A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) realizada, no próximo domingo (30), durante a segunda fase da ‘Operação Eleições'. Cerca de 34 mil policiais militares, civis, peritos e bombeiros militares estarão novamente alinhados ao uso de ferramentas tecnológicas para garantir mais segurança aos mais de 11 milhões de eleitores baianos no segundo turno das eleições 2022.

Para evitar crimes eleitorais, o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Centro de Operações e Inteligência (COI), foi reativado na segunda-feira (24), onde integrantes da SSP, de órgãos federais e municipais atuam em conjunto, monitorando a capital, a Região Metropolitana de Salvador (RMS) e o interior. A célula permanecerá ativa até a madrugada da próxima segunda-feira (31).

As diretrizes da operação foram discutidas entre o secretário da pasta, Ricardo César Mandarino, e o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Roberto Maynard Frank, onde foram pontuados que o reforço do policiamento ostensivo para a garantia do livre direito de voto, a escolta de urnas eletrônicas, prevenção e repressão a crimes eleitorais, além do atendimento de eleitores ou candidatos, caso seja necessário, terão uma atenção maior no esquema montado pelas forças estaduais.

“Nosso trabalho será o de garantir que o direito do eleitor, de escolher livremente o seu candidato, seja respeitado. Que a democracia seja respeitada”, detalhou Mandarino.

Polícias Militar, Civil e Técnica

O trabalho dos mais de 29 mil PMs nesta segunda etapa vai garantir, não só a segurança da população antes e durante o pleito, mas também após a decisão eleitoral. As comemorações serão monitoradas em campo pelas equipes ostensivas – dos Comandos de Policiamentos Regionais (CPRs) da Capital e RMS e do Interior (CPRs Chapada, Oeste, Leste, Norte, Sul e Sudoeste), de profissionais do Comando de Policiamento Especializado (CPE), e unidades de ensino e administrativas, além do efetivo empregado no CICC.

Mais de dois mil delegados, escrivães e investigadores e servidores administrativos em Salvador, RMS e interior integrarão o trabalho da PC neste segundo turno. Eles estarão prontos para detectar e investigar crimes eleitorais e delitos praticados na rede.

O Departamento de Polícia Técnica (DPT), por sua vez reforçará as atividades em sua sede, na Avenida Centenário, e nas Coordenações Regionais de Polícia Técnica (CRPT) de Alagoinhas, Serrinha, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, Paulo Afonso, Euclides da Cunha, Senhor do Bonfim, Itapetinga, Brumado, Valença, Porto Seguro, Bom Jesus da Lapa, Itaberaba e Camaçari.

Corpo de Bombeiros

Já os mais de 1,3 mil bombeiros militares estarão de prontidão na prevenção de sinistros, combate a incêndios e disposição de equipes de busca e salvamento com mais de 124 viaturas e caminhões. Vistorias técnicas na sede do TRE, centros de apoio e demais locais de armazenamento de urnas também serão realizadas.

Balanço do primeiro turno

Somente no primeiro turno a pasta registrou 67 crimes eleitorais entre as 7h da manhã às 19h. As estatísticas policiais do estado registraram 32 ocorrências relacionadas à boca de urna e 14 crimes onde houve a violação da lei que proíbe a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos.

Ainda foram registrados sete por promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais e três crimes por recusar ordens ou instruções da Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua execução.

Outros 11 crimes de diferentes tipificações penais, a exemplo de dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber para si ou para outrem dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita, também foram registrados.

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O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) chegou ao presídio de Benfica na zona norte do Rio de Janeiro, na madrugada desta segunda-feira (24). Ele resistiu por mais de oito horas a uma ordem de prisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e feriu dois agentes policiais federais após atirar.

Jefferson se rendeu por volta das 19h em sua casa em Levy Gasparian, no interior do Estado, e seguiu para o Rio de Janeiro. Ele foi interrogado e dormir na sede da PF. Os dois policiais atingidos por Jefferson também passaram pela sede da PF para prestar queixa contra o ex-deputado.

Apesar da expectativa de manifestantes na porta da PF, apenas um casal ligado ao PTB, que não quis se identificar, estava no local para prestar solidariedade.

Mandados de prisão
Inicialmente, Moraes tinha expedido um mandado de prisão contra Jefferson por ele ter violado medidas de prisão domiciliar. Depois, o ministro mandou prendê-lo em flagrante sob a acusação de tentativa de homicídio.

Jefferson cumpria prisão domiciliar, determinada no inquérito sobre uma organização criminosa que atenta contra o Estado Democrático de Direito.

Ele descumpriu várias medidas da prisão domiciliar, como passar orientações a dirigentes do PTB, usar as redes sociais, receber visitas, conceder entrevista e compartilhar fake news que atingem a honra e a segurança do STF e seus ministros, como ao ofender a ministra Cármem Lúcia.

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A Polícia Civil já identificou um dos suspeitos de participar da morte de um segurança no bairro do Itaigara, no sábado (8). O homem, que não teve nome informado, faria parte de um grupo criminoso que atua na região do Nordeste de Amaralina. Os dois suspeitos pelo crime ainda são procurados.

Diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a delegada Andréa Ribeiro falou sobre o trabalho de investigação nesta segunda-feira (10) e disse que ainda não é possível saber com clareza o real objetivo dos bandidos na ação. "O que nós temos analisando as imagens da cena do crime é que o que foi roubado naquele momento foram as armas dos seguranças. Ainda não temos como trazer informações de qual seria a real motivação dos indivíduos que foram os autores do crime", afirmou.

Por enquanto, a polícia trabalha com a possibilidade de somente dois suspeitos. "Um dos suspeitos já identificado por nossas equipes, estamos trabalhando em busca de outros elementos que nos permitam identificar o segundo comparsa", acrescentou, destacando a importância do trabalho de melhoramento de imagens da Polícia Civil.

O carro usado no crime foi roubado dois dias antes, na região do Cidadela. "Não sabemos se os indivíduos que praticaram o roubo são os mesmos envolvidos na ação da morte dos dois seguranças", acrescenta.

A delegada disse que a polícia fez uma busca na região do Nordeste de Amaralina depois de uma denúncia de que a dupla teria se escondido no local. "Nós temos a informação que um dos suspeitos identificado faz parte de um grupo criminoso com atuação no Nordeste", disse. Apesar das buscas no local, nenhum dos dois foi localizado. "Continuamos trabalhando com a possibilidade deles fazerem parte do grupo, temos que confirmar e só o decorrer da investigação vai nos trazer com segurança se procede ou não".

Para ela, a divulgação das imagens do momento do crime podem ajudar também na participação da população. Quem reconhecer algum dos homens ou tiver informações sobre o caso pode fazer uma denúncia anônima. "Qualquer ajuda é bem vinda".

Crime
Imagens das câmeras de segurança do condomínio Alto do Parque registraram o momento em que bandidos atacam os seguranças em um assalto, na tarde do último sábado (8). Jucelando Macedo Silva foi baleado e morreu no local do crime.

Nas imagens, Jucelando aparece correndo e tenta se esconder atrás de um poste. Seu colega, rola pelo chão atirando. O carro onde estavam os assaltantes aparece em seguida. Jucelando atira, mas o bandido desce do carro atirando e atinge o segurança.

Jucelando, que tentava proteger o colega, cai morto em cima dele. Os bandidos fogem em seguida.

Em comunicado, a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) informou que equipes das polícias Militar e Civil fazem buscas na região, na tentativa de capturar os suspeitos. Policiais da 13ª CIPM, da Rondesp Atlântico e do DHHP participam da ação policial.

Câmeras de segurança e informações sobre o veículo utilizado pelos criminosos estão sendo analisadas, de acordo com a SSP.

A pasta alerta que informações sobre os autores da tentativa de roubo devem ser enviadas para o Disque Denúncia da SSP, através do telefone 181.

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O ataque à escola em Barreiras que terminou com uma estudante cadeirante morta poderia ter terminado de maneira ainda mais trágica, mas a imperícia do estudante de 14 anos que cometeu o crime evitou um cenário pior, afirmou o delegado Rivaldo Luz, que investiga o caso. Geane da Silva de Brito, 19 anos, morreu no local. Ela estava perto da entrada quando o atirador chegou. "Eu acredito que a cadeirante estava no lugar errado, na hora errada. Quando ele começou a atirar, as pessoas começaram a correr. Infelizmente, ela foi uma presa fácil para o assassino", avaliou o delegado, em entrevista à TV Bahia. O adolescente agressor foi baleado por uma pessoa ainda não identificada.

O delegado diz que a arma falhou e, além disso, o adolescente não agiu tão rapidamente. "Houve uma certa imperícia dele. O revólver falhou em alguns momentos. Quando ele começou a atirar logo na entrada do colégio, as pessoas começaram a correr. Tinha muitas crianças que ainda estavam chegando, então quando perceberam nem entraram. Ele não teve condição. Uma arma também só tinha seis balas, ele teria que recarregar, ele tinha material para recarregar, mas não teve tempo para executar mais pessoas", disse o delegado.

Ele lembra ainda que o atirador também estava com um explosivo caseiro que não foi usado. Equipes do COE e do Exército desmontaram o explosivo ainda ontem. "Ele tinha mais munições, mais instrumentos cortantes, poderia fazer um estrago bem maior".

Segundo a investigação, o estudante já planejava o atentado há algum tempo - nas redes sociais, ele falava que estava há três anos se preparando. A ação foi programada para ontem. Ele é um aluno introspectivo, que conversava pouco, gostava de usar "roupas pretas e fazer comentários racistas nas suas escritas. Entendemos que ele programou isso, chegou às 5h, preparou para entrar no colégio, já entrou atirando. Ele não tinha um alvo fixo, tentou acertar o maior número de pessoas possíveis.Infelizmente a vítima era deficiente física, cadeirante, então não teve condição de reagir", diz.

O revólver usado pelo atirador é do pai, um subtenente aposentado do Distrito Federal. O pai já foi ouvido e contou que guardava a arma em casa, mas não sabe como o filho conseguiu ter acesso. No depoimento, ele contou que apesar de um comportamento relativamente antissocial, o filho não tinha problemas e não sabe o que teria motivado o ataque. "Ele disse que o filho era introspectivo, calado, tinha poucas amizades. Mas era um bom menino. Tirava boas notas, embora relatasse que ele faltava muito às aulas e tinha dificuldade de fazer amizades. Cuidava inclusive de um tio que era cadeirante", explica o delegado.

Por ser dono da arma, o pai pode responder também, diz o delegado. "O dever de cautela do portador da arma, o que tem autorização legal. A situação de cuidado da criança, vamos avaliar isso com bastante calma".

Agora, a polícia investiga se o ataque na escola de Barreiras tem relação com outros casos. Nas redes sociais, o atirador fala de um ataque em escola similar que foi frustrado em Vitória (ES). O delegado Rivaldo diz que está em contato com autoridades de outros estados, porque há incídios de relação com outras situações do tipo. "Estamos investigando para conseguir entender motivos, a forma, se alguém financiou, incentivou de alguma forma, e participou desse atentado", afirma. "Essa investigação ainda está bem embrionária, mas a gente tem indício sim da participação dele em outros estados".

De onde partiu tiro
A escola não tem câmeras, mas imagens de câmeras que ficam do lado de fora já foram recolhidas para ajudar nas investigações. Elas podem ajudar a identificar a pessoa que atirou no agressor. Baleado três vezes, o adolescente segue internado sob custódia policial no Hospital do Oeste. O estado de saúde dele é grave, mas estável.

"A gente está ouvindo as testemunhas e pretende fazer uma reconstituição dos fatos, com as testemunhas, para entender a logísticas. Recolhemos alguma cápsulas diferentes da arma que ele estava usando. Vamos tomar novos depoimentos dos PMs. A gente sabe que tinham pais entrando, deixando os filhos. Pais policiais. Poderia ser qualquer um deles. A investigação vai desenrolar. Acreditamos que em breve a gente consegue identificar sim o autor dos disparos", afirma.

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Uma estudante cadeirante foi morta dentro da escola em Barreiras, no oeste baiano, na manhã desta segunda-feira (26), depois que um atirador invadiu a Escola Municipal Eurides Sant'anna. A aluna foi identificada como Geane da Silva de Brito, 19 anos. O atirador também foi baleado depois que a Polícia Militar foi chamada. O agressor, que levava uma aparente bomba caseira e um facão, além do revólver, foi socorrido com vida.

"Quando cheguei só deu pra ver o suspeito todo encapuzado. Consegui, pelo instituto humano, apenas correr. Vi que ele efetuou vários disparos. Ele atingiu uma cadeirante. A gente está aqui agora tentando tirar os alunos, pela segurança", afirmou a coordenadora pedagógica Mônica Patrícia à TV Bahia. "Estou extremamente estarrecida com essa situação".

O atirador chegou por volta das 7h20, todo de preto. "O menino estava todo de preto, entrou na escola e deu um tiro aqui na porta. Quando chegou lá dentro deu outro tiro. Os meninos correram tudo pra quadra", contou um estudante. "Mandaram sair todo mundo pelo fundo". A Polícia Militar foi acionada e chegou em poucos minutos.

As equipes da 84ª Companhia Independente (CIPM) e da Companhia Independente de Policiamento Tático/ Rondesp Oeste foram até o local, mas já encontraram a cadeirante sem vida, segundo a PM. Ela foi baleada e também recebeu golpes de facão.

O atirador, que entrou na escola pulando o muro, foi baleado durante a fuga por uma pessoa ainda não identificada, segundo a PM.

O assessor Aparecido Freitas disse que a estudante foi alvo de tiros e de um ataque a faca. "Um elemento não identificado, trajando preto, usando óculos escuro, impossível identificá-lo, ele entrou armado peitando todo mundo. Ele deu dois tiros e cortou uma cadeirante de facão. Quando a polícia chegou, ele enfrentou a polícia e aí foi alvejado", disse. Ele afirmou ainda que a suspeita é que a estudante era o alvo do agressor.

O atirador foi atendido no local pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para para o Hospital Geral do Oeste. Não há detalhes sobre o estado de saúde dele.

Com o suspeito, foram achados um revólver calibre 38, duas armas brancas e aparentemente uma bomba caseira. O material apreendido foi apresentado na 11ª Coordenadoria Regional do Interior (Coorpin). A Polícia Civil diz que que o atirador está sob custódia policial na unidade de saúde.

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As duas pessoas que foram atingidos por disparos de arma de fogo na tarde desta sexta-feira (16) no Porto da Barra, em Salvador, são vendedores ambulantes, de acordo com infromações da Polícia Civil. Testemunhas dizem que o homem e a grávida estavam na faixa de areia da praia quando foram surpreendidos com os tiros. No susto, banhistas saíram correndo e alguns disseram ter visto o autor dos disparos fugindo pela praia.

Ainda de acordo com a polícia, equipes do setor de Investigação (SI) da 14º Delegacia Territorial (DT) da Barra estão apurando em quais circustâncias se de o ocorrido. Informações sobre a autoria e motivação do crime estão sendo levantadas no local pelos policiais. Ainda não há notícias sobre o estado de saúde dos atingidos.

Relembre o caso

Por volta das 16 horas da tarde de sexta-feira (16), duas pessoas foram atingidas com disparos de arma de fogo na praia do Porto da Barra, que estava lotada no momento do ocorrido. Pessoas que estavam no local e presenciaram a cena, relatam que a mulher e homem estavam acordados quando foram socorridos por policiais e banhistas.

Logo após os tiros, viaturas da Polícia Militar e agentes faziam policiamento na região e banhistas voltaram a circular normalmente.

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Estratégia que prioriza o confronto e vitimiza principalmente pessoas negras e de periferia. É assim que especialistas analisam a forma com que o Estado age quando o assunto é segurança pública. Método este que faz com que a Bahia esteja no topo do ranking de letalidade em ações policiais. Das 2.061 operações realizadas no estado entre julho de 2020 e junho deste ano, 330 pessoas foram mortas, o que representa uma letalidade de 16%. A Bahia está à frente dos cinco estados analisados, entre eles o Rio de Janeiro.

O levantamento Raio-x das Ações de Policiamento foi feito pela Rede de Observatórios da Segurança. A metodologia utilizada foi o acompanhamento de eventos relacionados à criminalidade e violência que circularam em mídias, redes sociais e sites desses estados. Figuram no ranking da letalidade policial, após a Bahia, o estado de São Paulo (11,8%), Rio de Janeiro (10,4%), Pernambuco (3,5%) e Ceará (2,5%).

A expansão do tráfico de drogas na região Nordeste do país, aliada a operações de enfrentamento, são fatores que ajudam a explicar o primeiro lugar ocupado pela Bahia, segundo o coordenador da Rede de Observatórios e historiador, Dudu Ribeiro.

“O estado tem a maior taxa proporcional de letalidade policial do Brasil inteiro. A reorganização das organizações criminosas relacionadas ao tráfico de drogas tem influenciado os números e também a continuidade de estratégias que não dão conta de atacar essas questões, mas investe no confronto”, explica. Nas ações contabilizadas, cinco agentes de segurança foram mortos.

Um dos pontos levantados pelo historiador é o baixo resultado que essas ações trazem para a sociedade. Segundo a pesquisa, em todas as mais de 2 mil ações, foram registradas apenas 177 eventos de prisão, o que representa 8,5%.

“Estamos confrontando o discurso da produtividade da segurança pública. Quando vemos apreensão de drogas e armamentos, percebemos que as respostas não têm sido dadas a partir dos reais problemas da sociedade”, defende. Foram 177 eventos em que armas foram apreendidas em operações que não resultaram em morte em dois anos na Bahia.

Das mortes registradas pela Rede, quatro vítimas foram crianças e adolescentes. Samuel Caio dos Santos de Oliveira, que teve a vida interrompida com apenas 15 anos de idade, faz parte desta estatística. O menino estava próximo de casa quando foi atingido por um disparo de arma de fogo na Boca do Rio, em março deste ano. Embora familiares confirmem que os policiais chegaram no local atirando, a versão da Polícia Militar diz que os agentes foram recebidos a tiros.

Samuel Caio, além de jovem, era um menino negro e morador da periferia. Esse é o perfil da maior parte das vítimas de ações policiais, como explica Eldon Luís Neves, presidente da União de Negros pela Igualdade na Bahia (Unegro). “Quando analisamos as abordagens policiais em bairros nobres, não há uma conduta truculenta. Então há um direcionamento para a conduta policial na sociedade baiana, principalmente quando se trata da juventude periférica”, diz.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que analisa o ano de 2021 e foi divulgado em junho deste ano, aponta que a violência policial, na Bahia e do país, atinge homens, jovens e negros de maneira desproporcional. No último ano no Brasil, enquanto a mortalidade entre vítimas brancas diminuiu 31%, a taxa de vítimas negras cresceu 6%.

Bahia registra 11 chacinas em dois anos
Pessoas negras também formam maioria quando o assunto são as chacinas que ocorrem na Bahia. Ao todo, foram 11 durante o período analisado pelo estudo. Para ser considerada chacina, é preciso que pelo menos três pessoas sejam assassinadas, como aconteceu no início de março na comunidade Gamboa, em Salvador.

Na ocasião, uma operação da Polícia Militar resultou na morte dos jovens Alexandre dos Santos, 20 anos, Patrick Sapucaia, 16, e Cauê Guimarães, 22. Apesar de toda a comoção que as mortes causaram e atenção da mídia, os PMs não foram afastados.

O pesquisador e professor de estratégia no setor público, Sandro Cabral, analisa que há uma dificuldade em punir agentes que cometem crimes desse tipo, principalmente pela falta de provas. Por isso, ele defende que as polícias passem a utilizar câmeras nos uniformes como forma de coibir ações truculentas.

“A questão da punição é muito dúbia. Muitas vezes os policiais são afastados e depois reintegrados na corporação porque o processo de expulsão não foi bem feito [...] Para haver punição de um policial que matou alguém é preciso ter repercussão na mídia, se esse crime causa grande comoção, as possibilidades de punição são maiores”, afirma. Sandro Cabral também diz que o crime que costuma causar mais afastamento e expulsão de agentes é a extorsão e não o homicídio.

O historiador e pesquisador Dudu Ribeiro acredita que a não punição contribui para a sensação de legitimação das ações que resultam em mortes. “A chacina é um elemento legitimado pelos gestores e pelos comandos da polícia, sobretudo em operações de vingança. Elas não produzem efeito real, além de desumanizarem a comunidade porque agem contra qualquer pessoa do território”, critica.

Na última sexta-feira (12), o Ministério Público e a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP) deflagraram a ‘Operação Verdugo’, que tem como alvo seis policiais militares acusados de crimes de homicídio qualificado ocorridos em 2018 e 2019. A Justiça determinou o afastamento dos PMs da função pública por um período de um ano.

O que diz a SSP
Sobre os dados referentes às mortes em confronto, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP) informou, em nota, que as polícias Civil e Militar são pautadas para atuar dentro da legalidade e do “uso proporcional da força”. Casos que fujam a essas premissas devem ser denunciados para que as medidas legais sejam adotadas.

A pasta lembra ainda que está em processo de análise para a aquisição das ‘bodycams’, câmeras corporais que serão acopladas aos fardamentos com objetivo de oferecer cada vez mais transparência às ações policiais.

Ainda segundo a SSP, os dados da pesquisa estão em desacordo com a produtividade das ações policiais no período analisado, apresentando alguns números subnotificados. Só de drogas apreendidas entre os anos de 2020, 2021 e o primeiro semestre de 2022, foram cerca de 100 toneladas provenientes de operações das polícias Militar e Civil, além de ações realizadas também com as polícias Federal e Rodoviária Federal.

Nesse mesmo período, 98 fuzis foram tirados de circulação. Ainda segundo a SSP, apenas uma Operação da Polícia Civil, a Uno Corpus, foi responsável pela prisão de 516 pessoas. A Rede de Observatórios cita 177 eventos de prisão, o que não significa que foram 177 pessoas presas - pode ter havido mais de uma prisão por evento.

Relembre ações policiais que resultaram em mortes na Bahia:

Caso Ryan - Março de 2021

Uma operação de combate a aglomerações acabou com um menino de 9 anos morto no Vale das Pedrinhas, em Salvador, em março de 2021. A Polícia Militar informou que militares da 40ª Companhia Independente (CIPM/ Nordeste de Amaralina) encontraram criminosos e houve troca de tiros. Ryan Andrew Pereira Tourinho Nascimento teria sido encontrado por policiais no chão, baleado. Já segundo familiares, Ryan brincava na rua com amigos quando uma viatura da PM parou em frente aos meninos e uma policial efetuou os disparos que atingiram Ryan.

Caso Maria Célia e Viviane Soares - Junho de 2021

Maria Célia de Santana, 69 anos, e Viviane Soares, 32, foram mortas em junho de 2021, em Salvador. Ambas eram negras e foram atingidas por balas “perdidas” em frente às suas residências, durante uma perseguição policial no bairro do Curuzu. Elas foram socorridas para o Hospital Ernesto Simões, mas não resistiram aos ferimentos. A polícia confirmou que as mortes aconteceram durante um confronto entre policiais e criminosos que fugiam em um carro roubado. A família de Viviane acusa os policiais militares pelos crimes. De acordo com a PM, o caso está sendo apurado em Inquérito Policial Militar (IPM).

Caso Gamboa - Março de 2022

Uma ação da Polícia Militar na comunidade da Gamboa, na região da Avenida Contorno, deixou três mortos no dia 1º de março deste ano. Moradores da localidade denunciam uma abordagem agressiva e dizem que PMs já chegaram atirando. A Polícia Militar diz em nota que foi averiguar uma denúncia e, ao chegar ao local, foi recebida a tiros, tendo apenas reagido.

Caso Geovane Mascarenhas - Agosto de 2014

O jovem negro Geovane Mascarenhas, 22 anos, sumiu em 2014 depois de ser parado por uma blitz, no bairro da Calçada. Seu corpo foi encontrado esquartejado e incinerado. Depois de uma abordagem da Rondesp, o rapaz foi colocado na viatura, executado de joelhos por decapitação, esquartejado e queimado. Onze PMs foram denunciados pelo Ministério Público à Justiça. Neste mês, o CORREIO noticiou que o pai de Geovane encontrou um dos agentes na rua, em serviço, no Rio Vermelho.
“Ele estava com outros policiais ao lado de duas viaturas. Todos estavam fardados. Quando me viu, baixou a cabeça”, recorda Jurandy Silva de Santana, de 54 anos.

Chacina do Cabula - Fevereiro de 2015

Em 6 de fevereiro de 2015, 12 jovens negros foram mortos durante uma operação das Rondas Especiais (Rondesp) no Cabula. As vítimas tinham entre 16 e 27 anos. O inquérito do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontou legítima defesa dos PMs. O laudo contradiz o resultado da investigação realizada de forma paralela pelo Ministério Público, que denunciou os nove policiais por "execuções sumárias".

O processo corre em segredo de Justiça no 1ª Juízo da 2ª Vara. A PM afirma que, dos nove policiais envolvidos, um foi demitido por outro fato e os demais permanecem em atividade.

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Um motorista de aplicativo foi morto a tiros enquanto estava trancado no porta-malas do próprio veículo na CIA-Aeroporto, na Região Metropolitana de Salvador, na noite da quarta-feira (10). Ednoel Santos Moura, 40 anos, foi baleado durante uma troca de tiros entre suspeitos de assalto e a Polícia Militar. Ele tinha saído de casa para trabalhar. O motorista deixa esposa e três filhos.

A Polícia Militar diz que uma equipe da Rondesp RMS fazia ronda na Avenida Elmo Serejo, em Simões Filho, por volta das 20h, quando foi acionada por pessoas que denunciaram que homens em um Logan preto estavam roubando nos arredores. Os PMs identificaram os suspeitos e começaram uma perseguição no sentido CIA, pedindo ajuda de mais duas equipes.


Na fuga, os suspeitos atiraram e houve revide dos PMs. Na altura da rotatória de Mapele, o motorista do Logan perdeu o controle da direção e bateu. Nessa hora, os três homens desceram do carro atirando e os policiais revidaram. Os três foram atingidos e morreram em uma unidade de saúde.

Os PMs então acharam um homem ferido, sem identificação, no porta-malas do veículo. Ele foi encaminhado imediatamente para o Hospital Municipal de Simões Filho, onde sua morte foi constatada.

Ainda não há informações sobre como, ou onde, os suspeitos conseguiram tomar o carro de Ednoel. A Polícia Civil diz que o caso será investigado pela Corregedoria da PM.

"Ele se preocupava com ele, com a família dele. A gente sempre foi uma família humilde, mas nunca fez nada de errado para ninguém, nem de ofensa, nem de pegar as coisas do outro. E hoje aconteceu esse desastre. Só peço a Deus que abençoe a nossa família e dê força pra gente seguir em frente, porque é um vazio que vai ficar no meu coração e de toda nossa família", lamentou o pai da vítima, Edvaldo, em entrevista à TV Bahia, fazendo questão de dizer que o filho não era "malandro".

A esposa do motorista, Marilone, contou que costumava acompanhar pelo localizador onde estava o marido, especialmente depois que ele foi vítima de violência em Lauro de Freitas. "A última vez que consegui contato com ele foi por volta das 18h30, depois fui ver, que ele pedia sempre que eu ficasse olhando onde ele estava, aí quando eu tentei, não consegui. E não consegui de forma nenhuma falar com ele. E isso nunca acontecia com ele. Ele sempre estava on-line, sempre me atendia no telefone. Como não conseguia falar com ele, acionei o irmão dele", disse.

O irmão, que também é motorista de app, foi até o último local indicado pelo localizador e já encontrou o carro de Ednoel cheio de marcas de bala.

Ednoel foi motorista de ônibus por muitos anos, mas há dois anos, desempregado, estava trabalhando dirigindo para aplicativos.

Com os suspeitos foram apreendidos três revólveres calibre 38, o veículo Logan, seis aparelhos celulares, um pendrive, um cartão de crédito, um cartão de integração da CCR Metrô, uma carteira de trabalho, dois RGs e R$ 111,25 em dinheiro, diz a PM. A ocorrência foi registrada na Corregedoria da Polícia Militar, onde as circunstâncias do fato serão investigadas.

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O suspeito de estuprar uma estudante de 20 anos, atrás de um hotel desativado, no bairro de Ondina, se entregou à justiça na noite desta quinta-feira (21). O homem, se apresentou na delegacia do município de Serra Preta, a cerca de 160km de Salvador. De acordo com a Polícia Civil (PC-Ba), ele estava escondido no povoado de Bom Será, na zona rural da cidade.

A delegada da 14ª Delegacia, Mariana Ouais, detalhou que “As equipes da 14ª e da 7ª Delegacia fizeram diversas diligências, tanto em Salvador quanto no município de Serra Preta, desde a quarta-feira (20). No início da noite desta quinta-feira (21), o advogado ligou informando que ele se entregaria em uma unidade do interior do estado, de onde foi recambiado para Barra, e aqui cumprimos o mandado de prisão”, explica. Para ela, a intensa busca pelo paradeiro do acusado, o impulsionou a se entregar.

“Trata-se também de uma questão de honra, retirar do convívio social uma pessoa com tal grau de periculosidade. Unindo os esforços com a equipe da 14ª Delegacia, facilitou ainda mais alcançarmos esse objetivo”, declarou o delegado Nilton Borba, da 7ª Delegacia, responsável por investigar o caso.

A delegada Mariana Ouais sinaliza que o homem é investigado também por outros crimes de violência sexual. “Temos alguns registros de tentativas de estupros, os quais estão sendo atribuídos a este criminoso. As investigações terão continuidade, outras possíveis vítimas poderão comparecer à Delegacia e denunciar”, informou.

Com a prisão, o homem ficará custodiado à disposição do Poder Judiciário. Participaram das diligências para localizar o acusado policiais da 14ª DT/Barra, 7ª DT/ Rio Vermelho, 1ª DT / Barris, equipes do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), com o apoio do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), Departamento de Polícia do Interior (Depin) e guarnições da Polícia Militar.

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Após cometer o estupro na paciente grávida, que estava em trabalho de parto, Giovanni Quintella Bezerra, o médico anestesista de 31 anos, limpou o rosto da mulher e também o próprio pênis com uma gaze, jogando no lixo logo depois e sendo recolhida pelos enfermeiros.

Mas, nesta terça-feira (19), após a conclusão do inquérito, a Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de São João de Meriti, compilou várias informações sobre a investigação e, uma delas, foi que o material levado para a perícia não foi encontrado traços de sêmen. Segundo os investigações, pode ser caracterizado por "cadeia de custódia", termo que se refere a vários procedimentos técnicos que são incluídos ao recolher vestígios nas vítimas ou nas cenas de crime.

Antes de chegar à polícia, a gaze passou por vários recipientes, o que pode ter acarretado na não integridade da coleta, prejudicando a verificação final.

Além disso, ainda na investigação, Giovanni fez sete aplicações de sedação durante a ação criminosa, sendo elas a de cetamina e propofol.

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