuípe, na BR-101, no mesmo dia em que ele desapareceu. O carro estava ao lado de um barranco, trancado e sem marcas de acidente.

As informações foram dadas por amigos, que procuraram a polícia, pois o médico não tinha parentes na Bahia. O caso foi registrado na 2ª Delegacia de Feira de Santana, pelo amigo de Andrade.

Na madrugada de quinta-feira (27), a mãe dele, Domitília Lopes, e mais seis pessoas da família, chegaram em Feira de Santana, para acompanhar as investigações sobre o desaparecimento do médico.

O suspeito de matar o médico Andrade Lopes Santana, de 32 anos, que estava desaparecido, foi preso na tarde desta sexta-feira (28) em Feira de Santana. O corpo do médico foi encontrado momentos antes da prisão, no Rio Jacuípe, no município de São Gonçalo dos Campos, com uma marca de tiro na nuca.

A prisão, que ocorreu na casa do suspeito, no bairro da Santa Mônica, foi realizada por equipes da 1ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Feira) e pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Feira de Santana. Ainda não há informações sobre a motivação do crime.

Andrade desapareceu na segunda-feira (24), depois de sair de Araci com destino a Feira de Santana. Natural do Acre, o médico não tinha parentes na capital baiana e contou com amigos para auxiliar na investigação.

Ele teve o corpo amarrado a uma âncora, também localizada pelos policiais, antes de ser jogado no rio. O delegado Roberto Leal, coordenador da 1ªCoorpin, que acompanha o caso, informou que amigos identificaram o corpo como sendo do médico.

Investigação
Na terça (25), um colega de Andrade, também médico, prestou queixa na 2ª Delegacia Territorial de Feira de Santana, comunicando o desaparecimento de Andrade. De acordo com o delegado Roberto Leal, as investigações foram iniciadas naquele dia. Andrade é natural do Acre, e não tem parentes na Bahia. Ele trabalha nas cidades baianas de Araci, Tucano, Jorro e São Domingos.

“Foi feito o registro da ocorrência e iniciou-se uma coleta de dados que podem levar a indicação do paradeiro do médico. Sabemos que ele saiu dia 24 com destino a cidade de Feira de Santana, onde visitaria alguns amigos e iria realizar um negócio aqui nesta cidade. Por volta das 12h ele não mais foi encontrado por seus amigos, inclusive, se ausentou do serviço que seria escalado como médico. Por volta das 18h, o veículo dele foi encontrado pela Polícia Rodoviária Federal já na cidade de Conceição do Jacuípe, abandonado e trancado”, disse o delegado na ocasião.

O delegado informou que não havia indicativo de que o médico sofresse algum tipo de ameaça. “É realmente algo estranho. É uma pessoa dedicada ao trabalho como se percebe pelas informações coletadas com os amigos e pessoas mais próximas, e que não tem nenhum relato que indicasse ser vítima de crime. Vamos seguir com todas as diligências necessárias para localizá-lo. Não podemos descartar nenhuma hipótese, neste momento. Trata-se de uma pessoa que não havia nenhum indicativo de que tivesse sofrido algum tipo de ameaça, nem tivesse se envolvido em algum tipo de problema que gerasse algum tipo de vingança, e a gente acaba descartando essas situações, e se aproximando mais de um desaparecimento que pode ser em virtude de crime contra o patrimônio. O aparelho celular e objetos pessoais não foram encontrados, indicando que esses pertences podem ter sido subtraídos. Nossa linha inicial é de que é um crime contra o patrimônio”, disse o delegado.

Um amigo do médico imformou à polícia que ele teria cancelado um almoço com uma mulher para almoçar com um outro amigo, e que teria marcado de encontrar a mulher para jantar. Segundo o amigo que teria marcado o almoço com Andrade, ele chegou a enviar uma mensagem avisando que havia chegado ao local combinado, no Rio Jacuípe, mas o amigo não o encontrou. Após esta mensagem, o médico não respondeu e nem atendeu ligações.

Um corpo foi encontrado no Rio Jacuípe, em São Gonçalo dos Campos, a cerca de 120 km de Salvador, na manhã desta sexta-feira (28), e a polícia investiga se é do médico Andrade Lopes Santana, desparecido desde segunda-feira (24), quando saiu de Araci com destino a Feira de Santana.

Segundo o delegado Roberto Leal, da Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/de Feira de Santana), que investiga o caso, o corpo tem características semelhantes ao do médico, mas ainda não há confirmação.

Uma equipe do Departamento de Polícia Técnica (DPT) irá realizar a perícia para identificação do corpo.

O médico tem 32 anos e é natural do Acre. Ele mora em Araci, 220 km distante da capital, e, segundo informações de colegas, teria ido a Feira de Santana encontrar amigos e comprar uma moto aquática. Desde então, não há notícias.

O carro de Andrade chegou a ser encontrado às margens da BR-101, em Conceição do Jacuípe, sem marcas de acidente e com as portas trancadas.

A mãe dele, Domitília Lopes, e outras seis pessoas da família chegaram a Feira de Santana e auxiliam nas investigações do desaparecimento do médico.

“Estou muito aflita, muito ansiosa. Meu filho desapareceu, e a gente está sofrendo muito. Ninguém sabe se está comendo, se está doente, se está mal, o que fizeram, onde está, o que aconteceu”, disse a mulher.
Ela destacou a lembrança de quando ele saiu da cidade de Epitaciolândia, interior do Acre, para exercer a medicina na Bahia, em 2016.

"Saiu de casa sozinho com o carro, colocou a mala e veio trabalhar aqui na Bahia”, relembra.

Desaparecimento

Andrade mora no município de Araci, cidade a cerca de 220 km de Salvador, mas trabalha em localidades da região nordeste da Bahia (Tucano, Caldas do Jorro e São Domingos, além de Araci).

Ele saiu de casa sozinho, pouco depois de meio-dia de segunda, para comprar uma moto aquática e encontrar com um amigo, no Rio Jacuípe. O amigo disse que ele chegou a enviar uma mensagem que dizia que tinha entrado em Feira de Santana. Desde então, não foi mais visto e nem deu notícias.

O veículo dirigido pelo médico foi achado por policiais rodoviários na região de Conceição do Jacuípe, na BR-101, no mesmo dia em que ele desapareceu. O carro estava ao lado de um barranco, trancado e sem marcas de acidente.

As informações foram dadas por amigos, que procuraram a polícia, pois o médico não tem parentes na Bahia. O caso foi registrado na 2ª Delegacia de Feira de Santana, pelo amigo de Andrade.

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta quinta-feira, 27, o armazenamento da vacina da Pfizer por até 31 dias em geladeira comum, entre 2ºC a 8ºC. Antes, o imunizante só poderia ser guardado nessa temperatura por até cinco dias. Isso deve facilitar a logística de entrega e aplicação das doses em cidades do interior. A agência regulatória dos Estados Unidos FDA (Food and Drug Administration) e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) já tinham dado o mesmo aval.

O imunizante possui prazo de validade de seis meses quando armazenado em ultracongeladores a cerca de - 75°C. Dentro do prazo de validade, é também possível o armazenamento por um período único de até duas semanas a aproximadamente - 20ºC, e agora por até 31 dias em temperaturas de 2º a 8º C. As vacinas Coronavac e de Oxford/AstraZeneca já são armazenadas em geladeiras.

O pedido de alteração foi enviado à Agência na última sexta-feira (21) e a análise foi realizada durante esta semana. Para aprovar as novas condições de conservação, a equipe técnica da Anvisa avaliou os estudos de estabilidade apresentados pelo laboratório desenvolvedor da vacina. Os estudos de estabilidade servem para definir por quanto tempo e em quais condições a vacina mantém suas características sem alteração.

Ampliação da imunização
"A mais recente autorização da Anvisa abre portas para ampliar a imunização contra a covid-19 com a vacina da Pfizer/BioNTech. É muito gratificante saber que os mais de 5,5 mil municípios brasileiros terão a possibilidade de receber a nossa vacina", disse em nota Márjori Dulcine, diretora médica da Pfizer Brasil.

Em 6 de março de 2020 a Bahia registrou o primeiro caso do, até então, novo coronavírus. Um um ano e dois meses depois, o vírus já não é um completo desconhecido, embora ainda surpreende. Nesta sexta-feira, 28, o estado atinge a triste marca de 1 milhão de infectados.

Até a quinta-feira, 27, eram 999.463 doentes de covid-19, segundo balanço da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Como a média de contaminações diárias está em 4 mil casos, a marca de 1 milhão de contaminados deve ser ultrapassada nessa sexta.

Os especialistas em Saúde no estado se preocupam, principalmente depois que o novo boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado ontem, manteve a Bahia no patamar de alerta crítico para aumento de contaminações e óbitos.

“Isso é assustador. A pandemia toda assusta muito. O vírus é extremamente transmissível e não é à toa que estamos assim”, lamenta a epidemiologista Gloria Teixeira, integrante da Rede CoVida Ciência Informação e Solidariedade.

“Temos muita dificuldade para fazermos o distanciamento social. Só teria diminuído os números se tivéssemos feito um lockdown severo. Temos também muita pouca vacina”, completa a especialista.

Proporcionalmente, a cada 15 baianos, um já foi contaminado pelo vírus. De março do ano passado para cá, 20,9 mil pessoas morreram de covid-19 no estado, diz o boletim epidemiológico de ontem da Sesab. Isso representa 2,09% dos infectados.

“Quando comparamos com outros estados, vemos que a Bahia não é o pior de todos. Mas tudo isso preocupa. Nós precisamos de vacina e distanciamento”, acrescenta Gloria Teixeira.

Até a quinta, 27, a Bahia tinha vacinado aproximadamente 3,3 milhões com a primeira dose e 1,5 milhão com a segunda, ou seja, cerca de 10% da população do estado completou o esquema vacinal. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), para que a vacina tenha efeito coletivo, é preciso que cerca de 70% da população esteja imunizada.

Quatorze meses depois do começo da pandemia, o CORREIO fez um raio-x da covid no estado. Confira nos tópicos a seguir:

1 - A cada 15 baianos, um pegou covid

Se temos 1 milhão de casos e uma população de quase 15 milhões de pessoas, de acordo com os dados mais atualizados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), podemos afirmar que, a cada 15 baianos, um foi infectado pela covid-19. Dificilmente você não conhecerá alguém contaminado, mesmo que de forma assintomática, pela doença.

Atualmente, algumas personalidades baianas contraíram o vírus. Esse é o caso do vereador de Salvador Claudio Tinoco, do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), deputado Adolfo Menezes e do reitor da Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, padre Edson Menezes da Silva. Eles não precisaram ser internados.

Já o vice-prefeito de Capim Grosso, Frank Neto, precisou ser intubado após complicações da doença. Ele está internado no Hospital do Subúrbio, em Salvador. E o padre Renato Minho, da Igreja Nossa Senhora do Pilar e Santa Luzia, em Salvador, está na UTI do Hospital Instituto Couto Maia.

2 – Dos infectados, quase 21 mil morreram

Nesses 14 meses de pandemia, 20.856 pessoas morreram, segundo a Sesab. "É uma situação dramática que vivemos no Brasil e na Bahia”, classifica Celso Sant'Anna, médico imunologista e docente de Medicina da Rede UniFTC.

Ele está preocupado que, com o passar dos dias, mais pessoas morram de covid-19, no que já vem sendo chamada de terceira onda da doença. "Talvez esse nem seja o termo adequado. Vivemos uma onda contínua com repiques. Estamos num patamar muito elevado de casos e, agora, estamos entrando em mais um repique”.

Outros números do estado:

Recuperados - 960.258
Casos ativos - 18.349
Internados - 2.684
Ocupação dos leitos de UTI - 82%
Ocupação dos leitos clínicos - 73%
Quantas pessoas aguardam na fila da regulação por uma UTI covid - 159
Quantas pessoas aguardam na fila da regulação por um leito clínico - 93

*Dados até a quinta-feira, 27

3 – Todas as cidades registraram casos e mortes

Não há uma cidade na Bahia que não tenha sofrido as consequências da pandemia. Ainda em setembro de 2020, Novo Horizonte, na Chapada Diamantina, foi o último município do estado a registrar casos de covid-19. Em 27 de abril de 2021, Cravolândia, no Vale do Jiquiriçá, foi a última a registrar morte. A vítima foi a mãe da secretária de Saúde do município, Ednalva de Oliveira Mendes. Na lista dos municípios com mais casos ativos tem até as ‘cidades pequenas’ como Ribeira do Pombal, que está em lockdown completo até segunda-feira (31).

As 10 cidades baianas com mais casos ativos:

Salvador – 2.886
Feira de Santana - 546
Paulo Afonso - 515
Barreiras - 469
Ribeira do Pombal - 400
Itabuna - 385
Guanambi - 368
Lauro de Freitas - 314
Santo Antônio de Jesus - 265
Vitória da Conquista - 249

Fonte: Sesab

4 – Primeira morte em março de 2020

No Brasil, o primeiro caso do novo coronavírus foi registrado oficialmente em 26 de fevereiro de 2020, Quarta-Feira de Cinzas: um homem de 61 anos que voltou de viagem à Itália. Nove dias depois, em 6 de março, a Bahia registrou seu primeiro caso. Uma mulher de 34 anos, residente em Feira de Santana, que também tinha voltado da Itália.

Já a primeira morte por covid no Brasil ocorreu em 17 de março de 2020. O aposentado Manoel Messias Freitas Filho, 62 anos, em um hospital de São Paulo. Na Bahia, o primeiro óbito foi confirmado em 29 de março de 2020. O paciente era um homem de 74 anos que estava internado em um hospital privado.

5 – Quase 50 mil casos em profissionais da saúde

A cada 20 contaminados na Bahia, um é profissional de saúde. No total, segundo a Sesab, são 48.939 trabalhadores da área que ficaran doentes. Desses, a maioria são auxiliares ou técnicos de enfermagem, com 14.246 casos, seguidos dos enfermeiros com 8.706 e os médicos com 4.254 infecções.

O cenário, para o médico Celso Sant'Anna, é revoltante: “Nós estamos dando nossas vidas para salvar outras vidas e, muitas vezes, não encontramos o amparo necessário e sequer o apoio para desenvolver o serviço. É preciso criar uma rede de proteção aos trabalhadores que estão entregando suas vidas para salvar outras. Não está havendo um olhar cuidadoso dos gestores sobre isso. Os profissionais de saúde estão em campo de batalha lidando com situações dramáticas e dificílimas”, argumenta.

6 - Mais mortes e casos em 2021 que em 2020

Os cinco meses de 2021 já tiveram mais casos e mortes do que os nove de pandemia em 2020 (março a dezembro), na Bahia. Este ano, já ocorreram 11,7 mil mortes e 506 mil casos, enquanto no ano passado foram 493 mil casos e 9,1 mil mortes.

“Nós estamos vacinando muito pouco. Os dados mostram que casos e mortes começam novamente a aumentar, o que pode ser um reflexo pontual das aglomerações do dia das mães, mas junto com a chegada de novas variantes e a proximidade das festas juninas, a perspectiva não é animadora”, diz a epidemiologista Gloria Teixeira.

7 – Quase metade dos doentes é parda

Dos contaminados, metade é parda, diz a Sesab. São 497.553 pessoas autodeclaradas nessa cor infectadas (49,78% dos doentes). Em seguida, 11,54% são amarelos, 10,58% brancos, 7,81% pretos e 0,24% indígenas. Outras 200 mil pessoas não registram cor, o que equivale a cerca de 20% dos doentes.

8 - Mais mulheres contaminadas, mais homens mortos

Na Bahia, quanto ao gênero das pessoas com casos confirmados, 54,92% são mulheres, 44,97%, homens. Em 0,11% das notificações não foi informado o genêro, de acordo com a Sesab. Quando se trata de óbitos, 11.625 homens (55,74%) morreram de covid, enquanto 9.231 (44,26%) mulheres foram vítimas da doença. Esse fenômeno, segundo a epidemiologista Gloria Teixeira, não é exclusivo do estado ou do país.

“Ainda não conseguimos cravar o motivo disso, mas tem algumas hipóteses. Primeiro, elas cuidam mais das suas comorbidades indo mais ao serviço médico. Pode ser também que haja algumas diferenças no físico do homem ou ele demore mais para procurar assistência médica. Tudo isso são hipóteses. Fato é que se tem observado no mundo inteiro os homens morrendo mais”, disse.

9 – Mais da metade dos mortos tinha comorbidade

Cerca de 13 mil baianos mortos pela covid-19 tinham alguma comorbidade e não resistiram a doença, o que equivale a cerca de 63% de todas as mortes. A comorbidade que mais causou mortalidade foi a hipertensão arterial, mas também há óbitos entre os pacientes com diabetes, doenças cardiovasculares, obesidade e doença renal crônica.

“Quando você entra em contato com um vírus novo, seu sistema imunológico é desafiado a gerar uma resposta. Quem tem comorbidade entra em campo com o exército desfalcado, pois o sistema imunológico já está afetado. E aí, quando vem um vírus como esse, eles são os mais afetados, explicando numa linguagem simples”, diz o professor Celso Sant'Anna.

Mesmo assim, ainda tem uma boa parcela da população de infectados (37%) que morre mesmo sem ter nenhuma comorbidade.

“Há algumas hipóteses que explicam isso: às vezes o paciente jovem, sem comorbidade, o sistema imunológico dá uma resposta tão forte que se volta contra ele próprio. Às vezes, o vírus que contaminou é de uma cepa mais agressiva e por isso a pessoa sem comorbidade sucumbe. Mas ainda são hipóteses”, diz.

10 - Adultos são os mais contaminados

Os mais contaminados pela covid-19 na Bahia são adultos de 30 a 39 anos. No total, são 236 mil pessoas com essa faixa etária que pegaram o vírus, seguidas logo depois pelos adultos de 40 a 49 anos (196 mil contaminados) e dos jovens de 20 a 29 anos (178 mil).

No entanto, quando se observa a taxa de letalidade por faixa etária, os idosos são os que mais sucumbem à doença. Segundo a Sesab, 22,93% dos infectados com 80 anos ou mais faleceram. Dos que tem 70 a 79 anos, a letalidade foi de 12,45%. Já os de 60 a 69 anos, foi de 5,94%.

Essa letalidade vai caindo conforme a faixa etária. Nas crianças, por exemplo, não chega a 0,5%. No entanto, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SMIP), doença associada à infecção por covid-19, agrava a situação das crianças contaminadas. Até o momento, 80 casos do tipo foram registrados em pessoas de 0 a 19 anos na Bahia. Desses, quatro morreram

11 - Região Leste é a que tem mais casos ativos

A região Leste da Bahia é onde há mais doentes de covid-19 ativos: 5.522. Nessa região está localizada Salvador. Logo depois, a região Centro-Leste, onde fica Feira de Santana, segundo maior município da Bahia, tem 2,8 mil casos ativos. Em seguida, Sul, Sudeste e Nordeste completam a lista dos municípios mais contaminados em tratamento da doença.

12 – Quanto maior a população, mais casos

Os municípios com mais habitantes são também aqueles que tem mais casos confirmados de covid-19 desde o início da pandemia. Na ordem, Salvador e Feira de Santana, as duas maiores cidades da Bahia, são líderes em contaminação. Já itabuna, a sexta maior cidade da Bahia, aparece em terceiro no número de casos confirmados. No início da pandemia, em 2020, a cidade do Sul do estado viveu dias de colapso no sistema de saúde. Logo depois, Vitória da Conquista e Camaçari, respectivamente, a terceira e quarta maiores cidades da Bahia, ocupam a quarta e quinta colocações na lista de municípios com mais casos confirmados.

13 - Cidades pequenas tem mais letalidade

Embora as cidades grandes tenham mais casos de covid-19, as pequenas aparecem na frente na lista das que têm mais letalidade. Água Fria, no Centro-Norte baiano, é a líder, segundo os dados da Sesab. Lá, são 151 casos confirmados e 10 mortes, o que totaliza uma taxa de letalidade de 6,62%.

Em seguida, os municípios de Brejolândia, Chorrochó, Rio do Pires, Ibiquera, Canavieiras, Santana e Iagaporã aparecem com letalidade acima de 5%. Na outra ponta, o município de Ibiassucê, no Centro-Sul do estado, é o que apresenta menor letalidade. São 429 casos confirmados, segundo a Sesab, e apenas uma morte.

14 – A Bahia no ranking nacional

Quando comparada com os outros estados brasileiros, a Bahia está em boa colocação que se refere às taxas de letalidade e mortalidade. No primeiro índice, que mede quantos contaminados morreram, a Bahia está atrás do Amapá, Santa Catarina, Roraima, Tocantins e Acre, que possuem letalidade menor do que os 2,1% daqui.

No índice de mortalidade, que mostra a quantidade de óbitos por habitantes, a Bahia apresenta o segundo melhor resultado, atrás do Maranhão. Aqui, são 139,4 mortos por 100 mil habitantes. Os dois índices do estado são inferiores à média nacional.

Cidades baianas com mais letalidade por covid:

Água Fria - 6,62%
Brejolândia - 6,20%
Chorrochó - 5,79%
Rio Do Pires - 5,47%
Ibiquera - 5,41%
Canavieiras - 5,27%
Santana - 5,12%
Igaporã - 5,01%
Malhada - 4,96%
Nordestina - 4,44%

15 – Cientista de dados alerta para aumento de casos

Reabertura das praias, redução do horário limite do toque de recolher e volta às aulas presenciais. O aumento da mobilidade da população baiana por causa de medidas como essas chamou a atenção do cientista de dados Isaac Schrarstzhaupt, coordenador na Rede Análise Covid-19. Ele faz um alerta mostrando que há tendência de aumento de notificações de novos casos para os próximos 15 dias em todo o país, inclusive na Bahia.

Para Isaac, há possibilidade real de vivermos a chamada “terceira onda”. Embasando seu alerta, ele utiliza uma pesquisa da Universidade de Maryland em conjunto com o Facebook.

“Aleatoriamente, eles sorteiam usuários da plataforma e fazem perguntas relacionadas com a pandemia: se as pessoas estão sentindo sintomas, quais são e desde quando. Se ela diz que tem tosse, febre e falta de ar, esse dado entra instantaneamente. Não há atraso de notificação. O que os dados vêm nos dizendo desde metade de 2020 é que eles antecipam em 15 dias o que acontece no número real de notificação de casos pelas secretarias de saúde”, diz.

Nesse momento, usuários do Facebook de todo o país estão reportando mais sintomas de covid-19 nessa pesquisa, o que somado ao aumento da mobilidade das pessoas com a flexibilização das medidas de isolamento, gera preocupação. “Estamos falando de uma alta forte. O alerta nesse momento preocupa, pois a ocupação dos hospitais não baixou. O medo é que esse aumento cause o colapso no sistema hospitalar”, explica.

Esse cenário é observado no momento em que a Bahia já está vacinando. Até essa quinta-feira, aproximadamente 3,3 milhões de pessoas tomaram a primeira dose e 1,5 milhão a segunda, o que representa 10% da população do estado com esquema vacinal completo. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), para que a vacina tenha efeito de forma coletiva, é preciso que 70% da população esteja imunizada.

 

Fonte: Correio*

O laudo feito no corpo de MC Kevin apontou uma concentração de álcool de 13 dg/L. Esta quantidade, segundo parâmetros de intoxicação alcoólica, é capaz de gerar um comportamento “agitado”, com sintomas de descontrole físico e emocional.

O resultado do exame corrobora com a versão apresentada por testemunhas que Kevin ingeriu grande quantidade de gim, uísque e cerveja na manhã e na tarde do dia 16 de maio, antes de cair da varanda do quarto 502 de um hotel na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Em entrevista ao jornal Extra, o perito Nelson Massini explicou que o teor de álcool encontrado no corpo de Kevin é considerado médio, numa escala de sobriedade até a morte de um indivíduo. Nesse patamar, a pessoa tende a apresentar incoordenação, perda do julgamento crítico e da memórias e tempo de reação aumentado.

Últimas horas
Os depoimentos do caso apontaram que Kevin chegou na praia acompanhado de Victor Elias Fontenele, Jhonatas Augusto Cruz e Gabriel, por volta de 13h. Em um quiosque, conheceram a modelo Bianca Domingues, durante a tarde.

No estabelecimento, o grupo consumiu R$ 1.555,40 no estabelecimento - apenas com bebida alcoólica, que inclui caipirinha, caipivodka, cerveja, tequila, gim, e de enérgico, foram desembolsados R$ 1.070.

Por volta de 17h, Kevin, Victor e Bianca foram para a suíte 502 a fim de manterem relações sexuais. Quando estava com a modelo na varanda, o funkeiro teria tentado passar pra o andar de baixo, supostamente com receio de que sua mulher, a advogada Deolane Bezerra, que também estava hospedada no hotel, flagrasse a traição.

Ele teria desequilibrado e caído de uma altura de 15 metros. Kevin foi levado até um hospital, onde morreu.

Os depoimentos apontam ainda que Kevin consumiu drogas sintéticas (MD) e maconha durante o dia. O exame toxicológico feito no Instituto Médico Legal (IML) sobre esse quesito deverá ficar pronto na próxima semana.

Já são ao menos quatro vítimas fatais de um incêndio que atingiu a ala Covid do Hospital Municipal Zona Norte Doutor Nestor Piva, em Aracaju, na manhã desta sexta-feira (28).

De acordo com o G1, a primeira morte confirmada foi a de uma mulher, durante a remoção para o Hospital de Urgência Governador João Alves Filho de Urgência de Sergipe (Huse). As circunstâncias das outras três mortes ainda não foram esclarecidas pelas autoridades.

Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju (SMS), cerca de 60 pacientes estavam na unidade de saúde atingida pelas chamas.

Destes pacientes, 35 foram transferidos para os hospitais da Polícia Militar (HPM), Santa Isabel, Senhor dos Passos, Primavera, Hapvida, Fernando Franco e leitos do Caps Jael Patrício, além do Huse. Inicialmente, a SMS divulgou a informação de que 50 pacientes haviam sido transferidos.

Causas do incêndio no hospital de Aracaju
A suspeita, de acordo com o Corpo de Bombeiros, é de que o fogo tenha iniciado no ar-condicionado. Cerca de 20 bombeiros atuaram no combate das chamas, que foram apagadas rapidamente.

"Esse incêndio pode ser considerado de grandes proporções devido às consequências. O problema maior foi a quantidade de fumaça acumulada na área Covid e a retirada das vítimas, que estavam acamadas, e a organização da cena para a remoção até outras unidades hospitalares", afirmou o capitão do Corpo de Bombeiros, Breno Queiroz.