O Jornal da Cidade

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Após quase 10 meses de pandemia, sobraram apenas 20 cidades na Bahia que não registraram mortes por covid-19. A estimativa foi levantada pelo CORREIO com os dados abertos da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e confirmado com os boletins epidemiológicos emitidos pelas prefeituras. Todos esses municípios - confira a lista completa no final do texto - possuem características em comum: são pequenos, apenas um com mais de 20 mil habitantes, e com baixa infraestrutura de saúde.

Esse é o caso de Novo Horizonte, escondida na Chapada Diamantina, a mais de 500 quilômetros de distância de Salvador. A cidade já tinha entrado para a história por ser a última de toda região Nordeste a registrar um caso de covid-19, fato que só veio a ocorrer no dia 22 de setembro, segundo os dados da Sesab. Foram mais de seis meses livre do coronavírus e, se pelo menos depender do que espera o prefeito Djalma Abreu dos Anjos (PP), a cidade não verá mortes por causa da doença.

“A minha meta é passar por isso, até vir uma vacina, sem ter que registrar nenhum óbito no município”, diz o gestor. Para conseguir isso, o prefeito conta com a localização geográfica privilegiada de Novo Horizonte, cortada apenas por uma rodovia, a BA-152. “O fluxo de carros aqui é pequeno e isso ajuda muito. Para chegar até a entrada principal do município, o motorista ainda tem que passar por Ibitiara, que também fica na BA-152. Ou seja, nós somos a última cidade da estrada, a mais escondida”, explica.

Mesmo assim, o prefeito garante que o local onde a cidade está no mapa não diminuiu os cuidados da população de 12,5 mil habitantes para não se contaminarem com o vírus. “A dificuldade que nós temos, como em qualquer lugar, é com o pessoal mais jovem, que não quer distanciamento e uso de máscara. Mas os adultos e idosos são melhores. Nós continuamos com o trabalho de desinfecção e com a barreira sanitária funcionando”, conta Djalma.

Outra cidade que está com fiscalização na entrada do município e 24h por dia, segundo o prefeito Fernando Teixeira (PT), é Abaré, localizada no norte da Bahia, já na divisa com Pernambuco, a cerca de 550 quilômetros de distância de Salvador. “Nós sempre focamos em prevenção e cuidados. A barreira impede que pessoas com sintomas entre no nosso meio, como já tentaram. Temos quatro grupos que se revezam lá durante 6h cada”, diz Teixeira.

Abaré é a única cidade da lista que possui mais de 20 mil habitantes, são 20,3 mil, no total. Lá, 156 pessoas já foram contaminadas com o vírus, segundo a Sesab. “O caso mais grave foi de uma pessoa que nem era da cidade e, sim, de Belo Horizonte. Ele estava viajando, foi abordado pela barreira e estava contaminado”, explicou o gestor. Ao contrário de Novo Horizonte, Abaré é cortada pela maior rodovia brasileira, a BR-116, o que aumenta o fluxo de pessoas na cidade e costuma ser um fator que gera crescimento no número de casos.

Subnotificação
Para o professor Gesil Sampaio Amarante, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e membro do grupo de estudos Geovid-19, a baixa população dessas cidades é um fator que contribui na ausência de óbitos, mas é preciso levar em conta o problema da subnotificação. “É importante lembrar que a gente nunca sabe exatamente o número de infectados, pois existem casos que não são notificados, não chegam aos conhecimentos das autoridades de saúde. É mais difícil ter subnotificação de morte, mas tem casos de pessoas que foram buscar atendimento médico em outra cidade e o óbito acaba não sendo registrado no local de residência do doente”, explica.

Esse tipo de erro na notificação apontado pelo professor acontece atualmente. O boletim da Sesab, por exemplo, aponta que 27 cidades não registraram óbitos, mas o CORREIO confirmou que pelo menos sete dessas já tiveram alguma morte, o que reduz o número de municípios sem morte para 20. Por exemplo, Antas, no nordeste da Bahia, teve apenas uma morte, que aconteceu no dia 9 de agosto de 2020, mas que na declaração de óbito aponta Tucano como município de residência. Por esse motivo a morte foi declarada como sendo da cidade vizinha, pelo menos no boletim estadual.

“Uma das principais coisas que precisamos aprender nessa pandemia é a importância de termos um sistema de documentação uniformizado, que facilitaria esse processo de notificação. Isso ajuda os cientistas a fazerem previsões e análises que permitem que as medidas de proteção e combate a pandemia sejam feitas. O máximo de informação possível ajuda a planejar e hoje nós temos poucos dados”, desabafa o professor, que lembrou que dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostram que, em 2020, o Brasil pode ter tido 60 mil mortes de covid-19 sequer notificadas.

Nova gestão
Nas cidades de Novo Horizonte e Abaré, os prefeitos que tomaram posse no início de 2021 são os mesmos que estavam no cargo no ano passado, o que não muda a forma como as prefeituras lidam com a pandemia. Mas nem todas 20 cidades baianas sem mortes tem essa realidade. Esse é o caso de Cipó, de 17 mil habitantes, localizada no nordeste da Bahia. Lá o atual prefeito Marquinhos do Itapicuru (PDT) venceu o anterior Abel Araújo (PP) nas eleições de 2020.

Mudou o prefeito, mas a meta de não ter óbitos por covid-19 na cidade continua a mesma, garante Marquinhos. “Estamos reestruturando o centro de covid-19, visando apoiar à população com a realização de testes e identificação precoce de casos positivos”, disse o prefeito, que pretende ainda realizar parcerias com Guarda Municipal e Polícia Militar para fiscalizar e evitar aglomerações na cidade.

“O nosso grande desafio é promover a conscientização da população sobre o uso de máscaras e distanciamento social. Mas promoveremos ações educativas na rádio comunitária, feira livre em locais de grande concentração de pessoas, reforçando a importância do uso da máscara, higienização das mãos e distanciamento social”, explica o gestor.

Das cidades sem mortes, Cipó é a que tem mais casos confirmados de covid-19. São 312, no total. Estatisticamente, por a taxa de mortalidade da doença ser de 2,53%, em tese, dos 312 infectados, oito pessoas morreriam em Cipó, calculou o pesquisador Gesil Sampaio. “Mas na prática não é bem assim, pois existem outras varianças. Para compensar esse dado, em outro lugar morreu mais do que a média. Mas aí reforço que é preciso lembrar que pode ter gente que morreu e não foi registrado como covid e isso tende a acontecer mais em cidade pequena pela ausência de infraestrutura de saúde, de testagem”, explicou.

 

Lista das 20 cidades baianas sem óbitos: 

Cidade 

População (mil) 

Casos de covid-19 (Sesab) 

Abaré 

20,3 

156 

Cipó 

17,3 

312 

Sátiro Dias 

17,3 

134 

Central 

17,3 

189 

Rio de Contas 

12,9 

129 

Novo Horizonte 

12,5 

42 

Mortugaba 

12,1 

60 

Anguera 

11,3 

128 

Brotas de Macaúbas 

10,1 

45 

Bom Jesus da Serra 

9,8 

150 

Ibiassucê 

9,0 

67 

Lamarão 

8,2 

103 

Irajuba 

7,3 

138 

Jussiape 

6,0 

91 

Cravolândia 

5,3 

70 

Gavião 

4,4 

246 

Ibiquera 

4,0 

24 

Lajedão 

4,0 

202 

Lajedinho 

3,8 

70 

Catolândia 

3,6 

58 

 

Lista das 20 cidades baianas sem óbitos: 

Cidade 

População (mil) 

Casos de covid-19 (Sesab) 

Abaré 

20,3 

156 

Cipó 

17,3 

312 

Sátiro Dias 

17,3 

134 

Central 

17,3 

189 

Rio de Contas 

12,9 

129 

Novo Horizonte 

12,5 

42 

Mortugaba 

12,1 

60 

Anguera 

11,3 

128 

Brotas de Macaúbas 

10,1 

45 

Bom Jesus da Serra 

9,8 

150 

Ibiassucê 

9,0 

67 

Lamarão 

8,2 

103 

Irajuba 

7,3 

138 

Jussiape 

6,0 

91 

Cravolândia 

5,3 

70 

Gavião 

4,4 

246 

Ibiquera 

4,0 

24 

Lajedão 

4,0 

202 

Lajedinho 

3,8 

70 

Catolândia 

3,6 

58 

Um crime bárbaro ocorrido na tarde desta terça-feira (5), na praia de Jaguaribe, chocou a população baiana. Três pessoas foram assassinadas, incluindo dois estudantes que não tinham nenhuma relação com atividades criminosas, e outras três foram baleadas.

Contexto
Segundo informações preliminares da investigação, reveladas pelo diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Lucas Bezerra, durante entrevista à TV Bahia nesta quarta-feira (6), dois homens em uma moto chegaram à praia por volta das 15h desta terça.

Eles localizaram Lucas Santos da Cruz, 27, sentado numa barraca ao lado de amigos e abriram fogo. Lucas, segundo a Polícia Civil, tinha envolvimento com o tráfico de drogas e era o alvo da ação criminosa.

Neste primeiro momento Lucas e dois amigos dele foram atingidos pelos disparos, que segundo as investigações foram efetuados por apenas um criminoso enquanto o outro ficava na retaguarda.

Como todos começaram a correr após os primeiros tiros, na perseguição o criminoso descarregou a arma na tentativa de executar Lucas. As balas perdidas atingiram três pessoas que estavam na areia: Igor Oliveira Lima Filho, de 16 anos, Juliana Celina da Santana da Silva Alcântara, de 20, e Elenilce Alcântara, mãe de Juliana. Os dois primeiros não resistiram.

A ação, ao todo, durou cerca de 60 segundos, e os suspeitos fugiram em uma moto.

Vítimas
Lucas e Milena morreram na hora, enquanto Igor chegou a ser atendido, mas não resistiu. Uma quarta vítima fatal identificada como Andre Luiz Cunha dos Santos, de 24 anos, chegou a ser apontada inicialmente, mas a Secretaria de Segurança Pública (SSP) corrigiu a informação às 22h30 da noite dizendo que ele tinha sobrevivido.

Milena tinha 20 anos e estudava Biomedicina na Faculdade Bahiana de Medicina de Saúde Pública. Ela, que morava no Imbuí, estava na praia ao lado de familiares e foi atingida quando estava sentada em uma cadeira de praia. O corpo dela foi coberto com uma canga por familiares.

A mãe, Elenilce Alcântara, que estava ao lado da filha foi atingida de raspão e encaminhada para a UPA de Itapuã. Ela foi liberada na mesma tarde.

Outra vítima foi Igor Oliveira Lima Filho, de 16 anos. O adolescente tinha o costume de jogar futevôlei nas areias de Jaguaribe. A paixão pelo futebol era tanta que bola estava logo na descrição de uma das suas contas nas redes sociais.

Um amigo de Igor contou ao CORREIO que ele era o mais velho de três irmãos e morava no condomínio Le Parc, na Avenida Paralela. "Até por isso o gosto por Jaguaribe, rapidinho chegava lá", disse a fonte antes de classificá-lo como estudioso, boleiro e de família.

O principal alvo da ação era Lucas. Segundo Lucas Bezerra, diretor do DHPP, ele tinha envolvimento com o tráfico de drogas e fora preso em duas oportunidades. Em 2015 ao ser flagrado com uma moto roubada e uma arma de fogo, e em 2018 por associação ao tráfico.

Ele deixou a prisão em maio de 2019 e voltou a exercer a atividade criminosa na região do Cajueiro, na Boca do Rio. "Por isso acreditamos que integrantes de uma facção rival o localizou na praia e tentou executá-lo", disse Lucas em entrevista ao Jornal da Manhã, da TV Bahia.

André Luiz Cunha dos Santos também foi atingido pelos disparos e foi socorrido para a Unidade de Pronto-Atendimento de Itapuã. Inicialmente a unidade e a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) informaram que ele havia morrido no atentado, porém a informação foi corrigida às 22h30. André passou por uma cirurgia e se recupera. Em uma rede social, um amigo informou que 'ele está vivo e lúcido'.

Outro sobrevivente é um homem que foi socorrido pelo Samu para o Hospital Geral do Estado (HGE) em estado grave, com perfuração no tórax e coxa esquerda, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Todos os três sobreviventes do atentado não correm risco de vida.

Investigações
As primeiras equipes da Polícia Militar (PM) chegaram ao local poucos minutos após o ataque e realizaram buscas na região para tentar localizar os criminosos, que conseguiram escapar.

Agora o caso está nas mãos do DHPP, que já ouviu testemunhas e está investigando câmeras de segurança da região para entender como ocorreu o crime e qual foi a rota de fuga adotada pelos atiradores.

Durante toda essa quarta-feira (6) buscas devem ser feitas para tentar localizar os bandidos.

"A expectativa é de realizarmos as prisões ainda hoje, nas próximas horas. Estamos com equipes nas ruas e contamos com todo o aparato tanto da Polícia Civil quanto das outras forças de segurança do estado. Foi um crime bárbaro e precisamos dar essa resposta à sociedade", afirma o diretor do DHPP.

Um tiroteio deixou pelo menos três pessoas mortas e outras três feridas na tarde desta quarta-feira (5), na Praia de Jaguaribe, em Patamares, Salvador. O caso aconteceu por volta das 15h.

De acordo com informações preliminares da polícia, quatro homens chegaram à praia e dois deles desceram até a faixa de areia. Ao identificarem um desafeto, iniciaram o tiroteio. Ao todo, pelo menos cinco pessoas foram atingidas, todas na areia.

Um homem e uma mulher não resistiram aos disparos e morreram no local. Uma outra vítima não identificada chegou a ser socorrida para a Unidade de Pronto-Atendimento de Itapuã, mas não resistiu e morreu pouco após dar entrada na unidade de saúde.

Não há informações sobre as identidades dos baleados, nem se os atingidos foram vítima de bala perdida ou se eram desafetos dos criminosos.

De acordo com a Polícia Militar, populares informaram que cinco pessoas haviam sido atingidas pelos disparos, sendo que duas foram socorridas por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), para unidades hospitalares, uma terceira vítima aguardou outra ambulância para atendimento e outras duas vítimas não resistiram aos ferimentos.

Os policiais isolaram a área e aguardam o Serviço de Investigação em Local de Crime (Silc), para perícia e remoção dos corpos.

Viaturas da 15ª Companhia Independente da PM (CIPM/Itapuã) foram deslocadas para o local. Não há informações sobre o estado de saúde dos feridos, nem sobre a autoria do crime.

Equipes da Polícia Técnica também já foram acionadas para realizarem perícia e remoção dos corpos.

A prefeitura de Feira de Santana prorrogou até 11 de janeiro o decreto que proíbe a venda de bebidas alcoólicas em estabelecimentos comerciais localizados em praças públicas, feiras livres e outros espaços.

A medida veta ainda a realização de shows e eventos, que seguem suspensos, e reduz o horário de funcionamento de bares, restaurantes, lanchonetes, lojas de conveniência, casas de recpções e buffets, que seguem fechando as portas às 21h.

O decreto determina ainda que os estabelecimentos cumpram os protocolos de segurança, como distanciamento mínimo de dois metros entre as mesas, utilização de apenas 50% da área, capacidade máxima de quatro pessoas por mesa, disponibilização de álcool a 70%, sabão e papel toalha para clientes e funcionários. Também é obrigatório higienizar o ambiente e usar máscara facial.

A base do governador Rui Costa na Assembleia Legislativa teve duas mudanças. Bira Corôa (PT) e Carlos Ubaldino (PSD) assumiram na segunda-feira (4) as vagas e deputado estadual de Zé Cocá (PP) e Jânio Natal (Podemos), novos prefeitos de Jequié e Porto Seguro, respectivamente.

Ambos eram parlamentares na legislatura passada, mas as eleições de 2018 os deixaram na primeira e segunda suplência do bloco governista. Bira Corôa e Pastor Ubaldino estão na quarta legislatura, após exercerem o cargo de deputado nos períodos 2007-2011, 2011-2015 e 2015-2019.

Presidente da Casa, o deputado Nelson Leal parabenizou os deputados pelo retorno, afirmando ter convicção “da disposição para servir à Bahia e aos baianos desses parlamentares experientes, comprometidos e conhecedores das vocações e das necessidades das regiões e comunidades que representam”.

Acompanhado da filha, a vereadora por Salvador Débora Santana (Avante), Ubaldinho afirmou que pretende “ trabalhar com meus pares nessa Casa, em prol dos mais carentes, fazer acontecer os anseios daqueles que mais precisam”. Já Bira Corôa ressaltou que volta ao parlamento “com a responsabilidade de transformar quatro anos em dois”.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta terça-feira (5) que o Brasil está quebrado e que ele não consegue fazer nada quanto a isso. Afirmou também que a pandemia de covid-19 vem sendo "potencializada pela mídia".

"Chefe, o Brasil está quebrado, e eu não consigo fazer nada. Eu queria mexer na tabela do Imposto de Renda, teve esse vírus, potencializado por essa mídia que nós temos. Essa mídia sem caráter. É um trabalho incessante de tentar desgastar para tirar a gente daqui e atender interesses escusos da mídia", afirmou Bolsonaro a um grupo de apoiadores que costuma frequentar um cercadinho no Palácio da Alvorada para tentar falar com o presidente.

Bolsonaro tem dito que o Brasil não tem como manter o auxílio emergencial, que se encerrou em dezembro, pelo cenário fiscal e de endividamento gerado pelo coronavírus. Também culpa as políticas de isolamento social, recomendadas por órgãos sanitários como maneira de evitar a disseminação da covid-19, pela crise econômica que atinge o Brasil.

Na fala, ele também cita uma promessa que fez de atualizar a tabela do IR, uma ideia que nunca tomou forma pelo governo.

A covid-19 já matou quase 200 mil pessoas no Brasil, infectando mais de 7,7 milhões, segundo dados atualizados de um consórcio de veículos de imprensa que reúne os dados de secretarias estaduais.

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) afirmou nesta terça-feira, 5, que não há proibição do governo da Índia para que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) importe 2 milhões de doses prontas da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca. As dúvidas sobre a vinda do produto ao Brasil surgiram após o CEO do Instituto Serum da Índia, onde as doses foram fabricadas, Adar Poonawalla, afirmar que o governo local impediria exportações de vacinas contra a covid-19.

"O Governo brasileiro, por meio dos Ministérios da Saúde e das Relações Exteriores, esclarece que não há qualquer tipo de proibição oficial do Governo da Índia para exportação de doses de vacina contra o novo coronavírus produzidas por farmacêuticas indianas", afirma o MRE em nota. O ministério diz ainda que a negociação para importação está em "estágio avançado, com provável data de entrega em meados de janeiro".

A importação de 2 milhões de doses prontas da AstraZeneca foi autorizada no dia 31 de dezembro pela Anvisa. Trata-se da principal aposta do governo federal para vacinar já em 20 de janeiro, data apontada como "cenário mais otimista" para começo da campanha contra a covid-19. Antes, a Fiocruz pretendia apenas receber o insumo farmacêutico neste mês e completar a fabricação das doses no Brasil, que só seriam liberadas em fevereiro, num primeiro lote de 30 milhões de unidades. No total, a Fiocruz espera produzir e distribuir 210,4 milhões de doses desta vacina em 2021.

O MRE afirma que o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, teve reunião na segunda-feira, 4, com a Embaixada da Índia em Brasília para tratar da importação. Como se trata de importação excepcional, a Anvisa exige que as vacinas fiquem sob a guarda da Fiocruz até que seja dado o registro ou aval de uso emergencial. O mesmo processo foi autorizado ao Instituto Butantan, que afirma ter 10,8 milhões de doses de unidades da Coronavac estocadas, à espera da autorização para o uso.

As vacinas vindas da Índia devem ser aplicadas após aval para uso emergencial do produto. A Fiocruz teve nova reunião com a Anvisa nesta terça-feira, 5, mas o laboratório ainda não pediu esta permissão. A ideia é apresentar a solicitação até o fim desta semana. A Anvisa estima que levará até 10 dias para concluir a análise.

O governo investiu cerca de R$ 2 bilhões para a compra de ingredientes para as doses e transferência de tecnologia para a Fiocruz. No plano nacional de imunização, o governo prevê aplicar doses desta vacina em cerca de 50 milhões de brasileiros de grupos prioritários ainda no primeiro semestre.

A falta de transparência sobre os dados da vacina de Oxford e AstraZeneca gerou críticas na comunidade científica. Um erro de dosagem levou a dois resultados de eficácia do produto: 62% quando aplicada em um regime de duas doses completas e 90% com meia dose seguida de outra completa. Há ainda dúvidas sobre os resultados para pessoas acima de 55 anos.

Responsável por coordenar o estudo clínico da vacina no Brasil, a médica Lily Yin Weckx disse ao Estadão que a primeira dose da vacina já mostra eficácia de cerca de 70% contra a doença, mas em intervalo curto. "A gente ainda pode ficar com a média de eficácia de 70%. O estudo continua; teremos um ano de segmento para ver a persistência da proteção, dos anticorpos, de segurança, etc".

Segundo Lily, "o que é importante é que temos uma vacina segura, eficaz e que pode fazer a diferença na pandemia. Esses número de 60%, 70%, 80% é de proteção contra a doença covid. Mas se considerarmos doenças graves e hospitalização, a vacina foi capaz de evitar quase 100%". Ela diz que entre as pessoas que foram vacinadas, nenhuma teve uma doença grave ou ficou hospitalizada por covid. Todas as hospitalizações ocorreram no grupo controle.

 

A atração mais aguardada deste janeiro de 2021 na televisão é o BBB21. Faltando menos de três semanas para a estreia, que irá ocorrer em 25 de janeiro, algumas novidades para a nova edição já foram confirmados por Boninho, diretor geral da atração, que promete mais novidades sobre o reality show na próxima sexta-feira, dia 8.

Edição mais longa
O "Big Brother Brasil 21" começa no dia 25 de janeiro e vai até o início de maio com previsão de duração de 100 dias. A duração supera a vigésima edição, que foi estendido e terminou em 28 de abril. A médica Thelma Assis venceu a edição. Rafa Kalimann ficou com o segundo lugar, e a Manu Gavassi terminou em terceiro.

Camarote x pipoca de novo
Assim como na edição do ano passado, o BBB vai ter participantes anônimos, que se inscreveram na atração, e participantes famosos, convidados para o jogo. Nenhum famoso foi confirmado ainda.

Confinamento já começou
Enquanto respondia perguntas de seguidores no Instagram nesta segunda-feira, Boninho confirmou que os participantes da edição estão confiandos desde o último domingo, dia 3. Já os famosos vão para um hotel na próxima segunda-feira, dia 11.

Cenário colorido
Depois de uma visita à casa mais vigiada do Brasil, Boninho publicou uma parte do cenário no Instagram e adiantou: "Este vai ser dos coloridos".

Número de participantes
Em um post de spoiler sobre o "BBB21" no Instagram, Boninho negou que lotaria a casa e contou quantos participantes vão disputar o prêmio de R$ 1,5 milhão: 15 pessoas.

Sem Casa de Vidro
Por causa da pandemia, Boninho descartou a possibilidade de fazer uma Casa de Vidro no "BBB21". Perguntado sobre a dinâmica no Instagram por fãs, o diretor confirmou que não teremos a dinâmica nesta edição.

Depois de 12 dias da noite de Natal, a cidade de Feira de Santana inicia o ano de 2021 beirando os 100% de ocupação nos leitos de UTI reservados para a covid-19. No Hospital Geral Clériston Andrade, todos os 40 leitos estavam ocupados. Já no Hospital de Campanha, administrado pela prefeitura e exclusivo para pacientes da cidade, há apenas dois leitos livres e uma taxa de ocupação de 89%, mas que já chegou a atingir 100% nos últimos dias.

Para Francisco Mota, diretor do hospital de campanha, não há dúvidas de que os dados obtidos agora são um reflexo da festa natalina. “Esse aumento é por conta das aglomerações de Natal. A gente tem uma resposta das aglomerações de oito a 15 dias”, explica o médico, que está ainda mais preocupado com o possível reflexo das comemorações de Ano-Novo, que devem impactar mais ainda o sistema.

“Muito provavelmente não vamos ter como acolher mais doentes. Até há espaço para abertura de leitos, mas o processo não é rápido. Infelizmente, não caiu a ficha da população que a doença é contra o sistema de saúde. Enquanto a população não tiver consciência da importância das medidas de segurança, a gente pode abrir o maior número de leitos possíveis, mas tem uma hora que vai faltar profissional, medicamentos, materiais... o problema é a falta de conscientização”, declarou Mota.

Coordenadora do Comitê Gestor Municipal de Controle ao Coronavírus em Feira, a infectologista Melissa Falcão também se vê preocupada com o cenário que é agravado pela chamada segunda onda, marcada pela alta taxa de transmissão da doença na cidade. “Desde dezembro, nós estamos vendo alta taxa de ocupação nos leitos e uma incidência grande de casos. Só que o Ano-Novo é mais preocupante do que o Natal, pois teve muita gente viajando, fazendo festas. Estamos preocupados em como estará a situação daqui as duas semanas”, diz.

Mesmo com essa realidade, não é discutido pela prefeitura a realização de algum tipo de lockdown ou mesmo fechamento do comércio. A infectologista explica o motivo: “Não é cogitado fechamento do comércio, a não ser que saia muito do controle. Não existe possibilidade de lockdown, pois como a taxa de transmissão está muito grande e espalhada, as pessoas se contaminariam em casa”, explica Falcão.

Medidas anunciadas pela prefeitura em dezembro, quando a cidade já registrava o pior momento da pandemia desde julho, continuam valendo: houve aumento do número de realizações de exames, mesmo das pessoas assintomáticas; fechamento de bares, restaurantes, lanchonetes e lojas de conveniência às 21h; e aumento da fiscalização.

Os estabelecimentos são obrigados a manter os protocolos sanitários, como disponibilizar álcool a 70%, sabão e papel toalha para clientes e funcionários; não permitir mais de quatro pessoas em uma mesma mesa; e utilizar apenas 50% da área total.

Segundo a assessoria da prefeitura, estão em vigor ainda a proibição de bebidas alcoólicas em espaços públicos e a proibição de shows e apresentações musicais e de transmissão de jogos de futebol.

Progressão da doença
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o "período de incubação do coronavírus" se refere ao tempo entre a infecção do ser humano pelo vírus e o início dos sintomas da doença, intervalo que pode variar de 1 a 14 dias. Outros estudos apontam que se leva cerca de 14,5 dias do início dos sintomas até a intubação, que é quando o paciente já está no leito de UTI. Uma vez intubado, os casos podem evoluir a óbito de 4 a 5 dias.

Se no Natal e Ano-Novo muitas pessoas foram contaminadas, o reflexo disso no sistema de saúde - com aumento de internação e número de óbitos - só será sentido ao longo de janeiro. “Nós já vivemos um período em que os pacientes da rede particular começaram a ser transferidos para a rede pública, devido à alta ocupação. Se Feira não conseguir dar conta, essas pessoas terão que ir para outras cidades. Hoje, observamos ainda aumento na contaminação e internação de idosos. As pessoas estão tendo menos cuidado e levando o vírus para casa”, aponta a infectologista Melissa Falcão.

Segundo o diretor médico do Hospital de Campanha de Feira, há relatos de que a ocupação dos leitos de UTI na rede particular da cidade está acima de 90%. Já o Hospital Estadual da Criança, localizado na cidade, possui cinco leitos pediátricos voltados para covid-19 e apenas um ocupado. Em outras cidades também do centro-leste baiano, onde Feira de Santana está localizada, a ocupação nos leitos de UTI é de 80% no Hospital Regional da Chapada, em Seabra, e de 70% nos hospitais da Chapada, em Itaberaba, e Municipal, em Serrinha.

Tudo isso ajuda a pressionar o sistema de saúde feirense. Mesmo assim, para Francisco Mota, ainda não é possível falar que podemos chegar a um colapso. “O que eu posso dizer é que, quando os hospitais lotam, os pacientes vão ficar nas UPAs [unidades de pronto-atendimento] e policlínicas, esperando atendimento, ou serão remanejados para hospitais de outras regiões. O colapso pode acontecer quando esse remanejamento não for mais possível”, explica.

Dezembro já foi o mês com maior número de casos de covid-19 em Feira de Santana desde que começou a pandemia. No total, foram 4,9 mil casos confirmados no último mês de 2020, o que representa 25% de todos os casos notificados desde o início da pandemia, segundo o boletim epidemiológico municipal. Feira também já registrou 354 mortes; 1,5 mil pessoas ainda aguardam o resultado do exame para saberem se estão contaminados pelo vírus. Mais de 20 mil casos da doença já foram confirmados.

Lista dos hospitais que estão com mais taxa de ocupação na Bahia:

Hospital Geral Clériston Andrade (Feira de Santana) - 100%
Hospital Santa Helena (Camaçari) – 100%
Hospital São Pedro (Remanso) - 100%
Hospital Municipal Dom Antonio Monteiro (Senhor do Bonfim) - 100%
Hospital São Vicente (Jequié) 100%
Hospital Regional Costa do Cacau (Ilhéus) - 93%
Hospital de Ilhéus - 91%
Hospital Regional Dr Mario Dourado Sobrinho (Irece) - 90%
Hospital de Tratamento Covid19 de Eunápolis – 90%
Promatre de Juazeiro – 90%
Hospital São Vicente de Paulo (Vitoria Da Conquista) 90%
Vida Memorial (Ilhéus) - 90%
Hospital de Campanha de Feira de Santana – 89%

A partir desta terça-feira (5), Salvador passa a contar com um novo equipamento de convivência, pesquisa e lazer com um clima de pré-história. A Lagoa dos Frades, no bairro do Stiep, próximo ao antigo Centro de Convenções, foi requalificada e ganhou réplicas de dinossauros que tornaram o local um atrativo diferenciado de tudo o que existe na cidade. O espaço, agora renomeado de Lagoa dos Dinossauros, foi entregue hoje (05) pelo prefeito Bruno Reis. Estiveram presentes ainda o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano (Desal), Virgílio Daltro, e do titular da Secretaria de Manutenção (Seman), Luciano Sandes.

"Essa inauguração faz parte da estratégia de cada vez mais desenvolver o espaço público ao cidadão. Estivemos aqui há pouco mais de um ano e nos deparamos com um lugar completamente abandonado, com esgoto alimentando a lagoa, sem peixes, sem patos. As pessoas não frequentavam este local. Decidimos, portanto, implantar um projeto arrojado e impactante", disse o prefeito, ressaltando que as réplicas dos dinossauros foram construídas pela própria Desal.

Duas delas são de Tiranossauro Rex, com aproximadamente cinco metros de altura e nove metros de comprimento cada. As demais estão distribuídas em seis réplicas de Velociraptor, duas de Dilofossauro, uma de Dilofossauro Sinensis, uma de Braquiossauro, uma de Pteranodonte e um Anquilossauro.

No local, o visitante tem a sensação de ter voltado ao tempo diante das esculturas em tamanho real, situadas em uma área verde, com vegetações nativas de Mata Atlântica em pleno meio urbano. As réplicas emitem som com a aproximação das pessoas, por meio de um sensor de presença e do uso de um aplicativo.

O processo de construção das peças envolveu um estudo sobre como era a anatomia dos dinossauros. Após o estudo e a busca de imagens, os colaboradores da autarquia projetaram as imagens em 3D e as retrataram em estruturas metálicas. O passo seguinte foi cobrir essas estruturas esculpindo célula por célula com argila. Depois que as peças foram totalmente cobertas e fibradas, elas foram recortadas dando origem à fibra de vidro que é utilizada como forma final.

Conforme anunciado pelo prefeito, a estimativa é que a lagoa ganhe ainda mais esculturas, fruto de recursos provenientes de contrapartidas com o setor privado.

Revitalização – A lagoa tem 16.470 m² e o entorno possui espaço de convivência, sanitário, novo mobiliário com jogos de bancos e mesa, banheiro para pessoas com deficiência, pergolado, anfiteatro, acessibilidade e quiosques.

Antes da intervenção, a situação de abandono trazia um clima de insegurança e, ainda por cima, o local recebia pontos de esgoto despejados por edificações próximas. Estes focos foram desativados com o apoio das secretarias de Manutenção (Seman) e de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), assim como da Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa).

Além disso, a lagoa passou por um processo de aeração, que melhora as condições da água. Serão lançados, ainda, cinco mil alevinos de espécies diferentes doados pela Bahia Pesca, para aumentar o número de peixes.

Durante 30 dias, será proibida a pesca para que essa população possa se multiplicar. No espaço de convivência e lazer também são encontradas espécies como camaleões, micos e até mesmo joões-de-barro. O projeto tem a participação intensa da comunidade que, inclusive, ajudou na aquisição de produtos para melhoria da água e na doação de patos que vão embelezar o local. O investimento total foi de quase R$ 9 milhões.

"Só aqui na região a Prefeitura já entregou três espaços para o lazer da população. Além da Lagoa dos Dinossauros, a capital baiana teve revitalizada a Lagoa dos Pássaros, também aqui no Stiep, e a construção do Parque dos Ventos, na orla da Boca do Rio", complementou Bruno Reis.

Segurança – Dentro da Lagoa dos Dinossauros será construída uma base de apoio da Guarda Civil Municipal (GCM) para que faça a segurança do local e possa orientar os visitantes. O parque foi todo cercado por gradil e a portaria terá catraca, onde será possível orientar e fiscalizar a entrada. A administração do espaço ficará a cargo da Secretaria de Sustentabilidade e Resiliência (Secis) e o funcionamento segue o decreto municipal de enfrentamento ao coronavírus: de segunda a sábado, de 6h às 17h.

Avaliação - Moradora do Stiep há quase quatro décadas, a doméstica Jandira Lima, 60 levou o neto Pedro, de apenas um ano, para conhecer a Lagoa dos Dinossauros. "Essa revitalização é um pedido antigo da comunidade. A lagoa ficou muito tempo abandonada, a pavimentação do entorno era quebrada, havia muito de mato e nem tinha espaço para andar. Isso fora a insegurança. Agora está maravilhoso", avaliou.

Já o estudante Antônio Celso Ferrari, 26, saiu de Pernambués só para passear com a família no local. "Sabia que existia a lagoa, mas nunca havia frequentado. Soube da inauguração pela internet e decidi vir hoje. Achei o espaço bem legal e estou aproveitando para tirar fotos de recordação com a minha filhinha", comemorou.