O Jornal da Cidade

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O governo italiano pediu a extradição do atacante Robinho e de seu amigo Ricardo Falco, condenados em última instância a nove anos de prisão pelo crime de estupro contra uma jovem de 22 anos, ocorrido em 2013, em uma boate de Milão. A informação foi divulgada nesta terça-feira pela agência de notícias Ansa.

O Ministério Público de Milão, responsável por acionar o Ministério da Justiça da Itália, já teria sido informado sobre o envio da solicitação da extradição de Robinho às autoridades brasileiras. Em janeiro deste ano, o atacante teve seu recurso rejeitado pela Corte de Cassação de Roma, deixando tanto ele quanto Falco sem a possibilidade de recursos.

A Constituição do Brasil proíbe a extradição de brasileiros, mas a Justiça italiana pode pedir o cumprimento da pena em uma prisão brasileira. Porém, esta possibilidade é dificultada pelo Código Penal do País, uma vez que a sentença estrangeira só é aplicada no Brasil em duas situações: a primeira é pela reparação de danos e a segunda, pela homologação para efeitos de tratados.

Aos 38 anos, Robinho não entra em campo por uma partida oficial desde 2020, quando defendia o Istambul Basaksehir, da Turquia. O jogador chegou a ser anunciado pelo Santos em outubro daquele ano, mas a contratação foi cancelada após pressão da torcida e de patrocinadores por causa do processo por estupro.

Desde o início do caso na Justiça, o atleta adotou um perfil mais recluso, sem se manifestar sobre o assunto. Recentemente, ele foi fotografado ao lado do meia Diego Ribas com quem fez histórica dupla no Santos, em uma praia da cidade. No sábado, ele foi às redes sociais manifestar apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

ENTENDA O CASO ROBINHO

De acordo com as investigações, Robinho e cinco amigos teriam estuprado uma jovem albanesa em um camarim da boate milanesa Sio Café, onde ela comemorava seu aniversário. O caso aconteceu em 22 de janeiro de 2013, quando o atleta defendia o Milan. O atleta foi condenado em primeira instância em dezembro de 2017. Os outros suspeitos deixaram a Itália ao longo da investigação, e por isso a participação deles no ato é alvo de outro processo

Os defensores de Falco também dizem que seu cliente é inocente, mas pedem a aplicação mínima da pena caso haja condenação. O Estadão esteve na boate em Milão e constatou que o local passou por reforma após o episódio. Procurado pela reportagem em outubro de 2020, o advogado Franco Moretti, que representa Robinho na Itália, reforçou que seu cliente é inocente. O jogador afirmou que toda a relação que teve com a denunciante foi consensual e ressaltou que seu único arrependimento foi ter sido infiel a sua mulher.

Em entrevista ao Estadão, o advogado da vítima, Jacopo Gnocchi, revelou à época que ela poderia ter solicitado o pagamento de aproximadamente R$ 400 mil (cerca de 60 mil euros) por danos morais, mas optou por aguardar o andamento dos procedimentos jurídicos. Na sua visão, o tribunal de Milão que condenou Robinho fez uma análise correta do caso.

Transcrições de interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial mostraram que Robinho revelou ter participado do ato que levou uma jovem de origem albanesa a acusar o jogador e amigos de estupro coletivo, em Milão, na Itália. Em 2017, a Justiça italiana se baseou principalmente nessas gravações para condenar o atacante em primeira instância a nove anos de prisão.

Além das gravações telefônicas, a polícia italiana instalou um grampo no carro de Robinho e conseguiu captar outras conversas. Para a Justiça italiana, as conversas são "auto acusatório". As escutas exibem um diálogo entre o jogador e um músico, que tocou naquela noite na boate e avisou o atleta sobre a investigação.

Robinho e Falco foram condenados com base no artigo "609 bis" do código penal italiano, que fala do ato de violência sexual não consensual forçado por duas ou mais pessoas, obrigando alguém a manter relações sexuais por sua condição de inferioridade "física ou psíquica".

Os advogados de Robinho afirmam que o atleta não cometeu o crime do qual é acusado e alegam que houve um "equívoco de interpretação" em relação a conversas interceptadas com autorização judicial, pois alguns diálogos não teriam sido traduzidos de forma correta para o idioma italiano.

A repercussão negativa sobre o caso de estupro fez com que Robinho tivesse a contratação suspensa pelo Santos em outubro de 2020. O atacante foi anunciado como reforço pelo clube da Vila Belmiro com vínculo por cinco meses. Porém, a pressão de patrocinadores e a divulgação de conversas sobre o caso provocaram forte repercussão, e o clube optou por suspender o contrato do jogador.

Pesquisadores ouvidos pelo Estadão dizem que não há explicação única para as divergências entre as pesquisas de intenção de voto divulgadas até a véspera do primeiro turno das eleições de 2022 e os resultados saídos das urnas no domingo. As hipóteses apresentadas incluem questões estatísticas, as metodologias dos levantamentos e mudanças no comportamento dos eleitores. Há ainda possibilidades no campo da ciência política que explicariam mudanças de última hora na decisão de voto.

Assim como nas eleições de 2018, as divergências em 2022 foram maiores em relação às intenções de voto do eleitor de direita, em especial dos bolsonaristas. Em boa parte dos Estados e para os diferentes cargos, somam-se exemplos nos quais os levantamentos não conseguiram prever a vitória ou a liderança de políticos desse campo. O destaque foi o desempenho do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), que, nos últimos levantamentos dos mais conhecidos institutos de pesquisa (Datafolha e Ipec), aparecia com 36% ou 37% dos votos válidos.

Ao fim da apuração em primeiro turno, Bolsonaro somava mais de 43% dos votos. A diferença ultrapassou as margens de erro, gerando críticas entre políticos aliados ao presidente.

A distância entre os números da pesquisa e o resultado do primeiro turno não foi tão ampla no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele registrava de 50% a 51% das intenções de voto nas pesquisas mais recentes. Acabou com pouco mais de 48%, dentro da margem de erro de dois pontos, para mais e para menos. No caso do petista, acertou.

Institutos como o Paraná Pesquisas (Lula 47% dos votos válidos a 41% de Bolsonaro) e o Futura Inteligência, contratado pelo Banco Modal (43,6% para Lula ante 40,5% de Bolsonaro), ficaram mais próximos do resultado da votação.

Variáveis
Na estatística, um dos problemas considerados é a definição da amostra. Esse é o grupo de pessoas que serão entrevistadas. A precisão da pesquisa passa por uma amostra que reflita, da forma mais fiel possível, a composição demográfica do eleitorado brasileiro. Entram aí variáveis como sexo, renda, religião, idade. A ideia é reproduzir um modelo semelhante à sociedade a ser submetida à pesquisa de opinião.

O problema neste caso é a desatualização do Censo. Tradicionalmente feito a cada dez anos, o recenseamento demográfico mais recente é de 2010. O de 2020 foi adiado, por causa de cortes orçamentários e da pandemia de covid-19. Está em campo o Censo 2022, mas o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já anunciou atrasos na coleta das informações

Segundo Roberto Olinto, ex-presidente do IBGE e pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), a desatualização do Censo faz diferença na definição das amostras das pesquisas. Isso porque o Censo é o melhor e mais fiel retrato da composição demográfica do País. Idealmente, o IBGE faz o Censo a cada dez anos. A cada cinco, faz uma contagem populacional mais rápida, para acompanhar o crescimento populacional. A contagem de 2015 foi cancelada, de novo por causa de restrições orçamentárias.

Com base nesse retrato, o IBGE investiga permanentemente diversas informações sobre demografia e aspectos socioeconômicos por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Só que, assim como as pesquisas de intenção de voto, a Pnad é amostral. Usa um grupo menor para representar toda a sociedade. Mesmo tendo uma amostra gigantesca, com entrevistas em torno de 210 mil domicílios, a Pnad Contínua também é baseada no Censo mais recente. A pesquisa domiciliar serve para atualizar as informações demográficas e socioeconômicas ao longo da década. Mas precisa da atualização do Censo para se manter precisa.

Em 12 anos, desde o Censo 2010, a sociedade brasileira "mudou muito", ressaltou Olinto. Isso inclui vários aspectos importantes para pesquisar as intenções do eleitorado. Mudou, por exemplo, a proporção de evangélicos no total da população e a estratificação da população por faixas etárias. "O Brasil ficou mais velho."

Olinto, porém, avalia que os problemas não se resumem a questões estatísticas. O fato de a votação de Lula ter sido próxima ao previsto nas margens de erro sinaliza que o problema estaria mais localizado na aferição das intenções de voto dos eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. Nesse caso, as explicações estariam mais ligadas ao comportamento do eleitor, explicado pela ciência política.

Transparência
Segundo Alexandre Patriota, professor do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, os institutos de pesquisa eleitoral deveriam mudar a forma de divulgar seus resultados. Uma sugestão seria essas empresas informarem, para a comunidade de pesquisadores, mais detalhes sobre sua metodologia. Ressaltando que não é especialista em pesquisa eleitoral, mas, sim, estudioso dos fundamentos da probabilidade e da estatística, o professor citou que pode haver problemas tanto na forma como as informações são coletadas quanto na definição das amostras.

"A metodologia estatística adequada depende de como os dados foram coletados. A transparência é uma das formas de resolver o problema. Não há nem como diagnosticar o problema se não temos informações exatas sobre o processo completo", disse Patriota, em entrevista por escrito. "Empresas precisam repensar a forma de divulgação dos resultados. Precisamos de mais transparência sobre como as estimativas são obtidas, como são corrigidas, quais são as ponderações usadas nas correções, etc. Uma forma seria disponibilizar os dados brutos ou agregados em algum nível para que seja possível reconstruir as estimativas e suas variabilidades. Assim os especialistas poderiam recalcular estimativas utilizando outras metodologias."

'Antecipação'
Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, especializado no comportamento das famílias de renda média, que ficaram conhecidas como "classe C", concorda com o peso da desatualização do Censo. Mas destaca uma série de hipóteses para explicar o que parece ter sido uma "migração" das intenções de votos de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) para Bolsonaro.

Uma hipótese é que tenha havido uma "antecipação" do segundo turno. Ou seja, potenciais eleitores de Simone e Ciro que não descartavam a possibilidade de votar em Bolsonaro teriam feito o "voto útil", já no primeiro turno, pela reeleição do presidente. O fato de as intenções de voto de Bolsonaro num eventual segundo turno se situarem próximas da votação de domingo reforçaria a hipótese.

Avalia-se que, com as urnas eletrônicas, as intenções de voto seriam medidas com maior precisão na pergunta espontânea. Os institutos divulgam prioritariamente as informações obtidas pela pergunta estimulada. Nela, o entrevistado responde sua intenção de voto perante uma lista com os nomes dos candidatos.

A questão é que, na urna eletrônica, não há lista de nomes.

Recusa
Outra hipótese citada frequentemente por especialistas é o que Meirelles chama de "viés de recusa". Nesse caso, eleitores do presidente Bolsonaro tenderiam a se recusar a responder aos institutos de pesquisa numa frequência superior à média do eleitorado.

A antropóloga Isabela Kalil, acha possível que os eleitores de Bolsonaro se recusem a responder pesquisas com frequência maior, como um ataque à precisão das pesquisas eleitorais. Para ela, outro fator são as redes sociais e a internet nos celulares, que contribui para mudanças rápidas na opinião pública.

 

A cada quatro anos, baianos e baianas têm a chance de renovar os deputados estaduais e federais que representam o estado na Assembleia Legislativa (Alba) e na Câmara dos Deputados respectivamente. Mas também é a cada nova eleição que a força das candidaturas que já possuem mandato e de padrinhos políticos ficam mais evidentes. Neste ano, mais da metade dos deputados conseguiram se reeleger e a taxa de renovação dos estaduais ficou em 39,6%, enquanto que a dos federais foi ainda menor, 28,2%.

Os novatos vão ocupar 25 das 63 cadeiras da Assembleia Legislativa da Bahia a partir do ano que vem. Entre os novos deputados estaduais, apenas três mulheres foram eleitas e duas delas são casadas com prefeitos em exercício. Ludmilla Fiscina (PV) é primeira-dama de Alagoinhas e Soane Galvão (PSB) de Ilhéus. Já Cláudia Oliveira (PSD) foi duas vezes prefeita de Porto Seguro e também já foi deputada estadual pela Bahia.

Apesar de não serem deputados reeleitos, alguns deles trazem a tradição política no sangue. É o caso de Angelo Coronel Filho (PSD), filho do senador Angelo Coronel; Manuel Rocha (União Brasil), filho de José Rocha, que foi reeleito deputado federal; Matheus de Geraldo Júnior (MDB), que leva o nome do pai, candidato a vice-governador na chapa de Jerônimo Rodrigues (PT), no nome e Jordávio Ramos (PSDB), filho da atual prefeita de Juazeiro. Já Rogério Andrade (MDB) é pai de Rogério Andrade Filho, atual deputado estadual

Entre os novos deputados, os mais votados foram do Partido Social Democrátio (PSD), que conseguiu cinco lugares na Assembleia, seguido de União Brasil e Partido Liberal (PL) com três. Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e Solidariedade (SD) conseguiram eleger cada um dois deputados. Partido Socialista Brasileiro (PSB), Partido Verde (PV), Avante e Patriota têm apenas um de cada.

Também são novatos Eures Ribeiro (PSD), ex-prefeito de Bom Jesus da Lapa; Junior Nascimento (União Brasil), atual vereador de Campo Formoso; Marcinho Oliveira (União Brasil), que foi vice-prefeito de Santa Luz; Vitor Azevedo (PL); Cafu Barreto (PSD), ex-prefeito de Ibititá; Hassan de Zé Cocá (PP), ligado ao prefeito de Jequié e Pablo Roberto (PSDB), ex-vereador de Feira de Santana.

Para que deputados estaduais e federais sejam eleitos, existe um sistema proporcional que deve ser seguido denominado quociente eleitoral. Cada partido elege um número de candidatos a deputado proporcional ao número total de votos que recebeu em todos os seus candidatos a deputado, além dos votos na própria legenda.

Ricardo Rodrigues (PSD), ex-prefeito de Lapão; Emerson Penalva (PDT), Felipe Duarte (PP), Binho Galinha (Patriota), Leandro de Jesus (PL) , Patrick Lopes (Avante), Raimundinho da JR (PL), Dr. Diego Castro (PL), ligado à candidata ao Senado Raíssa Alves, também médica; Luciano Araujo (SD), presidente estadual do seu partido; e Pancadinha (SD), vereador de Itabuna, compõem a lista.

Câmara

Dos 39 deputados federais eleitos pela Bahia, apenas 11 são novatos. Todos os três mais votados entre aqueles que não disputaram a reeleição possuem familiares ligados à política. Diego Coronel (PSD) é filho do senador Angelo Coronel e teve mais de 170 mil votos; Neto Carletto (PP) teve cerca de 164 mil votos em sua primeira eleição disputada e é sobrinho do deputado federal Ronaldo Carletto e Roberta Roma (PL) é casada com João Roma, que ficou em terceiro lugar na disputa pelo Governo do Estado, conseguiu se eleger com 160 mil votos.

Também foram eleitos para a Câmara em Brasília candidatos que são atuais deputados estaduais: Deputado Dal (União Brasil) e Capitão Alden (PL). Também compõem a lista Léo Prates (PDT), ex-secretário de Saúde de Salvador; Ricardo Maia (MDB), ex-prefeito de Ribeira do Pombal; Ivoneide Caetano (PT), casada com o ex-prefeito de Camaçari, Luiz Caetano; João Leão (PP), atual vice-governador do estado e Rogéria Santos (Republicanos), casada com o bispo da Igreja Universal Sérgio Simplício.

Os partidos que mais conseguiram eleger novatos foram Partido Social Democrátio (PSD), Progressistas (PP) e Partido Liberal (PL) com dois deputados federais cada. Partido Democrático Trabalhista (PDT), União Brasil, Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Partido dos Trabalhadores (PT) e Republicanos elegeram um cada.

Ao todo, 14 deputados estaduais de 10 partidos que ocuparam lugares na Assembleia Legislativa do estado não conseguiram votos suficientes para se reeleger. Dos políticos que perderam lugar, quatro são do PT (Marcelino Galo, Jacó, Bira Coroa e Neusa Cadore) e três do União Brasil (Soldado Prisco, Mirela Macedo, David Rios). Além deles, Josafá Marinho (Avante), Fabíola Mansur (PSB), Jusmari Oliveira (PSD), Pastor Ubaldino (PDT), Paulo Câmara (PSDB), Alan Castro (PV) e Carlos Geilson (SD).

Já entre os deputados federais, oito não conseguiram a reeleição: Marcelo Nilo (Republicanos), Charles Fernandes (PSD), Igor Kannário (União Brasil), Josias Gomes (PT), Uldurico Jr. (MDB), Tito (Avante), Dayane Pimentel (União Brasil) e Abílio Santana (PSC).

Confira a lista completa

Deputados estaduais novatos

Ludmilla Fiscina PV
Marcinho Oliveira UNIÃO BRASIL
Manuel Rocha UNIÃO BRASIL
Junior Nascimento UNIÃO BRASIL
Angelo Coronel Filho PSD
Eures Ribeiro PSD
Cafu Barreto PSD
Ricardo Rodrigues PSD
Cláudia Oliveira PSD
Hassan de Zé Cocá PP
Felipe Duarte PP
Vitor Azevedo PL
Leandro de Jesus PL
Raimundinho da JR PL
Dr. Diego Castro PL
Jordávio Ramos PSDB
Pablo Roberto PSDB
Soane Galvão PSB
Luciano Araújo SD
Pancadinha SD
Matheus de Geraldo Júnior MDB
Binho Galinha PATRIOTA
Patrick Lopes AVANTE
Emerson Penalva PDT
Rogério Andrade MDB

Deputados federais novatos

Diego Coronel - PSD
Neto Carletto - PP
Roberta Roma - PL
Léo Prates - PDT:
Deputado Dal - UNIÃO:
Gabriel Nunes - PSD
Ricardo Maia - MDB
Ivoneide Caetano - PT
João Leão - PP
Capitão Alden - PL
Rogeria Santos - REPUBLICANOS

Se você for um dos mais de 2,4 milhões de eleitores aptos a votar na Bahia que, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do estado (TRE-BA), não exerceram seu direito nesse domingo (2), saiba que isso não te impede de fazê-lo no dia 30, quando será realizado o segundo turno das eleições para o governo estadual e a Presidência. Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “cada turno de votação é uma eleição independente”.

Nem mesmo quem ainda não tiver justificado a ausência no primeiro turno até a data do segundo será impedido de votar: basta não ultrapassar o prazo estabelecido pelo TSE, de 60 dias — ou 1º de dezembro de 2022 —, para apresentar a justificativa. A arquiteta Michele Lanzzarini, de 37 anos, por exemplo, mora em Salvador e, dessa vez, não pôde se deslocar até seu domicílio eleitoral, São Francisco do Conde, na região metropolitana.

Ela, que já justificou a ausência, afirma que gostaria de exercer o direito de votar, pelo menos, no segundo turno, mas ainda não sabe se será possível. “Eu estou com um bebê de 5 meses. Aí, preciso de uma pessoa que me leve”, conta. Isso poderia ter sido resolvido se Michele tivesse solicitado o voto em trânsito — direito de votar em cidade diferente da que consta no título —, mas ela não o fez até o limite, 18 de agosto, e não será dada uma nova oportunidade pelo TSE nestas eleições.

Quem não comparecer às urnas também no segundo turno deve justificar novamente à Justiça Eleitoral. O prazo é igual, 60 dias — ou 9 de janeiro de 2023. Quem estiver fora do Brasil tem mais 30 dias após o retorno ao país.

Segundo o TRE-BA, se for no mesmo dia do pleito, a justificativa dispensa comprovação documental e pode ser feita de duas formas:

1- Pelo aplicativo ‘e-Título’, disponível para qualquer smartphone;

2- Pelo formulário ‘Requerimento de Justificativa Eleitoral’, que deve ser preenchido e apresentado, com um documento de identificação com foto, às mesas receptoras de votos ou de justificativas instaladas nos locais divulgados pelos TREs e pelos Cartórios Eleitorais.

Caso seja depois do dia da votação, há três meios — todos, com exigência de documentação que comprove o motivo da ausência:

1- Pelo ‘e-Título’;

2- Pelo ‘Sistema Justifica’, que pode ser acessado nos portais da Justiça Eleitoral;

3- Pelo formulário ‘Requerimento de Justificativa Eleitoral (pós-eleição)’.

Se aceita, a justificativa será registrada no histórico do título eleitoral; se negada, a pessoa terá que quitar o débito.

Horário eleitoral e debates
Conforme divulgado pelo TSE, às 17h dessa segunda-feira (3), foram liberadas a propaganda eleitoral por alto-falantes ou amplificadores de som — das 8h às 22h; a distribuição de material gráfico, caminhada, carreata ou passeata; os comícios; e a propaganda na internet. O horário eleitoral gratuito nas emissoras de rádio e televisão recomeça nesta sexta-feira (7), e o tempo de propaganda será dividido igualmente entre os candidatos.

As propagandas dos postulantes à Presidência serão veiculadas na televisão de segunda a sábado, entre 13h e 13h10, e 20h30 e 20h40; no rádio, vão ao ar de 7h a 7h10 e de 12h a 12h10. O candidato que obteve o maior número de votos no primeiro turno, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), será o primeiro a se apresentar, com alternância da ordem a cada programa ou inserção.

Tanto na Bahia como nos outros 11 estados em que a disputa para o governo será definida no segundo turno, os candidatos poderão veicular propaganda entre 7h10 e 7h20, e 12h10 e 12h20 no rádio; na televisão, será de 13h10 a 13h20, e de 20h40 a 20h50. Além disso, de segunda a domingo, as emissoras devem destinar a cada um, dos dois cargos em disputa, 25 minutos de suas programações, para que sejam exibidas inserções de 30 e 60 segundos.

Os primeiros debates já têm data marcada, com transmissão da TV Band: o presidencial será neste domingo (9), e o para governador, na próxima segunda-feira (10).

Mais votantes, mais faltantes
De acordo com dados do TSE, 11.291.528 pessoas estavam aptas a votar em toda a Bahia, e 2.408.472 delas não foram, o que corresponde a 21,32%. Com isso, o número de ausentes no primeiro turno deste ano foi percentualmente superior ao das eleições de 2018, quando 2.154.937 pessoas deixaram de votar no estado, o equivalente a 20,74% dos eleitores, já que, naquele ano, havia 10.393.170 aptos ao voto.

Por outro lado, votos nulos e brancos dados pelos baianos apresentaram quedas quantitativa e percentual: ao todo, 328.371 pessoas votaram nulo (3,70%), e 123.445, em branco (1,39%). Juntas, as duas opções representaram 5,09% dos votos no estado. Para que se tenha noção da diferença, há quatro anos, 314.605 (3,82%) eleitores que compareceram às urnas votaram em branco, e 1.170.405 (14,21%) anularam o voto.

Longas filas
O domingo (2) ficou marcado por reclamações de pessoas que chegaram a passar duas horas nas filas em suas seções, para poder votar. Segundo o presidente do TRE-BA, Roberto Maynard Frank, a longa espera registrada nos pontos de votação foi resultado de três fatores: o aumento do número de votantes, o uso da biometria e o protocolo de recolhimento dos celulares.

"A Bahia foi o estado que percentualmente mais cresceu em seu eleitorado: praticamente 1 milhão de eleitores além de 2020. [...] Isso tudo associado, ainda, a uma eleição com regulamentação do TSE de entrega do celular, cuja participação do eleitorado foi híbrida, eleitores biometrizados e não biometrizados", disse Frank, no balanço que fez do pleito no estado, na noite de domingo.

Questionado sobre como irá agir para diminuir o tempo de espera nas seções, o TRE-BA afirmou, por meio de sua assessoria, que as estratégias para o segundo turno começarão a ser pensadas nesta terça-feira (4).

O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) terminou de apurar as 34.424 mil seções da Bahia por volta das 2h00 desta segunda-feira (3). Com a conclusão do processo, o número de pessoas do estado que reservaram parte de seu tempo ao longo do dia 2 de outubro para ir às urnas e votar cresceu em termos totais e percentuais nesta eleição em comparação com os dados do pleito de 2018.

Ao todo, 8.874.509 milhões de baianos compareceram em suas sessões para escolher seus representantes como deputados estaduais e federais, senador, governador e presidente. Considerando que, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 11.291.528 milhões de pessoas estavam aptas a votar em todo estado e 2.408.472 milhões destes não foram, 78,65% dos que poderiam participar da 'festa da democracia' aproveitaram desse direito.

O número de ausentes neste ano é percentualmente inferior a eleição de 2018, quando 2.154.937 milhões de pessoas deixaram de votar no estado, número que equivale a 20,74% dos eleitores, já que a Bahia tinha 10.393.170 milhões de aptos para voto e 8.235.310 milhões compareceram há quatro anos. Naquela oportunidade, o número de faltantes somados aos votos brancos e nulos na Bahia, no 1º turno, representaram 38,7%

Presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), que é responsável por promover e fiscalizar o pleito no estado, Roberto Maynard Frank falou sobre o comparecimento. Ele afirmou que os números deste ano apontam para uma participação maciça que deveria ser comemorada, além de parabenizar quem exerceu seu direito ao voto.

"Estendo meus cumprimentos, especialmente, a todos eleitores e eleitoras baianas que compareceram às urnas a fim de exercer o seu direito ao sufrágio maciçamente e o fizeram de forma ordeira e responsável, respeitando as diferenças e dando um exemplo de processo democrático aqui na Bahia para todo o Brasil", falou Frank.

O presidente disse ainda que a maior participação dos baianos nesta eleição se deve às diversas ações do próprio TRE-BA para regularizar a situação dos eleitores no estado e incentivar o voto. "Nós tivemos pleno êxito no nosso processo que antecede o fechamento do cadastro. Implementamos boas práticas no sentido do uso da inteligência artificial com o Whatsapp e Telegram, além do projeto TRE em todo lugar para comunidades carentes. Tudo isso para que esse eleitorado estivesse apto", apontou Frank.

"A Bahia foi o estado que, percentualmente, mais cresceu seu número de eleitores com praticamente um milhão a mais em relação ao que tivemos nas eleições de 2020", completou, comparando com o pleito municipal há dois anos.

Assim como a taxa de ausentes, o número de votos nulos e brancos dados pelos eleitores baianos também apresentou queda quantitativa e percentual neste pleito. Ao todo, 328.371 mil pessoas votaram nulo (3,70%) e 123.445 mil pessoas optaram pelo branco (1,39%). Juntas, as duas opções representaram 5,09% dos votos no estado. Para que se tenha noção da diferença, em 2018, 314.605 mil (3,82%) pessoas que compareceram às urnas votaram em branco e outros 1.170.405 milhão (14,21%) anularam o voto.

Duas horas para votar

Frank usou justamente os dados para traçar uma avaliação positiva do que foi a eleição em território baiano. São mais de 11 milhões de eleitores, um exército de 140 mil mesários, mais de 9 mil locais de votação. A eleição foi um sucesso", falou o presidente. Apesar do TRE-BA considerar o dia de eleições no estado um sucesso, o pleito ficou marcado por reclamações de baianos que chegaram a passar duas horas na fila para votar em suas sessões.

Pedro Lopes, 24 anos, saiu de casa para votar no Colégio Estadual Central, em Salvador. Ele até tentou fugir dos horários mais lotados no início da manhã, mas não conseguiu evitar uma longa espera. "Eu cheguei no colégio às 11h e só consegui sair de lá 13h, achei que seria um horário mais tranquilo. Mas estava muito cheio, nunca vi desse jeito. O que achei que ia fazer em uns 30 minutos, demorou duas horas. Votei mesmo porque não podia abrir mão, mas fácil não foi", fala o estudante.

Ao comentar a situação, Roberto Maynard Frank fez questão de ressaltar que a longa espera registrada nos pontos de votação é resultado de três fatores: aumento no número de votantes, biometria e o protocolo de recolhimento dos celulares. "A Bahia foi o estado que percentualmente mais cresceu em seu eleitorado, praticamente 1 milhão de eleitores além de 2020. [...] Isso tudo, associado ainda a uma eleição com regulamentação do TSE de entrega do celular, cuja participação do eleitorado foi híbrida, eleitores biometrizados e não biometrizados", disse Frank.

Ainda segundo ele, 88% do eleitorado baiano participou do pleito com a biometria cadastrada e, estatisticamente falando, o voto de uma pessoa com biometria leva mais tempo, apesar de ser mais seguro. Dos registros de demora, a maioria aconteceu antes do meio dia. "A população vai votar pela manhã maciçamente. Tivemos incidentes de longas filas, como ocorreu no Brasil afora, e a notícia de abstenção de mesários foi irrelevante, como ocorreu em outros pleitos", acrescentou. Veja mais sobre os dramas nas filas aqui.

Urnas com problemas

Foram 67 urnas substituídas por problemas na Bahia, sendo 13 em Salvador. Frank citou um incidente na cidade de Barra, em que uma comunidade local teve falhas na urna e a troca demorou, iniciando a eleição com atraso. Outro caso destacado foi o de Muritiba, que teve votação manual.

A urna desligou, foi religada, tentou-se substituir essa urna por duas ou três reservas. Surgindo código do TSE que orientava para que nós partíssemos para votação manual. Deslocamos, e agradeço a PM e o Graer, que conduziu dois técnicos do TRE e um desembargador eleitoral, que foram prestar socorro ao juiz eleitoral e servidores. O desembargador retornou e os servidores lá ficaram até o final", afirmou.

O presidente do TRE-BA também afirmou que não houve registro de candidatos presos na Bahia.

Dos 417 municípios da Bahia, apenas dois deram vitória a Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno da eleição presidencial. Em Luís Eduardo Magalhães, no Oeste, o atual presidente ficou com 54% ante 41% de Lula. Já em Buerarema, no Baixo Sul, o conservador marcou 53% contra 39% do petista.

Em praticamente quase todos os outros municípios o petista ganhou com ampla vantagem. Apenas dois registraram um certo equilíbrio, porém com vitória de Lula: Itamaraju (49% x 46%) e Teixeira de Freitas (49% x 46%), ambos no extremo sul do estado.

Na capital, goleada. O ex-presidente ficou com 67% contra 24% de Bolsonaro.

Na soma geral do estado, o petista venceu por quase 70% contra pouco mais de 24% de Bolsonaro. Ciro Gomes ficou em terceiro com cerca de 2,5%, seguido de perto por Simone Tebet com 2,3%.

2018
Na última eleição presidencial, no segundo turno de 2018, Bolsonaro venceu em quatro cidades baianas: Luís Eduardo Magalhães (58,80%), Buerarema (55,26%), Itapetinga (53,69%) e Teixeira de Freitas (50,97%).

Em todo o estado, ele teve 27,31% dos votos válidos. Haddad liderou com folga, marcando 72,69%.

O domingo de primeiro turno das eleições gerais foi de tensão em pelo menos duas zonas eleitorais de Salvador. Na 15ª, um homem que usava uma camisa nas cores verde e amarela atirou contra um grupo de pessoas que defendiam o espectro político contrário ao dele, no momento em que elas chegavam para votar no Colégio Estadual Edson Carneiro, em São Caetano, pela manhã. E em Periperi, mesários ficaram apavorados quando um eleitor chegou com uma arma na cintura.

Já no Stiep, um homem foi detido por racismo contra uma mesária que teria sido chamada por ele de “negra incompetente”.

Os tiros disparados em São Caetano aconteceram por volta das 9h, em frente ao Colégio Estadual Edson Carneiro, situado no Largo da Argeral. “Eram dois homens que vestiam verde e amarelo, mas apenas um atirou contra as pessoas que defendiam outro ideal político”, declarou Anilton Alcântara, coordenador da 15ª Zona Eleitoral.

Segundo ele, uma senhora de 85 anos ficou ferida. “Ela usava bengala. Na hora da correria, acabou caindo e partiu a boca. Acolhemos ela, e os parentes vieram e a levaram para uma unidade médica”, contou Alcântara.

Outras duas pessoas que também chegavam para votar passaram mal. “Eram também duas senhoras. Elas tinham problema de pressão, os parentes vieram buscá-las. Mas na hora foi um pânico total, porque as pessoas correram para se proteger dentro do colégio”, disse o coordenador da 15ª Zona.

O episódio não gerou problema para a votação, que transcorreu ao longo do dia. “Apesar disso, não houve prejuízo para a zona, as pessoas estão votando. A Polícia Militar e a Civil estiveram aqui e, depois do ocorrido, estamos com dois PMs de prontidão na porta do colégio”, declarou Alcântara, pouco depois do ocorrido.

O fato foi registrado na 4ª Delegacia. Na ocorrência consta que policiais foram acionados para a situação de disparo de arma de fogo dentro do colégio, mas foi constatado que houve “uma briga eleitoral generalizada” e que uma senhora “para não ser atingida” acabou caindo e ficou ferida. Ninguém foi detido.

Alguns mesários do colégio Edson Carneiro já chegaram para trabalhar apreensivos. “A gente fica tenso com essa polarização da política, e essa região é conhecida por tiroteios constantes. Tudo isso deixa todos nós com medo”, disse uma mesária, que preferiu não se identificar.

Eleitores armados
No Colégio Estadual Nelson Mandela, na 4ª Zona Eleitoral, em Periperi, um homem entrou para votar armado. Seria supostamente um policial.

“Ele estava à paisana, de short e camiseta. A arma estava na cintura e é proibido, mesmo sendo policial. O risco era de ele se envolver numa briga e sair atirando”, declarou o mesário Jorge Brito.

Já na 19ª Zona Eleitoral, no Caminho de Areia, o clima era de tranquilidade. “Graças a Deus, a grande maioria dos eleitores faz parte da própria comunidade e por isso já conhecemos. Não vi ninguém comentando nada. Nós contamos ainda com um policiamento na porta da escola e acredito que isso também intimida”, disse a coordenadora do local, Diomar Reis.

Em Ibotirama, no oeste baiano, um guarda municipal foi conduzido por porte ilegal de arma de fogo. O servidor público, que não teve o nome divulgado, foi detido depois de adentrar a cabine de votação com o revólver, o que é proibido pelo Tribunal Superior Eleitoral, exceto para profissionais em serviço.

Racismo
Um homem foi escoltado por policiais militares para fora da Universidade Estácio, onde votava no Stiep, pela manhã, acusado de chamar uma mesária de “negra incompetente”.

Um vídeo que circulou nas redes sociais mostra o momento em que o eleitor, de camisa amarela, é levado até a viatura, ao som de vaias e gritos de “racista” ao fundo.

Além de chamar a mesária de incompetente, o homem teria dito que, se ele fosse negro, gay ou índio, já teria conseguido votar.

A Polícia Militar conduziu o acusado, possíveis vítimas e testemunhas para a 1ª DT para prestar esclarecimentos.

Crimes eleitorais
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), 25 pessoas foram conduzidas a delegacias na Bahia, suspeitas de cometerem crimes eleitorais.

O motivo mais recorrente foi a de boca de urna nos locais de votação. Casos do tipo foram registrados em Candeias (2), Esplanada (3), Ibirataia (2), Araci (5), Porto Seguro (3), Ipiaú (4), Brejões (1), Milagres (2) e Canarana (1).

Também houve a condução de um homem à delegacia de Coração de Maria, ao ser flagrado fazendo o transporte de eleitores, o que é considerado crime eleitoral.

Em Paramirim, no sudoeste do estado, uma mesária foi levada à sede da Polícia Civil acusada de violar o sigilo de voto. Imagens que circulam nas redes sociais mostram a voluntária efetuando o voto no lugar do eleitor.

Jerônimo Rodrigues (PT) e ACM Neto (União Brasil), vão disputar o governo da Bahia no segundo turno das eleições 2022. O resultado foi matematicamente confirmado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) neste domingo (2). Nenhum dos candidatos obteve votos válidos suficientes para decidir a eleição no primeiro turno.

Com 100% das urnas apuradas, às 2h02, o petista recebeu 4.019.830 de votos, o que representa 49,45% dos votos válidos. O candidato do União Brasil conquistou 3.316.711 de votos, o que representa 40,80%.

Segundo a última pesquisa Datafolha, ACM Neto liderava as intenções de voto, com 51%, enquanto Jerônimo tinha 38%. O Instituto Ipec também apontava liderança do candidato do União Brasil, com 51%, e o petista com 40%.

João Roma, do PL, ficou em terceiro lugar, seguido por Kleber Rosa (PSOL). Os dois ficaram de fora da disputa no segundo turno.

O resultado é histórico, uma vez que há 28 anos as eleições para o governo da Bahia não são definidas no segundo turno. A última vez foi em 1994, entre Paulo Souto e João Durval Carneiro, com vitória para o carlista Souto.

O segundo turno tende a acirrar ainda mais a briga entre adversários históricos. Lula, que obteve na Bahia 69,65% dos votos válidos, deve apoiar de forma ostensiva o candidato petista, garantindo, também, a mobilização do eleitorado em seu favor. Por sua vez, ACM Neto, que não deu palanque a presidenciáveis e buscou manter-se distante da polarização Lula-Jair Bolsonaro (PL), desnacionalizando, deverá decidir sobre qual estratégia adotar daqui para a frente, o que deve esbarrar, inclusive, nos interesses de seu partido em âmbito nacional.

Após o resultado, ACM Neto falou à imprensa e chamou a atenção para o fato de que “o porcentual de eleitores que não deseja o governo do PT na Bahia é superior ao que obteve Jerônimo Rodrigues” – o que indica o olhar nos votos bolsonaristas.

Já Jerônimo Rodrigues, que ocupou a pasta da Educação no Estado e nunca concorreu a um cargo eletivo, passa de quase total desconhecido para o “candidato de Lula” e “candidato de Rui Costa (governador)”, que goza de boa aprovação, com uma administração baseada em obras de infraestrutura.

Além disso, a coligação petista reelegeu o senador Otto Alencar, cacique do PSD baiano. O PSD foi o partido que mais elegeu prefeituras em 2020. E, agora, deve entrar com tudo na disputa em favor de Jerônimo.

Veja votos dos candidatos a governador da Bahia:
Jerônimo (PT): 4.019.589 (49,44%)
ACM Neto (União Brasil): 3.316.644 (40,80%)
João Roma (PL): 738.305 (9,08%)
Kleber Rosa (PSOL): 48.239 (0,59%)
Giovani Damico (PCB): 5.951 (0,07%)
Marcelo Millet (PCO): 826 (0,01%)
Nulos: 499.829 (5,64%)
Brancos: 236.744 (2,67%)

A maior parte dos Tribunais regionais eleitorais (TREs) estão alertando sobre alterações feitas nos locais de votação e reforçando a necessidade de que o eleitor confira a localização de sua seção antes de sair de casa, mesmo que sempre tenha votado no mesmo local.

Na capital paulista, por exemplo, foi fechado o maior centro de votação da cidade, o Centro Universitário Anhanguera, que atendia a 25 mil pessoas. Esses eleitores foram redistribuídos para três outros locais de votação.

As mudanças ocorrem em todas as regiões, de norte a sul do Brasil. Em Pernambuco, por exemplo, foram alterados 92 locais de votação, enquanto em Santa Catarina 51 municípios tiveram deslocamento de seções eleitorais para endereços diferentes dos utilizados em pleitos anteriores.

Levantamento da Agência Brasil encontrou alertas de alterações em pelo menos 17 estados e no Distrito Federal, mas o mais provável, de acordo com a Justiça Eleitoral, é que haja adequações na distribuição de eleitores em todas as unidades da Federação.

As mudanças ocorrem devido a adequações do contingente de eleitores e, às vezes, por impedimentos estruturais, como reformas ou fechamento de estabelecimentos e prédios.

Consulta antecipada
Para consultar o local de votação com antecedência, o eleitor tem várias opções. A verificação pode ser feita no portal do TSE, na aba Eleitor e Eleições, na parte superior da página. Em seguida, deve-se clicar na opção Local de votação/zonas eleitorais.

Para pesquisar, basta preencher três informações:

– o nome, número do título de eleitor ou CPF;

– data de nascimento;

– nome da mãe.

Feito isso, a página indicará o resultado com o número da zona eleitoral, da seção e o endereço do local de votação.

e-Título
Outra opção é o aplicativo e-Título, que funciona como via digital do título de eleitor. Pela ferramenta, que está disponível em versões para Android e iOS, basta fazer o login com suas informações e, em seguida, ir em Onde votar. Uma nova tela se abrirá, com os dados sobre a seção, zona e o endereço.

Na maioria dos locais, o aplicativo oferece ainda o serviço de georreferenciamento, indicando em um mapa a localização da seção eleitoral.

Vale lembrar que o aplicativo não poderá ser baixado no dia da eleição, devendo ser instalado e configurado ao menos até o sábado anterior ao pleito.

Neste ano, o TSE criou, em parceria com o WhatsApp, um assistente virtual por meio do qual o eleitor pode perguntar onde fica seu local de votação. Basta enviar um “oi” para o número +55 61 996371078 no WhatsApp ou clicar no link https://wa.me/556196371078 e salvar o contato para receber os conteúdos do bot.

A consulta ao local de votação deve ser feita da seguinte forma: no menu principal, basta clicar em Acesse o Chatbot e, em seguida, ver tópicos. Na sequência, dentro de Serviços ao Eleitor, escolha a opção Local de votação. A partir daí, a consulta pode ser feita pelo nome completo, título de eleitor ou CPF.

“Ao inserir qualquer um desses dados, juntamente com a data de nascimento e o nome completo da mãe, o aplicativo apresentará o resultado, com as informações sobre o domicílio eleitoral – zona, seção, local, endereço e município – e com um mapa que indica, com precisão, o local onde a eleitora e o eleitor devem comparecer para votar no dia 2 de outubro, primeiro turno das Eleições 2022”, explica o TSE.

O prefeito Bruno Reis anunciou nesta sexta-feira (30) que o transporte de ônibus será gratuito no domingo (2) para facilitar a votação no dia da eleição. Além disso, a frota estará toda na rua para o primeiro turno".

"Eu garanti 100% da frota funcionando no domingo. Domingo é o dia da eleição, a festa da democracia. Quero dizer que em mais uma iniciativa inédita, pela primeira vez na iniciativa da cidade, no domingo, o transporte tradicional e O BRT será gratuito para todos poderem chegar aos pontos de votação com facilidade e sem qualquer custo. De 6h às 20h, no domingo, que já era meia, 2 de outubro passa a ser gratuito para toda população", afirmou o prefeito, durante viagem inaugural do BRT.

O BRT entra hoje em um período de avaliação e será gratuito enquanto durar essa fase de testes, prevista para acontecer por um mês. O transporte funcionará todos os dias, das 9h às 16h.