O Jornal da Cidade

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O ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou pelo Twitter nesta quarta-feira (10) uma consulta aos inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sobre a nova data para realização das provas - adiadas por causa da pandemia de covid-19. Os inscritos poderão responder à consulta entre os dias 20 e 30 de junho. “Cada um poderá votar individualmente em sua Página do Participante”, destacou Weintraub.

O ministro incluiu três datas na enquete disponibilizada no Twitter, mas destacou que se tratam de "só exemplo" por enquanto - 6 a 13 de dezembro, 10 a 17 de janeiro e 2 a 9 de maio.

Taxa
O anúncio da consulta coincide com o último dia para quitar a taxa de inscrição do Enem 2020. Quem não atendeu aos critérios de isenção e não fez o pagamento deverá gerar a Guia de Recolhimento da União (GRU Cobrança) na Página do Participante, no valor de R$ 85, e pagar em qualquer banco, casa lotérica ou agência dos Correios. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) reforça o alerta para que os participantes fiquem atentos ao horário e às regras dos correspondentes bancários.

Também devido às medidas restritivas impostas pela pandemia do novo coronavírus, o Ministério da Educação (MEC), por meio do Inep, garantiu a gratuidade da taxa de inscrição aos 4,8 milhões de participantes que se enquadraram nos requisitos para a isenção. O reconhecimento foi assegurado de ofício, sem a necessidade de um pedido formal.

A edição 2020 do Enem recebeu 6,1 milhões de inscrições e 5,7 milhões já estão confirmadas. Na sexta-feira (12), serão divulgados os resultados para as solicitações de atendimento especializado. A publicação é individual na Página do Participante e, para casos de indeferimento, o Inep abrirá o prazo de 15 a 19 de junho para interposição de recurso.

Apesar de ainda não ter data definida para o retorno aos treinos, o Bahia iniciou nesta quarta-feira (10) a testagem dos jogadores e outros funcionários para a covid-19. O processo é uma precaução do tricolor, que ainda aguarda o aval das autoridades sanitárias para voltar aos trabalhos.

Nas redes sociais, jogadores como os atacantes Gilberto e Fessin, que fazia parte do extinto time de aspirantes, postaram imagens realizado o procedimento de testagem no Centro de Treinamentos.

O Bahia está com as atividades paralisadas desde o dia 18 de março. A última vez que o time entrou em campo foi há quase três meses, quando venceu o América-RN, por 2x0, no dia 14 de março, na Arena das Dunas, pela Copa do Nordeste.

Após a paralisação das atividades por conta da pandemia do novo coronavírus, o Esquadrão deu férias ao elenco durante o mês de abril. No retorno, os jogadores passaram a treinar em casa sob a supervisão do clube, que passa rotinas diárias de atividades.

Em entrevista recente, o diretor de futebol tricolor, Diego Cerri, explicou que o Bahia tem tratado o retorno aos treinos na Cidade Tricolor com cautela e que o clube vai seguir as orientações das autoridades de saúde.

Vale lembrar que a Cidade Tricolor está localizada nos municípios de Camaçari e Dias D'Ávila. Por isso, a retomada dos treinos depende da liberação do governo do estado ou das prefeituras dos dois municípios. Apesar disso, a diretoria do Bahia também mantém conversas com a prefeitura de Salvador para elaborar protocolos de saúde que possibilitem o retorno.

O valor referente à compra de 750 respiradores adquiridos pelo Consórcio do Nordeste foi devolvido nesta terça-feira (9) pela empresa Pulsar, que não conseguiu cumprir os prazos de entrega exigidos no contrato. Por uma questão de segurança, o presidente do Consórcio, Rui Costa, solicitou a imediata devolução dos recursos quando a empresa não cumpriu o prazo de entrega.

A decisão já foi informada aos demais governadores e o valor referente a cada Estado já está sendo transferido para as respectivas contas oficiais. O valor total da compra foi de U$ 7.930.000,00. Em episódio recente anterior, o Consórcio denunciou uma fraude na compra de respiradores junto à empresa HampCare, o que resultou na prisão de três envolvidos no esquema. A ação feita pela Secretaria da Segurança da Bahia (SSP).

A Bahia registrou mais 1.766 casos de pacientes infectados pelo novo coronavírus, segundo o boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) nesta terça-feira (9).

Com a atualização dos dados, o estado totaliza 30.481 casos confirmados de Covid-19. Do total de pacientes infectados, 13.484 estão recuperados e 937 morreram.

Na segunda-feira (8), foram 465 novos casos. A Sesab não detalhou se os números desta terça são "represados" e aguardando validação, como em dias anteriores.

Ainda no boletim, a Sesab aponta que 16.060 pessoas permanecem monitoradas pela vigilância epidemiológica e com sintomas da Covid-19, o que são chamados de casos ativos. Na Bahia, 4.468 profissionais da saúde testaram positivo para a doença.

Os casos confirmados ocorreram em 342 municípios do estado, com maior proporção em Salvador (57,73%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 1.000.000 de habitantes foram Ipiaú (7.738,76), Itajuípe (7.564,30), Uruçuca (7.066,62), Salvador (5.979,78) e Urandi (5.883,06).

O boletim epidemiológico ainda registra 47.160 casos descartados e 82.518 em investigação em toda a Bahia. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 16h desta terça.

Taxa de ocupação
Ainda no boletim desta terça-feira, a Sesab informou que, dos 1.978 leitos disponíveis do Sistema Único de Saúde (SUS) exclusivos para coronavírus, 1.179 possuem pacientes internados, o que representa uma taxa de ocupação de 60%.

No que se refere aos leitos de UTI adulto e pediátrico, dos 827 leitos exclusivos para o coronavírus, 607 possuem pacientes internados, compreendendo uma taxa de ocupação de 73%.

A pasta ressaltou que o número de leitos é flutuante, representando o quantitativo exato de vagas disponíveis no dia. Intercorrências com equipamentos, rede de gases ou equipes incompletas, por exemplo, inviabilizam a disponibilidade do leito.

Confira a lista de óbitos contabilizados no boletim epidemiológico desta terça-feira (9):
911º óbito – homem, 70 anos, residente em Salvador, sem comorbidades. Sem informação da data de internação, veio a óbito dia 04/06, em hospital da rede pública, em Salvador;
912º óbito – mulher, 87 anos, residente em Salvador, portadora de hipertensão arterial. Internada dia 11/05, veio a óbito dia 03/06, em hospital militar federal, em Salvador;
913º óbito – homem, 66 anos, residente em Salvador, portador de hipertensão arterial, doença respiratória crônica, demências, incluindo Alzheimer. Internado dia 09/05, veio a óbito dia 22/05, em hospital da rede pública, em Salvador;
914º óbito – mulher, 48 anos, residente em Maracás, portadora de diabetes mellitus e doença cardiovascular. Internada dia 08/05, veio a óbito dia 26/05, em hospital da rede pública, em Jequié;
915º óbito – mulher, 63 anos, residente em Salvador, portadora de hipertensão arterial e diabetes, data de admissão não informada, veio a óbito dia 22/05, em unidade da rede pública, em Salvador;
916º óbito – mulher, 69 anos, residente em Conde, portadora de diabetes e doença cardiovascular, foi internada dia 16/05 e veio a óbito dia 04/06, em unidade da rede pública, em Camaçari;
917º óbito – mulher, 83 anos, residente em Salvador, portadora de hipertensão arterial e obesidade, foi internada dia 31/05 e veio a óbito dia 04/06, em unidade da rede pública, em Salvador;
918º óbito – mulher, 55 anos, residente em Salvador, portadora de diabetes, foi internada dia 30/05 e veio a óbito dia 03/06, em unidade da rede pública, em Salvador;
919º óbito – homem, 75 anos, residente em Salvador, portador de hipertensão arterial e diabetes, foi internado dia 18/05 e veio a óbito dia 25/05, em unidade da rede pública, em Salvador;
920º – mulher, 82 anos, residente em Santa Rita de Cássia, portadora de hipertensão arterial, foi internada dia 26/05 e veio a óbito dia 06/06, em unidade da rede pública, em Barreiras;
921º óbito – homem, 78 anos, residente em Salvador, portadora de hipertensão arterial, diabetes e doença vascular, foi internada dia 04/04 e veio a óbito dia 07/05, em unidade da rede pública, em Salvador;
922º óbito – homem, 90 anos, residente em Salvador, portador de doença do sistema nervoso, foi internado dia 06/05 e veio a óbito dia 08/06, em unidade da rede privada, em Salvador;
923º óbito – homem, 90 anos, residente em Itabuna, sem informação de comorbidades, data de admissão não informada, veio a óbito dia 03/06, em unidade da rede pública, em Itabuna;
924º óbito – mulher, 74 anos, residente em Salvador, portadora de doenças cardiovascular e obesidade, foi internada dia 18/05 e veio a óbito dia 07/06, em unidade da rede privada, em Salvador;
925º óbito – mulher, 85 anos, residente em Salvador, sem comorbidades, foi internada dia 22/05 e veio a óbito na mesma data (22/05), em unidade da rede pública, em Salvador;
926º óbito – mulher, 40 anos, residente em Salvador, portadora de imunodeficiência, foi internada dia 04/05 e veio a óbito dia 08/06, em unidade da rede filantrópica, em Salvador;
927º óbito – mulher, 80 anos, residente em Salvador, portadora de diabetes, foi internada dia 31/05 e veio a óbito dia 07/06, em unidade da rede privada, em Salvador;
928º óbito – homem, 82 anos, residente em Salvador, portador de demências, incluindo Alzheimer, data de admissão não informada, foi a óbito dia 05/06, em unidade da rede privada, em Salvador;
929º óbito – mulher, 71 anos, residente em Camaçari, portadora de hipertensão arterial, doença cardiovascular e doença respiratória crônica, foi internada dia 07/05 e veio a óbito dia 29/05, em unidade da rede pública, em Salvador;
930º óbito – mulher, 74 anos, residente em Pojuca, portadora de doença respiratória crônica, data de admissão não informada, veio a óbito dia 02/06, em unidade da rede pública, em Pojuca;
931º óbito – homem, 49 anos, residente em Camaçari, portador de imunodeficiência, foi internado dia 02/05 e veio a óbito dia 23/05, em unidade da rede filantrópica, em Salvador;
932º óbito – homem, 51 anos, residente em Varzedo, sem informação de comorbidade, dada de admissão não informada, veio a óbito dia 06/06, em unidade da rede pública, em Salvador;
933º óbito – homem, 67 anos, residente em Salvador, portador de hipertensão arterial, foi internado dia 18/05 e veio a óbito dia 31/05, em unidade da rede pública, em Salvador;
934º óbito – mulher, 79 anos, residente em Salvador, portadora de diabetes, data de admissão não informada, veio a óbito dia 29/05, em unidade da rede pública, em Salvador;
935º óbito – homem, 49 anos, residente em Salvador, sem comorbidades, data de admissão não informada, veio a óbito dia 06/06, em unidade da rede pública, em Salvador;
936º óbito – homem, 67 anos, residente em Feira de Santana, sem comorbidades, foi internado dia 25/05 e veio a óbito dia 31/05, em unidade da rede pública, em Salvador;
937º óbito – homem, 87 anos, residente em Salvador, sem comorbidades, foi internado dia 21/05 e veio a óbito dia 06/06, em unidade da rede pública, em Salvador.

O governo da Bahia desmentiu nesta terça-feira (9), através de nota, informações que estão sendo divulgadas em aplicativo de bate-papo e redes sociais, e que apontam que a administração estadual encaminhou caixas com álcool em gel e areia para Teixeira de Freitas, cidade do sul da Bahia.

O governo diz que a "fake news" tem circulado na Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

A mensagem diz: “Chegaram em Teixeira de Freitas os produtos enviados pelo governo Ruy Costa [...] Os caras mandam dois litros e colocam areia porque o estado compra em muita quantidade”, diz a o texto, com a grafia errada do nome do governador da Bahia.

Segundo o governo da Bahia, na verdade, o vídeo foi gravado no Hospital Regional do Seridó, em Caicó, no Rio Grande do Norte, e o material que está dentro das caixas com álcool em gel não é areia, e sim grânulos para absorção de material inflamável, utilizado por alguns fabricantes para evitar acidentes com o produto.

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alerta que o novo coronavírus continua a se disseminar muito fortemente no Brasil, no Peru e no Chile. O organismo alerta para a chegada do inverno na América do Sul e para o aumento de infecções respiratórias, que podem dificultar o diagnóstico de covid-19. 

Segundo a organização internacional, quase metade de todos os casos de covid-19 no mundo está em países das Américas, que somam 3,3 milhões de infectados.

"Na América do Sul, a resposta à pandemia será dificultada pela chegada do inverno, enquanto a temporada de furacões complicará nossos trabalhos na América Central, América do Norte e Caribe. Não temos dados de que a temperatura ou a umidade repercutem na propagação da doença, mas sabemos que o inverno exacerba as infecções respiratórias, assim como a gripe e pneumonia, que podem propagar-se rapidamente em climas mais frios e ambientes fechados", afirmou a diretora da Opas, Carissa Etienne, em entrevista à imprensa nesta terça-feira (9).

A diretora ressalta que a situação trará um maior desafio para os sistemas de saúde, já sobrecarregados com os casos de covid-19, em função do pico de outras doenças respiratórias. Além disso, Carissa Etienne alerta que as semelhanças entre os sintomas da covid-19 com os de outras infecções respiratórias pode dificultar o diagnóstico de contaminação pelo novo coronavírus.

"A vacinação preventiva para a gripe é mais importante do que nunca, em especial para grupos de alto risco como trabalhadores da saúde, pessoas idosas e com infecções crônicas", defendeu Etienne.

Cooperação

Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da Opas, afirmou que o Brasil tem uma longa tradição de cooperação com a OMS e com a Opas e que o trabalho em conjunto seguirá sendo feito. "O Brasil tem uma grande tradição de solidariedade e de pan-americanismo, além de fazer fronteira com dez países. A organização está disposta a continuar apoiando o Brasil. Não vamos permitir que vacinas ou novos medicamentos não cheguem, porque estamos dispostos a facilitar essa chegada. A Opas esteve trabalhando nesse momento com a prioridade, a covid-19, facilitando a ajuda para a compra de dez milhões de testes para o Brasil. Capacitamos pessoal de saúde de Manaus e outras áreas, realizamos reuniões virtuais de educação e webinários. O Brasil tem o SUS (Sistema Único de Saúde), que é único, é uma joia, muito baseado na atenção primária".

Espinal falou ainda sobre as desigualdades na América Latina, que dificultam o combate à covid-19. "É uma das regiões com maior desigualdade no mundo e também uma das mais urbanizadas. Temos cidades com Rio de Janeiro, São Paulo e Lima, que estão rodeadas por cinturões de pobreza e desigualdade. Então, o confinamento que se aplicou na Europa, em certa medida, não se pode aplicar por completo na América Latina e no Caribe. Temos países com uma grande economia informal, onde é muito difícil implantar um confinamento total".

A Opas recomenda aos países que, se vão reabrir suas economias, devem realizar uma análise adequada, colocar sobre a mesa o estado financeiro, a situação das pessoas e fazer a abertura por etapas. "Vamos ter a covid-19 durante certo tempo e o mês de junho é um mês crítico. É esperado que América Latina sofra um grande impacto devido às características da região", afirmou Espinal.

Para a Opas, é urgente que os países deixem de lado as diferenças políticas e ideológicas para que possam chegar a um acordo que permita preservar vidas.

Dados

Em relação às mudanças feitas na plataforma de consolidação de dados da covid-19 pelo Ministério da Saúde do Brasil, Espinal afirmou que os países podem revisar seus dados, que é uma prerrogativa de cada país, mas sugeriu que os dados sigam sendo reportados.

"Não é errado revisar os dados, porque chegam novas informações. Agora, devo esclarecer que o Brasil tem uma longa história de reportar os dados e tem um amplo sistema de vigilância que engloba muitas variáveis, tem muita informação. A revisão dos dados não é uma surpresa, mas o que nós recomendamos é que se siga informando os dados a todos os países porque isso nos permite, e permite aos próprios governos, ter uma clara visão do que está acontecendo. E permite aos formuladores de políticas planificar e priorizar os lugares mais afetados pela pandemia. Estimulamos os países a que continuem reportando os dados", pontuou.

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alerta que o novo coronavírus continua a se disseminar muito fortemente no Brasil, no Peru e no Chile. O organismo alerta para a chegada do inverno na América do Sul e para o aumento de infecções respiratórias, que podem dificultar o diagnóstico de covid-19. 

Segundo a organização internacional, quase metade de todos os casos de covid-19 no mundo está em países das Américas, que somam 3,3 milhões de infectados.

"Na América do Sul, a resposta à pandemia será dificultada pela chegada do inverno, enquanto a temporada de furacões complicará nossos trabalhos na América Central, América do Norte e Caribe. Não temos dados de que a temperatura ou a umidade repercutem na propagação da doença, mas sabemos que o inverno exacerba as infecções respiratórias, assim como a gripe e pneumonia, que podem propagar-se rapidamente em climas mais frios e ambientes fechados", afirmou a diretora da Opas, Carissa Etienne, em entrevista à imprensa nesta terça-feira (9).

A diretora ressalta que a situação trará um maior desafio para os sistemas de saúde, já sobrecarregados com os casos de covid-19, em função do pico de outras doenças respiratórias. Além disso, Carissa Etienne alerta que as semelhanças entre os sintomas da covid-19 com os de outras infecções respiratórias pode dificultar o diagnóstico de contaminação pelo novo coronavírus.

"A vacinação preventiva para a gripe é mais importante do que nunca, em especial para grupos de alto risco como trabalhadores da saúde, pessoas idosas e com infecções crônicas", defendeu Etienne.

Cooperação

Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da Opas, afirmou que o Brasil tem uma longa tradição de cooperação com a OMS e com a Opas e que o trabalho em conjunto seguirá sendo feito. "O Brasil tem uma grande tradição de solidariedade e de pan-americanismo, além de fazer fronteira com dez países. A organização está disposta a continuar apoiando o Brasil. Não vamos permitir que vacinas ou novos medicamentos não cheguem, porque estamos dispostos a facilitar essa chegada. A Opas esteve trabalhando nesse momento com a prioridade, a covid-19, facilitando a ajuda para a compra de dez milhões de testes para o Brasil. Capacitamos pessoal de saúde de Manaus e outras áreas, realizamos reuniões virtuais de educação e webinários. O Brasil tem o SUS (Sistema Único de Saúde), que é único, é uma joia, muito baseado na atenção primária".

Espinal falou ainda sobre as desigualdades na América Latina, que dificultam o combate à covid-19. "É uma das regiões com maior desigualdade no mundo e também uma das mais urbanizadas. Temos cidades com Rio de Janeiro, São Paulo e Lima, que estão rodeadas por cinturões de pobreza e desigualdade. Então, o confinamento que se aplicou na Europa, em certa medida, não se pode aplicar por completo na América Latina e no Caribe. Temos países com uma grande economia informal, onde é muito difícil implantar um confinamento total".

A Opas recomenda aos países que, se vão reabrir suas economias, devem realizar uma análise adequada, colocar sobre a mesa o estado financeiro, a situação das pessoas e fazer a abertura por etapas. "Vamos ter a covid-19 durante certo tempo e o mês de junho é um mês crítico. É esperado que América Latina sofra um grande impacto devido às características da região", afirmou Espinal.

Para a Opas, é urgente que os países deixem de lado as diferenças políticas e ideológicas para que possam chegar a um acordo que permita preservar vidas.

Dados

Em relação às mudanças feitas na plataforma de consolidação de dados da covid-19 pelo Ministério da Saúde do Brasil, Espinal afirmou que os países podem revisar seus dados, que é uma prerrogativa de cada país, mas sugeriu que os dados sigam sendo reportados.

"Não é errado revisar os dados, porque chegam novas informações. Agora, devo esclarecer que o Brasil tem uma longa história de reportar os dados e tem um amplo sistema de vigilância que engloba muitas variáveis, tem muita informação. A revisão dos dados não é uma surpresa, mas o que nós recomendamos é que se siga informando os dados a todos os países porque isso nos permite, e permite aos próprios governos, ter uma clara visão do que está acontecendo. E permite aos formuladores de políticas planificar e priorizar os lugares mais afetados pela pandemia. Estimulamos os países a que continuem reportando os dados", pontuou.

Após cinco meses investigando a contaminação de cervejas produzidas pela empresa mineira Backer e a consequente intoxicação de consumidores, a Polícia Civil de Minas Gerais indiciou onze funcionários da companhia por homicídio e lesão culposos (sem a intenção de matar) e pela contaminação de produtos alimentícios.

Segundo a investigação, vazamentos em equipamentos e o uso de substâncias tóxicas que não deveriam ser empregadas causaram a contaminação de diversos lotes de diferentes tipos de cerveja produzidos pela empresa.

Seis responsáveis técnicos aos quais cabia zelar pela segurança e qualidade do produto final foram indiciados por homicídio culposo, lesão culposa e, em virtude de suas responsabilidades, contaminação de produto alimentício dolosa (quando se assume o risco de matar).

Por descuidar do controle de entrada e uso de substâncias tóxicas e não ter identificado o vazamento, o chefe da manutenção foi indiciado nos mesmos artigos penais, porém, na modalidade culposa em todos os três.

Também foram indiciados outros três administradores que, segundo a Polícia Civil, além de não atentarem para a contaminação de gênero alimentício, demoraram a agir para que toda a cerveja contaminada fosse rapidamente recolhida dos postos de venda.

Por fim, uma testemunha convocada a prestar depoimento foi indiciada por mentir e responderá pela acusação de extorsão e falso testemunho. Os nomes de todos os indiciados não foram divulgados pela polícia.

Vazamento
Com o uso de uma substância especial, colorida, peritos conseguiram identificar falhas na soldagem de ao menos um tanque da cervejaria.

De acordo com o delegado responsável pelo inquérito, Flávio Grossi, a substância tóxica que a empresa usava indevidamente como anticongelante, uma mistura de monoetilenoglicol com dietilenoglicol, atingiu litros de cerveja ainda em processo de fermentação.

Segundo a Backer, esse tanque foi adquirido em agosto de 2019 e instalado em setembro do mesmo ano. Ainda de acordo com a empresa, o equipamento foi entregue pronto para uso, sendo a solda de responsabilidade da fabricante do tanque, a Serra Inox.

A Agência Brasil entrou em contato com a empresa por telefone e e-mail, mas ainda não teve respostas.

Para a Polícia Civil, a responsabilidade pela falha na solda não minimiza a imperícia e a negligência dos funcionários da Backer, que não identificaram o vazamento.

O mesmo vale para a possibilidade de a cervejaria não saber que estava recebendo dietilenoglicol de fornecedores aos quais encomendava monoetilenoglicol.

Segundo Grossi, ambas as substâncias são tóxicas e os fabricantes dos aparelhos usados na produção de cerveja são claros ao recomendar a não utilização de produtos que coloquem a saúde das pessoas em risco.

“Os fatos aqui investigados delimitam duas condutas. Primeiro, o uso incorreto de equipamentos nos quais foram utilizadas substâncias tóxicas. Segundo, o descontrole no uso destas mesmas substâncias”, disse hoje (9) o delegado a jornalistas.

“Se alguém tivesse interrompido a prática destas duas condutas, nada disso aconteceria”, acrescentou Grossi, afirmando que os investigadores encontraram documentos que demonstram que, pelo menos desde 2018, a Backer comprava monoetilenoglicol de uma fornecedora de Contagem (MG), que revendia a substância produzida por outra empresa, do interior de São Paulo.

“A cervejaria sempre comprou monoetilenoglicol […] Encontramos um tambor com data de 2018, identificado como contendo monoetilenoglicol, mas em cujo interior havia vestígios de dietilenoglicol”, afirmou o delegado, reforçando sua conclusão de que, neste momento, a constatação mais relevante é que os onze indiciados não observaram os cuidados necessários à produção de gêneros alimentícios. O que fica claro quando se consultam os manuais dos equipamentos usados pela indústria cervejeira, afirmou o policial.

“Eles usam dois equipamentos, um resfriador e um tanque, que indicam peremptoriamente que só se pode utilizar álcool etanol ou outra substância não tóxica. Então, se uma substância tóxica estava sendo usada é porque havia uma desconformidade”, disse, destacando que, caso a recomendação dos fabricantes dos aparelhos usados por toda a indústria cervejeira tivesse sido respeitada, a falha na solda não teria provocado a morte de sete pessoas intoxicadas por dietilenoglicol e levado dezenas de outras vítimas a apresentar sintomas de síndrome nefroneural (insuficiência renal aguda de evolução rápida e alterações neurológicas centrais e periféricas que podem causar paralisia facial, embaçamento ou perda da visão, alteração sensório, paralisia, entre outros sintomas).

“Se os manuais dos fabricantes [do resfriador e do tanque] fossem seguidos, nós não estaríamos aqui e nada disso teria acontecido. No máximo haveria uma alteração de sabor ou uma diferença no teor alcoólico da bebida. Além disso, havia um descontrole. Comprovamos o vazamento e indicamos que o [aumento do] consumo [das substâncias anticongelantes que a empresa adquiriu ao longo dos últimos anos] não era compatível com [o volume da] produção [de cerveja]. Ou seja, aquilo jorrava. E se jorrava, não havia controle”, arrematou o delegado.

Em nota, a Backer afirmou que irá honrar com todas as suas responsabilidades junto à Justiça, às vítimas e aos consumidores, mas que só se posicionará publicamente a respeito da conclusão do inquérito policial após seus advogados analisarem o relatório do inquérito.

De acordo com o delegado Flávio Grossi, o documento já foi encaminhado à Justiça mineira. Cabe agora ao Ministério Público analisá-lo e se manifestar sobre o prosseguimento da ação penal.

Um casal foi preso por tráfico de drogas após ser flagrado transportando 30 quilos de maconha escondidos no porta-malas do carro, na noite de segunda-feira (8). O flagrante foi feito por policiais rodoviários federais em frente a unidade da Polícia Rodoviária Federal localizada no Km 503 da BR 101, em Itabuna (BA). Passava das 23h, quando policiais rodoviários federais deram ordem de parada a um Siena, com placas de Coronel João Sá (BA). Ao solicitar documentação do motorista e passageira do veículo, os policiais perceberam que o casal aparentava nervosismo.

Desconfiados, os policiais decidiram fazer uma busca no carro. Ao abrir o porta-malas do veículo, a equipe encontrou 35 tijolos escondidos em duas caixas de papelão que totalizaram 29,96 quilos.

O homem de 53 anos, que não teve a identidade divulgada, informou aos policiais que foi procurado por dois homens, no estado de São Paulo, para trazer uma encomenda para sua terra natal. Relatou ainda que imaginava que estaria transportando roupas e não maconha. Já a mulher, de 32 anos, que disse trabalhar como professora e confessou desconhecer que trazia produto ilícito no carro.

Dada às circunstâncias, o casal foi preso em flagrante delito por tráfico de drogas (art. 33 da Lei 11.343/2006) e foi apresentado à autoridade policial de plantão da Delegacia de Polícia Civil, para formalização dos procedimentos cabíveis.

Salvador recebeu 60 novos respiradores enviados pelo Ministério da Saúde, informou nesta terça-feira (9) o prefeito ACM Neto. Os aparelhos chegaram ontem e estão no centro de logística da cidade. Ainda não foi anunciado para onde eles serão encaminhados - uma coletiva amanhã vai dar detalhes do que será feito.

"Quero antecipadamente agradecer ao governo federal, ao Ministério da Saúde, pelo envio desses 60 respiradores. Eles vão ajudar para que a gente possa ampliar ainda mais todo nosso sistema de assistência à saúde", afirmou Neto.

O prefeito explicou novamente que a oferta de leitos é essencial para a retomada das atividades. "Desde o começo da pandemia, a prefeitura vem perseguindo a ampliação da oferta de leitos clínicos de UTI", diz. "É a administração dessa taxa de ocupação dos leitos que vai nos permitir retomar as atividades num ritmo mais seguro e mais amplo do que até agora", afirmou.

A rede particular está com 82% dos leitos covid ocupados, a maior taxa desde que a pandemia começou. O município tem 75% dos leitos de UTI ocupados e 74% dos leitos clínicos.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou as previsões macroeconômicas para 2020 e apontou queda esperada de 6% no Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, e alta de 3,6% para 2021.

Em março, ele havia estimado recuo de 1,8% este ano e crescimento de 3,1% para o ano que vem. Segundo o Ipea, os dados foram revistos diante do avanço da pandemia da covid-19 e de seus impactos na economia brasileira, especialmente, no segundo trimestre deste ano.

O estudo divulgado hoje (9), no Rio de Janeiro, destacou o início de uma gradual flexibilização das restrições à mobilidade e ao funcionamento das atividades econômicas a partir de junho.

Considerando o cenário, projeta-se queda de 10,5% no segundo trimestre. Só na indústria, a retração deve ser de 13,8%, nos serviços, 10,1%, e, no consumo das famílias, 11,2%. Para o terceiro e no quarto trimestres, a previsão é de recuperação da atividade econômica.

Segundo o Ipea, o mês de abril foi considerado o fundo do poço, mas em maio surgiram sinais de recuperação da economia, uma avaliação, que conforme o instituto, pode ser confirmada pelos indicadores econômicos.

Um deles é o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), que avançou 5,9% em maio. O nível de utilização de capacidade instalada do setor passou de 57,3% em abril para 60,3% em maio.

Os dados de consumo de energia industrial mostram alta em diversos segmentos, como veículos automotores (60,9%), papel e celulose (26,9%), metalurgia (17,9%) e produtos de metal (13,3%).

No varejo, depois do retração de 30,5% em abril, o Índice de Confiança do Comércio subiu 10,1% em maio. As vendas no setor automotivo cresceram 7,7% em maio.

Impacto do isolamento
O instituto observou, ainda, que as medidas de isolamento social, adotadas no país a partir de março dentro do combate à epidemia do novo coronavírus, interromperam uma série de atividades produtivas. O Ipea pondera, no entanto, que a flexibilização das medidas e as políticas de preservação de emprego, renda e produção adotadas, devem permitir a gradual recuperação da economia ao longo dos próximos meses.

Nesse aspecto, se o cenário for confirmado, os serviços podem recuar 5,8% em 2020, mas crescer 3,7% em 2021. Para a indústria, enquanto este ano há a expectativa de queda de 7,3%, para 2021 a estimativa é de alta de 4%. Já a agropecuária tem avaliações melhores.

O setor continua como destaque positivo. A revisão da equipe de conjuntura do instituto apontou para 2% de crescimento do PIB do setor agropecuário em 2020, causada pela alta de 3% no PIB da lavoura.

“A alta do setor deve contribuir também para atenuar a queda da indústria por meio de seu impacto sobre a produção de alimentos, segmento com maior peso na indústria de transformação brasileira”, informou.

Demanda
Pelo lado da demanda, os investimentos devem ser o componente mais afetado, com queda de 9,7% em 2020, mas também com crescimento mais elevado em 2020: 6,8%. As importações, influenciadas pela desvalorização cambial e pela redução do nível de atividade, devem recuar 6,5% este ano e as exportações, 6,4%.

O diretor adjunto de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, Marco Antônio Cavalcanti, disse que, do ponto de vista da renda das famílias, o valor das transferências do programa de auxílio emergencial às pessoas em situação de vulnerabilidade - R$ 76,9 bilhões até o final de maio - deve ter produzido um efeito importante sobre a demanda, especialmente, de produtos de primeira necessidade.

Como comparação, o Ipea lembrou que, no trimestre encerrado em fevereiro, antes do agravamento da crise, a massa de rendimentos do trabalho principal recebida mensalmente por pessoas ocupadas no setor informal - empregados no setor privado sem carteira, empregadores sem Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e trabalhadores por conta própria sem CNPJ - era R$ 49,7 bilhões.

Apesar disso, o instituto estimou que o consumo das famílias tende a ser afetado pelo impacto negativo da crise sobre o mercado de trabalho e pelo aumento da incerteza, com retração de 6,9% em 2020, mas aumento de 3,8% no ano que vem.