O Jornal da Cidade

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Basta ir a qualquer ponto turístico de Salvador que eles - os turistas - estão lá. E são muitos! Todos com o celular a postos, fazendo pose para a foto que vai ficar como registro da viagem. A professora Elizabeth Rodrigues, 40 anos, não perdeu a oportunidade da selfie com as cinco amigas de São Paulo. É a sua primeira vez na cidade e ela está adorando. “As pessoas aqui são muito simpáticas. Já visitamos o Pelourinho, o Elevador Lacerda e agora o Farol da Barra. Também já provei e aprovei a famosa moqueca de camarão. O próximo da lista é o acarajé”, conta.

Apesar da pandemia, o movimento de turistas em Salvador cresceu mesmo. De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (ABIH-BA), Luciano Lopes, a expectativa para o mês de janeiro é de uma taxa de ocupação entre 55% e 60%.

“Os números ainda são muito mais baixos do que os dos anos anteriores, mas já demonstram uma retomada das atividades turísticas em Salvador. Fizemos algumas previsões para o final de 2020 e início deste ano e estamos vendo que elas estão se concretizando. A nossa expectativa é atingir em 2021 entre 70% e 80% das taxas de ocupação de 2020”, afirma.

O guia de turismo Thiago Duarte aponta que a pandemia trouxe muitos prejuízos, mas janeiro está sendo um mês positivo, com bastante demanda: “O turismo parou em março e eu, particularmente, só voltei a trabalhar em setembro. Aí eu venho voltando gradativamente e agora tenho trabalhado quase todos os dias. O movimento está bem mais aquecido”.

Ele acrescenta que 99% dos turistas que atende são brasileiros de diversos estados. Além disso, a maioria busca por passeios privativos, que não misturem grupos diferentes: “Eu acredito que, por causa do coronavírus, as pessoas ainda estão com medo de se aglomerar e têm preferido os passeios de forma separada”.

É o que está fazendo a professora Elizabeth, que teve medo de viajar na pandemia, mas decidiu encarar, evitando aglomerações.

“Começamos a pensar na viagem em novembro, quando a covid estava em queda, mas aí os casos aumentaram de novo e ficamos com receio. Mas, viemos mesmo assim e estamos achando tranquilo, evitamos lugares muito cheios e fechados e tomamos todos os cuidados”, explica.

Ocupação
De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), os dados da taxa média de ocupação hoteleira vem apresentando crescimentos constantes, sobretudo a partir de julho. Em dezembro de 2020, a capital baiana recebeu 467.989 turistas. No mesmo mês, a taxa de ocupação hoteleira na cidade foi de 48,59%. O número ainda é abaixo do registrado em 2019, 60,15%, mas muito maior do que o pior mês do ano passado, abril, que registrou apenas 11%.

O presidente da ABIH-BA, Luciano Lopes, revelou ainda que a maior demanda vem da região Sudeste: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Para Silvana Rós, guia de turismo e vice-presidente da Federação Nacional dos Guias de Turismo, os números confirmam o que ela já observa: “Eu retomei as atividades em agosto, muito timidamente. Agora em dezembro estamos percebendo um aquecimento da visitação. E até então não vi uma representação significativa de turistas estrangeiros, como sempre acontece no período de alta estação”.

Prejuízos de 2020
Luciano Lopes relembra que o ano passado foi bastante desafiador para toda a área turística: “O setor hoteleiro baiano chegou a interromper praticamente todas as atividades com a chegada da covid-19. Em Salvador, as reservas dos hotéis foram reduzidas a praticamente zero, além do cancelamento total de eventos. Vivemos um verdadeiro colapso, impactando milhares de famílias”.

Nos hotéis, a previsão de ocupação esperada para 2020 era de 66,4%, mas o ano fechou em 37,4%. Em 2019, o balanço ficou em 62,49%. Isso trouxe uma redução de 56% no faturamento dos hotéis, se comparado com o ano anterior - R$ 673 milhões a menos no faturamento anual.

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), de janeiro a novembro de 2020, o número de passageiros no aeroporto de Salvador caiu 52,1% se comparado ao mesmo período do ano anterior, passando de 7,3 milhões para 3,1 milhões.

O presidente da ABIH-BA destacou que mais de 95% dos hotéis tiveram que fechar as portas, ao menos temporariamente, devido à falta de clientes entre março e maio de 2020. Mais de 40% dos funcionários foram demitidos.

Esperanças para 2021
De acordo com o secretário estadual de Turismo, Fausto Franco, a Bahia está empenhada na recuperação do turismo e, em especial, da malha aérea.

“Os resultados já são positivos, com as companhias voltando a operar voos regulares e charters, com destaque para voos internacionais, que estão sendo retomados à medida que os visitantes entendem a seriedade das medidas adotadas pela Bahia diante da pandemia”, avalia.

No Aeroporto Internacional de Salvador, a projeção é de 4.594 voos desembarcando entre 1º de dezembro de 2020 e 31 de janeiro de 2021.

A Secult estima que entre dezembro de 2020 e março de 2021 haverá um crescimento médio de 20%. Ainda segundo a projeção estimada pela secretaria, os dados da hotelaria podem chegar ao final de março com um índice médio de ocupação em torno dos 67%, retornando assim ao patamar registrado nos dois anos anteriores à pandemia.

Para o presidente da ABIH-BA, é preciso ter esperança, mas também colocar os pés no chão. “Sem a vacina, não tem como a gente superar o ano de 2020. É muito difícil porque, com a pandemia e sem a vacina, ainda há muita limitação de voos e de capacidade em restaurantes, por exemplo”, avalia.

Ele diz ainda que é possível manter as atividades, que os hotéis estão preparados e que é necessário seguir todos os protocolos recomendados. “Fizemos treinamentos para capacitar os funcionários para que eles estivessem preparados para seguir todos os protocolos de segurança e passar para os hóspedes uma sensação de segurança”, afirma.

Protocolos

Dicas da guia de turismo e vice-presidente da Federação Nacional dos Guias de Turismo, Silvana Rós:

Usar máscara o tempo todo
Trocar a máscara a cada 3h
Usar álcool em gel a cada vez que tocar algum objeto
Não contar com o auxílio das mãos dos guias para descida e subida dos veículos de transporte
Nos retornos aos veículos, higienizar as mãos com álcool em gel
Manter distanciamento em todos os locais
Os guias devem disponibilizar o aparelho e fazer a aferição da temperatura dos turistas
Os queridinhos de Salvador

*Informações dos sites Salvador da Bahia e Pelourinho Dia e Noite

Segundo o guia Thiago Duarte, os lugares que fazem mais sucesso em Salvador entre os turistas são o Centro Histórico, a Igreja Nosso Senhor do Bonfim e o Memorial Irmã Dulce.

A guia Silva Rós aponta os mesmos locais como os preferidos e dá destaca para a Praça Cairu, em frente ao Mercado Modelo, recém revitalizada pela Prefeitura de Salvador. “Os turistas querem um tempo para fazer compras e também para tirar fotos por lá”, afirma Silvana.

Praça Cairu - A Praça Visconde de Cairu foi construída entre o fim do século XIX e início do século XX o seu nome é uma homenagem a José da Silva Lisboa, o Visconde de Cairu, político baiano. No local, encontra-se uma estátua de bronze do Visconde e a antiga residência usada por ele, onde estão sendo construídos o futuro Museu da Cidade e o Arquivo Histórico Municipal de Salvador.

Centro Histórico - O Centro Histórico de Salvador – do qual o Pelourinho é símbolo e síntese – constitui o maior conjunto arquitetônico colonial da América Latina. O espaço é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura). São mais de 3 mil imóveis dos séculos XVI a XIX, com sua arquitetura monumental de finalidade religiosa, civil – de função pública e privada – e militar.

Igreja do Bonfim - É uma das mais tradicionais igrejas católicas da cidade, dedicada ao Senhor do Bonfim e símbolo do sincretismo religioso da Bahia. A devoção ao Nosso Senhor do Bonfim é herança portuguesa, apó o comerciante e traficante de escravos Teodósio de Faria trazer uma imagem a Salvador como pagamento de uma promessa por ter sobrevivido a uma tempestade no mar. A festa religiosa e “profana” mais importante da Bahia, a “Lavagem do Bonfim” acontece, todos os anos, na segunda quinta-feira do mês de janeiro.

Memorial Irmã Dulce - Inaugurado em 1993, um ano após a morte da freira baiana, o Memorial Irmã Dulce (MID) é uma exposição permanente sobre o legado de amor e caridade do Anjo Bom da Bahia, reunindo mais de 800 peças que ajudam a preservar e manter vivos os ideais da religiosa. O hábito usado por ela, fotografias, documentos e objetos pessoais podem ser vistos no MID, que ainda preserva, intacto, o quarto de Irmã Dulce, onde está a cadeira na qual ela dormiu por quase trinta anos em virtude de uma promessa.

Farol da Barra - O Farol da Barra faz parte do Forte Santo Antônio da Barra. Esta fortificação abriga o Museu Náutico da Bahia, que conta com um acervo histórico formado por objetos de diversas épocas, alguns deles submersos por até 300 anos, e que ajudam a compreender a relação do homem com o mar e da Bahia com o Farol. Segundo o portal da Marinha do Brasil, o forte foi erguido em 1536, sendo a primeira fortificação do País, e é um dos principais pontos turísticos de Salvador.

Como de costume, o verão baiano trouxe junto um calorão que faz a gente suar poucos minutos depois de um bom banho ou de colocar o pé para fora de casa. As estratégias para fugir da sensação térmica são as mesmas. Além das praias, os baianos procuram lugares com ar condicionado para evitar agonia que é permanecer em uma temperatura tão alta.

O que é diferente neste ano são os riscos de ficar em locais com ar condicionado. Em meio a um momento em que os casos de coronavírus voltam a crescer, quem era parceiro na hora de amenizar a temperatura, pode virar inimigo ao favorecer a contaminação em ambientes fechados, onde o mesmo ar circula continuamente e muitas pessoas estão presentes. Especialistas afirmam que não é recomendado permanecer em lugares assim e que, se for necessário ficar, cuidados devem ser seguidos a risca.

Correndo da contaminação
A verdade é que poucas coisas são tão gostosas quanto a sensação de sair de um calor enorme direto para a temperatura agradável de um estabelecimento climatizado. É comum ver pessoas dando aquele suspiro de alívio ao entrar em lojas, shopping ou restaurantes. Porém, com um cenário ainda pandêmico, fazer isso tem deixado um misto de prazer e preocupação.

É assim com a professora Lúcia Cabral, 54 anos. Ela afirma que, em épocas quentes, corre atrás do ar condicionado, mas, na pandemia, isso mudou. "Eu acredito que ficar em lugar em que todo mundo respire o mesmo ar não é boa ideia. Antes, sair do calor para o clima bom do ar condicionado era maravilhoso. Hoje, eu tô é correndo disso. Só entro em ambientes assim quando não tem jeito, como tive que fazer quando viajei há uma semana", relata.

Quem também não vê os ambientes como antes é a empresária Mônica Carvalho, 42. Para ela, o risco de ficar por muito tempo em áreas climatizadas não compensa a amenização do calor. "Tenho feito escolhas inteligentes e fico sempre alerta. No carro, se estou com outra pessoa que não é do meu núcleo, o vidro está sempre aberto. No escritório, deixo sempre as janelas abertas. Shoppings, só vou quando necessário. Se puder, evito! Em restaurantes, prefiro locais abertos, sempre que possível", conta.

O ator Emerson Sant'anna, 30, que trabalha atualmente em uma loja de um shopping de Salvador, vive preocupado com a possibilidade de contaminação. "Eu trabalho em um ambiente que, de certa forma, virou ponto de aglomeração por conta do calor também. É comum ver gente que não vai fazer nada lá, mas que entrou só pra correr da temperatura elevada. Isso me preocupa porque acaba aumentando o número de gente por lá no verão", diz.

Cuidados redobrados
Matheus Todt, que é infectologista, afirma que a preocupação de Emerson tem sentido. Segundo ele, apesar do ar condicionado não ser o responsável direto pela contaminação, as aglomerações provocadas por ele em ambientes fechados são perigosas. "Com ou sem ar condicionado, o ambiente fechado é perigoso. O ar [condicionado], nesse sentido, é mais um vetor para que haja uma concentração e uma maior troca de ar entre as pessoas. Então, se a presença do ar [condicionado] fomenta isso, pode se tornar um problema", explica.


Se não tem outro jeito e as pessoas precisam estar nestes locais, a infectologista Clarissa Ramos recomenda atenção aos cuidados essenciais. "Nessa época, pra todo mundo que usa ou precisa ir a lugares com ar condicionado, é importante saber o seguinte: no ambiente fechado, a gente tem mais partículas virais circulando no mesmo ar. Então, o ideal seria caprichar ainda mais em cuidados básicos como o uso de máscaras e o respeito ao distanciamento social", alerta.

Como reduzir os riscos
Para quem não tem como fugir dos ambientes climatizados - ou não quer ter que fazer isso no verão -, o CORREIO traz cinco dicas dos infectologistas Clarissa Ramos e Matheus Todt para minimizar, ao máximo, os riscos de contrair a covid-19:

1 - Nunca deixar a ventilação do ar condicionado diretamente para alguém;
2 - Ter grande cuidado com as mãos, que podem entrar em contato com partículas do vírus e serem levadas ao rosto ou para boca. Uso álcool gel constantemente é recomendado;
3 - Se possível, em alguns momentos, abra janelas e portas para poder ter a troca de ar no ambiente;
4 - Respeitar com ainda mais rigor o distanciamento social, ficando, preferencialmente, mais asfastado ainda das pessoas;
5 - Usar a máscara, que é o que temos de mais importante até o momento, o tempo todo quando estiver em ambientes fechados climatizados ou não.

A Bahia registrou, nas últimas 24 horas, 1.649 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,3%) e 1.570 recuperados (+0,3%). Os números foram atualizados no boletim epidemiológico deste domingo (10).

Além disso, houve 32 óbitos notificados no mesmo período. Segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), dos 512.841 casos confirmados desde o início da pandemia, 496.542 já são considerados recuperados e 6.875 estão ativos.

Ao todo, o boletim epidemiológico contabiliza ainda 902.102 casos descartados e 121.681 em investigação. Em todo o estado, 37.642 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Para fins estatísticos, a vigilância epidemiológica estadual considera um paciente recuperado após 14 dias do início dos sintomas da Covid-19. Já os casos ativos são resultado do seguinte cálculo: número de casos totais, menos os óbitos, menos os recuperados. Os cálculos são realizados de modo automático.

Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (22,37%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram: Ibirataia (10.514,63), Muniz Ferreira (8.636,49), Conceição do Coité (8.533,00), Jucuruçu (8.163,49) e Pintadas (8.096,20).

Mortes
De acordo com o boletim epidemiológico deste domingo contabiliza 32 mortes por covid-19. Os óbitos ocorreram em diversas datas.

A Sesab afirma que existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19.

Além disso, outra explicação seria o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

O eleitor que não compareceu às urnas no primeiro turno das eleições municipais de novembro tem até esta semana para justificar a ausência. Caso o procedimento não seja realizado, será preciso pagar uma multa. Quem não regularizar a situação pode ficar sujeito a restrições.

O prazo vence na quinta-feira (14) para quem faltou ao primeiro turno das eleições municipais 2020. Para o segundo turno, o limite é 28 de janeiro.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recomenda que a justificativa seja feita, preferencialmente, por meio do aplicativo e-Título, disponível para celulares com sistemas operacionais Android ou iOS.

O procedimento pode ser feito também pela internet, por meio do Sistema Justifica. Ou ainda de modo presencial, no Cartório Eleitoral. Em qualquer um dos casos, o eleitor precisará preencher um Requerimento de Justificativa Eleitoral (RJE), descrevendo por que não votou. O TSE pede que seja anexada documentação que comprove a razão da falta.

Isso porque o RJE pode ser recusado pela Justiça Eleitoral, se a justificativa não for plausível ou se o formulário for preenchido com informações que não permitam identificar corretamente o eleitor, por exemplo.

Se tiver o requerimento negado, para regularizar a situação o eleitor precisará pagar a mesma multa de quem perdeu o prazo para a justificativa. O valor da multa pode variar, de acordo com o estipulado pelo juízo de cada zona eleitoral. Existe a possibilidade de o eleitor solicitar isenção, se puder comprovar que não tem recursos para arcar com a penalidade.

Cada justificativa é válida somente para o turno ao qual o eleitor não compareceu por estar fora de seu domicílio eleitoral. Ou seja, se não tiver votado no primeiro e no segundo turno da eleição, terá de justificar a ausência de cada um, separadamente, obedecendo aos mesmos requisitos e prazos de cada turno.

Nas eleições 2020 foi registrada abstenção recorde tanto no primeiro (23,14% do eleitorado) quanto no segundo (29,5%). Quando foram realizadas as votações, o Brasil tinha 147.918.483 eleitores aptos a votar.

A justificativa para a ausência é necessária porque o voto é obrigatório para quem tem entre 18 e 70 anos, conforme o Artigo 14 da Constituição. Quem não justificar e não pagar a multa para regularizar a situação junto à Justiça Eleitoral fica sujeito a uma série de restrições legais, impedido de:

- obter passaporte ou carteira de identidade;

- receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público, autárquico ou paraestatal, bem como fundações governamentais, empresas, institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que exerçam serviço público delegado, correspondentes ao segundo mês subsequente ao da eleição;

- participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos estados, dos territórios, do Distrito Federal, dos municípios ou das respectivas autarquias;

- obter empréstimos nas autarquias, nas sociedades de economia mista, nas caixas econômicas federais e estaduais, nos institutos e caixas de Previdência Social, bem como em qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja administração este participe, e com essas entidades celebrar contratos;

- inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, e neles ser investido ou empossado;

- renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo;

- praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda;

- obter certidão de quitação eleitoral;

- obter qualquer documento perante repartições diplomáticas a que estiver subordinado.

Um casal foi encontrado morto num apartamento do edifício Terrazzo Imperiale, no Horto Florestal, bairro nobre de Salvador, na manhã deste domingo (10), na Rua Waldemar Falcão. De acordo com informações iniciais obtidas pelo CORREIO com fontes policiais, uma mulher teria disparado contra o namorado enquanto ele estava dormindo e cometeu suicídio em seguida.

Através de moradores do prédio, o jornal apurou que as vítimas são Elton Gonçalves Campelo, de 35 anos, natural de Juazeiro, e Isabela Valença, sua companheira. A motivação do crime ainda é desconhecida e o caso será investigado pela 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico). A Polícia Civil da Bahia informou que também suspeita de que houve um homicídio seguido de suicídio.

Elton Campelo pertence a uma tradicional família juazeirense, proprietária da fábrica Curtume Campelo, empresa especializada em comércio de produtos de couro. Elton é filho do megaempresário Gladson Campelo e da decoradora Elza Campelo. Segundo apuração da coluna Alô Alô Bahia, o rapaz morava em Juazeiro e passava as férias na capital baiana.

O casal passou o Réveillon junto em um apartamento no Corredor da Vitória. Após a virada, ele utilizou o Instagram para publicar uma foto com a companheira e, na legenda, escreveu: “Mais um ano juntos. Nosso dia 1º sempre mais que especial. E juntos desejamos um feliz ano novo a todos! Um 2021 com muita saúde, paz, e muitas metas a serem almejadas, alcançadas e conquistadas. Deus no comando, sempre”.

A morte de Elton foi registrada no boletim de principais ocorrências policiais da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) e a confirmação do óbito pela polícia foi constatado às 10h da manhã.

O Governador da Bahia, Rui Costa, sancionou, nesta sexta-feira (08), a Lei que dispõe sobre a revisão do Plano Plurianual (PPA 2020-2023). A Lei altera o PPA com adequações à realidade econômica e fiscal do estado, impactada pela Covid-19. Conta também com alterações de caráter técnico, buscando um aprimoramento metodológico, de transparência e integração das políticas. O ato foi publicado no Diário Oficial do Estado. O PPA tem como premissa básica priorizar as ações de governo que promovam o desenvolvimento regional com geração de renda e emprego para a população.

O projeto de revisão foi apresentado pelo secretário estadual do Planejamento, Walter Pinheiro, em 13 de outubro, no plenário da Casa. "Não tem como fazer a economia reagir a esta pandemia global se não for através de iniciativas que estimulem o consumo das famílias e para isso ocorrer é necessário dar prioridade a projetos de estímulo ao setor produtivo, para dinamizar a economia, a exemplo do projeto Bahia Produtiva, que financia subprojetos de inclusão socioprodutiva e de abastecimento de água e saneamento domiciliar, de interesse e necessidades das comunidades de baixa renda da Bahia. Inclusive, temos trabalhado na integração das políticas públicas como forma de amplificar seus resultados, envolvendo as secretarias em projetos que se complementam para atender às demandas da população, principalmente, na geração de renda em todas as regiões do estado", afirmou o secretário.

Na ocasião, Pinheiro citou destaques previstos para o próximo quadriênio nas mais diversas áreas. Na Saúde, a implantação de novas policlínicas e construção e ampliação de outras unidades; na Educação, a ampliação do atendimento educacional da rede estadual e ensino, incluindo a oferta do programa de Ensino Médio com Intermediação Tecnológica (Emitec), ampliação do projeto escolas culturais e a oferta de, pelo menos, um curso da educação profissional em todas as escolas do estado.

Outra área prioritária é a Segurança Pública, com ampliação do número de bases comunitárias móveis e da rede de videomonitoramento. A ampliação da malha viária, a construção e recuperação de aeroportos, a expansão do acesso a energia elétrica na zona rural e da rede de distribuição de gás natural também constam no PPA, assim como a atração de investimentos na área de energias renováveis, dentre outros diversos projetos, programas e ações previstas.

O governador Rui Costa disse, nesta quinta-feira (7), que a estimativa é iniciar a vacinação contra a Covid-19 na Bahia dentro de um prazo máximo de 30 dias.

"Já estamos preparados. Conseguimos fazer a aquisição das seringas e dos refrigeradores. Só estamos esperando a liberação da vacina para iniciar a imunização", afirmou Rui, destacando que a prioridade serão os profissionais das áreas de saúde e da segurança, além dos mais vulneráveis, como os idosos. O governador fez o anúncio no município baiano de Presidente Tancredo Neves, onde entregou obras.

Em dezembro, o Governo do Estado comprou 19,8 milhões de seringas e agulhas. Ainda como parte do processo de preparação para vacinação, já foi concluída a licitação para compra de até 100 ultrarrefrigeradores capazes de armazenar vacinas a temperaturas inferiores a -70°C.

O jornalista José Raimundo informou que foi desligado do quadro de funcionários da TV Bahia, nesta quinta-feira (07). Em publicação no Instagram, o repórter se despediu da emissora e lamentou a demissão.

“Se tem uma coisa que me maltrata é a despedida. Mas como é inevitável, comunico o meu desligamento da TV Bahia. É aquela velha e conhecida regra: relação de trabalho só se mantém quando as duas partes querem. Foram 31 anos de dedicação exclusiva, intensa. Uma estrada longa, enladeirada, sinuosa, surpreendente, como costuma impor a prática do bom jornalismo na TV. Na bagagem, uma trajetória que me honra, histórias inesquecíveis e a impagável convivência de companheirismo e aprendizado.”, escreveu.

“Levo dos colegas e amigos que cultivei, além da saudade, o apreço, a gratidão, a admiração, o desejo de que sejam sempre felizes. O horizonte é indefinido por enquanto. E desafiador. É hora de pensar e avaliar. E daqui a pouco pegar a estrada novamente. Aliás, novas estradas pela frente. E ainda muita história pra contar”, completou.

Além de Zé Raimundo, os repórteres Jony Torres, da TV Bahia, e Raphael Marques, da TV Santa Cruz, ambas afiliadas da Rede Globo, também foram demitidos. Segundo fontes do bahia.ba, ainda foram desligados funcionários do setor de transporte da TV Santa Cruz.

Até o momento, a emissora ainda não se pronunciou sobre as demissões. No ano passado, a Rede Bahia justificou uma demissão em massa que ocorria na empresa como “resenho no seu portfólio de produtos”.

Uma mulher de Salvador é o primeiro caso confirmado de reinfecção no Brasil com uma mutação do coronavírus encontrada inicialmente na África do Sul e que ligou o alerta das autoridades de saúde no mundo. A linhagem com a mutação da Bahia é a mesma identificada pela primeira vez no estado do Rio de Janeiro, cuja descoberta foi anunciada em dezembro.

Segundo O Globo, a linhagem brasileira e a sul-africana são diferentes, mas compartilham a mutação E484K.

Essa mutação preocupa porque atinge uma região crucial do coronavírus. Com isso, em tese, ela pode tornar o vírus mais transmissível. Essa mesma mutação afeta também a região do vírus alvo da maioria das vacinas.

Até então não há evidências que ela afeta a eficácia dos imunizantes, mas isso será investigado. Uma outra mutação da linhagem encontrada no Reino Unido e que já se espalhou por mais de 30 países atinge a mesma região do coronavírus.

Liderado por Bruno Solano, do Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa (IDOR) e do Hospital São Rafael, em Salvador, o estudo foi submetido à revista Lancet. A descoberta já foi comunicada ao Ministério da Saúde e às autoridades de saúde da Bahia.

"Esse tipo de estudo é essencial para compreender a propagação da pandemia e identificar a tempo mudanças no vírus que possam ter impacto na transmissão e nas vacinas", destaca Solano.

Apontado pela polícia como alvo do ataque na Praia de Jaguaribe, em Patamares, onde três pessoas morreram, Lucas Santos da Cruz, 27 anos, ocupava o cargo de liderança da facção Bonde do Maluco (BDM) na Boca do Rio. Ele era um dos gerentes do traficante Claudomiro Santos Rocha Filho, o Nicão, ex-7 de Copas do Baralho do Crime da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), morto em 2018.

“Lucas era o braço direito de Nicão. Era o gerente e, por isso, considerado o segundo nome no grupo”, declarou o diretor do Departamento de Homicídios (DHPP), o delegado José Bezerra Júnior. Nicão comandava o tráfico na localidade do Cajueiro e também em Camaçari. “Ele e o grupo deram muito trabalho à polícia. Uma série de crimes foram imputados a eles, inclusive homicídios na Boca do Rio e adjacências”, disse Bezerra.

Nicão morreu em outubro de 2018, quando emboscado em um carro ao passar pela Avenida Pinto de Aguiar, em Patamares. Na lógica, com a ausência definitiva de Nicão, Lucas, o segundo na hierarquia da facção, assumiria a liderança, mas não foi isso o que aconteceu. Lucas, que em 2015 foi preso por posse de arma de fogo, voltava à prisão após ter sido flagrado pela Polícia Militar com uma arma e drogas.

Quando a Justiça decretou sua liberdade, em março de 2019, Lucas voltou para a Boca do Rio acreditando que assumiria o posto que lhe era de direito, mas não conseguiu. “O espaço do Nicão foi ocupado por outro. Quando Lucas saiu, pode ter gerado algum conflito nesse sentido”, disse Bezerra, fortalecendo uma das hipóteses mais prováveis para o crime: um ataque fruto de rivalidade.

Diante da situação, Lucas teria feito uma aliança com um grupo rival, que vem tentando controlar todo o tráfico de drogas na Boca do Rio, e com isso promovendo diversos ataques ao reduto de Nicão, o Cajueiro. “Mas não posso afirmar pois estamos ainda apurando essa questão”, declarou Bezerra.

Crime
Por volta das 15h desta terça-feira (5), banhistas se divertiam na Praia de Jaguaribe, quando um grupo de cinco homens armados invadiu a faixa de areia atirando. O alvo da ação era Lucas, que correu, mas foi alcançado e morto no local. A estudante de biomedicina na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Juliana Celina da Santana Silva Alcântara, 20, e o adolescente, Igor Oliveira Lima Filho, 16, que não tinham nenhum envolvimento com os criminosos, estavam na linha dos tiros e acabaram sendo atingidos e mortos.

A mãe de Juliana Celina estava na hora quando a filha foi baleada. “Diante da situação, ela passou mal”, disse Bezerra, esclarecendo que a mulher não foi baleada, conforme informação dada anteriormente por autoridades. Já André Luiz Cunha dos Santos, que também não tem envolvimento com a criminalidade, foi atingido e sobreviveu. Ele foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde passou por cirurgia.

Na manhã desta quarta-feira (6), o trecho onde ocorreu o ataque não tinha cadeiras, garçons, movimentação de ambulantes, sequer havia alguém tomando sol. Era um vazio na extensão da sempre cheia Praia de Jaguaribe. As marcas da violência ainda estavam na areia com os rastros de sangue das vítimas.

A barraca não abriu, mas o CORREIO conversou com um dos funcionários que foi ao local somente para limpar uma cadeira usada pela estudante de biomedicina Juliana Celina. Ela estava com a mãe e o primo sentados debaixo de um guarda-sol próximo onde Lucas e o seu grupo estavam. “Foi muito triste. Ela não teve nem reação para correr. Foi atingida ainda sentada”, disse ele.

O funcionário falou também que o adolescente Igor era cliente da barraca, que por várias vezes o adolescente comprava água de coco quando terminava o futevôlei. “O menino estava na hora com a bola. Ele e a menina (Juliana Celina) estavam na linha de tiro, infelizmente”, desabafou.

Tiros
Funcionários de barracas de praia do entorno contaram que Lucas e outros quatro rapazes chegaram com um cooler para beber numa barraca, cujo nome foi preservado por garantia da segurança dos funcionários e frequentadores. Como nesta terça-feira (05) não estava funcionando, Lucas e os demais foram beber em outra barraca de praia.

“Eles chegaram tranquilamente, se sentaram mais próximo à água e começaram a beber. Ainda não tinham consumido nada. Não demorou muito quando dois homens vieram caminhando do lado e um deles disse para o alvo (Lucas): ‘Você vai morrer agora’. E começou a atirar”, relatou o garçom, que preferiu não revelar o nome.

Ainda de acordo com ele, no domingo, Lucas e os mesmos rapazes que estavam com ele nesta terça, estavam na Praia de Jaguaribe neste último domingo. “Todos eles estavam sentados na mesma barraca que procuraram na terça, mas que estava fechada”, contou.

Medo
Apesar do episódio da tarde de terça, algumas pessoas foram à Praia de Jaguaribe. O CORREIO conversou com os banhistas e a maioria disse que estava com medo e relataram a ausência de policiais, como foi o caso da empregada doméstica Maria do Carmo Santos da Paixão, 50. “Estou aqui, mas morrendo de medo. Pensei que aqui haveria polícia circulando, mas não vi um PM sequer. Normalmente quando tem esses casos de repercussão, eles aumentam o efetivo, mas até agora nada”, disse ela, moradora do Rio Vermelho.

A funcionária pública estadual Valdilene Anjos, 48, moradora do Cabula, contou que só foi à praia porque ela e a filha precisavam sair de casa, uma vez que elas vêm cumprindo à risca o isolamento social devido à pandemia. “Já não aguentávamos mais ficar em casa. Já tínhamos combinado vir hoje, porque ela (filha) estava de férias dos cursos de inglês e balé”, argumentou.

Já gerente comercial Marina Ikissima, 43, disse que o ataque que deixou mortos e feridos na praia foi algo pontual, mas ponderou a falta de segurança. “Isso pode acontecer em qualquer lugar. A gente não pode deixar de sair achando que algo pode acontecer. Mas é notório que falta segurança em Salvador”, declarou.