O Jornal da Cidade - Medrado

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A China vai enviar 480 médicos para a Libéria para tratar doentes infectados com o vírus ebola em um centro sanitário que está sendo construído no país africano, anunciou nesta quinta-feira (6) um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. "A China sente o sofrimento das nações africanas e, como irmãos, oferecemos o apoio que podemos dar dentro das nossas capacidades", disse o porta-voz, Hong Lei. Os primeiros 160 médicos chegarão à Libéria no próximo domingo (9) e os outros 320 quando o centro estiver pronto, disse o porta-voz. O centro, uma unidade com 100 camas, que deverá começar a funcionar em um mês, está sendo construído por militares chineses. Desde março passado, a China enviou ajuda aos três países mais afetados pela epidemia - Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri -, no valor total de US$ 82 milhões, disse o porta-voz. A China é o maior parceiro comercial de África. Estima-se que ao menos 1 milhão de chineses vivam atualmente no continente africano. Na segunda-feira (3), em Pequim, a Comissão Nacional de Saúde e Planejamento Familiar disse não ter sido encontrado qualquer caso de contaminação entre os cerca de 8,5 mil chineses residentes na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné-Conacri, países onde o ebola já matou quase 5 mil pessoas.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso criticou nesta quinta-feira, 06, o que classificou de abuso no uso de Medidas Provisórias (MPs) para envio de propostas ao Congresso Nacional, mas apontou que cabe aos parlamentares rejeitar o material, se for o caso. “A Medida Provisória só deveria ser utilizada para matéria de urgência e relevância. Tem Medida Provisória até para dar nome de rua. Houve abuso”, disse.

Questionado se cabia ao Judiciário tomar alguma atitude, o ministro disse que “sim e não”. “Essa é uma questão essencialmente política. Quando o presidente envia uma MP ao Congresso, o Congresso tem dever de formar uma comissão e rejeitar se não for questão de urgência e relevância”.Ele completou que o Congresso não faz isso. “O que é preciso se fazer é recolocar a política de boa qualidade no centro das grandes decisões nacionais”, disse.“As mesmas pessoas que reclamam do excesso de judicialização, quando algo dá errado, dizem que o Supremo tem que fazer algo”.Barroso falou, ainda, que os problemas associados ao financiamento da política eleitoral tornaram a política uma usina de notícias ruins. “O Judiciário não pode ser um superego da sociedade.

A sociedade tem que perceber seus problemas e avançar em relação a eles”, disse. “Na nossa democracia, não há separação entre sociedade e poder. Poder é o que legitimamos e, mal ou bem, o espaço público no Brasil reflete muito das deficiências éticas da sociedade brasileira. Então tem que parar com ideia de que governo é culpado de tudo”, concluiu. (Agência Estado)

Quatro anos depois de um desempenho arrebatador nas eleições de meio mandato americanas, o movimento conservador Tea Party deve voltar a marcar presença nas eleições para o Legislativo nesta terça-feira nos Estados Unidos, ainda que de forma mais discreta.

Segundo analistas, a expectativa é de que candidatos republicanos apoiados pelo Tea Party conquistem nestas eleições legislativas cerca de oito cadeiras na Câmara dos Representantes - equivalente a deputados federais - que atualmente estão nas mãos de republicanos tradicionais.

Caso se confirme, o resultado deve representar um desafio não apenas ao presidente Barack Obama e seu Partido Democrata, mas também à liderança republicana na Câmara, já que políticos ligados ao Tea Party costumam ter posições mais à direita que os representantes tradicionais do partido e se opõem a muitas de suas iniciativas, consideradas por eles moderadas demais.

"Eles estão desafiando agressivamente os republicanos em todos os níveis", diz a analista Elaine Kamarck, do instituto Brookings.

Segundo o analista Yascha Mounk, em artigo publicado pelo think tank Council on Foreign Relations, o Tea Party provocou uma "guerra civil" dentro do Partido Republicano.

Mounk cita entre as diversas "baixas" desta guerra o líder da maioria na Câmara, o republicano Eric Cantor, que foi derrotado na primária republicana no Estado da Virgínia em junho por um adversário mais conservador e relativamente desconhecido, Dave Brant. A derrota surpreendente levou Cantor a renunciar.

"O Tea Party está pronto para grandes avanços nestas eleições e deverá tomar o Congresso como refém com suas táticas obstrucionistas", prevê o analista.

Pesquisas

São disputadas nestas eleições todas as 435 cadeiras da Câmara, um terço das 100 cadeiras do Senado, governos de 36 dos 50 Estados e de três territórios e diversas prefeituras.

Pesquisas de intenção de voto indicam que o Partido Republicano deverá manter o controle da Câmara dos Representantes, conquistando cerca de dez novas cadeiras.

O partido também tem grandes chances de tirar o controle do Senado das mãos dos democratas.

Das 36 cadeiras do Senado em jogo nestas eleições, 21 estão atualmente nas mãos de democratas e 15 com republicanos.

As projeções indicam que os republicanos poderão conquistar o mínimo de seis cadeiras necessárias para ganhar a maioria no Senado.

Presidente Obama fez campanha para candidatos democratas, mas sua baixa popularidade é vista como problema em alguns Estados.

Presidente Obama fez campanha para candidatos democratas, mas sua baixa popularidade é vista como problema em alguns Estados.

Paralisação

A expectativa nesta reta final é bem diferente do clima do início do ano, quando muitos democratas acreditavam que poderiam não apenas manter o Senado, mas também reconquistar o controle da Câmara, aproveitando a crise de popularidade que assolava o Congresso.

Na época, ainda estava vivo na memória dos eleitores o fiasco dos 16 dias em que o governo ficou paralisado em 2013 por falta de acordo entre Casa Branca e Congresso sobre o orçamento federal.

Pesquisas indicavam que o público culpava os republicanos pela paralisação, o que poderia resultar em perdas para o partido nas eleições legislativas.

Um ano depois da paralisação, porém, o cenário é outro. Parte dessa mudança se deve ao fato de que o descontentamento dos americanos também é direcionado aos democratas e, especialmente, a Obama, que enfrenta baixa recorde de popularidade, com taxa de aprovação de apenas 40%, segundo pesquisa Gallup.

Outro fator foram os problemas na implementação do chamado Obamacare, o polêmico programa de saúde do presidente, que ocorreram ao mesmo tempo que a paralisação do governo e, segundo analistas, acabaram com qualquer vantagem que os democratas poderiam ter.

Além disso, o surgimento de assuntos considerados mais urgentes, como o avanço do ebola ou a ameaça do grupo auto-denominado 'Estado Islâmico', contra o qual os Estados Unidos estão lançando ataques, acabou desviando a atenção dos eleitores americanos, que mal lembram da paralisação de um ano atrás.

Há ainda uma tendência histórica de que as eleições de meio mandato costumem favorecer o partido opositor ao do ocupante da Casa Branca.

Futuro

Segundo uma pesquisa Gallup divulgada no mês passado, um em cada quatro americanos afirma apoiar o Tea Party.

O levantamento também indica que 73% dos republicanos identificados com o Tea Party estão "muito motivados" a votar nestas eleições, ante 57% dos republicanos que não apoiam o movimento e 42% dos eleitores que não são republicanos.

"Apesar de o Tea Party estar menos visível nesta campanha, a forte motivação de seus adeptos a votar ressalta a importância do movimento para o resultado das eleições", dizem os responsáveis pela pesquisa.

Mas apesar das projeções favoráveis à performance de candidatos ligados ao Tea Party e de algumas vitórias marcantes sobre republicanos tradicionais em primárias do partido em Estados como Virgínia, Texas, Nebraska e Virginia Ocidental, o desempenho do movimento deve ser mais modesto do que o registrado em 2010.

Para analistas, o Partido Republicano aprendeu a lição depois das eleições de 2010 e 2012, quando muitos candidatos do Tea Party venceram primárias republicanas mas acabaram se revelando inelegíveis devido a suas posições radicais, enterrando as chances dos republicanos de conquistar a maioria no Senado.

Mesmo assim, analistas afirmam que o impacto do Tea Party ultrapassa o resultado destas eleições e avaliam que o movimento já empurrou o Partido Republicano para a direita de maneira geral.

Ou seja, mesmo candidatos republicanos tradicionais que disputam estas eleições, em muitos casos venceram primárias e ganharam a indicação graças à adoção de posições mais conservadoras.

"Graças ao seu sucesso em radicalizar o Partido Republicano, o Tea Party ganhou tanta influência na Câmara que pode exercer veto efetivo sobre toda a máquina legislativa dos Estados Unidos", diz Mounk.
A expectativa agora é sobre que impacto essa divisão entre os conservadores poderá ter nas eleições presidenciais de 2016.

Segunda ‘Santa Casa de Misericórdia’ mais antiga em atividade do País, fundada em 1549, seis anos após a primeira instituição irmã, localizada em Santos (SP), a Santa Casa da Bahia é responsável por diversidades atividades no estado, entre elas administrar o cemitério do Campo Santo, o Museu da Misercórdia e outras atividades sociais. Mas o seu trabalho mais reconhecido é na área da saúde, onde é responsável pela administração do Hospital Santa Izabel (HSI), que funciona desde 1893 em Salvador. Com uma infraestrutura de 525 leitos (a maior do estado), 85 deles de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 13 salas de cirurgia e 60% do seu atendimento voltado para o Sistema Único de Saúde (SUS), o Santa Izabel enfrenta as dificuldades que a maioria das instituições ligadas as santas casas de misericórdia enfrentam por todo o Brasil. Mas, mesmo assim, recentemente conquistou recentemente o título de Hospital Acreditado Pleno – Nível 2, que certifica a qualidade dos serviços de saúde no Brasil, com foco na segurança do paciente. O Bahia Notícias conversou com o provedor da Santa Casa, Roberto Sá Menezes, sobre o trabalho da instituição e os desafios da gestão na área da saúde no país. "A saúde no Brasil está subfinanciada. O Governo Federal, que não tem nenhuma obrigação direta com a saúde, está exigindo muito dos estados e municípios, porém, não está dando o suporte que deveria aos estados".

A Estação da Lapa será fechada para as obras de requalificação no final de março de 2015. De acordo com o secretário municipal de Urbanismo e Transportes, Fábio Mota, o terminal pode ficar desativado por até 12 meses – prazo para que o consórcio Nova Lapa, vencedor da licitação para a concessão, conclua as intervenções.
O resultado da licitação, com o valor da reforma, de cerca de R$ 14 milhões, foi publicado nesta terça (04/11), no Diário Oficial do Município. Ainda este mês, deve ser assinado o contrato da concessão de 35 anos. Depois, o consórcio terá 120 dias para apresentar o projeto executivo.
Somente depois disso, as obras podem começar. “Isso remete ao fim de março. Quando começar, vamos relocar algumas linhas para o Terminal do Aquidabã e outras para a parte de fora da Estação da Lapa. Existem muitos problemas estruturais e não tem como fazer uma obra do tamanho que pretendemos sem fechar”.

O secretário não soube dizer quantas linhas serão transferidas para o outro terminal e quantas devem passar para a parte externa da Lapa — segundo a listagem de itinerários da Transalvador, 120 linhas incluem o terminal.

Com a requalificação, a estação terá climatização, acessibilidade e até um shopping center. Assim que as obras começarem, os 426 ambulantes — dos quais 138 com licença — que trabalham no terminal também serão relocados.

Segundo a secretária de Ordem Pública, Rosemma Maluf, eles também devem passar para o Aquidabã. “Os licenciados terão prioridade, mas vamos tentar encontrar espaço para todos”.

Mesmo assim, o presidente da Associação de Ambulantes e Feirantes de Salvador, Marcos Luiz Neves, acredita que os comerciantes terão prejuízo. “Não queremos ficar à margem da discussão. Sem ônibus, até as ruas próximas serão afetadas”.
Fonte: Correio / AscomSemult

Eram 8h30 da manhã quando uma guarnição da 18ª CPIM (Periperi) chegou à Rua da Ressurreição, em Alto de Coutos, para atender a um chamado de moradores referente a uma manifestação promovida por um grupo de mais de mil homens em frente à paróquia da localidade.

Ao entrar na rua, a equipe de policiais foi surpreendida. A suposta manifestação era, na verdade, uma fila de homens, de mais de 300 metros de extensão, todos em busca de uma oportunidade de atendimento grátis no segundo dia da Ação de Saúde do Homem, promovida pela Fundação José Silveira, com apoio da Rede Bahia.

Fila para campanha Ação de Saúde do Homem, em Alto de Coutos, se estende por mais de 300 metros

(Foto: Evandro Veiga)

Inspirada no Novembro Azul, a campanha realiza exames preventivos do câncer de próstata, como os exames de toque, glicemia, e ultrassom. Entre os pacientes, estavam o aposentado Manoel de Jesus, 55 anos, que veio do Cabula e chegou às 5h; o servidor público José Martins de Lima, 76, veio de Vila de Abrantes, em Camaçari, e chegou às 6h; já o também aposentado Manuel Souza Ferreira viajou desde Simões Filho e chegou às 7h30. Mas, por volta das 10h, os três estavam no mesmo trecho da fila, a cerca de 200 metros dos portões que os separavam da almejada consulta.

“É muito difícil conseguir esse atendimento nos postos de saúde. Mesmo estando cheio, eu só saio daqui depois que for atendido”, afirmou Manoel de Jesus. Já José Martins depois de tentar, sem sucesso, três consultas em postos, viu na ação uma oportunidade de realizar o exame.

“Quase desisti quando vi a fila, mas quando lembrei que já fui até Camaçari em busca de atendimento e não consegui, resolvi aguardar”, afirmou. Manuel Souza, por outro lado, disse que já imaginava a fila. “É algo que está acontecendo em todo lugar. A gente procura uma consulta de urologia e não tem vaga”, explicou. A coordenadora do Programa Saúde e Cidadania, Edna Ramos, não mostrou surpresa em relação à demanda.

“A cobertura de urologia pela rede pública é precária, os profissionais não dão conta da demanda”, explicou. Segundo o coordenador da Campanha Novembro Azul na Bahia, Wagner Coêlho Porto, em todo o estado existem apenas 200 profissionais que, na maioria das vezes, preferem a iniciativa privada ao serviço público.

Em Salvador, o serviço público de urologia é prestado nos hospitais das Clínicas, Aristides Maltez, Irmã Dulce e Santa Izabel. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que também oferta atendimentos em urologia em clínicas particulares contratadas pela rede e dos multicentros Vale das Pedrinhas e Amaralina.

Para ter acesso ao serviço, o cidadão deve passar por uma avaliação clínica em uma das 117 unidades básicas da capital.

Henrique Pizzolato, condenado pelo processo do mensalão do PT, por enquanto ficará na Itália: a Corte de Apelação de Bolonha publicou nesta terça-feira (4) a sua decisão, que negou o pedido de extradição do ex-diretor do Banco do Brasil ao governo brasileiro. Agora o Brasil terá 15 dias para recorrer à decisão e levar o caso à Corte de Cassação de Roma, última chance para finalizar a situação. No último dia 28 de outubro os juízes já haviam negado a extradição sob o argumento de que os presídios brasileiros não ofereciam condições de segurança para Pizzolato, que também é cidadão italiano. As autoridades italianas citaram como exemplo o Presídio da Papuda, em Brasília, que abrigou outros condenados do mensalão e já registrou dois homicídios na penitenciária neste ano. A informação sobre a posição do governo italiano foi divulgada pela Procuradoria-Geral da República, que, para extraditar Pizzolato, está atuando junto ao Ministério da Justiça e a Advocacia-Geral da União. O Ministério da Justiça já havia comunicado desde a semana passada que iria recorrer. O julgamento na Corte de Cassação de Roma não tem data certa para acontecer, pois depende da apresentação do recurso pelo governo brasileiro. Independentemente do resultado, o governo italiano terá a palavra final sobre o caso.

O livro “Do moço do anel às coisas do azeite: um estudo sobre as práticas terapêuticas no candomblé”, de autoria da socióloga e mestre em Saúde Coletiva, Marieta Reis, será lançado na próxima quinta-feira (13), no Kabum, situado no Terreiro de Jesus. Com o uso da expressão “Do moço do anel às coisas do azeite”, a escritora buscou fazer alusão às terapias adotadas tanto pela medicina convencional, representada pela figura do moço do anel (o médico), quanto pela medicina alternativa, simbolizada pelo azeite (substância utilizada em vários rituais dentro do candomblé). A obra tem como objetivo estimular o debate sobre as ideias de saúde na sociedade, que geralmente valoriza a medicina convencional e nega o poder de cura da medicina alternativa. Marieta Reis desenvolveu um trabalho de caráter antropológico que destaca a importância dos rituais de cura no candomblé, através do papel desempenhado pela Ialorixá Odalici do Carmo, os orixás, erês, caboclos e os filhos de santo do terreiro Ilê Axé Odé Yeyê Ibomin.

Serviço

O QUÊ: Lançamento do livro “Do moço do anel às coisas do azeite: um estudo sobre as práticas terapêuticas no candomblé”
QUANDO: Quinta-feira, 13 de novembro, às 19h
ONDE: KABUM, Terreiro de Jesus, número 17, Pelourinho, Salvador
QUANTO: O livro será comercializado por R$ 30

Vem da fria Vitória da Conquista um dos lançamentos mais quentes da música baiana em 2014, um biscoito fino ainda pouco conhecido e degustado pelo público, mas que começa a ganhar seus fãs pela internet. É o folk de Diego Oliveira, 28 anos, que em seu projeto assume a alcunha de Benjamin. Há pouco mais de um mês, Diego, melhor, Benjamin, lançou seu primeiro álbum, ‘Last’, com dez composições próprias em inglês que conseguem quebrar em sua audição até mesmo barreiras linguísticas por suas belas melodias. Atualmente residindo em São Caetano do Sul, cidade do ABC paulista, para melhor divulgar sua obra, este músico conquistense conversou com o Bahia Notícias sobre sua formação musical, com influências distintas que vão dos ‘sertanejos’ Elomar e Almir Sater, o pop/rock de Ryan Adams e até mesmo o heavy metal, a importância da internet na divulgação da sua música, além de sua vida em Conquista antes de partir para viver em São Paulo, entre outros assuntos. Leia a entrevista completa.

O conquistense Diego Oliveira, 28, usa a alcunha Benjamin em seu projeto folk, lançou em 2014 seu 1° disco, o Last

Bahia Notícias: Vamos primeiro a pergunta mais óbvia: por que Diego Oliveira é Benjamin em seu projeto folk? E quem é Diego Oliveira?

Benjamin: A distinção entre os nomes fica apenas na escrita mesmo, na titulação, na verdade Benjamin é um retrato e reflexo quase integral do que eu sou como pessoa, o Diego, músico independente, headbanger, com um início de história bem parecido com a maioria dos meninos que fazem música por aí. Eu nasci em Conquista e fui criado por lá. Venho de um lar expressivamente feminino, onde minha mãe era a pedra de tudo, e minha irmã era a pessoa mais especial pra se ter por perto, duas guerreiras. Quando ia pra casa de minha 'vó, minha outra heroína, eu sempre tocava o violão do meu avô que ficava pela casa. Não demorou pra começar uns acordes, lá pelos onze (agora estou com 28 anos), guiado por meu pai, músico maravilhoso, de ouvido absoluto, que provavelmente nunca fez um show em sua vida, e por meu tio, que amava música clássica, e quem me apresentou (o violonista) Dilermando Reis, indiscutivelmente minha primeira influência na coisa de musica.

BN: Li que em seu trabalho como músico e produtor, você já fez trabalhos com artistas renomados a exemplo de Paulinho Pedra Azul, Elomar Figueira Melo, Wander Wildner e Pepeu Gomes. Queria que comentasse como foi sua participação com cada um desses artistas.
Benjamin: Eu tive a felicidade de tocar com alguns artistas muito bons, esses que você citou foram alguns deles, onde em sua maioria eu acompanhei como músico, foi o caso do Pepeu, que acompanhei como guitarrista, em alguns shows em Salvador, numa banda de apoio, e do Wander com quem toquei bateria em um show apenas. No caso do Paulinho e do Elomar, eu participei de forma bem pontual, em estúdio, em algumas produções feitas em parceria com outro artista talentosíssimo de Vitória da Conquista, o Janio Arapiranga, de quem produzi um dos discos mais bonitos que podia, o "Nosso Tempo", terceiro disco do Janio.

BN: Falando em Elomar, vocês dois são de Conquista. Ele, um reconhecido cantor da ‘música sertaneja’ (melhor falar ‘música sobre o sertanejo’). Você um cantor de ‘folk’. Sua aproximação com o ‘folk’ vem mais do estilo ou também está presente nas letras? De alguma forma, você também é influenciado pelo trabalho do Elomar? 

Benjamin: Adorei sua fala ‘música sobre o sertanejo’! Então, eu acredito que a música de Elomar ecoe por Conquista do roçado até o Candeias, não importa em que medida, mas a música dele vai sim ressoar em qualquer conquistense, minha 'vó era da Gameleira como ele, e me contou tanta história dessa gente que quando ouvi a música de Elomar a primeira vez, eu ouvia a voz dela junto, e trago isso comigo até hoje. Ele traz o sertão pra sua música com muita unha, com muita experiência, mesmo quando é fantasioso, eu sou mais um admirador disso tudo, vivi pouco pra achar que posso cantar a respeito, nesse sentido eu sou mais moderno, me permito apreciar suas referências, e trazê-las pra minha música quando convém, quando cabe, mas na maioria do tempo a semelhança que existe entre as duas abordagens é simplesmente o fato de sermos cantadores de nossa crença, seja na vida ou no que for, crença em tudo que 'tá a sua volta mesmo quando você duvida cegamente de tudo isso.

BN: Ainda sobre influências, pelo o que li em matérias sobre seu trabalho, vi referências que vão do violonista Dilermando Reis até o heavy metal, passando pelo regional Almir Sater e o rock/pop de Ryan Adams e Pink Floyd. Como cada um deles entra no “Benjamin” e em sua formação pessoal? Algum outro artista que gostaria de citar neste processo?
Benjamin: Eu não sei o que chega a ser influência musical, ou o que simplesmente me inspira, te digo com certeza que Pink Floyd e Dilermando estão cravados em meu DNA como compositor, porque é o que ouço desde moleque, é a herança da minha mãe na casa de minha 'vó. O Almir foi um artista que entrou na minha vida pra imprimir uma beleza simples, algo que dou muito valor. Acho lindo como ele veio se desvencilhando ao longo de sua carreira de costumes que compositores do mesmo estilo traziam com eles, esse sertanejo que se conhecia, gosto de como ele saiu disso, como ele "Bluegrasseou" todo o seu repertório e cobriu com aquela voz de anjo que tem, o Sater fala muito em meu coração, é um cabra que ainda quero conhecer, sentar e trocar uma idéia. Por último o Ryan Adams, esse foi um daqueles artistas que você conhece e sabe que não vai mais conseguir parar de ouvir. Eu ouço Ryan Adams, virtualmente, todos os dias dos últimos sete anos, e o admiro demais por fazer tudo o que fez na música, e ele realmente fez de tudo, de hip-hop a Heavy Metal, e tudo com extremo bom gosto, pra 'cabar de inteirar o cara é fã "die-hard" de Black Metal, não tem como não respeitar.

BN: Também em uma das suas entrevistas, você diz que “o que mais influência a composição em Benjamin não vem da música”. O que seria então?

Benjamin: Quando falo disso falo das experiências, da vida, como disse antes, Benjamin é a minha história com esse mundo, como vejo a vida se desenrolando entre os dias, as ruas, os rostos. Eu aprecio a experiência das coisas mais do que propriamente a coisa em si, e percebo isso nos outros, na energia das pessoas por ai, como elas interagem com o outro e com os lugares, os espaços, quando vejo isso me sinto inspirado, pro bem ou pro mal, e o que escrevo como Benjamin é um reator disso, dessas experiências, dessa observação.

BN: Como foi o início do projeto em Conquista? E a mudança para São Paulo, como se deu? Como a internet ajudou na divulgação de suas músicas? Que momentos você pode destacar que a internet ajudou nesse caminho?
Benjamin: Tudo começou na Internet, dou muito valor a isso, e acredito que o uso consciente da Internet a justifica com toda a sua grandeza. Eu gravei umas musicas com um gravador portátil, e sem mixagem alguma, e separei algumas pra lançar como um EP, sem reparo algum, literalmente cheio de erros, subi as músicas pra Web e divulguei entre amigos, esses foram gostando e ouvindo, e compartilhando entre eles e outros, e com um pouco de coragem eu enviei pra alguns outros lugares, foi entre essas manobras que conheci o portal Folk Music Brazil, regido pela Juliana Guinsani. A Juliana me respondeu de maneira super respeitosa e apoiadora, o que já era uma vitória pra mim, visto que o EP foi gravado em condições precárias e não tinha lá uma das melhores apresentações, mesmo assim ela em toda a sua sensibilidade abriu espaço e logo convidou pra uns shows em SP, vim por uma semana, toquei em ótimos lugares, e resolvi me mudar de vez, encarar a coisa, desde então tem sido sempre esse trabalho, que mesmo difícil sempre compensou, a mim e a ela, que assumiu de vez as rédeas de tudo, e eu não poderia estar mais feliz com o rumo que tem tomado.

BN: Seu primeiro álbum, o “Last”, foi lançado primeiro com exclusividade pela plataforma de streaming Deezer e agora também está disponível em outras plataformas. Por que essa escolha de lançar por uma plataforma de streaming e não antes de forma física ou até mesmo disponibilizar para download? Quando sai e onde o disco nas outras plataformas? 

Benjamin: O disco foi lançado pelo selo M4Music, que nesse segundo semestre está trazendo ótimos lançamentos pro mercado, é um selo recente, fruto de mais uma das manobras da Juliana, que já vem conseguindo parcerias muito expressivas, uma delas foi com o Deezer. Eles me convidaram pra fazer um lançamento exclusivo com eles, 15 dias antes do disco sair em outras lojas on-line, fizeram a oferta pra Juliana através do selo, e com isso a parceria se consolidou, foi uma experiência muito válida pra mim. Escolhemos essa estratégia de lançamento porque o Deezer é aberto, o lançamento foi mundial, e as pessoas poderiam ouvir o disco na íntegra de forma gratuita. Fisicamente o disco vai ser lançado logo, e por agora ele pode ser comprado no iTunes e Amazon, e dessa forma estamos conseguindo cobrir todo tipo de consumidor.

BN: Como estão os convites nacionais e internacionais para shows? Salvador, já esteve na cidade? Algum show na lista? Já se apresentou aqui?
Benjamin: Salvador ainda não me chamou pra tocar. Mas vai, eu tô mandando energia pra lá (risos). Tenho alguns shows marcados sim, alguns deles ainda não posso divulgar por ser em festivais. Recentemente, toquei em uma noite folk na Casa do Mancha, junto com os artistas Arthur Matos e Filipe C., e em Agosto aconteceu a segunda edição do Inverno Cultural do Folk Music Brazil, na Livraria Cultura, em SP, toquei no dia 9. Um dia antes, dia 8, toquei no MIS (Museu da Imagem e do Som), também em SP. Sei que existem outras datas pros próximos meses, mas eu nunca me lembro de todas, mas sempre apareço (risos). Fora do Brasil existe o interesse de algumas casas e produtoras, e a gente 'tá analisando o melhor momento, eu acredito que em 2015 aconteça.

BN: Por que a predominância de letras em inglês? Você compõe diretamente na língua inglesa? Pensa em fazer algo em português? Acha que isso afasta parte do público?

Benjamin: Eu escrevo em inglês, o que acontece nisso tudo é que a maioria de minhas músicas vem de poemas que escrevi, ou versos que deixei soltos em cadernos por aí, e alguns deles se acham na música, mas quando penso em música pro Benjamin, a escrita vem em inglês naturalmente, mesmo que beba na fonte daquele poema antigo que não virou nada. Sobre escrever em inglês no Brasil, acho que não afasta o público, a música desperta o interesse do ser humano pelo corpo, pelo pulsar, depois rebate n'alma, no intelecto, mas é algo muito visceral pra se dispor dessas amarras, acho que quando não gostam realmente não gostariam de jeito algum, em língua alguma, e quando gostam ouvem, mesmo quem não entendam, me pedem a letra e tudo se resolve. Essas músicas eu escrevo só, no geral, mas nesse disco eu contei com a ajuda de minha noiva em algumas músicas, ela me deu versos maravilhosos, e acompanhou muito de perto o processo de gravação de todo o disco, então a impressão dela era sempre algo que eu buscava na decisão final. Nesse disco tem também uma música inspirada num poema de Querino, poeta também de Conquista, li esse poema e deu vontade de escrever a música, saiu muito rápido e até hoje dividimos muitas conversas sobre isso.

BN: Que outros artistas de “folk” nacionais você pode indicar? Identifica-se com iniciativas de artistas como o Vanguart e a Mallu Magalhães, que começaram no folk em inglês e a cada dia se aproximam mais de influências da MPB?
Benjamin: Indico os artistas que conheço, que sei que são do corre – o Arthur Matos de Sergipe que acabou de lançar um disco lindo demais, Rafael Elfe do Rio que tem tocado bastante divulgando o seu “Perro Negro” e que deve vir esse ano ainda com novidades, o Phillip Nutt, que agora vem experimentando em outros estilos e isso deve aparecer no seu próximo disco– inclusive esses três artistas são também do selo M4Music. Na Bahia tem também outros artistas de Folk que são muito bons – o Diego Schaun, que também tem disco novo na praça, e o malungo Ian Kelmer, que vem dividindo seu trabalho entre a Irlanda e o Brasil, enfim, tem uma moçada ótima por aí. Sobre começar em Folk cantando em inglês e ir partindo pra MPB, cara, eu nem sei onde a barreira cai, não acredito que uma mudança brusca de estilo seja algo de todo mal, se isso acontecer honestamente 'tá valendo. Não sei se pra esses dois artistas que você citou foi uma coisa natural, uma manobra comercial necessária, ou mesmo uma maturação artística como podemos atribuir à Mallu, sei que se soar bem não importa o resto, no caso da Mallu Magalhães eu vejo uma beleza muito grande no que ela tem feito, mas ouvi pouco, Vanguart eu nunca ouvi muito, mas sei que tem tempo de banda, espero que sejam verdadeiros, se for 'ta tudo certo.

Capa do disco "Last"

BN: Como tem sido a vida em São Paulo, uma fácil adaptação? Você já morou fora de Conquista antes? Ainda vai a Conquista? Há reconhecimento do seu trabalho por lá?
Benjamin: Vou à Conquista menos do que gostaria, de verdade, morro de saudades, especialmente de minha família que 'tá por lá, mas a vida em SP me consumiu, positivamente. Aqui comecei uma vida novinha, e ela tem sido difícil como tem de ser, mas tenho tido presentes cada vez mais doces pra compensar. Morei fora por períodos curtos, nunca fora do Brasil, em outros estados apenas, e a experiência era tocar, nada como o que vivo hoje, então chego aqui de peito aberto, mas sou de fácil adaptação, tenho trabalhado muito e isso gera outra perspectiva. Conquista veio comigo no coração, e os amigos ficaram por lá, junto ficou sim algum reconhecimento, pelo qual sou grato até o ultimo fio de cabelo, pessoas que admiro muito me admiram também, e isso é muito bonito.

BN: O que a capa de “Last” representa?
Benjamin: A capa de Last representa o encontro, um ponto de sintonia entre formas diferentes de vida. A fotografia, do Caio Resende, (outro poeta de Conquista, irmão eterno) me dá essa sensação, os elementos dessa foto, pensando que elas estão num cruzamento de avenida, me traz muitas imagens à cabeça, como quando a gente para num semáforo e espera, um ato diário tão comum, e nada nosso, e que desperta tantas e tantas e tantas angústias no homem, por algo tão simples e bonito que é esperar, enfim… Chego a falar dessa cena num verso em “Ceilings,” música que abre o disco, onde digo "traffic lights put queens and kings on hold" (nota do editor: “semáforos colocam reis e rainhas em espera, em tradução livre”). É por aí, o disco inteiro segue essa vibe.

MANILA (Reuters) - Um jovem designer da Costa Rica está transformando a devastação em oportunidade um ano depois que o tufão mais devastador já registrado assolou as Filipinas.

Bernardo Urbina, de 26 anos, vivia na cidade de Cebu quando o tufão Haiyan arrasou com o centro das Filipinas em novembro passado, arrastando muito do que estava em seu caminho com arremetidas semelhantes às de um tsunami e expulsando cerca de 4 milhões de pessoas de suas casas.

Urbina viajou a Tacloban, a cidade costeira mais atingida, e começou a comprar destroços e restos de madeira dos moradores para retransformá-los em peças de móveis e obras de arte.

“Não foi só um tronco que pegamos e convertemos em mobília… alguém foi o proprietário daquele destroço, daquela cabeceira, daquele batente de porta. E nós aprimoramos o material e lhe demos um novo uso para aumentar seu valor”, disse Urbina à TV Reuters.

Cada uma das peças únicas de Urbina conta uma história. Um andador de criança virou uma mesa de café, e pedaços de madeira descartados de árvores tombadas encontraram uma nova função como apoio de copos.

Urbina apresentou sua primeira coleção em Cebu em setembro, atraindo compradores interessados em peças com preços entre 400 e 980 dólares. Uma segunda coleção foi exibida em Manila no mês passado.

Ele também expôe fotos dos moradores de Tacloban que eram proprietários da casa ou o item que deram origem aos destroços.

O designer afirmou que irá dar 10 por cento do lucro de cada peça da linha de móveis 'Tacloban Prevails' (Tacloban Pravalece) aos sobreviventes do tufão dos quais adquiriu a matéria-prima de suas criações.

“Não é só uma empresa de móveis, é mais como um sistema que cria uma ponte de comunicação entre o usuário final e os filipinos afetados atr