Um estudante de 16 anos agrediu o vice-diretor do Colégio Estadual Professor Nelson Barros, localizado em Cajazeiras X, na tarde desta quinta-feira (25). Após o ocorrido, o funcionário precisou ser levado para uma unidade de saúde.

Segundo testemunhas, o aluno teria desferido golpes de faca contra o vice-diretor. A Polícia Civil (PC-Ba) não detalhou se o objeto foi realmente uma faca, mas confirmou que se tratava de uma arma branca.

Após sofrer a agressão, a vítima foi encaminhada para o hospital Eládio Lassére, onde foi atendido e já teve alta. Não há mais informações sobre o estado de saúde dele, nem se outras pessoas ficaram feridas.

Segundo a Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC), a Secretaria de Segurança Pública foi acionada e encaminhou o adolescente para a Delegacia do Menor Infrator (DAI), acompanhado pela mãe dele.

A SEC também disse que está acompanhando o caso e prestando toda a assistência ao vice-diretor do Colégio. “[Além disso,] encaminhou uma equipe de assistência para auxiliar a comunidade escolar”, disse.

A Polícia Militar (PM-Ba) também foi acionada, por meio do canal de denúncias da guarnição, mas quando os policiais chegaram no local, os envolvidos já não estavam mais lá.

Ataques a escolas

Em março, diversos casos de ataques a escolas em outros estados repercutiram no país. No mês seguinte, o clima de terror ganhou espaço em Salvador, após ameaças de um ‘massacre em massa’, previsto para acontecer no dia 20 de abril, tomar as redes sociais dos moradores da capital baiana.

Na época, as aulas no Colégio Estadual Luiz José de Oliveira, na Fazenda Grande I, em Salvador, foram suspensas após um estudante ameaçar professores e colegas.

Em outro caso, vídeos e áudios circularam pelo WhatsApp com rumores de uma tentativa de atentado no Colégio Estadual Marechal Mascarenhas De Morais, em Itapuã. Mas tudo não passou de um mal-entendido.

 

Não vai ter greve. Os ônibus de Salvador vão circular normalmente nesta quinta-feira (25) após a decisão do Sindicato dos Rodoviários de aceitar a proposta de reajuste em 4,20% e cancelar a paralisação que estava marcada para começar amanhã. Os profissionais se reuniram em assembleia na tarde desta quarta (24).

O presidente licenciado do sindicato, Hélio Ferreira, disse que o novo acordo vai ter validade retroativa para 1º de maio. "A assembleia aprovou por maioria absoluta, apenas 21 votos contra, então nesse momento está suspensa a greve, deliberando pelo acordo, conforme a proposta do tribunal".

Em negociação na manhã de hoje, o presidente do sindicato, Fábio Primo, já havia indicado a possibilidade de acordo com a proposta de 4,2% de aumento.

"A gente sabe que quando tem uma decisão judicial ela só leva em consideração a questão econômica, a questão da compensação de horas, a jornada parcial. Só ia julgar o salário e o tíquete. A gente enxerga como um avanço. A gente coloca X itens na pauta, mas é estratégico. A gente continua na batalha para retirar totalmente essa compensação de horas", explicou. Na assembleia, ele fez um apelo aos colegas. "Vamos ter calma, não é o que a gente desejava, mas é o que temos para o momento", disse.

Proposta aceita
A proposta foi feita pela presidente do Tribunal Regional do Trabalho, Débora Machado, durante nova mediação realizada na manhã de hoje.

"Um reajuste de 4,20%, concessão de mais um ônibus para a escolinha do sindicato, contratação de todos os empregados que já estão em jornada parcial, até no máximo 1º de julho, todas as horas prestadas, 50% serão pagas e os outros 50% vão ser objeto de compensação, exceto de feriados, e o prazo de compensação reduzido para 90 dias. Em relação às avarias, se fixou o valor de R$ 2.500, no máximo, para a cobertura na responsabilidade do empregado, com possibilidade de divisão de até 20 vezes o valor", detalhou.

Assembleia
Após a apresentação da proposta no TRT, em Nazaré, a decisão foi levada para a assembleia da categoria. Caso a greve fosse confirmada, na sexta-feira (26), haveria o julgamento no TRT. Os juízes avaliariam se os rodoviários cumpririam a legalidade durante a paralisação, como por exemplo, manter 30% da frota em circulação.

Familiares e amigos da enfermeira Mariana Angélica Borges de Souza, 28 anos, morta junto com o namorado a golpes de facão pelo próprio padrasto, se reuniram no Cemitério Bosque da Paz, no fim da manhã desta quarta-feira (24), para o velório e sepultamento da jovem.

A capela do local ficou cheia e alternou momentos de silêncio completo e muito choro por parte de quem era próximo à vítima. A maioria das pessoas que foi ao cemitério preferiu não falar com a imprensa.

Apesar de ser filha única de sua mãe, identificada apenas como Maria de Lourdes, Mariana tinha ainda três irmãos por parte de pai. Diego Borges, 40, irmão mais velho, foi o único a falar com a reportagem. Ele foi um dos primeiros a tomar notícia do crime na madrugada de terça-feira (23).

Ele contou da relação de proximidade dela com os irmãos, e deu detalhes de como o duplo homicídio deixou toda a família desolada.

"Estamos todos abalados. A família como um todo e meu pai também. Éramos quatro irmãos, todos muito próximos. É aquela história: era uma pizza pequena, de quatro pedaços, que agora fica faltando um. Ele roubou parte da gente", fala.

Nilson Borges, pai de Mariana, também conversou com a imprensa sobre a filha. Ele afirmou que ela não tinha comentado com ele acerca de problemas com o padrasto e falou da dor que estava sentindo. "Eu achei que tinha cumprido a minha missão de criar meus filhos dignamente. Não imaginava e nem esperava esse golpe. Eu peço a vocês que não me deixem falar mais nada. Perdi minha bebê, minha amiga", disse enquanto chorava.

Diego também comentou a relação que David Silva Barbosa, 45, autor confesso do crime, de acordo com a Polícia Civil, tinha com toda a família. "O que ele fez não se faz contra ninguém, ainda mais ela. Ele era bem tratado, não tinha qualquer motivo para isso. Minha irmã era uma pessoa maravilhosa, entendeu?! Ele estava desempregado e nunca faltou nada para ele".

Em depoimento, David afirmou que se sentia destratado pelas vítimas. "Ele alega que era humilhado no relacionamento, tinha muito ciúme da mãe, da relação entre mãe e filha, que a mãe era muito dedicada à filha única. Ele se sentia humilhado nessa relação, de morar na casa deles", contou a delegada Pilly Dantas, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

"Uma mulher maravilhosa, uma profissional excelente, de coração enorme. Ela era muito recatada, muito profissional. Deixava as coisas de casa em casa e vivia o profissional. Uma colega maravilhosa. Uma pessoa humana, feliz. Isso foi terrível. Ontem nós íamos dar o plantão juntas. E foi o prior plantão da minha vida até o momento", desabafou, entre lágrimas, Bárbara Leite, 51, colega de trabalho de Mariana.

Mariana trabalhava como enfermeira no Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba).

Quem era Mariana?

A imagem da capela lotada na parte interna e externa conta por si só o quanto Mariana era querida. Amigos e familiares não falaram com a imprensa, mas por diversas vezes repetiram o quanto a vítima era uma pessoa querida. "Ela era só alegria, só fazia bem para todos", comentou um dos presentes enquanto chorava.

Diegou, seu irmão, reiterou as falas sobre o comportamento de Mariana. "Mariana era uma pessoa queridíssima, uma menina de uma alegria imensa. Não via ela chorando, só sorrindo. Por mais que o lugar não estivesse com clima tão bom, quando ela chegava era só para melhorar", afirmou ele.

"Era desse jeito no trabalho, com os amigos e com a gente também. Uma pessoa que somava muito, sempre sorridente. E uma das coisas que fiz questão de manter foi essa imagem dela para todos e por isso o caixão se manteve fechado", completou.

Maria Sigimar Passos, 47, é amiga da família e fez coro aos elogios a Mariana, além de destacar a relação dela com a mãe. "Era uma menina estudiosa, dedicada e muito meiga. Sempre vi o cuidado que existia entre a mãe e ela. Era uma relação de carinho e dedicação, cheia de amor das duas partes. A notícia me deixou chocada, é muito triste essa situação de violência. Não nos sentimos protegidas e seguras mesmo dentro de casa", disse.

Mariana foi sepultada sob forte comoção e muitos aplausos. O corpo de André Couto foi enterrado no Cemitério Municipal de Jequié, sua cidade natal.

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A reunião entre o Sindicato dos Rodoviários e representantes de empresários do setor nesta segunda-feira (22) se encerrou sem acordo. Um novo encontro foi marcado para as 11h desta terça. A categoria marcou greve de ônibus para a quinta-feira (25).

"Acho que nossa rodada de negociação de hoje foi muito grande. Não fechamos a negociação, mas evoluímos, e a evolução só existe onde há credibilidade entre as partes", disse a procurada Fátima Freire, superintendente regional do trabalho na Bahia,.que ajudou a mediar o encontro.

A pauta do Sindicato dos Rodoviários tem 15 itens de solicitação. A superintendência trouxe uma nova proposta hoje com nove itens: aumento cobrindo inflação mais ganho real; o ticket refeição deve ser reajustado em percentual maior que a inflação mais ganho real; fim da compensação de horas da forma que existe hoje; disponibilidade de espelho de ponto da jornada de trabalho individual do trabalhador; renovação da CNH paga pela empresa; franquia em caso de avaria ou acidente, com teto de R$ 2 mil; proposta negociada para jornada parcial; mais um ônibus e outro veículo para a escolinha que ajuda na capacitação dos rodoviários; e folga no dia do aniversário do empregado.

Já a Integra fez uma contraproposta de reajuste salarial de 1,98%. Com relação aos outros itens, o sindicato patronal diz que nesse momento não vai negociar.

Jorge Castro, representante da Integra, diz que os itens propostos pela superintendente não têm as "mínimas condições" de serem atendidos. "Improvável, impossível, da gente atender qualquer item dos que foram propostos", disse ele após a reunião. "Não vamos conceder nem os 15 dos trabalhadores, nem a proposta dela, por absoluta impossibilidade". Os únicos pontos negociáveis, segundo ele, são o reajuste salarial e a questão da compensação de horas.

Fábio Primo, presidente do Sindicato dos Rodoviários, disse que a categoria vai aguardar, mas a greve está mantida. "Uma pauta que a gente já reduziu pela metade, para negociar a gente aceita essa intervenção da superintendência, vamos aguardar se amanhã vão fazer alguma proposta, porque a gente não considera o que trouxeram hoje como proposta", disse. "Mais ou menos 50% da inflação, uma proposta que não contempla a categoria, a gente não aceita essa proposta. A greve está mantida para quinta-feira", disse."Chegamos ao limite do limite. A gente tinha uma proposta de quase 30 itens, reduzimos para 15, agora tem uma da superintendência com 9. A gente chegou ao nosso limite". Primo pediu que o prefeito Bruno Reis e o secretário de Mobilidade Fabrizzio Muller se envolvam mais na negociação.

Caso a greve aconteça, 30% da frota de ônibus deve rodar em Salvador, só com o motorista e catraca livre.

Após mais uma rodada de negociação, os rodoviários e empresários não conseguiram chegar a um acordo e uma nova reunião vai acontecer na próxima sexta-feira (19), às 10h. A categoria está em estado de greve, mas os ônibus continuam rodando.

A decisão foi tomada na manhã desta terça-feira (16), durante reunião na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, no bairro do Comércio. O encontro entre trabalhadores e patrões teve momentos de discussões acaloradas.

"O desejo dos trabalhadores nunca foi fazer greve, a gente fez aquela paralisação de alerta. A gente busca uma proposta que contemple a categoria. Caso sexta-feira não aconteça isso, aí pode ter uma greve. O desejo dos trabalhadores não é fazer greve", disse o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Fábio Primo.

As empresas de ônibus acreditam que podem chegar a um acordo na próxima reunião. "São vários assuntos para serem discutidos. Adiou o processo de negociação para a sexta-feira. E aí sexta-feira, eu acho que vão aparecer propostas na mesa. A gente apenas elaborou as suas dificuldades", disse Jorge Castro, representante da Integra. Ele explica que a redução de passageiros é o principal entrave para atender as reivindicações dos trabalhadores. "A economia está em crise e a queda de passageiros é grande. Estamos rodando com 32% abaixo de antes da pandemia", completou.

A superintendente regional do Trabalho na Bahia, Fátima Freire, mediou o encontro e avaliou como positivo este primeiro dia. "Ao tomar posse, trouxe de imediato para superintendência essa mediação entre trabalhadores e representantes empresariais. A mesa de negociação foi instalada e foi aceita pelas partes. Existe a vontade de mediar e eu não tenho dúvidas de que vamos mediar a campanha salarial, para ser negociado e ser discutido".

Estado de greve
Na quinta-feira (11), a categoria aprovou o estado de greve em duas assembleias realizadas na Estação da Lapa. Os rodoviários pedem um aumento de 10% no salário e no ticket de alimentação.

Além disso, a classe pleiteia o fim da compensação de horas. Hoje, quando um rodoviário faz hora extra, os empresários têm seis meses para pagar ou compensar com folga. O sindicato pede que as horas sejam pagas na folha do mês seguinte. Os rodoviários ainda solicitam também a desapropriação de terrenos da empresa CSN para arcar com rescisões de trabalhadores da classe.

O prefeito Bruno Reis comentou sobre a greve dos rodoviários durante a entrega de uma nova via, no Stiep, na manhã desta terça. Ele fez um apelo para que a paralisação fosse realizada. "O sindicato patronal quer pagar a inflação do período e os rodoviários querem receber acima da inflação do período. E a gente está vendo o que está ocorrendo no Brasil à fora, a crise que vive o transporte público, onde aquelas categorias que não chegaram a um entendimento ou acordo quando foram para o dissídio acabou pela Justiça do Trabalho decidindo pela inflação do período. Então, para evitar isso eu espero que eles façam um acordo", disse.

Ele também relembrou que tentou mediar a negociação. "O que o prefeito pode fazer é, por um lado, pedir que os trabalhadores do transporte público, em especial pela crise que está vivendo, compreendam a dificuldade de dar qualquer reajuste acima da inflação. E por outro lado, os empresários se puderem fazer algum esforço, o mínimo que seja acima da inflação, que façam, mas efetivamente é esse o grande passo".

O prefeito Bruno Reis vai mais uma vez a Brasília discutir a proposta de subsídio do transporte público. Ele embarca nesta segunda-feira (15) para a capital federal.

"Estou indo daqui a pouco para Brasília. Junto com diversos outros prefeitos onde o ministro das Cidades vai apresentar oficialmente essa proposta proposta, essa que eu tive a oportunidade de contribuir dar sugestões e por conta das informações que nós demos e foram feitas diversas alterações", disse. Na semana passada, os prefeitos se reuniram para sugerir mudanças no projeto que trata dessa questão.

A expectativa é de que a proposta seja aprovada ainda hoje para depois ser encaminhada ao Congresso. "Espero que hoje nós prefeitos possamos aprovar essa proposta. Proposta essa que eu imagino que o governo federal vai encaminhar pro congresso pra viabilizar os recursos pra apoiar o transporte público. Aí naturalmente a partir de amanhã eu posso trazer informações pra vocês da imprensa de como vai funcionar o subsídio, qual a ideia do Governo Federal. Então só nas últimas três semanas eu tive que viajar pra Brasília, pro Rio pra tratar de transporte público", explicou.

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É na madrugada, entre 4h e 5h, que tudo acontece. Portões dos edifícios são arrancados, paredes são escaladas e casas invadidas, pontos comerciais são arrombados. Desde o início do ano, o Tororó, um dos bairros históricos de Salvador, vive uma onda furtos – uma média de seis ocorrências por semana, segundo os moradores. Eles dizem que os crimes são praticados por usuários de drogas, estimulados pelos inúmeros ferros-velhos instalados no Centro da cidade e no seu entorno. E a situação é tão preocupante, que as câmeras de segurança viram enfeites.

“Ninguém está aguentado! Todo o dia a gente tem pelo menos um relato de que eles (criminosos) entraram em algum lugar. Um prédio teve os portões arrancados duas vezes em 24 horas! Dois dias antes quatro deles circularam por aqui, fingindo que estavam pegando lixo para reciclar, mas na verdade estavam observando tud, fazendo uma levantamento da área. A gente acredita que foi um deles fez isso. O prédio tem câmeras, logo na entrada e é bem visível, mas mesmo assim não intimidou. Eles estão nem aí”, declarou Valnei de Jesus Almeida, líder comunitário, que fez referência aos furtos ocorridos no Edifício Cidade Remanso nos dias 30 de abril e 01 de maio.

O prédio em questão fica na Rua da Capelinha, conhecida como a Capelinha do Tororó. Nas imagens que foram disponibilizadas à reportagem, um homem carrega um dos portões de alumínio. “Ele levou um (portão) da entrada principal e o outro que liga a garagem ao play. O inacreditável foi a audácia! Não levou tudo de uma vez. Em um dia arrancou um e no dia seguinte, puxou o outro. Tudo depois das 4 da manhã”, contou o autônomo Márcio Sandes, 50, que duas tias que moram em um dos apartamentos – uma de 79 e outra de 91 anos.

O edifício não tem porteiro e contava com acesso livre à escadaria do prédio. “Passei dois dias aqui dormindo na casa delas. Não podia deixá-las sozinhas”, disse o sobrinho. No primeiro dia em que o ladrão agiu, um morador escutou o barulho. “Foi de alguém se jogando contra alguma coisa. Provavelmente foi isso que ele (ladrão) fez, usou o próprio corpo contra a estrutura e depois sair arrancando. Quando o morador apareceu na janela, já viu o cara levando o portão. Já no segundo dia, ele agiu que ninguém viu. Com o feriado, aqui ficou ainda mais deserto e chovia bastante”, contou Sandes.

O conserto dos portões – hoje de ferro – custou aos moradores R$ 4 mil. “Não pude sequer fazer uma cotação de preços. Tive que resolver o problema às pressas, porque estávamos todos vulneráveis”, contou a subsíndica, a aposentada Elizete Carvalho, 63. No entanto, o medo de um novo ataque é grande. “No roll de entrada temos mais componentes feitos de alumínio, como grades, as tampas que protegem os medidores de energia e água. Estamos todos preocupados porque do início do ano para cá, estamos tendo vários casos de furto como nunca tivemos. A polícia (Militar), quando vem, só passa e vai embora”, declarou a subsíndica. Ela disse que o condomínio registrou queixa na 1ª Delegacia (Barris). “Mas até agora, ninguém estava aqui. Vocês (reportagem) são os primeiros que nos procurou”, emendou a subsíndica.

Sauna
O nome Tororó tem origem indígena, que significa, na língua tupi “jorro de água” ou então “rio barulhento”. Vizinho dos bairros Engenho Velho de Brotas, Garcia, Barris, Nazaré e Boa Vista de Brotas, o Tororó tem o Apaxes do Tororó, o mais antigo bloco de Carnaval que traz como inspiração os povos indígenas desde 1968, levando alegria e dando ênfase no trabalho de preservação dos povos originários. “Parte da história da cidade está aqui e não vemos o cuidado merecido como em outras regiões da capital, como a Barra? Falta segurança aqui também! ”, disse o líder comunitário Valnei de Jesus.

Por pouco ele não deu de cara com os criminosos há três semanas. “Tentaram entrar na minha casa, mas neste dia estava acordado. Não conseguia dormir. Assistia televisão quando escutei alguém forçando a portinhola. Era umas 4h. Quando fui ver o quem era, correram. Vi uns dois em disparada. Eles agem no final da madrugada, porque as pessoas ainda estão com o sono pesado e dificilmente acordam, ainda mais num período chuvoso”, contou.

No dia 12 de abril, a Sauna Planetário 11, Rua José Duarte, a principal do bairro, foi invadia duas vezes pela mesma pessoa: uma mulher. Na primeira investida, por volta das 4h, ela teve acesso através de um basculante do sanitário de uma suíte e levou uma tv LCD de 40 polegadas. Na segunda invasão, fazendo o mesmo trajeto, a ladra pegou várias bebidas do bar, entre whisky, vodca e espumantes. Câmeras de segurança registaram a mulher carregando a televisão. O proprietário registrou o fato na Delegacia Digital.

Ferros-velhos
Há três semanas, o comerciante Paulo César Dantas Souza, 54, não acreditou no que viu. Paulo mora num prédio, a poucos metros da sauna. Um homem escalou o andar térreo, onde ele tem uma venda, e já estava praticamente dentro de sua varanda, quando o seu cão o expulsou o criminoso, pouco depois das 4h30. “Tinha esquecido a janela aberta e acordei com o cachorro agitado. Quando cheguei, o cachorro estava latindo e o ladrão já tinha pulado. Vi ele correndo. Esta não foi a primeira vez que tentam invadir a minha casa e o meu estabelecimento. Está muito difícil de viver assim”, declarou.

Em frente à casa dele, está a Barraca da Cris. “O dono não aguentou. Foi roubado três vezes em menos de um mês e desistiu do negócio. O lance todo é que os furtos são praticados por usuários. Levam para essas casas de ferro-velho pra comprar droga”, disse o comerciante. “O grande problema é que o Centro é cheio desses locais. Só no entrono do Tororó tem vários. Isso não aconteceria se não houvesse quem comprasse objetos quem foram furtados”, complementou o líder comunitário Valnei de Jesus.

A incidência da prática criminosa é tamanha, que em alguns prédios há cadeados nos portões para evitar nosso furtos, como é o caso do Edifício Joana Angélica, ainda na rua principal do bairro. “Arrancaram com tudo no ano passado e agora o síndico colocou essa corrente para dificultar”, disse o porteiro. A situação é a mesma no Edifício Alice, em frente a um centro espírita, na Rua do Amparo do Tororó. “ A gente espera que não se repita. Nós, moradores, estamos sem segurança. A qualquer momento corremos o risco de sermos abordados por ele na entrada ou saída. A vontade que tenho é de sair daqui” , disse uma mulher, da varanda.

Assaltos
E os furtos não são o único problema de quem mora no Tororó. Os assaltos também são frequentes, principalmente quem reside no final da Rua José Duarte. Um dos pontos cruciais é uma via de paralelepípedo que dá acesso à Rua Monsenhor Rubens Mesquita, que liga o bairro à Estação da Lapa. Segundo os moradores, bandidos agem disfarçados de entregadores. “Eles vão e vem de moto que ninguém pega. Assaltam aqui e usam a rua como rota de fuga. As pessoas aqui já andam assuntadas quando veem um desses motoqueiros com as bags nas costas. Alguns vizinhos desceram e quando chegaram na ponta foram roubados, porque eles (bandidos) ficam esperando também a oportunidade”, relatou o líder comunitário Valnei de Jesus.

A cerca de 50 metros dali, está a Rua Barbosa de Baixo, outro ponto perigoso. É uma escadaria, que dá acesso ao Vale dos Barris. Aqui, os ladrões estão a pé. “Atacam pela manhã, tarde, noite, chovendo. Pra eles não têm tempo ruim. Vão em cima de velhos, crianças, mulheres grávidas, não liberam ninguém. Geralmente atuam em dupla: um imobiliza e o outro toma tudo”, relatou um senhor.

Em nota, a Polícia Civil informou que os furtos ocorridos na sauna são investigados pela 1ª Delegacia Territorial dos Barris. “A unidade realiza oitivas para identificar os suspeitos”. Em relação aos demais casos, sugeriu que a reportagem consultasse “o policiamento ostensivo e preventivo”. Procurada, a Polícia Militar respondeu que atua preventivamente no patrulhamento em vias públicas ou através de acionamento. “Na região, o policiamento é realizado pela 2ª CIPM, mediante o emprego de viaturas que realizam rondas diuturnamente, com o apoio de equipes da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT) Rondesp BTS”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a Salvador na manhã desta quinta-feira (11). Ele participa de duas agendas na capital baiana.

Após desembarcar em Salvador, o presidente foi recebido pelo governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT).

A primeira agenda é na Arena Fonte Nova, onde participa, da primeira plenária estadual do Plano Plurianual (PPA) do Governo Federal.

De acordo com o Planalto, as plenárias seguem até 10 de julho, em São Paulo, passando por todos os estados e o Distrito Federal. Na Fonte Nova será lançada a plataforma digital Brasil Participativo, que permite a todo cidadão opinar na definição de programas e propostas para o Brasil.

A comitiva presidencial conta com a primeira-dama Janja, e diversos ministros como o da Casa Civil, Rui Costa; do Planejamento, Simone Tebet; da Cultura, Margareth Menezes; do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, Wellington Dias; do Trabalho, Luiz Marinho; do Esporte, Ana Moser; além de Márcio Costa Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República e o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta.

Já no final da tarde, Lula participa, ao lado da ministra da Cultura, Margareth Menezes, da cerimônia de assinatura do Decreto de Regulamentação da Lei Paulo Gustavo, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves.

 

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A assembleia do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, que ocorreu na manhã desta quinta-feira (11), deliberou estado de greve em Salvador. A decisão ocorre após a classe demandar um aumento de 10% no salário e no ticket de alimentação e não receber contra-proposta dos empresários que administram as empresas de ônibus em circulação na capital.

Fábio Primo, presidente do sindicato, afirma que não houve qualquer proposta por parte dos empresários, o que revolta a classe. "A gente precisa fazer a proposta até o fim de março, o que fizemos. Estamos em maio e nenhuma proposta foi feita por eles, não recebemos nenhum retorno. Um desrespeito com o trabalhador essencial", diz o presidente do sindicato.

O estado de greve não tira os ônibus de circulação de imediato e nem faz a classe parar. Após deliberação, é publicado um edital que viabiliza a entrada em uma greve geral após 72 horas, o que possibilitaria a paralisação do serviço já no próximo domingo (14). Porém, os trabalhadores não devem parar antes da próxima terça-feira (16).

"Temos uma reunião de conciliação com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e os empresários. Esperamos ter lá um avanço nas negociações e, enfim, ouvir uma proposta por parte dos empresários porque o aumento anual é um direito nosso. Ou tem acordo ou vai ter greve", fala Fábio Primo.

Procurada pela reportagem para responder sobre os questionamentos da classe, a Integra afirmou que já se reuniu com os trabalhadores e que uma porcentagem das demandas já foram garantidas. "Realizamos 4 reuniões, fechamos mais 40% das reivindicações, temos alguns impasses econômicos e financeiros e haverá reunião de mediação no MTE no dia 16 às 10:00h. Esperamos que se resolva", escreve.

Apesar disso, o sindicato segue sustentando que as conversas não fizeram surgir nenhuma proposta de aumento salarial ou ticket. O MTE confirmou a reunião das próxima terça-feira e explicou melhor para que serve a negociação. De acordo com o órgão, se trata de um processo onde se escuta as demandas dos dois lados e se considera as necessidades dos envolvidos para a construção de um acordo possível.

"O serviço de mediação da Superintendência Regional do Trabalho da Bahia integra o processo de negociação coletiva de trabalho, onde o negociado se sobrepõe ao legislado. Visa oferecer às partes informações sobre os efeitos e consequências do conflito, formular propostas, ou recomendações, facilitar o entendimento dos envolvidos e estimulá-los à solução consensual", explica em nota.

A Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob) foi procurada para responder se acompanha o caso e tenta auxiliar de alguma forma. No entanto, não respondeu até o fechamento da reportagem.

Valores defasados
Wesley de Carvalho, 40 anos, trabalha como cobrador há oito anos em Salvador. Por conta do aumento dos custos com alimentação, ele afirma que há uma defasagem dos valores que são pagos para os rodoviários no momento.

"Aumentou tudo e a gente não consegue viver mais. Trabalhamos todo dia, somos uma classe essencial para que as pessoas se desloquem e não tem valorização. O rodoviário precisa de aumento", responde o cobrador.

Além de 10% no salário e no ticket alimentação, a classe pleiteia o fim da compensação de horas. Hoje, quando um rodoviário faz hora extra, os empresários têm seis meses para pagar ou compensar com folga. O sindicato pede que as horas sejam pagas na folha do mês seguinte.

Motorista há 14 anos em Salvador, Adriano Argolo, 41, diz que é fundamental que a compensação deixe de existir e haja um pagamento automático. Isso porque ele afirma que as horas não são compensadas como deveriam pelas empresas.

"Tem esses seis meses, mas eles não pagam. Passa esse tempo todo e a gente não tira as folgas devidas pelo tempo que trabalhamos. E todo dia é hora extra, final semana passando mais de duas horas para poder voltar para casa. Ninguém pode trabalhar de graça", reclama.

Os rodoviários ainda solicitam também a desapropriação de terrenos da empresa CSN para arcar com rescisões de trabalhadores da classe. Na última segunda-feira, inclusive, o sindicato se reuniu com o prefeito Bruno Reis (União Brasil).

O prefeito Bruno Reis assinou nesta segunda-feira (8) o projeto de lei que regula a atuação do Serviço de Transporte Individual de Passageiros por Táxi (Setax) na capital baiana. A medida amplia as idades máximas dos veículos para 10 anos e vale tanto para taxistas (convencionais e de cooperativa), quanto para motoristas por aplicativos. De autoria do Executivo, o projeto foi aprovado no último dia 26 pela Câmara Municipal.

As normas, que são emergenciais, têm validade de 2 anos. A idade anterior para os veículos era de oito anos. Nas redes sociais, o prefeito comemorou a sanção.

“A medida traz uma série de benefícios. Para essas categorias, estamos ampliando a idade máxima da frota, que passa de oito para dez anos”, afirmou. Outros benefícios previstos na nova norma legal são aos taxistas, entre eles, a ampliação da validade do curso para os profissionais para cinco anos e para as autorizações e habilitações para 10 anos.

"É um pleito antigo da categoria, após a nova decisão do Supremo, que são as transferências da permissão inter vivos. Os taxistas já podem entrar com os processos na secretaria, para que a gente possa regularizar essas transferências”, acrescentou o prefeito.

De acordo com Denis Paim, presidente da Associação Geral dos Taxistas (AGT), o projeto traz um alívio para os taxistas. "Tinha mais de 1200 veículos que iriam deixar de circular em Salvador com o início da vistoria. Os preços dos carros aumentaram. Muitos taxistas estão com o nome negativado e sem conseguir fazer o financiamento. Quem ganha é a categoria, já vamos ter dois anos para respirar", afirma Denis.

A plataforma de corrida por aplicativo Uber afirma que o projeto traz avanços porque leva em consideração a realidade econômica e o envelhecimento da idade média da frota brasileira. "O novo limite vai beneficiar centenas de motoristas parceiros que geram renda com a plataforma e que poderão continuar dirigindo com seus veículos", diz nota.

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