O Jornal da Cidade

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Quando a assistente social Arlene Chaves, 69 anos, foi internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ribeira do Pombal, Nordeste da Bahia, com 50% do pulmão comprometido por causa da Covid-19, o medo era uma constante. “Lá, todo mundo precisava de oxigênio. Mas a enfermeira me tranquilizava, dizia que não ia faltar, pois a UPA tinha essa usina”, lembra. A cidade de 50 mil habitantes é a quinta da Bahia com mais casos ativos de covid e lá só não faltou oxigênio por causa de duas usinas de produção do gás medicinal. Vidas foram salvas.

“Foi uma sacada muito boa a de instalar os equipamentos. Uma iluminação! Eu insisto que, se Manaus tivesse feito isso, não viveria um caos”, argumenta Danilo Matos, diretor executivo do Consórcio de Saúde Nordeste II (Coisan), que administra o Hospital Geral Santa Teresa, localizado em Ribeira do Pombal. Essa foi a primeira unidade de saúde da região a ter uma usina de oxigênio instalada, ainda no início da pandemia, em 2020. O equipamento tem a capacidade de encher, a cada duas horas, quatro cilindros com 10 metros cúbicos,

O resultado positivo levou o município, no mesmo ano, a instalar uma usina na UPA, mas não por causa do coronavírus. "Na época, a demanda por oxigênio no tratamento da covid não era uma preocupação real, mas nós já visualizávamos um problema sério que seria a questão do abastecimento. Há um monopólio no setor e alto custo do insumo. Nós não queríamos ficar preso nas mãos desses caras, como muitas cidades estão”, explica Danilo.

Sorte da dona Arlene, que você conheceu no início da reportagem. No momento que ela teve falta de ar, o cateter nasal de baixo fluxo foi o suficiente para lhe recuperar o vigor. Outros conterrâneos precisaram de mais suporte. “A vizinha do meu leito teve que ser transferida intubada para uma UTI e eu fiquei apavorada. Mas ela estava com o seu suporte de oxigênio. Isso não faltou em nenhum momento”, conta.

Atualmente, Ribeira do Pombal enfrenta o seu pior momento na pandemia. São 315 casos ativos, segundo o último boletim municipal. “E é muita gente jovem infectada, pessoas que não tomaram ainda a vacina. Eles aglomeram nas roças, no final de semana, e pegam a doença”, lamenta dona Arlene. Atuando na rede municipal de saúde da cidade desde o início da pandemia, o médico Carlos Domini conhece bem a realidade.

“É uma situação calamitosa. Transferimos oito, 10 pacientes por dia e a UPA toda hora lotando. A sorte é que temos as usinas de oxigênio, se não já teria morrido gente com falta de ar”, disse.

Desde o início do funcionamento da usina, a UPA de Ribeira do Pombal internou, aproximadamente, 300 pessoas. Já o Hospital Santa Teresa tem uma média de 370 pacientes internados por mês e outros 3 mil atendimentos mensais na emergência. Nem todo esse público, no entanto, precisou da oxigenoterapia durante o atendimento. Os que precisaram, segundo Danilo Matos, tiveram todo o suporte necessário graças às usinas.

Como funciona o equipamento?

A produção de oxigênio pela usina funciona através do ar comprimido, que também pode ser armazenado e é usado em unidades de saúde. ”São compressores de ar ligados na energia elétrica. Eles tiram o ar do ambiente, purificam e deixam só o oxigênio com, aproximadamente, 100% de pureza”, explica Danilo Matos.

Como o equipamento é alugado, se a demanda aumentar ou diminuir, é possível fazer reajustes na produção. Isso está acontecendo na usina da UPA de Ribeira do Pombal. “Como lá vai aumentar a quantidade de respiradores, nós vamos aumentar a capacidade de produção do equipamento. Naturalmente, quanto mais a oxigênio for possível produzir, mais caro fica o aluguel”, aponta Arlindo Nazareth Jr., representante comercial da Dinatec na Bahia.

Essa é a empresa que fornece as usinas de oxigênio para Ribeira do Pombal. A manutenção também fica a cargo deles. “É como se fosse um carro. Regularmente, nosso técnico precisa ir lá fazer revisão”, diz Nazareth. O equipamento reduziu os custos do hospital com oxigênio em, aproximadamente, 40%.

“Antes, tínhamos um custo que variava entre R$ 45 e R$ 50 mil por mês. Hoje pagamos mensalmente R$ 28 mil”, diz Matos. Esse valor é destinado justamente à Dinatec. “Na Bahia, temos equipamentos em Ilhéus, Itabuna, Vitória da Conquista, Eunápolis e estamos instalando em Itaberaba para um empresário que vai encher cilindros e vender”, diz Nazareth.

Segundo o rapaz, a procura pelas usinas cresceu durante a pandemia. “Mas eu ainda vejo resistência, pois as pessoas não confiam tanto na produção independente como deveriam. Fizemos uma proposta para Paulo Afonso, que está gastando um dinheirão com oxigênio e ia economizar 45% com nosso serviço, mas eles não quiseram. A gente tenta mostrar os exemplos, como o de Ribeira do Pombal, para convencer”, diz.

Ribeira do Pombal inspira outras cidades

Para não correr o risco de ver o oxigênio faltar e salvar mais vidas, Danilo defende para as cidades vizinhas a importância de investirem nas usinas. E o trabalho já tem tido resultados. “A UPA de Caldas do Jorro já tá instalando uma, tive contato com os prefeitos de Olindina e Cipó, que também estão com interesse e há um hospital filantrópico em Antas que está tentando implantar”, lista.

Mas enquanto elas não viram realidade, são os dois equipamentos de Ribeira do Pombal que têm servido para as cidades vizinhas nos momentos difíceis e salvado a vida de outros baianos.

“Recebo ligações do secretário de Ribeira do Amparo, que passa dificuldades com abastecimento atualmente. Cipó já teve problemas e nós ajudamos e enchemos cilindros de Cícero Dantas também”, lembra.

Em Ribeira do Amparo, inclusive, o consumo semanal de oxigênio era de três cilindros. Hoje são 20. “Estamos sim com dificuldade. Nessa semana, para não faltar oxigênio aqui, tive que mandar pegar torpedo em Dias Dávila, pois a White Martins, mesmo contratada, disse que não ia conseguir trazer. Em Pombal, com essa usina, várias vezes solicitei e eles nos ajudaram”, afirma João Vieira da Costa, secretário de Saúde.

Bahia terá usinas de oxigênio em três regiões do estado, anuncia Rui

Durante inauguração de uma maternidade no Subúrbio Ferroviário de Salvador, na última segunda-feira (31), o governador Rui Costa confirmou que três usinas de oxigênio serão instaladas em três regiões do estado. Porém, não foi divulgado quais serão as cidades que vão receber as estruturas e mais detalhes da iniciativa. Rui disse apenas que as usinas servirão às regiões e não às cidades e que a previsão é que elas sejam móveis para se deslocarem a depender da necessidade de um ou outro local.

"Evidente que as usinas ficarão instaladas fisicamente em um município cada, mas o objetivo é atender a região, podendo ser remanejadas em casos de picos em outra região. Vai servir pra diminuir a distância entre os cilindros e os municípios. Hoje, tá previsto para o oeste, para a região de Irecê e a terceira ainda será discutida", afirmou.

O diretor executivo do Consórcio de Saúde Nordeste II acredita que o exemplo de Ribeira do Pombal é o que está inspirando a ação do Governo do Estado. “Doutor Igor, que é o superintendente de atenção à Saúde do estado, em visita ao nosso hospital, ficou impressionado com a usina e me pediu alguns contatos para fazer o mesmo nos hospitais estaduais. Eu acho que eles estão usando nossa expertise para levar a iniciativa ao restante da Bahia”, argumenta.

No entanto, o representante comercial da Dinatec na Bahia disse não ter conhecimento de nenhuma negociação do tipo com a empresa. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) foi procurada, mas não respondeu até o fechamento do texto.

Oxigênio é essencial no tratamento da covid-19

Com aumento na demanda por oxigênio medicinal, vários pacientes começaram a morrer com falta de ar. É que o oxigênio é essencial no tratamento da covid-19. Segundo o médico intensivista Murilo Ramos, professor da Rede UniFTC, o sistema de saúde tem que garantir o fornecimento do insumo.

“A covid é uma doença que gera baixa oxigenação no sangue. A melhor forma disso ser combatido, a curto prazo, é dar mais oxigênio para o paciente respirar. Se tem baixa oxigenação no sangue, vamos ofertar uma quantidade maior do que existe no ambiente”, explica. No ar atmosférico, a concentração de oxigênio é de apenas 21%.

“Para fornecer oxigênio, a gente usa os mais diversos mecanismos, desde cateter nasal até a intubação. Cada um desses itens tem uma determinada concentração. Quanto mais invasivo o procedimento, maior a quantidade de oxigênio fornecido. O paciente intubado recebe até 100%, ou seja, respira completamente pelo oxigênio medicinal”, relata.

White Martins diz que a demanda por oxigênio na Bahia aumentou 7% em maio

Principal fornecedora de oxigênio medicinal, a empresa White Martins afirmou, em nota, que a Bahia está tendo aumento médio de 7% no consumo de oxigênio. Segundo a empresa, esse crescimento se deu nas últimas duas semanas de maio em comparação com as duas últimas semanas de abril. Mesmo assim, a empresa alega que o fornecimento de oxigênio está sendo realizado com o objetivo de manter abastecidos todos os seus clientes medicinais da Bahia.

“A empresa tem mantido constante contato com os seus clientes e autoridades de saúde locais sobre as variações de consumo de oxigênio. Nestas oportunidades, a empresa solicita que sejam comunicadas previamente as necessidades de acréscimo no fornecimento do produto bem como a previsão da demanda. Isso porque compete às instituições de saúde públicas e privadas sinalizar qualquer incremento real ou potencial de volume de gases às empresas fornecedoras”, disse a empresa.

Ainda segundo a White Martins, são as autoridades de saúde que têm os dados que compõem o panorama epidemiológico da covid-19, como o índice e a velocidade de contágio da doença, o crescimento da taxa de ocupação de leitos, a abertura de novos leitos, a implantação de hospitais de campanha, a quantidade de pacientes atendidos, bem como a classificação dos casos.

“A White Martins, como qualquer fornecedora deste insumo, não tem condições de fazer qualquer prognóstico acerca da evolução abrupta ou exponencial da demanda”, argumenta.

O feriado de Corpus Christi em Salvador foi até de descanso para muitos trabalhadores, mas de bastante atividade para o coronavírus. Mesmo com o acesso às praias proibido, muita gente conseguiu burlar a regra para aproveitar o sol. A movimentação foi grande na orla e barzinhos de Itapuã e Barra. Além do feriado desta quinta-feira, 03, junho ainda tem os festejos juninos e esse conjunto preocupa autoridades e especialistas.

Os banhistas já apareciam a partir da praia do Corsário, em Pituaçu. Alguns grupos estavam reunidos em volta de coolers e jogando altinha. Mais adiante, em Jaguaribe, mais gente, barracas cheias e muitos sombreiros e cadeiras ocupados na faixa de areia.

Quanto mais a equipe de reportagem se aproximava de Itapuã, mais a movimentação se intensificava. Na Sereia, barracas e bares lotados. A combinação de álcool e música provocava aglomeração como se não houvesse pandemia. “A aglomeração está nos paredões, não é aqui, não”, gritou uma mulher na praia lotada. Itapuã é o quarto bairro de Salvador com mais casos de covid-19, são 4.716.

A moradora do bairro, Adele Robichez, 21, diz que o cenário do feriado é comum nos finais de semana na região. “Principalmente de sexta a domingo, muita gente se aglomera na Vila Baiana, que reúne muitos estabelecimentos comerciais e vive cheio de gente. Tem vários locais espalhados pelo bairro que vendem bebida e comida e juntam bastante gente. Um desses locais é a Sereia. O pessoal sai das praias e vai para os bares ou para as calçadas. Até para passar de carro é uma dificuldade”, contou.

A moradora ainda completa que o desrespeito aos protocolos é visível e que não se sente confortável para circular pelo bairro. “É todo mundo sem máscara. Quem se aglomera assim não se preocupa com isso. Às vezes ela vai no queixo ou pendurada no pulso, vira acessório. Não me sinto confortável em sair para nenhum lugar em Itapuã, é muita aglomeração, a partir do final da tarde até de noite, é muita gente junta”.

A Barra não fica atrás no quesito aglomeração. No trecho entre o Morro do Cristo e o Farol, caminhar sem esbarrar em algo ou alguém é missão quase impossível. Mesas e cadeiras de bares, bicicletas, patinetes, cachorros, gente andando, gente correndo, gente tirando foto. Por lá, por conta da fiscalização da Guarda Municipal, as praias estavam vazias, mas as calçadas cheias.

Os barzinhos não deixaram mesa sobrando e o gramado do Farol quase não comportava a multidão de soteropolitanos e turistas. Na hora do pôr do sol, muita gente reunida contemplando a vista e aplaudindo em clima de festa. Lá, infelizmente, o cenário também não é novidade. De acordo com a moradora Beatriz Pacheco, 21, toda quinta a movimentação começa a se intensificar. Nesta semana, por conta do feriado, o dia foi típico de um domingo.

“O Porto e o Farol, de quinta a domingo, estão sempre cheios, os bares e restaurantes ficam lotados e as praias impraticáveis. Até mesmo de manhã cedo a orla fica bastante cheia. E a máscara fica em segundo plano mesmo. Hoje eu fui fazer uma caminhada e percebi movimentação bem grande na região, principalmente de jovens”, contou a moradora.

Medidas para o feriado

Mesmo sem sucesso, algumas medidas foram adotadas para o feriadão na tentativa de evitar as aglomerações. O acesso às praias de Salvador ficou proibido e só será liberado na segunda-feira (7). A exceção é para o Porto da Barra, que só poderá funcionar na terça (8). Além disso, o toque de recolher está antecipado para às 20h. A venda de bebida alcoólica está proibida a partir das 20h de hoje até às 5h de segunda (7).

No Farol, o gramado ficou cheio de gente e teve até música ao vivo

Ficou autorizado o funcionamento normal de estabelecimentos comerciais, a exemplo de shoppings, bares e restaurantes, seguindo os horários determinados pelo decreto municipal e com fechamento até às 19h30.

Ao anunciar as medidas, em coletiva no dia 28, o prefeito Bruno Reis afirmou que as ações eram uma tentativa de evitar o aumento de casos e de internações. “Está confirmado pelos números que sempre depois de datas comemorativas e finais de semana prolongados com feriados, que há aumento de novos casos. Então, sempre existe essa preocupação. Foi assim com a Semana Santa, foi assim com o Dia das Mães, e para evitar que seja assim também com o Corpus Christi nós estamos adotando essas medidas”.

Especialistas fazem alerta

Além do feriado de Corpus Christi, junho agrega os festejos de Santo Antônio, São João e São Pedro. As comemorações são uma ameaça ao distanciamento social. A preocupação tem sentido, afinal, o balanço do ano passado nessa época foi assustador. Segundo a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), entre os dias 23 de junho e 7 de julho de 2020, os casos de covid-19 no estado cresceram 87,3%. Nesse contexto, os cientistas do Portal Geocovid projetam 2,5 mil mortes pela doença na Bahia e 160 mil novos casos em junho de 2021.

Gesil Sampaio Amarante, professor da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e também pesquisador do Geocovid, explica que as projeções feitas pelo grupo levam em consideração somente a taxa de contaminação atual do vírus. Isso significa que, caso haja mais aglomerações em festas ilegais ou comércio lotado, o índice vai crescer e mais pessoas serão contaminadas e mortas pelo vírus.

“As projeções levam em conta o comportamento recente do vírus com base nos parâmetros verificados empiricamente da doença. Festa e aglomeração não entram na conta. Portanto, se somada a tendência que estamos agora com esses elementos de risco, podemos afirmar que os números do portal são até otimistas”, alerta.

Na semana passada, a Rede Análise Covid-19 também fez um alerta mostrando que há tendência de aumento de notificações de novos casos para a Bahia em junho. Tem mais pessoas reportando, segundo os dados do grupo, estarem com sintomas da covid. “Estamos falando de uma alta forte. O alerta nesse momento preocupa, pois a ocupação dos hospitais não baixou. O medo é que esse aumento cause o colapso no sistema hospitalar”, explica Isaac Schrarstzhaupt, coordenador do grupo.

Nesta quinta-feira (3), a Bahia fechou o dia com 1.025.987 de casos confirmados de covid-19, 15.685 casos ativos e 21.512. A taxa de ocupação dos leitos de UTI adulto está em 86%. Os dados são da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Em Salvador, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a taxa de ocupação de leitos de UTI adulto é de 82%. A capital acumula 211.270 casos e 6.408 óbitos confirmados.

O mês de junho agrega os festejos de Santo Antônio, São João e São Pedro. As comemorações juninas podem ameaçar o distanciamento social necessário para o combate à pandemia de covid-19. A preocupação tem sentido, afinal, o balanço do ano passado nessa época foi assustador. Segundo a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), entre os dias 23 de junho e 7 de julho de 2020, o número de casos de covid-19 no estado cresceu 87,3%. Bem superior ao Brasil, que teve crescimento de 45,6% no mesmo período. Nesse contexto, os cientistas do Portal Geocovid projetam 2,5 mil mortes pela doença na Bahia e 160 mil novos casos em junho de 2021.

Gesil Sampaio Amarante, professor da Universidade Estadual De Santa Cruz (Uesc) e também pesquisador do Geocovid, explica que as projeções feitas pelo grupo não levam em consideração as mudanças de rotina por causa do feriado e sim a taxa de contaminação atual do vírus. Isso significa que, caso haja mais aglomerações em festas ilegais ou comércio lotado, por exemplo, o índice vai crescer e mais pessoas serão contaminadas e mortas pelo vírus.

“As projeções levam em conta o comportamento recente do vírus com base nos parâmetros verificados empiricamente da doença. Festa e aglomeração não entram na conta. Portanto, se somada a tendência que estamos agora com esses elementos de risco, podemos afirmar que os números do portal são até otimistas”, alerta.

Atualmente, segundo o Geocvid, a taxa de reprodução do vírus é de 1,05 no estado. Isso significa que um grupo de 100 baianos contaminados podem transmitir para outras 105 pessoas, o que representa uma aceleração da contaminação. Se essa taxa aumentar, a Bahia pode chegar no final de junho com até 4,3 mil novas mortes e 352 mil novos casos.

“Isso não é uma sentença de morte. As projeções existem para nos mostrar que precisamos tomar mais cuidado. Não podemos piorar o que já está ruim. Se nos deixarmos levar pelo desejo de dançar forró, vamos acelerar a contaminação”, explica o professor Gesil.

Morador de Itabuna, no sul da Bahia, ele se considera apaixonado por São João. “Para mim, é a data mais importante do ano. Mais ainda do que o meu aniversário”, conta. No entanto, assim como foi em 2020, o arraiá do cientista em 2021 terá que ser adaptado.

“Vou ter que ficar quietinho em casa e dançar forró com minha filha e esposa. Precisamos nos cuidar, pois a vida é o mais importante. Quando passar tudo isso, vamos nos abraçar, beijar, fazer festa e todo o exercício natural da nossa baianidade”, diz.

Governador alerta que números não caem na Bahia
Nessa terça-feira (1º), o primeiro dia do mês de junho, o governador da Bahia Rui Costa fez questão de ressaltar sua preocupação com o cenário epidemiológico da covid-19 na Bahia. “Infelizmente, o número de contaminados pelo coronavírus não cai. Nós estamos com 18 mil casos ativos, 85% de taxa de ocupação de leitos, o número de óbitos se mantém elevado. Enquanto não houver vacinação em massa, ficaremos neste sofrimento”, lamentou.

Infelizmente, o número de contaminados por #coronavírus não cai na #Bahia. Nós estamos com 18 mil casos ativos, 85% de taxa de ocupação de leitos, o número de óbitos se mantém elevado. Enquanto não houver vacinação em massa, ficaremos neste sofrimento. Precisamos de #vacinas!

— Rui Costa (@costa_rui)
June 1, 2021

A preocupação das autoridades de saúde é que o cenário se torne mais grave nesse mês com as aglomerações que podem ocorrer nas datas comemorativas. Para evitar isso, os ônibus do transporte intermunicipal terão circulação suspensa três dias antes e três depois das festas juninas, conforme decisão do governo do estado. A medida é defendida por especialistas.

“Se você viaja, você não vai levar mais o vírus para aquela cidade, mas você pode levar para uma família ou alguma pessoa que não está infectada. A mobilidade aumenta a possibilidade de transmissão. O vírus anda com o ser humano, transmite de pessoa a pessoa. Então, se há grande mobilidade, a probabilidade de um infectado transmitir pra outro aumenta”, explicou a epidemiologista Gloria Teixeira, integrante da Rede CoVida Ciência Informação e Solidariedade.

Na semana passada, a Rede Análise Covid-19 também fez um alerta mostrando que há tendência de aumento de notificações de novos casos para a Bahia em junho. Tem mais pessoas reportando, segundo os dados do grupo, estarem com sintomas da covid. “Estamos falando de uma alta forte. O alerta nesse momento preocupa, pois a ocupação dos hospitais não baixou. O medo é que esse aumento cause o colapso no sistema hospitalar”, explica Isaac Schrarstzhaupt, coordenador do grupo

Imunologista e professor da UniFTC, Celso Santana afirma que é preciso ter consciência coletiva e evitar toda aglomeração possível para que a terceira onda não seja tão trágica quanto apontam as previsões. E isso inclui deixar para lá a ideia de reuniões em pequenos grupos de amigos ou familiares. Segundo o especialista, o aumento no número de casos já é mais do que perceptível e a gravidade desses números será explicitada em até 8 semanas, quando o número de hospitalizações e óbitos tende a disparar.

"Aconteceu na primeira, na segunda e não vai deixar de acontecer nesta terceirao onda. Lamentavelmente não aprendemos com os erros do passado. As variantes não são a causa única para esse agravamento, como dizem muito por aí. A principal causa são o afrouxamento das medidas restritivas, falha no uso de máscara, no distanciamento social, aglomerações aleatórias que vemos aqui e acolá", disse.

Por tudo isso, Santana enxerga de maneira preocupada a quantidade de datas comemorativas no mês de junho. Ele aponta que aglomerações em excesso e desleixo com medidas de proteção podem, inclusive, contribuir para o surgimento de novas cepas, mutações e variantes que podem tornar o coronavírus uma doença ainda mais mortal e prolongar o pesadelo da pandemia.

Para o imunologista, o correto é evitar qualquer tipo de reunião durante este período e tentar se manter em casa, em isolamento. "Eu preferiria que as pessoas evitem aglomerações ao máximo possível e que, se por ventura, for se reunir, observar sintomas, procure o médico e evite completamente o contato, se for o caso. Tome medidas rigorosas mesmo dentro dos ambientes familiares, como usar máscara, lave as mãos, evite contato próximo entre si porque muitas vezes levamos o vírus para dentro de casa", afirmou.

Cenário em todo o país é preocupante
Esse aumento de casos e mortes em junho não deve ser exclusivo da Bahia. A própria Rede Análise Covid-19 projeta um cenário complicado em todo o país. Isso é o que está sendo chamado de terceira onda. Em entrevista ao programa CNN Nosso Mundo, o virologista Anderson Brito concorda com as previsões e aponta que testes, isolamento e vacinação são ideais para frear contágio

Anderson Brito é pesquisador de pós-doutorado na Escola de Saúde Pública da Universidade Yale, nos Estados Unidos. Para ele, o atraso na vacinação contra o novo coronavírus, a chegada de novas variantes, como a da Índia, e o afrouxamento das restrições são fatores que podem colocar o Brasil na mira dessa terceira onda.

O especialista, que é uma das autoridades mais respeitadas sobre o tema, foi convidado pelo programa CNN Nosso Mundo para comentar os riscos que essa possível nova onda pode trazer. “O problema é que estamos em um ritmo longe do ideal e os grupos vacinados não podem relaxar os cuidados”, alerta. A entrevista vai ao ar na próxima sexta-feira (4), às 22h30.

O tempo fechou em Salvador, e a previsão é de que a chuva permaneça na cidade pelos próximos dias. Na manhã desta quarta-feira (2), quem precisou sair de casa teve que levar sombrinha ou guarda-chuva para não se molhar e enfrentou pontos de alagamento em alguns trechos. A região do Shopping da Bahia está congestionada, e a previsão é de chuva o dia inteiro.

Segundo a Defesa Civil de Salvador (Codesal), as regiões mais castigadas nas últimas 24 horas foram a Saramandaia (55,2 mm), Caminho das Árvores (51,8 mm), Retiro (48,2 mm), Stiep (42,3 mm) e Federação (37,1 mm).

Já os locais onde mais choveu durante a madrugada foram Retiro (26,6 mm), Federação (26 mm), Saramandaia (22,8 mm), Bom Juá (18,8 mm) e Cabula (17,3 mm).

O bairro da Calçada não apareceu na lista dos mais chuvosos, mas a chuva provocou alagamentos na região. Na Avenida Nilo Peçanha a água atingiu o nível da calçada e os pedestres precisam fazer acrobacias para não se molharem, é um olho no caminho e outro na pista, porque os carros provocam cachoeiras quando passam.

O motorista por aplicativo José Carlos Anunciação, 46 anos, contou que pensou duas vezes antes de sair de casa. “Com chuva o trânsito fica congestionado, mas é também quanto recebemos mais chamadas. Além disso, a gente precisa evitar trechos de alagamento. Vou observar como o dia vai se comportar e dependendo da situação eu volto para casa”, disse.

A Transalvador informou que o trânsito está lento na Avenida Luís Viana Filho (Paralela) para quem segue no sentido Centro. E também na Avenida Mário Leal Ferreira (Bonocô) para o motorista que está seguindo em direção à região do Shopping da Bahia.

Durante a madrugada, as equipes do órgão registraram um acidente no Viaduto Nelson Dahia, na saída da Avenida Paralela, envolvendo um carro e um motociclista. Uma pessoa ficou ferida e precisou ser socorrida. O estado de saúde não foi divulgado.

Mau tempo
A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de que o tempo permaneça encoberto e com chuva durante a tarde, e nublado com chuva à noite. A temperatura não vai passar dos 27ºC.

No feriado o céu terá muitas nuvens, mas com chuva isolada, e a noite será nublada e com chuva. A meteorologista do Inmet, Cláudia Valéria, contou que a chuva dessa semana está ocorrendo dentro da normalidade para o período do ano.

“Ela está sendo provocada por uma umidade que vem do oceano trazida pelos ventos. Não estamos com nenhum sistema de grande escala, nem frente fria ou ondas de leste. É somente essa umidade que chega pelo litoral trazida pelos ventos, tanto que a característica da chuva é essa, mais fraquinha e persistente”, contou.

Na sexta-feira (4), a possibilidade é de muitas nuvens com chuva isolada. Essa é a mesma previsão para o fim de semana, e vale tanto para Salvador como para as cidades da Região Metropolitana e do Recôncavo. A umidade vai permanecer acima dos 60% durante todos esses dias.

Em relação às outras regiões do estado, o Centro-Oeste da Bahia começa a entrar em um período mais cedo em junho, com baixa umidade. No Sudeste e na Chapada Diamantina as temperaturas vão começar a cair, e no Litoral haverá chuvinhas fracas com mais frequência, incluindo a capital.

Média
Desde o início do ano a quantidade de chuva tem alternado. Segundo o Inmet, janeiro teve volumes acima da média, fevereiro e março registraram menos chuva que o esperado, e abril ficou dentro da média. Maio teve o período mais cedo dos últimos 29 anos, e para junho o esperado é ficar dentro da média de 245,6 mm.

“[Essa oscilação] faz parte da variabilidade normal da região Nordeste do Brasil, não é nada que nunca aconteceu antes. Os históricos mostram que nenhum ano é igual ao outro, então, isso é normal”, afirmou a meteorologista.

O Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Salvador (Cemadec) destacou que apesar de abril ter ficado dentro da média de 295,7 mm, o mês registrou acumulados expressivos de chuvas em algumas áreas da cidade. Na região da Base Naval de Aratu, por exemplo, o acumulado foi de 533,2mm. São Tomé de Paripe teve 492,8mm; e a Palestina 467,2mm.

Confira a média de chuvas em Salvador:

MÊS MÉDIA VOLUME REGISTRADO
Janeiro 82,5 mm 189,2 mm
Fevereiro 107,2 mm 52 mm
Março 156,8 mm 62,8 mm
Abril 295,7 mm 286,6 mm
Maio 279,8 mm 199 mm
Junho 245,6 mm Expectativa é ficar na média
*Fonde: Cemadec.

O grupo que ameaçou de morte a prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga de Jesus, é alvo de uma operação da Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (2). Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão, em imóveis na cidade de Cachoeira, nno Recôncavo Baiano.

Esta é a segunda ação deflagrada pela Secretaria da Segurança Pública com o objetivo de localizar os autores. A operação é liderada pela 4a Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Santo Antônio de Jesus).

"Estamos com as equipes empenhadas na investigação das ameaças contra a prefeita. Nossa linha de apuração, inicialmente, aponta para a participação de traficantes", declarou o titular da 4a Coorpin, delegado Joaquim Souza.

Na primeira operação, denominada de Cidade Heroica, dois traficantes foram presos e um terceiro comparsa acabou morrendo durante confronto.

Relembre o caso
Depois de se eleger em novembro do ano passado derrotando Fernando Pereira, o Tato (PSD), empresário forte da região que tentava se reeleger pela quarta vez, a atual prefeita vem sendo ameaçada de morte e já teve dois correligionários executados após à sua posse.

A primeira vítima foi Ivan Passos, morto em 17 de novembro, dois dias após a vitória de Eliana. A segunda vítima foi foi Georlando Silva, que era coordenador de obras da prefeitura, morto no mês passado, com 10 tiros. Além disso, a prefeita já recebeu ligações onde ouvia barulhos de tiros do outro lado da linha e foi seguida por homens em uma moto, que fugiram após intervenção da polícia.

De acordo com a gestora, as ameaças e os assassinatos tem o objetivo a renuncia de Eliana do cargo. No entanto, nascida e criada no bairro de Ipitanga, a prefeita filha de Cachoeira mostra confiança para seguir à frente da terra de bravos guerreiros, que deu o primeiro grito de Independência da Bahia e, consequentemente do Brasil. E é por isso, a sua ancestralidade à credencia à luta.

“Eu não vou renunciar. Eu não tenho medo. Junto com os meus ancestrais, aqui também pulsa a veia sindical, e muito forte e não sou covarde. A veia do sindicalista não recua”, disse ela, que já foi líder sindical e vereadora na cidade dois mandados (2009/2016).

Dois suspeitos por ameaças feitas à Eliana Gonzaga foram presos, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP). Por meio de nota, a SSP disse que “no início deste ano, recebeu a prefeita e de imediato reforçou o patrulhamento com equipes da Polícia Militar, na sua residência, no local de trabalho e também em agendas externas”. “Destaca ainda que, após o encontro, a Polícia Civil deflagrou a Operação Cidade Heroica que culminou nas localizações de dois criminosos apontados como autores das ameaças”.

Essa quinta-feira (3) marca o dia de Corpus Christi e aí já fica a pergunta: o que abre? O que fecha? Repartições públicas, transporte e centros comerciais alteram seu funcionamento.

Nunca é tarde para lembrar que o governo do estado prorrogou o toque de recolher entre 21h às 5h, em toda a Bahia, até 8 de junho. Nos municípios localizados nas regiões da Chapada Diamantina, Oeste, Irecê, Jacobina, Sudoeste e Extremo-Sul, o toque de recolher vale das 20h às 5h.

Os estabelecimentos comerciais que funcionem como restaurantes, bares e congêneres, localizados nessas seis regiões, deverão encerrar o atendimento presencial às 19h, sendo permitidos os serviços de delivery de alimentação até as 0h.

Nos municípios integrantes das regiões de saúde em que a taxa de ocupação de leitos de UTI seja igual ou inferior a 75%, por cinco dias consecutivos, a restrição na locomoção noturna será válida das 22h às 5h.

Segue proibida, em todo estado, a venda de bebida alcoólica em qualquer estabelecimento, inclusive por delivery, no período das 18h de 4 de junho até 5h de 7 de junho.

A comercialização de bebida alcoólica no fim de semana será liberada somente em municípios integrantes de regiões de saúde em que a taxa de ocupação de leitos de UTI vier a se manter igual ou inferior a 75%, por cinco dias consecutivos.

Região Metropolitana de Salvador
Em Camaçari, Candeias, Dias D’Ávila, Itaparica, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Mata de São João, Pojuca, Salvador, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Simões Filho e Vera Cruz, a restrição de locomoção noturna ocorrerá das 20h às 5h, entre os dias 3 e 7 de junho. No dias 1º e 2, o toque de recolher será das 22h às 5h.

Ainda nesses municípios da Região Metropolitana de Salvador (RMS), a venda de bebida alcoólica fica proibida em qualquer estabelecimento, inclusive por delivery, das 20h de 4 de junho até as 5h de 7 de junho.

A circulação do ferry-boat será suspensa das 22h30 às 5h, no período de 1º de junho a 8 de junho, ficando vedado o funcionamento nos dias 5 e 6 de junho. As lanchinhas não devem circular das 22h30 às 5h, até 8 de junho, limitada a ocupação ao máximo de 50% da capacidade da embarcação nos dias 5 e 6 de junho.

De 4 de junho a 6 de junho, a circulação dos meios de transporte metropolitanos será suspensa das 20h30 às 5h. Também de 4 de junho a 6 de junho, os ferry boats e as lanchinhas não funcionarão das 20h30 às 5h.

No dia do feriado, haverá travessia normal até as 21h30, no ferry-boat. A interrupção encerra na segunda (3), com viagens de 5 às 21h30.

Em Salvador, o toque de recolher será antecipado para as 20h e as praias da capital baiana estarão fechadas. Além disso, também haverá proibição da venda de bebidas nos estabelecimentos comerciais. O expediente nas repartições públicas estará suspenso na quinta (3), retornando à normalidade na sexta-feira (4).

Serviços em Salvador:

Saúde
Durante o feriado, as unidades de pronto-atendimento de saúde do município estarão disponíveis para os cidadãos que precisarem de atendimento em urgência e emergência. São elas: San Martin, Brotas, Valéria, Periperi, Paripe, Pirajá/Santo Inácio, Itapuã, Cidade Baixa, Vale dos Barris e Parque São Cristóvão.

Defesa Civil
A Defesa Civil de Salvador (Codesal) estará em alerta para atender possíveis ocorrências em função do período chuvoso, dentro da Operação Chuva 2021. Além disso, o efetivo funcionará em regime de plantão, com engenheiros, assistentes sociais, motoristas e telefonistas disponíveis para atendimento de solicitações.

Em caso de risco de queda de árvore, deslizamento de terra, alagamento de imóvel e desabamentos, dentre outros incidentes comuns ao período chuvoso, a população deve entrar em contato com a Codesal, de forma gratuita, pelo telefone 199.

Manutenção
Também dentro da Operação Chuva, a Secretaria de Manutenção da Cidade (Seman) tem equipes de plantão 24h, todos os dias, para ações como limpeza de bueiros e tapa-buracos.

Prevenção à violência
A Guarda Civil Municipal (GCM) vai trabalhar com 80 agentes que irão fiscalizar as praias de Salvador, que serão divididos estrategicamente ao longo dos mais de 60km de faixa litorânea. Um efetivo também dará apoio às ações realizadas por órgãos municipais, a exemplo das fiscalizações realizadas pelas secretarias de Ordem Pública (Semop) e Desenvolvimento Urbano (Sedur).

Fiscalização
O atendimento presencial na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) será suspenso na quinta-feira (3), retornando na sexta (4) por meio de agendamento. Já os agentes de fiscalização estão nas ruas diariamente realizando operações para garantir o cumprimento dos decretos de combate à Covid-19. As denúncias relativas ao coronavírus devem ser feitas através do Disk Coronavírus 160.

Mercados
Todos os mercados municipais também terão horário de funcionamento diferenciado em virtude do feriado desta quinta-feira (3). Ou seja, funcionarão das 6h às 13h.

Trânsito e mobilidade
Os agentes da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) atuarão em rondas nas ruas atentos para agir imediatamente em casos de obstruções e outras demandas no trânsito, além de ordenar os fluxos. As equipes do órgão estarão monitorando os locais de grande movimentação de entrada e saída da cidade, como a Rodoviária, o Ferry Boat, a Feira de São Joaquim e a avenida Luís Viana (Paralela). Já os agentes de fiscalização de transporte também vão atuar em regime de plantão para o ordenamento do transporte .

O Núcleo de Operação Assistida (NOA) também estará monitorando o tráfego 24h durante todo o período, através das câmeras de videomonitoramento, auxiliando as equipes que estarão em rondas. As blitze de Lei Seca também serão realizadas normalmente durante o período.

O setor de liberação de veículos apreendidos do órgão não funcionará na quinta-feira (3). O atendimento será normal na sexta-feira (4), das 8h às 16h30, e no sábado (5), das 8h às 12h e das 14h às 16h. O cidadão pode entrar em contato com a autarquia pelo Fala Salvador, no número 156, ou pelo aplicativo NOA Cidadão.

Shoppings

- Shopping Center Lapa
Quinta (3): 10h às 19h. Abertura das lojas facultativa das 10h às 11h e das 17h às 19h

- Shopping da Bahia
Quinta, sexta e sábado
Lojas/quiosques: 10h às 19h
Praça de Alimentação: 10h às 19h

Domingo: 13h às 19h
Praça de alimentação: 12h às 19h

Clivale:
Quinta - fechado
Sexta - 9h às 20h
Sábado - 7h às 13h
Domingo - fechada

Bodytech
Quinta - 9h Às 13h, acesso pelo estacionamento D5
Sexta e sábado - 8h às 15h, acesso pelo D5
Domingo - 9h às 13h,, acesso pelo D5

- Shopping Bela Vista
Quinta (3), Sexta e sábado: lojas e quiosques das 10h às 19h; praça de alimentação das 11h às 19h; Gbarbosa: 9 às 19h

Domingo: 13h às 19h; praça de alimentação a partir das 12h
Gbarbosa: 11h às 19h

- Shopping Paralela
Quinta (3), sexta e sábado: 10h às 19h
Domingo
Praça de alimentação: 12h às 19h
Lojas: 13h às 19h

Delivery: 13 às 19h

- Shopping Piedade
Quinta (03) de junho: das 10h às 19h, sendo que das 10h às 11h e das 17h às 19h o funcionamento das operações será facultativo.
Sexta-feira e no sábado (04 e 05/06): das 10h às 19h.

DOMINGO
Fechado

Salvador Norte:
Dia 03/06 | Quinta-feira: 10h às 19h;
Dia 04 e 05/06 | Sexta e sábado: 10h às 19h;
Dia 06/06 | Domingo: 12h às 19h (todas as lojas);
Cinépolis e Cinépolis Vip: quinta a domingo: 13h às 19h;

Salvador Shopping:
Dia 03/06 | Quinta-feira: 10h às 19h;
Dia 04 e 05/06 | Sexta e sábado: 10h às 19h;
Dia 06/06 | Domingo: âncoras e alimentação: 12h às 19h; lojas satélites e quiosques: 13h às 19h;
Cinemark: quinta a domingo: 13h às 19h;
Espaço Gourmet: quinta a sábado: 11h às 19h; domingo: 12h às 19h;

A médica oncologista e imunologista Nise Yamagushi negou nesta terça-feira (1º) ter sido uma das responsáveis por tentar alterar a bula da cloroquina para que o uso do medicamento fosse recomendado para infectados pelo novo coronavírus. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado, os parlamentares lembraram a fala do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa), Antonio Barra Torres, à comissão de que em uma reunião na Casa Civil uma minuta com esse fim teria sido apresentada.

Perguntada se foi ela quem preparou o documento, a imunologista respondeu não. "De forma alguma, não. Eu devo dizer para o senhor o seguinte: eu não fiz nenhuma minuta, inclusive, não conhecia esse papel", declarou. Nise confirmou que houve a reunião com Barra Torres e o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e disse que, ao final do encontro, foi chamada para falar sobre a mudança da bula. “Essa minuta não falava de bula, falava da possibilidade de haver uma disponibilização de medicamentos", disse a médica. A reunião com esse objetivo também foi citada à comissão por Mandetta.

A médica também negou fazer parte de uma espécie de “gabinete paralelo” de aconselhamento sobre medidas de combate à pandemia.

A imunologista foi convidada para falar à CPI por sua defesa ao tratamento precoce de pacientes da covid-19 com uso de cloroquina, medicamento sem comprovação de eficácia contra coronavírus. No depoimento, ela afirmou que “é uma colaboradora eventual de qualquer governo”.

Segundo Nise Yamagushi, atualmente, sua participação se dá de forma " técnica" e específica, quando convidada.

Sobre as consequências da “demora” na compra de vacinas contra a covid-19, Nise avaliou que é o "atraso que existe no início do tratamento" que tem "determinado tantos mortos". "Não só isso, mas neste momento temos também problema de diagnóstico", afirmou.

O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), exibiu um vídeo em que a médica falava que não era necessário que as pessoas tomassem vacina "aleatoriamente" e que a vacina não é “a única saída”, ao comparar os imunizantes ao tratamento precoce contra a covid-19 em relação ao seu grau de importância.

Questionada sobre a declaração, a médica reafirmou sua fala e foi interrompida pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM). “Desconsidere o que ela está falando em relação à vacina. Ela não está certa. Vacina sempre preveniu. É melhor prevenir do que remediar. Isso é histórico”, disse o parlamentar.

Chamada pelo relator a pedir desculpas pela posição, a médica disse que o Brasil não vacinou pessoas aleatoriamente. “Vacinas aleatórias e indiscriminadas têm que ser revistas. O Ministério da Saúde seguiu regras para vacinar. Não saíram vacinando todo mundo ao mesmo tempo”.

Especificamente sobre o uso da cloroquina,Nise Yamaguchi disse que “houve uma conspiração política” contra o uso da medicação. “Houve múltiplas ações contra o tratamento precoce no Brasil. Várias procuradorias entraram com ações contra prefeituras que queriam fazer o tratamento precoce”, lembrou. “Houve a perseguição até de médicos que estavam prescrevendo os medicamentos, excluindo a autonomia ou a soberania do médico.”

Diferentemente de autoridades que prestaram depoimento à CPI, Nise Yamaguchi foi convidada e não convocada. Na prática, a médica não seria obrigada a comparecer à CPI nem a falar a verdade. Apesar disso, ela prestou o compromisso de dizer a verdade no início da sessão.

De acordo com o empresário e gestor imobiliário baiano, Pedro Cunha, as vendas de imóveis em Salvador, no primeiro trimestre de 2021 tiveram um aumento de 100% em comparação com 2020.

Conforme o especialista no assunto, o aumento ocorreu devido às baixas taxas de juros praticadas no mercado e a diminuição da taxa Selic. “O dinheiro não está valendo nada, as pessoas estão tirando das bolsas de valores e colocando em imóveis, porque nenhuma aplicação vem rendendo. Devido à situação, elas entendem que comprar imóvel vale mais a pena. Com isso, muitos investidores estão apostando tudo no setor imobiliário, o que tem favorecido um super aquecimento do mercado”, diz Pedro.

E para tratar do tema, Pedro conversa nesta terça-feira,01, e quarta,02, às 20h, em seu perfil do instagram @momentoimobiliario_ com o CEO da Mais Gestão de Vendas, Domini e a coordenadora Comercial da empresa Kubo Engenharia, Maise Ribeiro, que vão discutir como o mercado vem se fortalecendo e impulsionando vendas no estado.

A Fiocruz assina nesta terça-feira (1º) o contrato de transferência tecnológica para a produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da vacina da AstraZeneca no Brasil. Este passo é essencial para a autonomia do País na fabricação de vacinas contra a covid-19. Atualmente, o IFA necessário à produção do imunizante é importado da China, o que tem causado atrasos na produção.

A assinatura do acordo com a AstraZeneca estava prevista originalmente para acontecer no ano passado, mas sofreu sucessivos atrasos. A última previsão, feita pelo diretor de Biomanguinhos, Maurício Zuma, em março, estimava que a assinatura ocorreria até o fim de abril. Em entrevista ao Valor Econômico, Zuma afirmou que, se passasse desta data, haveria atraso nas entregas prometidas.

Até o fechamento desta matéria, a Fiocruz não tinha se manifestado sobre um eventual novo cronograma. O cronograma original previa a produção de 110 milhões de doses já com IFA nacional até o fim de 2021.

A adaptação de uma planta em Biomanguinhos especialmente para a produção do IFA já tinha sido concluída, independentemente da assinatura do contrato.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, vão participar da cerimônia de assinatura do contrato, em Brasília. De acordo com o site da presidência da República, o evento acontecerá às 17h e contará também com a presença do presidente Jair Bolsonaro.

Entre a última sexta (28) até o próximo sábado (5), nove navios de países onde circula a cepa indiana do coronavírus – Noruega, Panamá e Singapura – atracaram ou são esperados no Porto de Aratu, segundo a programação disponível no site da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), colocando a Vigilância Sanitária em alerta no estado. O último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que pelo menos 53 países registraram casos dessa variante.

Há 11 dias a cepa indiana foi encontrada em um navio atracado no Maranhão. Segundo o Ministério da Saúde (MS), existem, até o momento, 8 casos dessa nova variante confirmados no Brasil: seis no navio que está na costa do Maranhão, um em Campos dos Goytacazes (RJ) e um em Juiz de Fora (MG). Outro caso suspeito é monitorado, no Espírito Santo, e aguarda a conclusão de sequenciamento genético (leia ao lado).

Casos no Pará, Distrito Federal e Ceará foram descartados. Na Bahia, em Alagoinhas, no nordeste do estado, dois suspeitos também foram descartados após os exames de um deles darem negativo e, o outro não ter registro de contato com infectados da tripulação no Maranhão.

O MS ainda disse que todos os contaminados estão isolados e os contatos são monitorados pelos Centro de Informações Estratégicas em Vigilância e Saúde (CIEVS) locais. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), por sua vez, disse que “não se pode impedir a circulação interna de pessoas”. O próprio governo estadual, no entanto, já emitiu alguns decretos que vetam a circulação do transporte intermunicipal e a saída de pessoas de casa, a exemplo do toque de recolher.

Casos isolados

A Sesab alega que não há circulação da cepa indiana no Brasil, pois os casos são isolados e, na Bahia, não há caso da cepa indiana registrado. A pasta ainda reforçou que a fiscalização em portos e aeroportos é de responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A Anvisa, por sua vez, respondeu ao CORREIO que, nos portos, “os controles sanitários estão muito bem estabelecidos”. Para que um navio entre no porto, a Anvisa diz que, antes, faz uma varredura nos registros do livro médico de bordo em busca de sintomas suspeitos e os tripulantes fazem exame RT-PCR no embarque e no desembarque, que precisa dar negativo.

Além disso, a Anvisa diz que, quando há qualquer suspeita a bordo da embarcação, ela é prontamente colocada em quarentena. “Ninguém entra e ninguém desce e a Anvisa determina a testagem de toda a tripulação”, afirma.

Ainda segundo o órgão, se não houver suspeita, “não há porque colocar a embarcação em quarentena apenas porque seus integrantes são indianos. Um grupo de trabalhadores não pode receber tratamento diferenciado em razão de sua nacionalidade”, diz a nota.

O infectologista Antônio Bandeira, coordenador da área de controle de infecção hospitalar do Hospital Aeroporto, discorda do protocolo da Anvisa. “Não tem sentido testar no porto só os sintomáticos ou quem está com suspeita, até porque a gente sabe que alguns escondem os sintomas, com medo de sua entrada no país ser bloqueada”, critica Bandeira.

O especialista explica que a maioria dos infectados pela covid-19 ou pelas variantes não apresenta sintomas. “Os assintomáticos correspondem a mais de um terço dos contaminados e podem contaminar como qualquer outro. É uma estupidez científica achar que a carga viral depende dos sintomas, porque a pessoa pode estar com baixa carga viral no nariz, por onde é feito o teste, e alta no pulmão”, esclarece.

Para ele, o correto a ser feito é a testagem de todas as pessoas que chegam ao Brasil, seja pelos portos, aeroportos ou rodoviárias. Se o teste der positivo, o passageiro deveria ser recusado de entrar no país ou estado, ou aguardar em quarentena.

Protocolos

A Codeba, responsável por administrar os portos da Bahia, não deu resposta sobre os protocolos seguidos nos portos e com a tripulação que atraca no estado. A companhia limitou-se a dizer que “executa, rigorosamente, ações de prevenção, em resposta à pandemia do coronavírus, em total alinhamento com orientações, resoluções e decretos das Autoridades em Saúde, nos âmbitos Mundial, Federal, Estadual e Municipal”, sem dar detalhes.

O diretor da Associação de usuários de portos da Bahia (Usuport), Paulo Villa, disse acreditar que exista um protocolo da Codeba. “Ela tem um procedimento padrão, que é observado e adotado em todos os portos brasileiros, que é o controle para evitar que as tripulações dos navios contaminem a população local e vice-versa. Mas não sei dar detalhes”, disse.

Villa afirma que não houve mudança de protocolo sanitário desde a chegada da pandemia ao Brasil, em março do ano passado. Segundo ele, o navio pode atracar, mas a tripulação não é autorizada a sair. A Codeba não deu informações quanto a isso. O diretor da Usuport diz que não ouviu nenhuma reclamação de usuários dos portos durante a crise sanitária.

O diretor jurídico do Sindicato Unificado dos Trabalhadores nos Serviços Portuários do Estado da Bahia (Suport-BA), Ulisses Souza, não sabe dizer se os protocolos estão sendo aplicados pela Codeba e fiscalizados pela Anvisa. “A Anvisa deveria estar abordando a tripulação antes da atracação no porto, porque depois eles já entram em contato com uma série de pessoas, então eles devem ir a bordo fazer esses testes. Mas o trabalho dela e da Codeba é independente, os trabalhadores dos portos só vão a bordo depois de o navio atracar”, disse.

“Se a Anvisa está fazendo o trabalho dela, estamos protegidos, mas não temos como saber. Antes da liberação dos órgãos competentes, não existe contato do pessoal em terra com o navio, não temos responsabilidade nenhuma sobre isso”, acrescenta Souza.

Já Vanessa Costa, responsável pelo setor administrativo da Bahia Pilots Praticagem, empresa que faz manobras de navios, plataformas e balsas, diz não ter havido mudanças nas medidas aplicadas. A empresa diz ainda que não recebeu um comunicado da Anvisa-Bahia e que norteou suas práticas com base em documento da agência do Rio de Janeiro.

“Sei que existe o protocolo porque os práticos falam que eles são bem rígidos, que aferem a temperatura, que tem que manter o distanciamento e a roupa é descartável. Mas não sei se eles chegam a fazer o teste de covid”, acrescenta Vanessa.

Não foi possível a entrevista com o Cievs de Salvador antes do fechamento dessa reportagem. A Sesab não se pronunciou sobre as medidas aplicadas no estado. A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) também não respondeu.