Confirmado: Mott desfila na Viradouro Foto: Wagner Rodrigues

Confirmado: Mott desfila na Viradouro

"Chorei muito emocionado logo após pisar o solo da Viradouro". Estas são as palavras proferidas pelo historiador e antrópologo Luiz Mott ao ver na quadra e no barracão da Unidos do Viradouro de forma mais concreta que sua obra está tomando forma, cores e música para homenagear Rosa Egipcíaca, a personagem do século XVIII renascida e finalmente revelada através da pesquisa por ele realizada na Torre do Tombo em Portugal há pouco mais de 30 anos. Revelando-nos, com exclusividade, as sensações de alegria com a acolhida da comunidade da agremiação de Niterói, a surpresa com os inúmeros e decisivos detalhes que fazem o carnaval acontecer e a expectativa que será um desfile apoteótico da concentração à dispersão da Marquês de Sapucaí, deixou transparecer o júbilo acrescido à emoção. Convidado da diretoria e do carnavalesco da agremiação Vermelha e Branca, o intelectual compareceu ao ensaio na quadra na terça-feira, 10. Chegou cedo e com a quadra ainda não totalmente cheia constatou a extensão e a importância do seu trabalho ao expor para as baianas, passistas, ritmistas, Velha Guarda e demais componentes da Viradouro quem foi a escrava, meretriz, escritora e santa que séculos depois volta a ser a Flor do Rio de Janeiro em época de grande gala que é o desfile das escolas de samba do Grupo Especial, onde estão as mais importantes, tradicionais e poderosas instituições do carnaval carioca e brasileiro. Tudo tinha um brilho especial para alguém recém-chegado ao universo da folia.

No dia seguinte, a visita ao barracão o deixou mais impressionado ainda pelo tamanho e organização da Cidade do Samba, o local na zona portuária do Rio de Janeiro onde as doze agremiações do Grupo Especial fabricam suas alegorias e fantasias. O presidente Marcelo Calil Filho e o carnavalesco Tarcísio Zanon o impressionaram pela leitura atenciosa e acurada do livro Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil, que a Companhia das Letras promete relançar em edição especial revisada pelo próprio autor em fevereiro antes do desfile da Sapucaí. Ficou encantado com a beleza dos carros alegóricos e apaixonou-se pelo carro do batismo. Com tantos e intensos relatos confirmou que será mais um componente a defender a escola, em cima de uma das alegorias, para fazê-la conquistar na Quarta-feira de Cinzas o terceiro título de Campeã do Carnaval da Cidade do Rio de Janeiro.

Concluiu, revelando também que a personagem da história colonial brasileira será levada aos cinemas e parte do que for apresentado no desfile da segunda-feira de carnaval será transformado em uma exposição. Sugestão do próprio biógrafo da homenageada no enredo Rosa Maria Egipcíaca.

 

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