O Jornal da Cidade

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Apesar do aumento de casos de covid-19 na Bahia nos últimos dias, o governador Rui Costa (PT) negou, na manhã desta sexta-feira (16), que houve um avanço de 700% no mês e que dados do relatório da última quarta-feira (14) mostram o contrário.

“Eu não tenho esse número [de 700% de avanço nos casos] que você [o repórter da coletiva] acabou de citar não. Eu pedi o relatório de quarta-feira, os números estavam estáveis com ligeira tendência de queda. Ao chegar aqui passei uma mensagem pedindo um relatório de hoje, mas esse número eu não confirmo não”, disse Rui, ao ser questionado em coletiva de imprensa durante ato focado nas novas instalações da Polícia Civil que na antiga EBDA, em Itapuã.

“Ele [número de casos] cresceu e naquele momento eu fiz o decreto. De uma semana para cá, está em torno de nove mil casos ativos e com uma leve tendência a iniciar a queda”, ressaltou.

A segunda semana de dezembro registrou 13.356 novos casos de covid-19. É a maior soma semanal desde 24 de julho, quando o estado notificou 11.821 pacientes ativos com a doença em sete dias, conforme boletim epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab). No geral, o número de casos ativos de covid-19 no estado aumentou 734% a partir de novembro. No dia 14 do mês passado havia 1.105 novos casos ativos, na quarta-feira (14 de dezembro), exatos um mês depois, os registros subiram para 9.223.

Com a tendência de explosão de infecções após o Natal e o Ano Novo, por conta do relaxamento nas medidas de proteção como álcool em gel e máscara, atrasos para completar o esquema vacinal e a circulação de subvariantes da cepa Ômicron da covid, médicos como o infectologista e professor na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Robson Reis, alertam que é preciso evitar que o vírus se prolifere ainda mais.

“Aglomerações de final de ano, idas aos centros de compras para o Natal, confraternizações de trabalho e escolares, reuniões e encontros para assistir jogos da Copa do Mundo, tudo isso influencia [o aumento de casos]”, enumera.

O estudante de administração Filipe Ferreira, 19, faz parte da estatística. O teste dele deu positivo no dia 6 de dezembro. A suspeita é que tenha contraído o vírus em uma festa com mais de 800 pessoas. O estudante acordou com a garganta inflamada logo no dia seguinte. Ele ainda apresentou febre e dor de cabeça, mas agora já está bem. Sem medo de reinfecção, Filipe planeja comemorar Réveillon com amigos em Guarajuba, distrito de Camaçari.

“Tomei as vacinas e para quem está imunizado, a doença não vem tão forte. Mas, por enquanto, estou me resguardando. Só vou viajar no Ano Novo”, diz.

Quem cancelou os planos de viajar em 31 de dezembro foi a psicóloga Darci Roullet, 59, que também testou positivo na última semana. Ela não sabe se pegou a covid após se reunir com a família para assistir à Copa ou levar a neta para tratamento em uma clínica. Seus sintomas foram dor de cabeça, dor no corpo e febre.

Apesar do teste positivo, a preocupação maior foi o marido Amaro, 67. “Meu esposo pegou de mim. Ele teve de tomar antibiótico e como é diabético e hipertenso, o quadro dele foi mais grave, ficou com sensação de desmaio”.

Vacinados até a quarta dose e medicados, ambos também já estão em recuperação. “Eu ia viajar, mas agora desisti. Preferi ficar em casa”.

Vacinas
Na Bahia, 2,8 milhões de pessoas (51,04%) estão com a segunda dose de reforço [quarta dose] em dia. Ao todo, 5,6 milhões estão aptos para receber o imunizante. Já na terceira dose – ou a primeira do reforço - 7,6 milhões (60%) tomaram a injeção. O público esperado é de 12,7 milhões.

Segundo a Sesab, o estado tem recebido doses regularmente e tem estoque de aproximadamente 140 mil ampolas da Pfizer para adultos e 40 mil doses de Astrazeneca/Fiocruz. A pasta solicitou ao Ministério da Saúde na quarta-feira (14), mais 10 mil doses de Astrazeneca/Fiocruz, 10 mil de Janssen e 100 mil da Pfizer para adultos.

“As vacinas AstraZeneca em estoque têm validade até janeiro, e as da Pfizer, até abril. A coordenação de Imunizações da Sesab ressalta que vem percebendo um declínio no pedido de vacinas por parte dos municípios nas últimas três semanas”, declara o órgão, em nota.

O índice de cobertura para crianças de seis meses a dois anos é que preocupa, apenas 0,36% desse contingente tomou a D1. Para crianças de 3 e 4 anos, 7,5% do público tomou o reforço (D2). Para o público-alvo infantil menor de 12 anos a pasta diz que não está recebendo doses há três semanas da Pfizer e CoronaVac.

O infectologista Robson Reis ressalta que é importante atualizar o esquema vacinal porque com o passar do tempo a imunidade tende a cair e a dose de reforço serve justamente para fortalecer o sistema de defesa novamente.

“Cerca de 90% das pessoas internadas são pessoas não vacinadas ou que não completaram o esquema vacinal. As variantes conseguem driblar o sistema imunológico por conta das mutações, mas fazem geralmente infecções leves nos vacinados”.

De 8 a 13 de dezembro, a Bahia teve 21 mortes por covid-19.

Atenção aos cuidados na confraternização natalina
Nas festas de Natal e Ano Novo, tanto para quem vai às festas públicas ou ficará em casa com a família, a orientação do epidemiologista Paulo Petry é a mesma: “Sempre que houver aglomeração, sobretudo em locais fechados, retome o uso da máscara, ventile os ambientes e complete o ciclo vacinal”. Para o dia a dia, ele orienta o uso da proteção facial no transporte público e outros locais fechados.

Decreto estadual tornou o uso de máscaras obrigatório nos transportes públicos e seus locais de acesso, como as estações de embarque; em salões de beleza e centros de estética; em bares, restaurantes, lanchonetes e demais estabelecimentos similares; em templos religiosos; em escolas e universidades; em ambientes fechados, tais como teatros, cinemas, museus, parques de exposições e espaços similares.

Os eventos têm realização autorizada. No entanto, voltou a ser exigido o uso da máscara e a comprovação de vacinação naqueles onde há controle de acesso e venda de ingressos. A comprovação será feita mediante apresentação da carteira de vacinação ou do Certificado Covid, obtido pelo aplicativo Conect SUS.

Petry explica que os principais sintomas das subvariantes da ômicron são similares aos da gripe, como coriza, tosse, irritação de garganta, cansaço e dor muscular. Só com testes dá para saber se é ou não covid. Para quem testar positivo, a recomendação é manter isolamento por, ao menos, sete dias.

Nos eventos de final de ano:

1. Use máscara em ambientes fechados e remova só para alimentação;
2. Higienize as mãos após cumprimentar amigos e familiares;
3. Deixe o ambiente mais ventilado [com janelas e portas abertas]
4. Mantenha distanciamento físico [mínimo de 1,5 metro]
5. Mantenha o esquema vacinal atualizado antes do evento ou viagem

Uma semana após a Seleção Brasileira ter sido eliminada da Copa do Mundo do Catar, diante da Croácia, a loja de variedades Supermercado de Festa, na Rua do Paraíso, no centro de Salvador, ainda recebe lotes de produtos temáticos para serem vendidos aos torcedores. O problema, no entanto, é que os pedidos foram feitos quando o Brasil ainda estava na disputa. Agora, com a queda nas quartas de final, as vendas caíram 70% e as mercadorias estão ‘encalhadas’ nas prateleiras.

Conforme a Seleção avançava no Mundial, mais produtos foram sendo comprados, segundo a vendedora Louise Dantas, 21 anos, que trabalha no local há quatro. A expectativa de levar o hexa era grande entre os proprietários, assim como a lucratividade com a vitória. Mas a bonança durou pouco.

“O investimento seguiu a esperança. Nas primeiras semanas vendemos muito, ao ponto de vários produtos esgotarem. Para não deixar o público em falta, fomos repondo. O que mais saiu foram os artigos decorativos, como bandeiras e vuvuzelas. Os acessórios também tiveram uma boa saída na época”, detalha.

Ainda segundo ela, até a semana passada, o estabelecimento estava tomado por produtos nas cores verde e amarelo. Mas, hoje, conta com menos de uma sessão. Para não ficar no prejuízo, o excesso de mercadorias será devolvido às fábricas. Já as que seguem nas prateleiras serão mantidas até o fim do mês para serem vendidas aos poucos clientes que estão comprando com o objetivo de decorar aniversários.

Especificamente para a Copa do Catar, a expectativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), com base no levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio, era de que o faturamento do varejo baiano chegasse a R$ 49,3 milhões, o maior previsto entre os estados do Nordeste.

Em todo o país, o número esperado chegou a R$ 1,48 bilhão, percentual 8% acima do volume registrado na Copa de 2018, que ocorreu na Rússia e movimentou R$ 1,37 bilhão. Na época, as maiores vendas foram registradas no ramo de eletrodomésticos - com R$ 535,5 milhões arrecadados -, seguido dos eletroeletrônicos e artigos pessoais, com R$ 332,6 milhões.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas), Fábio Motta, ainda não é possível afirmar qual setor mais arrecadou na Bahia com o varejo destinado a Copa, mas já se pode dizer que a derrota brasileira representa uma redução de 15% no faturamento esperado para este período no setor de bens não-duráveis, como roupas, calçados, acessórios e decorações. “Acaba sendo uma perda, não só pelo investimento para formar um estoque, mas também pelos investimentos adicionais para renová-lo a cada vitória da Seleção”, explica o gestor.

Drible no prejuízo
Ainda na Rua do Paraíso, os adereços vendidos na loja de fantasias Festa Fashion também encalharam na última semana. Entre os produtos mais vendidos até a data trágica estavam a peruca de moicano verde e amarelo e o chapéu estampado com a bandeira nacional. Os mesmos que, agora, quase não são comprados pelos clientes.

Os dois custam R$ 10 desde o início das vendas, pois baixar os preços não seria uma opção vantajosa para o estabelecimento. Como é uma loja menor, também não será possível devolver os produtos à fábrica. Por isso, os proprietários pretendem manter o que sobrou até o final da Copa, no domingo. Depois, eles guardarão o estoque para expor em outra data oportuna.

Já a vendedora de roupas Patricia Santos Coelho, 46 anos, que tem uma loja na Avenida Joana Angélica, preferiu adotar a estratégia de baixar os preços para liberar o que sobrou e dar lugar às vendas natalinas. A camisa do Brasil, que custava R$ 30, passou a ser vendida por R$ 15. Assim como as peças, os acessórios com as cores da bandeira também foram postos em promoção.

“O povo se revoltou com a derrota e sumiu. Mas como só teremos chance de ter uma venda expressiva [desses produtos] como foi a desse ano, na próxima Copa, preferi reduzir os valores para não sair tão no prejuízo, com queda de 40% nas vendas”, lamenta.

O comunicólogo Wandel Cerqueira, 23 anos, acreditando na conquista do hexa, chegou a comprar uma camisa nova em uma loja online. Mas como a entrega do produto atrasou e a nova previsão estava marcada para a final da Copa, ele cancelou a compra após a eliminação da seleção brasileira.

Para ele, apesar do custo benefício na aquisição do produto, que custou R$ 90 - comparado ao preço de R$ 299,99 da oficial -, o valor pago não compensaria a decepção pela derrota do Brasil. “Eu só pedi reembolso porque a seleção perdeu. Eu fiquei muito chateado e falei: ‘Ah, não quero mais não’”, disse Wandel.

Presente nos cartões postais, nos livros de história e em cada esquina dos principais centros turísticos, o acarajé é elemento indispensável ao pensar na Bahia. Há até quem peça a Deus livramento quando cogita não poder saborear as iguarias baianas feitas com o azeite de dendê, que dá o toque dos deuses não só ao acarajé, como também às moquecas, carurus e vatapás. No entanto, esse elixir divino está novamente ameaçado de escassez graças a uma nova crise produtiva.

O problema que torna palpável o risco de não encontrar o dendê é, na verdade, de muito tempo. De acordo com Rita Ventura, presidente da Associação Nacional das Baianas de Acarajé (Abam), a Bahia só produz 2% do dendê que é consumido internamente no estado. Essa produção está concentrada em 28 municípios baianos, mas a falta de políticas públicas dificulta o desenvolvimento pleno de toda a capacidade produtiva da região.

“O nosso problema é o descaso que vem ao longo dos anos. Há quase 30 anos não há nenhum investimento. Em cada município há um órgão específico para cuidar do cacau, mas para o dendê não tem nada, é cada um por si”, afirma a presidente da Abam.

Em 2021, a Bahia produziu 39.411 toneladas de dendê em 13.057 hectares de terra, em um aumento de 6,1% em relação de 2020, ano em que foram produzidas 37.143 toneladas. Apesar de ser a segunda maior produtora do Brasil, o estado está muito atrás do Pará, líder de produção responsável por 98,6% do dendê do Brasil no ano passado, de acordo com dados da Produção Agrícola Municipal de 2021, informados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Como alternativa para a baixa produção, existe a tentativa de importar dendê do Pará para a Bahia. Contudo, de acordo com Rita, esta não é uma opção viável economicamente nem a ideal para o consumo baiano. “Isso é um grande problema para nós, porque encarece muito o frete. Em segundo lugar, o dendê de lá não é um dendê próprio para nós porque é produzido para ser vendido para a produção de biodiesel”, explica.

O preço do produto na Bahia tem subido exponencialmente, uma vez que aqueles que se arriscam a pagar uma carreta para trazer o dendê do Pará estão desembolsando cerca de R$ 270 mil. Na Feira de São Joaquim, em Salvador, um balde de 12 a 14 litros que costumava valer R$ 64 em fevereiro de 2020, hoje está custando até R$ 190, representando um aumento de 196,8% em 34 meses. Baiana de acarajé, Ana Cassia Nery, 41, relata que esses aumentos frequentes têm sido cada vez mais dolorosos para seu bolso.

“Nós estamos achando [o azeite de dendê], mas o valor está bem elevado. Não está mais o mesmo valor que eu comprava antes. Um balde que eu comprava por R$ 80, hoje é R$ 170, de eu chorar para o meu fornecedor para ele fazer mais barato, porque para ele também está complicado”, afirma a baiana Ana Cassia.

Defasagem técnica

Um dos grandes problemas que também põem em risco a continuidade da atribuição da Bahia como a terra do dendê, ao menos no Nordeste, é a falta de mão de obra, questão que vem se arrastando ao longo dos anos. Os peeiros, profissionais que sobem nos dendezeiros, por meio de uma peia, para colher cachos de dendê, estão em falta pelas condições do ofício. Quem se arrisca a subir e trabalhar a 25 metros de altura ainda são os mais velhos, que nem sempre conseguem dispor de meios para executar o trabalho da melhor maneira.

“Precisamos de renovação, de novas mudas, mas também de equipamentos atualizados para que esses peeiros possam colher o dendê. Nós, as baianas de acarajé, estamos tendo problema com a fumaça do dendê, como câncer e outras doenças por causa da oxidação”, sinaliza Rita Ventura.

A oxidação acontece porque, a depender de como os cachos são cortados, muitos caem no chão e ficam aguardando cerca de 20 dias para serem recolhidos e encaminhados para a fábrica. Nesse tempo, a chuva e o sol agem sobre o fruto, permitindo que ele oxide.

Com as dificuldades encontradas para o cultivo do fruto, muitos produtores têm substituído o dendê por outras culturas. Para André Souza, produtor de dendê em Camamu e professor titular da Universidade Estadual do Sudoeste Da Bahia (Uesb), o descaso governamental tem parcela de culpa nessa realidade.

“A falta de políticas públicas, que não leva a tecnologia, já é um dos primeiros problemas. Eu montei um roldão, que é a usina de fabricação do dendê, e até hoje eu trabalho com o motor a diesel, porque a Coelba não ligou a energia na minha fazenda. É um absurdo”, critica.

Costa do Dendê

Formada pelos municípios de Maraú, Ituberá, Igrapiúna, Aratuípe, Cairu, Camamu, Valença, Taperoá e Nilo Peçanha, a Costa do Dendê é a região cujos agricultores familiares têm o fruto como um dos pilares da sua economia. Valença é a segunda maior produtora do estado, com 5.950 toneladas, segundo o IBGE, embora nos últimos anos tenha apresentado uma queda significativa na sua produção. De 70 mil toneladas por ano, a cidade atualmente produz apenas 10 mil toneladas.

André Souza conta que a produção do município caiu de 40 mil toneladas para 1.600 toneladas nos últimos três anos. Para ele, o problema principal nunca foi climático ou de outra ordem além da falta de políticas públicas, mas hoje existe uma série de outros fatores, como a substituição progressiva desse tipo de plantação por outras culturas devido a maior rentabilidade e dificuldade de encontrar mão de obra.

O professor ainda destaca a especulação imobiliária como fator que contribui a queda de produção na Costa do Dendê. “O dendê por vezes está bem próximo às áreas de turismo que compõem o Baixo Sul e chega até o sul. Nessas áreas mais próximas da praia, como Barra Grande e Morro de São Paulo, todo mundo vira as costas para o dendê. Vale muito mais o valor do terreno com a especulação imobiliária do que a plantação”, ressalta.

Iniciativas

Segundo Rita Ventura, presidente da Abam, a última vez que o governo baiano lançou uma ação voltada para a cultura do dendê com o objetivo de apoiar os agricultores familiares foi em 1990.Com o objetivo de cobrar políticas públicas do novo governador eleito Jerônimo Rodrigues (PT), entidades vinculadas a diferentes segmentos da sociedade e personalidades ligadas à cadeia produtiva do dendê criaram o movimento Salve o Dendê.

Na carta que será entregue ao governador logo após a posse do novo cargo, o grupo pediu, entre outras iniciativas, pela criação de uma secretaria específica para tratar de assuntos relativos ao fruto e criação de linhas de créditos de investimento para o produtor e empresas que beneficiam o cultivo no estado.

Procurada, a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR) reconheceu a importância das solicitações e afirmou que buscará agir, juntamente com outros parceiros, para tratar da cultura de forma a minimizar os problemas, principalmente “no que se refere a inovação tecnológica e a substituição de equipamentos que estão ultrapassados para a colheita, visando modernizar o processo e permitindo que o agricultor possa colher os frutos sem os sacrifícios árduos como da subida nos troncos com as ‘peas’, melhorando a qualidade de vida dos agricultores familiares e a conservação ambiental”.

Ainda, a pasta afirmou que a o grupo também se ocuparia em expandir a cultura com novas técnicas de cultivo e manejo, variedades, disponibilidade de mudas e ofertas de linhas de crédito específica para o segmento. E informou que, atualmente, para apoiar o sistema produtivo do dendê na Bahia, o Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à SDR, está investindo cerca de R$ 3,5 milhões, em ações voltadas para o processamento e beneficiamento do dendê nos territórios Baixo Sul e Recôncavo.

De acordo com a Secretaria, os investimentos da CAR são por meio do Projeto Bahia Produtiva, projeto que visa dotar os agricultores familiares e suas organizações produtivas de infraestrutura necessária, com a implantação de unidades modernizadas de beneficiamentos e processamento do dendê, para qualificar a produção do azeite.

As famílias também recebem assistência técnica e extensão rural (Ater), ofertadas pela Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão (Bahiater), unidade da SDR. Segundo a pasta, 8.316 famílias estão recebendo o serviço por meio de ação direta e indireta da Bahiater/SDR e em parceria com entidades de ATER conveniadas, prefeituras municipais e consórcios públicos.

Muito além da gastronomia

Utilizado no caruru, vatapá, moqueca e farofa de banana baiana, a importância do azeite de dendê vai muito além da culinária. Na alta estação, de tão requisitado, o elixir da Bahia se torna essencial para movimentar o turismo das cidades costeiras. Baiano de acarajé há 42 anos, Nailton Souza, 61, conta que trabalha em ponto turístico e que, no verão, o dendê costuma ser ainda mais procurado.

Na religiosidade, o fruto do dendezeiro se revela como um elemento intrínseco à cultura local quando utilizado para preparar o alimento dos orixás. É no prato cozido com o óleo de dendê que muitos baianos recorrem às divindades para pedir e para agradecer.

Segundo o professor Alcides Caldas, do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia, que trabalha diretamente com produtores de 23 municípios da Costa do Dendê, para reconhecer os diversos simbolismos do dendê, foi dada a entrada na Câmara Técnica do Patrimônio do Conselho Estadual de Cultura, no dia 21 de novembro, o pedido de reconhecimento do dendê como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado da Bahia.

Esse pedido surgiu com o intuito semelhante ao do registro da Indicação Geográfica (IG) da Costa do Dendê, uma espécie de selo de qualidade para proteger quem está no front da cadeira produtiva. “O patrimônio e a IG são ativos que podem ressignificar essa produção do dendê. Ele pode agregar valor e, transversalmente, pode se articular com questões do turismo, com a inovação tecnológica e com a realização dos eventos, que podem viabilizar um crédito de renda na melhoria das condições de vida da população”, salienta.

Os dois homens suspeitos de matar a tiros Rodrigo da Silva Santos, de 33 anos, e Hynara Santa Rosa da Silva, 39, que atuavam como rifeiros, chegaram ao local cerca de duas horas antes do crime. O caso aconteceu na tarde do último domingo (11) em uma praia de Barra do Jacuípe, local turístico da orla de Camaçari, na região metropolitana de Salvador.

Informações colhidas pela TV Bahia na Delegacia de Monte Gordo apontam que um dos assassinos chegou sozinho, por volta das 16h, no quiosque onde o casal estava. Logo depois, um outro homem usando um capacete chegou ao local e também ficou aguardando.

Quando o casal retornou para a água, onde estava fazendo passeios aquáticos com jetski, os suspeitos começaram a fazer os disparos. O proprietário do bar e uma funcionária se esconderam para se proteger dos tiros. Haviam poucas pessoas no local e os assassinos fugiram em seguida.

Ainda de acordo com a TV Bahia, pessoas próximas aos rifeiros estão sendo ouvidas para identificar se houveram ameaças de morte antes do crime. Tanto Rodrigo, quanto Hynara, usavam carros blindados.

A Polícia Civil informou ao CORREIO que a investigação está em andamento e que não há atualizações. O caso está sendo investido pela Delegacia de Monte Gordo.

Enterro
Os corpos dos rifeiros foram enterrados na última segunda-feira (12) no cemitério Bosque da Paz. Reunidos no salão cerimonial, cerca de 200 pessoas entre familiares, amigos, influencers e clientes se juntaram para dar o último adeus ao casal.

Definidos como alegres e alto astral por aqueles que os conheciam, Rodrigo e Hynara, que foram velados e enterrados juntos, deixaram todos os presentes e seus seguidores nas redes sociais profundamente abalados com suas mortes. Amiga de infância de Rodrigo, a motorista Carla Iglesias, 45, contou que Dignony, como era conhecido nas redes sociais, sempre foi uma pessoa sonhadora e do bem.

“Eu vi Rodrigo na barriga da mãe dele. Desde a infância, ele era um menino que sempre sonhou, um filho exemplar, não tinha nada para reclamar dele. Era um menino de boa índole”, afirmou a amiga.

Vivendo a infância em Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia, o sonho de Rodrigo era trabalhar como produtor ou empresário no ramo musical. Ele chegou a desenvolver a carreira, que não decolou como pretendia. Como alternativa, há três anos, ele começou a vender rifas e conseguiu ascender socialmente. Segundo Carla, o novo padrão de vida do amigo, que exibia seu dia a dia nas mídias sociais, pode ter incitado inveja e motivado o crime.

“Ele era novo no ramo de rifa. Ameaça não foi [a causa do crime], porque ele não devia nada a ninguém. Certamente foi inveja, povo que não gosta de ver ninguém bem, crescer na vida. E eles cresceram rápido, mas não deviam nada”, reiterou a amiga, emocionada.

Desolada, a mãe de Rodrigo permaneceu ao lado do caixão do filho durante todo o velório. Já a afilhada do casal, a jovem Eduarda Oliveira, 13, disse querer preservar a imagem dos padrinhos vivos. “Vou sentir falta de tudo deles. Eu me sinto muita abalada com tudo que aconteceu. Era uma coisa que eu não queria [estar vivendo]. Está todo mundo triste”, frisou.

Também presente para a despedida, o empresário Francisco Júnior, vizinho e amigo do casal, lembrou que Rodrigo e Hynara sempre apareciam alegres e afirmou ser essa a imagem que fica como legado deles. “Meu filho brincava com o filho deles, eles tinham uma relação no parquinho, no condomínio. Eu fiquei assustado [ao receber a notícia], não se tem mais segurança, ficamos reféns dessas pessoas. Foi chocante, ficamos tristes, porque acabou uma família”, lamentou.

Crime
Com a morte, Rodrigo e Hynara deixaram um menino de 3 anos de idade órfão. A mulher ainda deixou um garoto de 9 anos, fruto de um outro relacionamento. No momento do crime, o casal estava em uma praia em Barra do Jacuípe. Eles estavam curtindo a tarde de domingo (11) e, logo após um banho de mar, foram alvejados com diversos tiros que atingiram o peito e a cabeça de ambos.

Segundo testemunhas apontam, os suspeitos estavam próximo a um quiosque quando executaram os disparos. A Polícia Militar informou que o chamado para o caso aconteceu por volta das 18h30 e que agentes da 59ª CIPM, que atua na região, isolaram o local e acionaram o Departamento de Polícia Técnica, que procedeu com a perícia e remoção dos corpos.

Últimos momentos
Horas antes do ocorrido, Rodrigo fez uma sequência de stories anunciando suas rifas à beira mar e no comando de uma moto aquática. Já Hynara, conhecida como Naroka, apareceu triste nos stories do Instagram para seus mais de 100 mil seguidores, contando que tinha acabado de conversar com uma amiga da época da escola, o que a fez voltar a memórias de dificuldades vivenciadas no passado.

Um dia antes do duplo homicídio, Naroka, que acreditava que os sonhos costumavam ser “avisos”, relatou a uma amiga um presságio que teve na véspera de sua morte. “Sonhei que eu estava com você no Comércio, com roupa de academia e parou um carro e chamou o nome dela, aí deram um tiro, eu me escondi atrás da árvore e consegui rastejar até meu carro e comeu a chamar ela, porque meu carro é blindado... eles atiravam tanto e eu saí correndo até a polícia... e a acordei assustada”, dizia ela na mensagem.

Pela primeira vez em 92 anos, Argentina e França estarão frente a frente em uma final de Copa do Mundo. Lideradas por dois dos principais craques do momento, as duas seleções se enfrentam no domingo (18), às 12h, em Lusail, em busca do tricampeonato.

França e Argentina vivem momentos completamente diferentes, mas com pontos semelhantes. Aos 35 anos, Messi é mais uma vez o comandante da equipe celeste. Mas o camisa 10 não é o mesmo das últimas Copas. Lionel está "Maradoneado", como os argentinos gostam de falar.

Messi tem se comportado como o líder que a Argentina sempre esperou. Se fora de campo ele apresenta temperamento mais explosivo, dentro dele tem deixado a sua versão mais conhecida. São cinco gols em seis jogos, o que faz dele um dos favoritos a ficar com título de melhor jogador do Mundial do Catar.

Por sinal, a sintonia entre campo e arquibancada tem embalado os sul-americanos na competição. Nem mesmo a derrota para a Arábia Saudita na estreia freou o ímpeto da torcida, que transforma a atmosfera dos estádios em cada jogo.

Outro ponto forte da Argentina está na beira do campo. O técnico Lionel Scaloni saiu de interino para transformador da seleção. Ele já havia deixado a sua marca na conquista da Copa América de 2021 e mostrou capacidade de evolução. Scaloni abriu mão de conceitos, deixou o 'campo falar mais alto' e moldou o time de formas diferentes contra adversários distintos ao longo da campanha na Copa. Para chegar à decisão, os argentinos deixaram pelo caminho Austrália, Holanda e Croácia no mata-mata.

A França, por outro lado, busca um bicampeonato consecutivo para uma geração considerada de ouro. O título com sobras em 2018, na Rússia, deu o sinal de que os franceses têm potencial para dominar o cenário nos próximos anos. Mas o técnico Didier Deschamps precisou remontar o time às vésperas da Copa.

A França sofreu com problemas médicos. Jogadores importantes como os meio-campistas Pogba e Kanté e o atacante Benzema foram cortados do Mundial. Ao todo foram 10 atletas lesionados, incluindo o lateral esquerdo Lucas Hernández, que se machucou na estreia.

Mesmo assim, os franceses mostraram que têm reposição à altura. Apesar da derrota para a Tunísia, quando já estava classificada, a equipe passou tranquila pela primeira fase. Mbappé confirmou o seu bom momento com gols e assistências. Companheiros no PSG, ele lidera junto com Messi a artilharia da Copa, ambos com cinco gols.

Griezmann é mais um que se reinventou pela seleção. O atacante foi deslocado para o meio-campo e é o principal motor dos 'bleus'. Até mesmo o centroavante Giroud, criticado por não ter balançado as redes no título de 2018, colocou o pé na forma e já marcou quatro gols no Catar.

A campanha até a final mostrou que os franceses têm um time sólido, embora não imbatível. A equipe passou por sufoco contra a Inglaterra, nas quartas de final, e Marrocos, na semifinal. Mas o talento individual foi preponderante para confirmar o favoritismo e colocar a França em mais uma decisão de Copa do Mundo.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou nesta quarta-feira (14) como será o funcionamento dos bancos neste período de fim de ano. Além dos dias 24, 25 e 31 de dezembro e dia 1º de janeiro, não haverá expediente também no dia 30 de dezembro.

"No dia 23/12 (sexta-feira), as agências bancárias terão expediente normal tanto para atendimento ao público quanto para a realização de todas as operações bancárias solicitadas pelos clientes. Já no dia 30/12 (sexta-feira), não haverá expediente bancário e as agências não abrem para atendimento ao público", descreve a Febraban, em nota. Os carnês e contas de consumo (como água, energia, telefone) vencidos no feriado poderão ser pagos sem acréscimo no dia útil seguinte.

Conforme previsto em Resolução do Conselho Monetário Nacional de 2020, não são considerados dias úteis para fins de operação bancária sábados, domingos e feriados de âmbito nacional e as agências bancárias não funcionam em feriados oficiais, sejam eles municipais, estaduais ou federais, lembra a Febrabran. "Dessa forma, os bancos não funcionarão nos dias 24/12 e 25/12 (Natal) e nos dias 31/12 e 01/01 (Confraternização Universal), além do dia 30. No dia 02/01 (segunda-feira), os bancos voltam ao expediente normal de atendimento ao público", informa.

Durante os feriados, a população poderá utilizar os meios eletrônicos de atendimento bancário, como mobile e internet banking, caixas eletrônicos, banco por telefone e correspondentes para fazer transações financeiras.

‘Não é só futebol’. Essa frase tão clichê talvez tenha a sua materialização perfeita na quarta-feira (14), pelas semifinais da Copa do Mundo no Catar. É um Mundial que já entrou para a história do futebol por vários motivos e, entre eles, o fato inédito que mais tem causado impacto nos noticiários e que norteiam as conversas pelas ruas de Doha: a trajetória de Marrocos figurando entre as quatro melhores seleções.

É a primeira vez que uma nação africana alcança as semifinais e é a primeira vez também que uma nação majoritariamente árabe alcança tal feito - seja africana ou não.

A trajetória da seleção marroquina, sobretudo no mata-mata, parece ter sido escrita cuidadosamente pela ironia do destino. Uma nação que foi colonizada e explorada pelos espanhóis, portugueses e, mais recentemente, pelos franceses, exatamente os mesmos adversários nas oitavas, nas quartas e, agora, nas semifinais.

Sonhando com uma final inédita e ainda mais inimaginável e surpreendente, a equipe marroquina tem pela frente a poderosa seleção francesa, atual campeã mundial. Um confronto mais conhecido fora das quatro linhas do que propriamente dentro, já que por 44 anos Marrocos foi um protetorado da França até conseguir a independência, em 1956. Apesar de ter sido sem uma guerra sanguinária e com fortes laços de cooperação e amizade, hoje os dois países não se entendem mais.

As relações estremecidas entre as duas nações têm uma explicação. Os marroquinos não veem com bons olhos a aproximação de França e Argélia, com quem Marrocos vive um conflito aberto, conhecido como “a guerra das tâmaras”. Além disso, o governo de Marrocos não aceitou a diminuição drástica, por parte da França, dos vistos concedidos a seus cidadãos.

O Le Parisien, jornal francês, crava que “o duelo desta quarta-feira não será somente no plano esportivo”. O periódico caracteriza Marrocos como “o pequeno polegar” diante da “gigante da competição” e cita a principal arma dos marroquinos para surpreender os franceses: “o empurrão de um continente inteiro”.

Torcida mais barulhenta
Desde o início do Mundial, os marroquinos são maioria e também os mais barulhentos no Catar. Tanto nos estádios nos dias de jogos, como também no Souq Waqif, um dos pontos turísticos mais movimentos das noites em Doha e que se tornou um ponto de encontro de torcedores nos demais dias.

À medida que os Leões do Atlas - apelido da seleção - foram vencendo e avançando de fase, a torcida ganhou reforço de torcedores oriundos do Marrocos e, principalmente, do povo local e das demais nações árabes.

A campanha já impressiona desde a fase de grupos, quando avançou como líder no Grupo F, que tinha a Croácia, atual vice-campeã, e a Bélgica, semifinalista em 2018, além do frágil Canadá que, por ironia, foi o único adversário a conseguir fazer um gol diante de Marrocos, que tem a defesa menos vazada da Copa. Ainda assim, foi um gol contra do zagueiro Nayef Aguerd.

Após o triunfo diante da Espanha, pelas oitavas de final, a cidade de Doha tremeu em festa. Bandeira marroquina foi projetada nos principais prédios e outdoors eletrônicos da cidade, um buzinaço tomou conta do trânsito e até uma queima de fogos de artifício abrilhantou o céu da capital catari em um espetáculo da altura do feito africano.

A partida de quarta-feira, de fato, vale muito para as duas nações envolvidas. Por um lado, a França quer se consolidar como a grande potência futebolística mundial que é e ser a terceira seleção a conquistar duas Copas consecutivas, se juntando a Brasil (1958 e 1962) e Itália (1934 e 1938). Se isso acontecer, ainda se descolará de Argentina e Uruguai como bicampeãs e será tri, ficando atrás só de Brasil (penta), Itália e Alemanha (ambas tetra).

No entanto, certamente, não se pode subestimar o tamanho moral que a seleção marroquina chega a esta decisão. Empurrada por 22 nações árabes, mais de 360 milhões de pessoas, vinda de vitórias diante de seus colonizadores e diante do mais poderoso deles.

Salvador é o 4º destino turístico mais buscado no Brasil por quem pretende viajar no Réveillon. A informação consta em pesquisa realizada pelo Kayak - serviço de busca de voos e roteiros turísticos –, que levantou os locais mais procurados no site entre os dias 16 de setembro e 16 de novembro deste ano, para viagens no período de 1º de dezembro de 2022 e 5 de janeiro de 2023. A capital baiana vem logo atrás de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE). Mas, o estudo do Kayak também mostra um crescimento de 261% nas buscas pela cidade, quando se compara o mesmo período de 2022 e o de 2019, antes da pandemia.

Um dos motivos para a capital baiana estar entre as mais atraentes do Verão é o Festival Virada Salvador, que este ano pretende superar os dois milhões de participantes de 2019, a última edição do evento antes da covid-19. Segundo a Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador (Secult), cerca de 377 mil turistas virão à cidade no período do Réveillon. São 201 mil visitantes do interior da Bahia (55%), 164 mil de outros estados do país (45%) e mais 12 mil de outros países (3,3%). A pasta estima, ainda, que entre 30 de dezembro e 2 de janeiro, a virada do ano irá movimentar R$ 326 milhões.

Em nota, a Secult informou que não realiza pesquisas de ranking, mas que nos últimos anos Salvador tem sempre ficado entre as cinco cidades mais procuradas e atribuiu o resultado à requalificação dos espaços, construção de novos equipamentos e divulgação. “A Prefeitura, através da Secretaria de Cultura e Turismo, informa que segue trabalhando para tornar Salvador o destino turístico mais procurado do Brasil”, diz o texto.

O setor hoteleiro está apostando na alta demanda já que em edições anteriores do Festival Virada a taxa de ocupação se aproximou de 100%. Na semana passada, durante o Salvador Experience 2022, evento que discute estratégias para o turismo da Bahia, empresários e agentes de viagem disseram que a meta para janeiro e fevereiro é alcançar 70% de ocupação, mesmo percentual de antes do coronavírus. Na primeira semana de dezembro ela ficou em 60%.

Festival Virada
O Festival Virada Salvador 2023 terá 70 horas de música e 36 atrações, sete em cada dia. A exceção é no dia 1º, que contará com seis nomes. Os shows começam a partir das 17h, e a montagem do palco segue a todo vapor na Boca do Rio, ao lado do Centro de Convenções.

Ainda faltam 15 dias para o evento, mas a estudante Ana Beatriz Souza, 20 anos, já está com a roupa separada. Moradora do Recôncavo, ela vai passar a virada de ano com a família na capital e contou que está animada:

“Da outra vez eu não estava namorando. Agora, além do meu namorado, tem uma prima e o namorado dela. Em 2019, estávamos em cinco pessoas e, em 2022, seremos oito, se não aparecer mais gente até lá”, brincou. A viagem está planejada desde outubro.

Em outubro, também, duas primas da promotora de vendas Gabriela Azevedo, 28, que moram em São Paulo, confirmaram que vão passar a virada em Salvador. “Elas vão chegar na semana do Natal e voltam na segunda semana de janeiro. Estão animadas”.

Operação Verão
Para garantir que o Verão terá energia de sobra, a Neoenergia Coelba informou que a Operação Verão terá investimento de R$ 135 milhões. “O trabalho é direcionado para as regiões que registram aumento de consumo de forma abrupta, o que faz com que essas localidades recebam as pessoas com mais segurança e mais tranquilidade”, afirma o diretor-presidente da Coelba, Luiz Antonio Ciarlini.

Segundo a empresa, em algumas regiões turísticas, como o litoral e a Chapada Diamantina, o consumo de energia durante o verão dobra porque além dos turistas de fora da Bahia e do Brasil, parte da população baiana migra de outras cidades para essas regiões, principalmente no período das festas.

A empresa fez melhorias em 45 km de rede, comprou novos equipamento e intensificou as inspeções e a manutenção do maquinário.

Bahia vai receber 6 milhões de turistas no verão
Cerca de seis milhões de turistas devem visitar a Bahia entre dezembro de 2022 e março de 2023, movimentando cerca de R$ 9 bilhões. O secretário estadual de Turismo, Maurício Bacellar, disse que o governo tem trabalhado em quatro áreas no programa Viva Turismo Bahia: biosegurança, capacitação de mão de obra, obras de infraestrutura e ações de promoção do destino Bahia. Ainda segundo ele, a estratégia rendeu bons resultados.

“Hoje, a Bahia já tem uma movimentação no turismo superior à época da pré-pandemia. O maior exemplo disso é o número de empregos gerados na atividade turística. Nós perdemos na pandemia 19 mil postos de trabalho e, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), até setembro de 2022, a atividade já tinha recuperado mais de 20 mil postos. Nossa expectativa é de que este Verão seja em movimentação turística superior a 2019”, afirmou.

O número de cruzeiros bateu recorde. Entre outubro de 2022 e abril de 2023, serão 110 atracações, sendo 75 em Salvador e 35 no porto de Ilhéus, no Sul do estado. Já a prefeitura de Salvador estima que o turismo movimente cerca de R$ 5 bilhões, entre dezembro e março. São esperados 3 milhões de visitantes nesse período na capital.

Confira a programação do Festival Virada Salvador 2023:

28 de dezembro

Bloco afro Ilê Aiyê
Bell Marques
Nattan
É o Tchan
Ivete Sangalo
Tarcísio do Acordeon

29 de dezembro

DJ Alok
Gusttavo Lima
Rafa e Pippo
Xand Avião
Parangolé
Simone Mendes

30 de dezembro

Durval Lélys
Jorge & Mateus
Psirico
Mari Fernandez
Vítor Fernandes
Thiago Brava

31 de dezembro

Lincoln
Léo Santana
Wesley Safadão
João Gomes
Zé Vaqueiro
Thiago Aquino
Cláudia Leitte comanda a virada

1º de janeiro

Daniela Mercury
Saulo
Olodum
Timbalada
Danniel Vieira
La Fúria

A partir de 1º de janeiro de 2023, o salário mínimo, que atualmente é de R$ 1.212, será de R$ 1.302.

O valor atualizado está em uma medida provisória publicada nesta segunda-feira (12) no Diário Oficial da União.

Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República explicou que valor considera uma variação da inflação de 5,81%, acrescida de ganho real de cerca de 1,5%.

"O valor de R$ 1.302,00 se refere ao salário mínimo nacional. O valor é aplicável a todos os trabalhadores, do setor público e privado, como também para as aposentadorias e pensões", acrescenta a nota.

Por se tratar de medida provisória, o texto terá de ser analisado por deputados e senadores. O mesmo novo valor para o salário mínimo já estava previsto no projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2023, que foi enviado ao Congresso Nacional em agosto.