O Jornal da Cidade

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A organização criminosa que chegou a ser a mais temida na Bahia, hoje, não passa, até então, de relatos policiais. A facção Caveira, que surgiu no Complexo Penitenciário da Mata Escura, foi uma das responsáveis pela alta da criminalidade na capital baiana em 2010, quando 4.868 pessoas foram assassinadas. Ao que tudo indica, a última vez que que a Caveira ficou em evidência foi em 2017, com a morte da última liderança que estava em liberdade.

Mandante do massacre de presos e familiares no Presídio de Feira de Santana, em maio de 2015, Romilson Oliveira de Jesus, o Rafael, morreu em um tiroteio com a Polícia Civil em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador, durante cumprimento de mandado de prisão em 27 de janeiro de 2017 - mais de 500 quilos de pasta base de cocaína foram apreendidos na operação. Mas a “morte” da Caveira aconteceu aos poucos, tendo como principal motivo a ascensão de uma outra facção, que fora criada pelo própria Caveira para ser uma ramificação, o Bando do Maluco (BDM).

De acordo com fontes da Secretaria de Segurança Pública (SSP), com a prisão em 2012 do principal líder, Genilson Lima da Silva, o Perna, que até hoje cumpre pena no Presídio Federal de Catanduvas (PR), a Caveira decidiu como estratégia criar o BDM em 2015, seguindo modelo semelhante às maiores organizações criminosas do país - Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro. A intenção era ampliar a área de atuação da Caveira, nesse caso, na Bahia, em alguns pontos estratégicos do tráfico da capital, como Subúrbio e Cajazeiras, e, principalmente, na Região Metropolitana de Salvador.

No entanto, houve um racha - o motivo ainda é um mistério - e a parte do grupo mais violenta ficou sob o comando do assaltante de banco José Francisco Lumes, o Zé de Lessa, fundador do BDM – ele morreu em dezembro de 2019 pela polícia no estado do Mato Grosso do Sul. “O PCC que antes só fornecia armas para a Caveira, passa a fazer negócio também com o BDM por causa da influência de Lessa, pois já pega armas pesadas, como rifle, fuzil, para arrombamentos a instituições financeiras. Assim o BDM foi ficando mais forte”, disse uma fonte da SSP, que passou pelas principais delegacias de Salvador no auge da guerra entre as facções Caveira e Comando da Paz (CP), entre 2005 e 2010.

Com o tempo, o BDM passou a direcionar os ataques aos ex-comparsas, que também perderam pontos estratégicos como a Liberdade, Curuzu, Santa Mônica e Pernambués, para o CP – hoje Comando Vermelho – , e Nazaré das Farinhas e outras regiões do Recôncavo para a Katiara .

Ataques
De lá pra cá, aos poucos, as pichações que indicavam o domínio de Perna foram substituídas. O grupo, que já estava enfraquecido com algumas lideranças, consideradas as “mentes pensantes”, presas ou mortas, passara a ser massacrada pelos rivais, principalmente pelo BDM. “Na época, muitos do Caveira resistiram em mudar de lado e o BDM foi contudo pra cima, com maior número de homens e armas fizeram um grande estrago à organização, que perdeu soldados, bocas-de-fumo e poder de fogo”, explicou a fonte da SSP.

Os ataques resultaram em diversos momentos de terror nas comunidades de Salvador. Contudo, a SSP intensificou o número de operações nesses locais, como medida para conter a violência, o que não funcionou. Foram momentos difíceis. "Era um mata-mata de cada lado. No final do dia, a gente tinha 10, 15, 20 corpos para investigar, tudo relacionado à guerra entre Perna e Pitty ( Eberson Souza Santos, líder do CP).Participei de várias operações, muitas com baixa (morte) do lado de lá, mas o tráfico logo recrutava novos soldados e ciclo continuava, como é até hoje", recordou a fonte da SSP.

O cientista social Luís Lourenço fez uma análise da época. “O mercado varejista de drogas que é dominado por grupos criminosos em disputa sempre representa risco, não só pelas disputas entre as facções, mas pela política de guerra às drogas adotada pelas força de segurança pública. Violência e força gera menos paz e mais vítimas, seja por parte da polícia como das facções”, declarou ele, que é também professor do Departamento de Sociologia e coordenador científico do Laboratório de Estudos em Segurança Pública, Cidadania e Solidariedade (Lassos) da Universidade Federal da Bahia (Ufba),

A reportagem procurou a Polícia Civil para saber o que teria causado o desaparecimento da organização criminosa e seus impactos. Até o fechamento da edição não houve resposta. Já o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) informou que as investigações sobre facções criminosas são sigilosas e "os resultados das ações de combate são oportunamente divulgados à sociedade por meio dos canais oficiais de comunicação pública do MP baiano".

Perna x Pitty
Desde a prisão de Raimundo Alves de Souza, o Ravengar, em feveiro de 2004, o tráfico de drogas passou a ser pulverizado, consequentemente houve um aumento expressivo da criminalidade, especialmente em Salvador. Ele era considerado o maior traficante da ocasião e a localidade do Morro da Águia, no bairro da Fazenda Grande,era a sua fortaleza.

Com Ravengar preso, seu império foi cobiçado por Perna e também por Eberson Souza Santos, o Pitty, líder do Comando da Paz (CP). Ao contrário de Ravengar, os dois já estavam há mais tempo no Complexo Penitenciário da Mata Escura, onde mantiveram contato com traficantes paulistas e cariocas presos aqui e assim se “aperfeiçoaram”, passaram a exercer liderança entre os muros das unidades prisionais.

Perna e Pitty lideram uma disputa acirrada pelo domínio do tráfico no estado e ganharam fama pelos vários crimes que lhe foram atribuídos, inclusive chacinas e assaltos a bancos e carros-fortes. Em 2007, Pitty fugiu da prisão, mas meses depois acabou morto em confronto com a polícia em Candeias. Depois da morte do rival, Perna enfrentou o sucessor de Pitty, Maurício Vieira da Silva, o Cabeção, que também estava preso no complexo.

Em 2008, a polícia fez uma operação no Presídio Salvador, quando apreendeu na cela de Perna R$ 280 mil em dinheiro, oito quilos de cocaína, duas pistolas, além de cadernetas com anotações do tráfico e vários aparelhos celulares. Depois do ocorrido, o traficante, juntamente com Cabeção e outros criminosos considerados altamente perigosos, que já mantinham ligação com o PCC, foram encaminhados para o presídio de segurança máxima em Catanduvas, interior do Paraná.

Mas, nem por isso, as facções foram desarticuladas. Pelo contrário. Ações do tráfico em represália às transferências foram sentidas também pela população. Além do aumento das exeuções de rivais, houve uma série de ataques a ônibus e também às forças de segurança, com a morte de civis e militares. Outras lideranças surgiram e, com isso, novas organizações criminosas também e alianças poderosas como a permanência do Comando Vermelho (CV) na Bahia.

A cantora Preta Gil divulgou nesta terça-feira (10) que foi diagnosticada com câncer no intestino. A artista estava internada desde a última quinta-feira (5) na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, quando sentiu fortes dores na barriga.

Na ocasião, ela deu entrada na unidade médica em uma cadeira de rodas, na companhia do marido, Rodrigo Godoy. A assessoria havia informado que a cantora fazia exames de rotina. No domingo (8), Preta tranquilizou os fãs sobre seu estado de saúde pelas redes sociais.

"Vim parar aqui por conta de um quadro de dor abdominal e, deste então, estamos fazendo uma série de exames para saber exatamente meu diagnóstico", escreveu.

Hoje, em um post no seu perfil do Instagram, a cantora falou sobre o diagnóstico de câncer.

"Estive nos últimos 6 dias internada na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, por conta de um desconforto que vinha sentido e, graças a Deus, hoje recebi um diagnóstico definitivo. Tenho um adenocarcinoma na porção final do intestino", escreveu. O adenocarcinoma é o tipo mais comum de câncer.

"Inicio meu tratamento já na próxima segunda-feira e conto com a energia de todos para seguir tranquila e confiante", finalizou.

A região da Cidade Baixa será mais uma vez palco da Lavagem do Bonfim nesta quinta-feira (12), após dois anos sem as comemorações em razão da pandemia de covid-19. Para garantir o bom funcionamento do transporte na data, uma operação especial foi montada para os usuários. Além dos ônibus, os ascensores também terão funcionamento especial neste dia.

O Elevador Lacerda e o Plano Inclinado Gonçalves, ambos nas proximidades da igreja de Nossa Senhora da Conceição, vão funcionar normalmente, porém não haverá cobrança de tarifa excepcionalmente nesta quinta-feira. O Lacerda funciona das 7h às 22h, enquanto o Gonçalves opera entre as 8h às 17h. Os planos Inclinados do Pilar e Liberdade – Calçada, além do Elevador do Taboão, também irão funcionar normalmente nesta quinta-feira, entretanto, nenhum destes tem cobrança habitual de tarifa.

A operação de transporte por ônibus será realizada das 6h desta quinta-feira à 0h de sexta-feira (13), com 18 linhas para diversos pontos da cidade, como Base Naval, Paripe, Santa Cruz e Cabula, entre outros, tendo os horários de saída prolongados até a meia-noite. Em razão dos bloqueios de trânsito, as linhas de ônibus que trafegam pela região terão o itinerário modificado. Além disso, serão disponibilizados 44 ônibus de frota reguladora no Largo do Papagaio e na Estação da Lapa, que ficarão à disposição da equipe de fiscalização.

Mudança de itinerário
Os ônibus que normalmente atendem a região do bloqueio serão desviados pelas equipes da Semob. As linhas provenientes do Largo do Tanque com destino ao Campo Grande, Comércio e Avenida Contorno deverão acessar o Largo do Tanque, de onde seguem pela Estrada da Liberdade, Corredor da Lapinha, Ladeira da Soledade, Rua Vidal Rêgo, Ladeira do Arco, Ladeira do Hospital, Praça Conselheiro Almeida Couto, Avenida Joana Angélica, Rua Santa Clara, Rua do Carro, Rua Prof. Hugo Baltazar da Silveira, Rua José Leonidio de Sena, Avenida Presidente Costa e Silva, Avenida Vale dos Barris, Rua Clóvis Spínola, Rua Direita da Piedade, Rua Politeama de Baixo, Rua Forte de São Pedro, e Largo do Campo Grande, seguindo daí o itinerário normal.

Já aquelas com destino à Península Itapagipana trafegarão pelo Viaduto dos Motoristas, Rua 26 de Dezembro, Rua Régis Pacheco, Rua Boa Vista, Rua Resende Costa e Avenida Caminho de Areia, seguindo então o itinerário normal, enquanto na deverão acessar a Avenida Caminho de Areia, Rua Machado Monteiro, Rua Araújo Bulcão, Rua do Uruguai, Rua Régis Pacheco, Travessa 28 de Maio, e então o Viaduto dos Motoristas. As linhas provenientes do Largo do Tanque com destino à Liberdade deverão utilizar a Ladeira das Pedrinhas (bairro Guarani) para acessar a Rua Lima e Silva.

As linhas que vêm do Campo Grande e Vale do Canela com destino ao Comércio e Túnel Américo Simas farão o seguinte itinerário: Campo Grande, Politeama, Piedade, Avenida Joana Angélica, Nazaré, Vale do Nazaré, Sete Portas e Rua Cônego Pereira, seguindo itinerário normal. Aqueles que têm como destino a região da Calçada farão o seguinte itinerário: Campo Grande, Politeama, Piedade, Avenida Joana Angélica, Nazaré, Barbalho, Liberdade, e Largo do Tanque, seguindo daí o itinerário normal.

As linhas que vêm do Aquidabã com destino ao Campo Grande, Comércio e Avenida Contorno devem seguir pelo Aquidabã, Avenida Joaquim Seabra, Ladeira de Santana, Rua do Carro, Rua Professor Hugo Baltazar da Silveira, Rua José Leonildo de Sena, Dique do Tororó, Vale dos Barris, Rua Clovis Spínola, Politeama, Forte de São Pedro, Avenida Sete de Setembro, retorno no Edifício Sulacap e Rua Carlos Gomes, de onde seguem o itinerário habitual. Já as linhas com destino à Avenida Suburbana devem seguir pela região da Sete Portas, Avenida Barros Reis, Avenida San Martin, Largo do Tanque e Viaduto dos Motoristas, seguindo o itinerário normal.

As linhas da Avenida Suburbana, Península Itapagipana e Calçada com destino ao Túnel Américo Simas/ Aquidabã irão acessar o Viaduto dos Motoristas, Largo do Tanque, Avenida San Martin, Largo do Retiro, Avenida Barros Reis, Sete Portas e Aquidabã, seguindo então o itinerário normal. Já as linhas com destino ao Campo Grande e Vale do Canela devem acessar o Viaduto dos Motoristas, Largo do Tanque, Liberdade, Barbalho, Nazaré, Piedade, Politeama e Campo Grande, dando prosseguimento ao percurso normal.

As linhas com destino final para Avenida da França, São Joaquim ou Calçada, provenientes do Largo do Tanque, farão retorno no mesmo largo, enquanto aquelas provenientes do Túnel Américo Simas deverão retornar no Aquidabã.

Táxis e mototáxis
Pontos de taxis e mototáxis serão implementados em locais estratégicos nas proximidades da festa. Os pontos da região da Cidade Baixa serão desativados e dois pontos especiais serão instalados: um nas proximidades do ferry boat e outro no Largo de Roma, próximo ao Hospital da Mulher. Ambos os locais terão táxis e mototáxis à disposição para os usuários.

Além destes, os mototaxistas ganharão um terceiro ponto, próximo à Colina Sagrada. O novo local será na Rua da Imperatriz, em frente ao Colégio São José. Em todos os pontos, agentes da Semob serão disponibilizados para fiscalizar e coibir o acesso de veículos de transporte clandestino. Já na região da Cidade Alta, não haverá mudanças nos pontos de táxis e mototáxis já regulamentados.

Confira abaixo a lista das linhas de ônibus que terá seu atendimento ampliado até a meia-noite:

CÓDIGO

LINHA

1535

Vista Alegre - Ribeira

1662

Base Naval - Ribeira

1638

Fazenda Coutos - Ribeira

1608

Paripe - Ribeira

1342

Estação Pirajá – Bonfim/Ribeira

0201

Ribeira/Bonfim – Campo Grande

0216

Ribeira - Lapa

0343

Fazenda Grande do Retiro - Ribeira

0213

Ribeira - Federação

0221

Ribeira – Barbalho/Fazenda Garcia

0218

Ribeira - Pituba

0237

Ribeira – Rio Sena/Alto Santa Terezinha

0713

Santa Cruz – Calçada/Bonfim

0720

Vale das Pedrinhas – Vila Rui Barbosa

1055

Estação Mussurunga – Ribeira/São Joaquim

1142

Cabula VI – Ribeira R2

1145

Terminal Acesso Norte - Ribeira

1403

Cajazeira XI - Ribeira

Um grupo formado por 140 integrantes do Ministério Público Federal enviou ao procurador-geral da República, Augusto Aras, uma representação, a qual cobra ao PGR providências após os atos terroristas promovidos por bolsonaristas em Brasília no domingo (8).

Os procuradores solicitam a adoção de providências para a "pronta apuração de crimes contra as instituições democráticas", e a determinação de medidas "necessárias e suficientes" para o reestabelecimento da ordem pública.
Eles afirmam que uma "horda de terroristas" marchou sobre a Esplanada dos Ministérios, invadiu as sedes dos Poderes e depredou "barbaramente o patrimônio público e histórico" do Brasil.

Acrescentam ainda que o objetivo dos bolsonaristas radicais era gerar um "colapso" na democracia com uma tentativa de "golpe de estado", e que as forças de segurança não reprimiram os criminosos.

No documento, os procuradores criticam a atuação da Polícia Militar do Distrito Federal, o governador afastado, Ibaneis Rocha (MDB), e o ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres.

Ontem (9), durante reunião com o presidente Lula no Palácio do Planalto, o PGR lamentou os atos e afirmou que o Ministério Público está mobilizado para não permitir que o episódio de domingo se repita. Ele acrescentou que o órgão vai buscar a responsabilização dos culpados.

Os procuradores dizem ainda que é necessário investigar a possibilidade de as tropas policiais terem sido "orientadas a não coibir adequadamente o movimento golpista". E lembram que grupos de bolsonaristas radicais ocuparam espaços públicos por meses, especialmente em Brasília.

Na representação, os integrantes do MP também pedem a Aras a revogação da medida que, segundo eles, proíbe a atuação de forças-tarefa sem que o próprio procurador-geral da República indique os integrantes.

No domingo, bolsonaristas invadiram a Praça dos Três Poderes e destruíram as sedes dos Poderes em Brasília. Foram alvo das ações violentas o PLanalto, o Supremo Tribunal Federal e Congresso.

Uma entre milhares de bolsonaristas que participaram de ato terrorista em Brasília, Pâmela Bório, ex-primeira-dama da Paraíba, já foi investigada por corrupção quando era casada com Ricardo Coutinho, ex-governador do estado. Justamente o crime que ela criticou durante a invasão do Congresso.

"O país está afundado na corrupção", denunciou ela. No entanto, na gestão do marido, o uso do cartão corporativo foi alvo de inquérito do Tribunal de Contas da Paraíba, segundo o jornal Extra.

Contas de um enxoval e acessórios para um quarto de bebê foram pagos com dinheiro dos contribuintes. Bem como idas ao restaurante para degustar postas de bacalhau, lagostas, cordeiros sem osso e bebidas alcoólicas. Além disso, a quantidade de farinha láctea comprada no espaço de um mês surpreendeu os auditores: 460 latas.

Baiana, Pâmela no passado participou de diversos concursos de beleza na juventude. Em 2005, ela infringiu a regra em um destes ao desfilar com um salto acima do permitido. Diante das suspeitas, se trancou no quarto do hotel para evitar que medissem sua altura, 1,64m, e descobrissem a fraude. Ela negou a “fuga”. E justificou dizendo que fora fazer hidratação nos cabelos.

Em 2017, ela teria sido vítima de um hacker e teve nudes vazados. A jornalista acusou o ex-marido (eles separaram em 2015) pelo vazamento e postou uma série de textos o difamando. O caso foi parar na Justiça e Pâmela perdeu a ação, sendo obrigada a apagar tudo.

Os dois enfrentam uma nova batalha judicial, com ambos disputando a guarda do filho de 12 anos do casal. O adolescente, inclusive, foi levado por ela para a invasão.

A Polícia Federal (PF) desmentiu, nesta segunda-feira (9/1), que uma idosa tenha morrido durante as operações no acampamento bolsonarista no Quartel-General do Exército, em Brasília.

O suposto óbito se espalhou pelas redes sociais. A foto usada, no entanto, está disponível em um banco de imagens gratuito. Dono da imagem, o fotógrafo Edu Carvalho disse que é uma foto viral que está sendo usada de forma irresponsável (saiba mais abaixo).

Na manhã desta segunda (9/1), cerca de 1,2 mil pessoas foram retiradas do local e levadas para o ginásio da Academia Nacional da Polícia Federal após os ataques terroristas cometidos nas sedes dos três poderes.

A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) repercutiu a informação durante um discurso no plenário da Câmara dos Deputados, na noite de segunda (9/1). Na tribuna da Câmara, Bia Kicis disse: "acabo de receber uma notícia de que uma senhora veio a óbito hoje nas dependências da Polícia Federal. Não foi nas dependências da PM, não. Falo de uma senhora a quem foi negado comida e água e que, depois de horas, e horas, e horas a fio sendo destratada e descuidada, veio a falecer".

E continua: "É preciso ainda confirmar essa informação, mas a recebi de mais de uma fonte. Quero aqui lamentar e até torcer para que isso não seja verdade, mas, se for, isso não aconteceu nas dependências da Polícia Militar, e sim, nas da Polícia Federal, que é ligada ao governo federal".

"A Polícia Federal informa que é falsa a informação de que uma mulher idosa teria morrido na data de hoje (9/1) nas dependências da Academia Nacional de Polícia", diz a nota da corporação.

Na madrugada desta terça-feira (10/1), Bia Kicis publicou em uma rede social que o presidente da OAB-DF negou qualquer confirmação sobre óbito entre os detidos. A deputada pediu "desculpas pelo equívoco".

Quem é o dono da foto?

Edu Carvalho, dono da imagem, explica que a foto é da avó de sua esposa, Juliana Cuchi Oliveira, que se tornou viral. Ao ver a repercussão que a montagem tomou, Edu disse que acordou com "uma enxurrada de directs nos nossos perfis pessoais e profissionais de pessoas nos mandando os posts".

De acordo com o fotógrafo, é a segunda vez que fazem uso indevido da imagem dela. Sendo que na primeira vez usaram em um totem em São Paulo como se ela tivesse morrido vítima de covid-19.

“Me senti impotente, a internet tem uma força absurda, tanto para o bem quanto para o mal. Estamos tentando ao máximo avisar as pessoas, mas muitas desacreditam e ainda pedem para provar. Isso dói muito e só vai saber quem estiver na pele um dia”, disse Juliana.

Cumprindo ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP) desmontou acampamentos golpistas de bolsonaristas em ação simultânea que aconteceu em Salvador, Alagoinhas e Feira de Santana na tarde desta quarta-feira (9).

Coordenada pelo Comando de Policiamento Especializado (CPE) da Polícia Militar, equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), do Choque, do Bepe, do Águia e da 2ª Companhia Independente (CIPM) foram até o bairro da Mouraria, na capital baiana, e iniciaram o processo de negociação. Seis toldos, cadeiras, banheiros químicos e isopores, que davam suporte aos radicais de extrema direita, foram removidos.

Equipes de negociação do Bope dialogam com os radicais para evitar aglomeração na porta do quartel que fica na região, segundo a SSP.

“Temos uma ordem judicial a ser cumprida e, conforme esta ordem estabelece, a Polícia Militar será responsável por isso (pela retirada dos acampamentos), mas nós não podemos fazer isso sem dialogar com o Exército. Então fizemos uma agenda de trabalho para que a gente possa cumprir a ordem nas próximas horas, nos próximos dias”, explicou mais cedo o governador Jerônimo Rodrigues.

Ao longo da manhã, Jerônimo se reuniu com o vice-governador Geraldo Junior, os secretários de Segurança Pública, Marcelo Werner, da Justiça e Direitos Humanos da Bahia, Felipe Freitas, e de Administração Penitenciária e Ressocialização, José Antônio Gonçalves, além dos secretários de Gabinete, Adolpho Loyola, e de Relações Institucionais, Luiz Caetano. O comandante geral da Polícia Militar, Coronel Paulo Coutinho, a delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, e a Procuradora Geral do Estado, Bárbara Camardelli também participaram dos trabalhos, assim como o General de Divisão Marcelo Guedon, comandante da 6ª Região Militar, o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), deputado Adolfo Menezes, e a Procuradora Geral de Justiça, Norma Angélica.

Encontro de governadores
Jerônimo participa ainda hoje de uma nova reunião com os governadores, agendada para às 18h, em Brasília. Eles vão reafirmar o compromisso em prol da democracia e a união para que esses episódios não aconteçam em outros pontos do país.

Desde domingo (8), a segurança foi reforçada pela Polícia Militar em alguns prédios públicos na Bahia. Entre os locais monitorados está o Centro Administrativo da Bahia (CAB), onde estão sediados secretarias e outros órgãos da administração pública estadual.

Mesmo depois dos ataques golpistas no Congresso, no Palácio do Planalto e no STF, em Brasília, e a determinação da retirada dos acampamentos em frente às sedes militares do país, o Quartel da Mouraria segue ocupado por bolsonaristas.

Uma moradora que, por medo, prefere não se identificar conta que o número de presentes cresceu. "De manhã, normalmente, ficam uns dez aí. Hoje, logo quando acordei, vi que já tinha uns trinta deles por aqui. Por terem mandado tirar, acho que querem reforçar", fala.

Outro morador que também não diz o nome fala em um aumento dos homens que fazem a 'segurança' do espaço. "Antes, ficavam dois caras aí observando enquanto o pessoal dentro das barracas dormem. Saí de manhã para fazer exercício e já percebi que dobrou o número. Eram quatro caras na região do quartel aqui", aponta ele.

De acordo com relatos de comerciantes da região, viaturas das polícias Militar e Civil chegaram à região no início da manhã e agentes conversaram com os integrantes do acampamento, estabelecendo o prazo de 24h para a saída deles.

Ao longo da manhã, no entanto, não se viu a presença da polícia no local e não há movimentação que indique a retirada do acampamento.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal no Distrito Federal (DF) até o dia 31 de janeiro, após a invasão e depredação das sedes do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF). O interventor será o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, que é civil.

“Essa intervenção está limitada à área de segurança pública, com o objetivo de conter o grave comprometimento da ordem pública no DF, marcado pela violência contra prédios públicos”, disse Lula ao justificar a medida extrema.

Segundo o decreto, as leis que não tiverem relação com a segurança pública permanecem sob responsabilidade do governo local.

A Polícia Militar do Distrito Federal, ao ser questionada pela Presidência sobre a situação, informou que "todas as ações da PMDF têm, por base, orientações que são determinadas pelas autoridades de segurança do Governo do Distrito Federal", e responsabilizou eventuais falhas de planejamento nas ações de proteção à Praça dos Três Poderes à Secretaria de Segurança Pública do DF. A secretaria tinha à frente o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, que foi exonerado ontem pelo governador Ibaneis Rocha.

Araraquara
Lula, que estava em Araraquara, no interior de São Paulo, para onde se deslocou para acompanhar a situação das áreas atingidas por fortes temporais, decretou a intervenção quase três horas e meia após grupos de bolsonaristas radicais invadirem os centros de poder da democracia brasileira e iniciarem a destruição dos espaços.

Lula também prometeu punições severas contra os financiadores, os participantes e as autoridades ‘envolvidas nos atos de vandalismo e ataque ao Estado Democrático de Direito’. O presidente disse ainda que os invasores são “verdadeiros vândalos, poderiam ser chamados de nazistas e fascistas” e acrescentou que “a esquerda nunca protagonizou um episódio similar a este no Brasil”.

“Eles vão perceber que a democracia garante direito de liberdade, livre expressão, mas ela também exige que as pessoas respeitem as instituições que foram criadas para fortalecer a democracia”, acrescentou o líder nacional.

Prefeitura
Lula anunciou a intervenção de dentro da Prefeitura de Araraquara. Na sede da administração municipal da cidade do interior paulista, o presidente da República também se reuniu com os ministros que o acompanhavam.

Ele ainda culpou seu antecessor, Bolsonaro, e disse que o ex-mandatário é responsável pelos atos de vandalismo que se espalharam por Brasília. O petista afirmou que o ex-presidente sempre estimulou a invasão às sedes do STF e do Congresso e só não incentivava que entrassem à força no Palácio do Planalto porque estava lá dentro.

“Isso também é da responsabilidade dele, dos partidos que sustentam ele e tudo isso vai ser apurado com muita força e muita rapidez”.

No Twitter, Bolsonaro negou as acusações e disse que apoiava “manifestações pacíficas” e que sempre atuou “nas quatro linhas da democracia”, escreveu.

Durante a noite, Lula chegou a Brasília e visitou o Palácio do Planalto em algumas das partes mais destruídas pelos vândalos. Ele lembrou os atos antidemocráticos na área central de Brasília no fim de dezembro, criticando as forças de segurança locais.

Os ataques de ontem aos prédios dos três poderes ocorreram uma semana depois da posse de Lula, que foi eleito com mais de 60 milhões de votos, a votação mais expressiva obtida por um candidato ao Planalto desde a redemocratização do país. "A Polícia Militar estava guiando e vendo eles tocarem fogo em ônibus e não fazia absolutamente nada. Esses policiais não poderão ficar impunes e não poderão participar [da intervenção", acrescentou Lula.

Investigação
O petista enfatizou que determinará a apuração dos financiadores das manifestações bolsonaristas e que exigirá a responsabilização deles. "Espero a partir desse decreto não só cuidar da segurança do DF, mas garantir que isso não se repetirá. É preciso que essa gente seja punida de forma exemplar, que ninguém nunca mais ouse com a bandeira nacional nas costas ou camiseta da seleção se fingirem de nacionalistas, se fingirem de brasileiros e façam o que fizeram hoje".

O presidente ainda criticou Anderson Torres, que foi exonerado por Ibaneis Rocha (MDB) tão logo as invasões dos bolsonaristas começaram. "O secretário de Segurança dele [Ibaneis] todo mundo sabe a fama dele de ser conivente com as manifestações", afirmou.

Número dois
O interventor Ricardo Capelli, o número 2 do Ministério da Justiça, foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e foi integrante do PCdoB por muitos anos. De acordo com informações do ministério, Cappelli é jornalista, especialista em administração pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e atua há 22 anos na administração pública. Ele já atuou como secretário municipal, secretário estadual e secretário nacional em áreas diversas no Maranhão.

Reportagem da Folha de São Paulo revela que nos governos anteriores de Lula e de Dilma Rousseff (PT), Capelli foi secretário nacional no Ministério dos Esportes. Ele também foi secretário de Comunicação do Maranhão antes de passar a fazer parte do Ministério da Justiça.

Ministro da Justiça
Pelo Twitter, ontem, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que o secretário Ricardo Cappelli já se deslocou para assumir a intervenção na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. "E seguimos com as operações cabíveis visando ao restabelecimento da ordem pública", completou Dino.

Após os ataques em Brasília, a sede da prefeitura de Araraquara foi cercada por um forte esquema de segurança e virou uma espécie de ‘bunker’ do presidente Lula. As polícias Militar (PM) e Federal (PF) fizeram um rígido controle de acesso ao prédio.

Antes de embarcar para Brasília, Lula ainda conversou com integrantes de movimentos sociais que o aguardavam. Mas prefeitos de outras cidades de São Paulo que esperavam para encontrá-lo não conseguiram se reunir com ele e foram orientados a esperar o desenrolar da situação em Brasília.

Entenda a intervenção

O que é - A intervenção federal decretada por Lula no DF visa apenas a segurança pública e é adotada em situações que comprometem a ordem pública e a democracia. A situ- ação está prevista no artigo 34 da Constituição Federal;

Congresso - Ainda de acordo com o artigo 34 da Constituição, após o presidente de- cretar a intervenção, o decreto é submetido ao Congresso Nacional no prazo máximo de 24 horas. Ontem, o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), convocou sessão extraordinária "durante o prazo necessário" para votar a intervenção federal;

O interventor - Com o decreto, o interventor fica subordinado diretamente ao presidente da República. O decreto dá ainda plenos poderes ao interventor, no caso o número 2 do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, para comandar as forças de segurança do DF e estabelece que ele pode requisitar recursos financeiros, tecnolóigicos, estruturais e humanos do Distrito Federal;

Providências - O interventor assume o comando da segurança no Distrito Federal. A partir daí, ele inicia a investigação da conduta dos policiais suspeitos de leniência com a invasão das sedes dos três poderes, podendo expulsar a corporação os culpados. Depois, o interventor pode buscar a responsabilidade penal do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados que estimularam ataques contra o Congresso e o STF ao longo dos últimos anos. Outra medida é cortar a rede de financiamento dos grupos que praticaram atos considerados golpes contra a democracia, incluindo os recursos para os acampamentos em frente aos quartéis em cidades do país;

Já aconteceu - Em 2018, o presidente Michel Temer decretou intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro.

O terror dos bolsonaristas extremistas em Brasília fez o governo baiano decidir pela reforço da segurança nas imediações dos prédios públicos no estado. A ação está sendo concretizada com o aumento do efetivo policial no Centro Administrativo da Bahia (CAB), ode estão as sedes dos Poderes estaduais. A determinação também alcança pontos no interior, mas que não foram detalhados pela comunicação estadual.

De acordo com a gestão, a medida visa evitar a reprodução dos atos terroristas praticados em Brasília em nível local. O Batalhão de Choque da Polícia Militar permanecerá de prontidão pelo tempo que for necessário para garantir a segurança.

Jerônimo defendeu a punição dos responsáveis pelas ações antidemocráticas. "Repudiamos essas ações criminosas e antidemocráticas em Brasília, nos solidarizamos com o STF, o Congresso Federal e a Presidência da República. Cuidaremos da Bahia com o rigor necessário e defendemos que essas pessoas que atuam contra o patrimônio público e contra a democracia sejam responsabilizadas de maneira firme e rápida", afirmou o governador.

Na tarde de ontem, apoiadores do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) invadiram a Praça dos Três Poderes, em Brasília, e destruíram as instalações físicas do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.

Em Salvador, um grupo de bolsonaristas estão acampados em frente ao quartel do Exército, na Mouraria. Uma determinação do ministro Alexandre de Moraes (STF) autorizou as polícias estaduais a desmobilizarem todos os acampamentos golpistas no Brasil.

Questiona pela reportagem do CORREIO, a Polícia Militar da Bahia não deu retorno até o momento sobre a interveção na célula bolsonarista na capital baiana.