Não é apenas a falta de vitórias no Campeonato Brasileiro que tem afetado o Bahia na temporada 2021. Fora de campo, o tricolor tem passado por dificuldade para manter as contas em dias. Os salários de atletas e funcionários estão atrasados.

Durante entrevista na terça-feira (24), no CT Evaristo de Macedo, o presidente do clube, Guilherme Bellintani, admitiu o atraso. Segundo ele, a diretoria ainda negocia o pagamento de direitos de imagem referentes ao ano passado. Vale destacar que a remuneração dos atletas é dividida em duas partes: um valor registrado na carteira de trabalho, de acordo com a CLT, e outro no contrato de imagem. Esse último costuma representar a maior fatia.

"Não estão em dia. Temos falado bastante sobre isso. Temos o débito do ano passado. Em relação a imagem. Salário sim (está em dia; ele se refere à parte da CLT). As imagens do ano passado estão sendo conversadas. O que precisamos é de transparência, diálogo, compreensão. Estamos conversando para tentar encerrar o ano com tudo isso suprido. Apesar do ano ser muito difícil, passamos pelo pior momento financeiro do clube. A expectativa, agora, é ir melhorando", afirmou.

O cenário financeiro ruim não é uma novidade. A atual gestão tem relatado perdas de receitas desde 2020, com o início da pandemia. Além da queda no número de sócios, o clube viu zerar a renda com bilheteria, já que não há torcida nos jogos.

Fora isso, o Bahia ainda aumentou as dívidas trabalhistas. Recentemente o volante Elias e o atacante Élber, que deixaram o tricolor no fim do ano passado, buscaram a Justiça para cobrar valores atrasados. O Esquadrão chegou a entrar em acordo com Élber e vai pagar R$ 770 mil.

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Na Copa Sul-Americana, o Esquadrão frustrou os tricolores e não conseguiu avançar à segunda fase, ficando em terceiro lugar no grupo que tinha o Independiente-ARG, City Torque-URU e Guabirá-BOL. Já na Copa do Brasil, foi eliminado nas oitavas de final pelo Atlético-MG

O grande problema do treinador foi no Campeonato Brasileiro. O Bahia começou bem no torneio, somando 17 pontos nos dez primeiros jogos - o melhor início do clube nos pontos corridos -, mas embalou uma sequência negativa de seis jogos sem vencer, que ainda não foi interrompida. Foram cinco derrotas para São Paulo, Flamengo, Atlético-MG, Sport e Atlético-GO, além do empate com o Cuiabá, o que aumentou a pressão no trabalho de Dado. O início da crise coincidiu com a saída de dois titulares, o zagueiro Juninho e o meia Thaciano, negociados para times do exterior.

Após a derrota para o Atlético-GO, Dado chegou a garantir que o clima interno era bom e que tinha a confiança dos jogadores na continuidade do trabalho, mas a diretoria do Bahia decidiu por encerrar o ciclo do treinador.

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Olimpíada de Tóquio foi a Olimpíada das mulheres. Nunca antes a delegação feminina foi tão protagonista em uma campanha do Time Brasil. Das sete medalhas de ouro conquistadas pelo país, três vieram com elas (42,9%). Incluindo a baiana Ana Marcela Cunha, nos 10km na prova de maratona aquática, além de Martine Grael e Kahena Kunze, na vela, e Rebeca Andrade, na ginástica artística.

Por pouco, o número no Japão não seria ainda maior. No último dia de competições, a seleção feminina de vôlei chegou à final, assim como a soteropolitana Beatriz Ferreira, no boxe, mas conquistaram a prata.

No Rio-2016, Londres-2012 e Pequim-2008, as atletas haviam faturado dois ouros. Em Atenas-2004 e Sidney -2000, as mulheres não levaram medalhas douradas. E em Atlanta-1996, na primeira vez que elas subiram ao pódio, conseguiram uma: no vôlei de praia feminino, com Jackie Silva e Sandra Pires.

O desempenho da delegação feminina não foi excelente só nos ouros, mas em medalhas no geral. Dos 21 pódios conquistados pelo Brasil em Tóquio, nove foram de mulheres ou equipes de mulheres (42,9%). É um recorde. Até então, a maior marca era de Pequim-2008, quando faturaram sete medalhas.

Elas, aliás, quebraram várias marcas inéditas e importantes no Japão. Por exemplo, foi de uma dupla feminina, Luisa Stefani e Laura Pigossi, o primeiro pódio brasileiro do tênis. Também foram as responsáveis pelo primeiro ouro na maratona aquática, com Ana Marcela, e a medalhista brasileira mais jovem da história, com Rayssa Leal, de apenas 13 anos. O patamar expressivo foi uma representação importante do poder das mulheres.

Rebeca Andrade
Rebeca Andrade se despede de Tóquio com o nome escrito na história. Aos 22 anos, a paulista foi a primeira ginasta feminina do Brasil a subir ao pódio olímpico. Aliás, não só quebrou a marca, como fez em dose dupla e com direito a um ouro, no salto, além da prata no individual geral. Recorde que a tornou a primeira mulher do país a conquistar duas medalhas em uma única edição dos Jogos. Ainda alcançou a um honroso quinto lugar na final do solo, com seu Baile de Favela. Com a melhor e mais vitoriosa campanha de uma ginasta brasileira em uma Olimpíada, foi a porta-bandeira do Brasil na cerimônia de encerramento do evento.

Ana Marcela Cunha
Eleita seis vezes a melhor maratonista aquática do mundo, Ana Marcela Cunha já possuía um currículo estrelado, com 11 medalhas em Campeonatos Mundiais e ouro nos Jogos Pan-Americanos. Mas faltava algo a ser conquistado: um pódio olímpico. Não mais. A baiana fez uma prova perfeita e venceu a disputa dos 10km nas águas abertas de Tóquio. Se tornou a primeira brasileira, entre homens e mulheres, a levar o ouro da modalidade nos Jogos, e ainda se tornou a primeira atleta do país a ganhar uma disputa da natação feminina olímpica.

Martine Grael e Kahena Kunze
Cinco anos depois de faturarem o ouro na Rio-2016, Martine Grael e Kahena Kunze mostraram que, quando o assunto é vela, elas são as especialistas. A dupla confirmou o favoritismo e conquistou o bicampeonato olímpico da classe 49erFX, mantendo a tradição familiar – Martine é filha de Torben Grael, dono de cinco medalhas dos Jogos, enquanto Kahena é filha de Claudio Kunze, campeão mundial juvenil nos anos 1980. Com o resultado, elas também se tornaram as primeiras brasileiras, entre homens e mulheres, a levar dois ouros olímpicos seguidos na vela

Beatriz Ferreira
Pela primeira vez nas Olimpíadas, o Brasil teve uma mulher em uma final do boxe. Campeã mundial do peso leve (até 60kg), a baiana Beatriz Ferreira conquistou em Tóquio a prata, após perder na última luta para a irlandesa Kellie Harrington, ouro no Mundial de 2018, por decisão unânime dos juízes. Apesar de assumir que queria o primeiro lugar do pódio, Bia foi a responsável por uma medalha inédita. Até então, o melhor resultado de uma atleta feminina no esporte havia sido o bronze de Adriana Araújo em Londres-2012 – a primeira Olimpíada com disputa das mulheres no ringue. Beatriz, aliás, havia sido a sparring de Adriana há cinco anos, no Rio de Janeiro, e, em Tóquio, competiu pela primeira vez nos Jogos. E já prometeu que estará em Paris-2024: “Tá logo ali. Aguardem”, disse, à TV Globo, após o combate contra Kellie.

Vôlei feminino
A seleção feminina de vôlei chegou a Tóquio desacreditada por muitos. No Rio-2016, tinha feito seu pior resultado em 28 anos, quando caiu nas quartas de final. No ciclo olímpico atual, o grupo foi atormentado por lesões e aposentadorias, além do sétimo lugar no Mundial de 2018. Mas a desconfiança foi superada pela equipe, que chegou ao mata-mata de forma invicta. Nas quartas, bateu a Rússia por 3 sets a 1 e, na semi, despachou a Coreia do Sul por 3 sets a 0. Na decisão, a seleção perdeu para os Estados Unidos, por 3 sets a 0 (25/21, 25/20 e 25/14), e se ficou com o vice-campeonato, o primeiro da história. A prata foi a quinta medalha olímpica da equipe, que somava os ouros de 2008 e 2012 e os bronzes de 1996 e 2000. A seleção feminina, aliás, foi a única do vôlei a conquistar um pódio no Japão, já que a masculina terminou na quarta posição e as duplas da praia foram eliminadas cedo.

Rayssa Leal
Rayssa Leal chegou ao Japão como a atleta mais jovem da história do Brasil nos Jogos. De tão nova, sua mãe, Lilian, recebeu uma autorização especial para entrar na Vila dos Atletas e ter acesso irrestrito em Tóquio. Mas a Fadinha não atravessou o mundo a passeio. Saiu de lá como a mais nova medalhista olímpica brasileira, entre homens e mulheres de todas as modalidades. Aos 13 anos, seis meses e 21 dias, a maranhense conquistou a prata do skate street, batendo o recorde de Rosângela Santos, que foi bronze dos 4x100m do atletismo em Pequim-2008, aos 17 anos.

Mayra Aguiar
Mayra Aguiar escreveu de vez seu nome no rol dos maiores atletas olímpicos do Brasil. Ao conquistar o bronze em Tóquio, a judoca se tornou a primeira mulher a faturar três medalhas dos Jogos em modalidades individuais pelo país. Antes, a gaúcha já havia conquistado o bronze em Londres-2012 e na Rio-2016. De quebra, ela se tornou a primeira atleta do judô brasileiro a conquistar três medalhas na história da Olimpíada e ainda igualou a marca da jogadora de vôlei Fofão, até então a única mulher brasileira medalhista em três Jogos diferentes.

Laura Pigossi e Luisa Stefani
Última dupla feminina inscrita no último dia possível, com campeãs de Grand Slams no caminho e tentando conquistar uma medalha inédita para o Brasil. O caminho era tortuoso, mas nada que abalasse a confiança de Luisa Stefani e Laura Pigossi. Com a confiança em alta, as duas foram derrubando adversárias atrás de adversárias e conquistaram o primeiro pódio brasileiro na história do tênis olímpico. O bronze, aliás, veio em um jogaço, em que Luisa e Laura salvaram quatro match points contra as russas Elena Vesnina e Veronika Kudermetova, garantindo uma virada histórica e memorável.

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O Bahia bem que lutou, mas o triunfo por 2x1 sobre o Atlético-MG, na noite desta quarta-feira (4), no estádio Joia da Princesa, em Feira de Santana, não foi suficiente para o tricolor seguir vivo na Copa do Brasil.

Apesar da eliminação nas oitavas de final do torneio, o atacante Gilberto exaltou a atuação do Esquadrão. O time chegou a abrir 2x0 no primeiro tempo, resultado que levava o duelo para os pênaltis, mas levou o gol de Vargas no segundo tempo e viu a vaga ficar com o time mineiro.

"A gente lutou bastante, esse grupo não se entrega. E a gente não se entregou. Conseguimos tirar a vantagem que eles tinham. Aconteceu o gol deles... Acabamos sem a classificação. Mas estamos de parabéns, mostramos nossa força. Não foi o jogo que queríamos, mas o nosso grupo mostrou que somos fortes", disse o camisa 9.

Apesar do adeus na Copa do Brasil, o Bahia quebrou o jejum de vitórias e voltou a vencer depois de cinco jogos na temporada. Agora, o time vai mudar o foco para a Série A do Brasileirão. Neste sábado (7), o Esquadrão encara o Cuiabá, às 21h, na Arena Pantanal.

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Ana Marcela Cunha é a rainha das águas abertas de Tóquio. A baiana brilhou na prova da maratona aquática e conquistou a tão sonhada medalha olímpica. Justamente o ouro, após completar a disputa de 10km no Odaiba Marine Park em 1h59m30s8, na noite desta terça-feira (pelo horário de Brasília, manhã de quarta no Japão).

A campeã ainda se tornou a primeira mulher brasileira a subir ao lugar mais alto do pódio em uma prova de natação nos Jogos.

"Quero agradecer ao meu clube, meus pais, minha namorada... Sonhava muito com uma medalha olímpica, mas representa muito ser campeã. Todos os brasileiros medalhistas me incentivaram muito, principalmente o Scheffer e o Bruno. É uma raia, uma chance, como eles dizem", comemorou, em entrevista ao SporTV.

Ana Marcela não saiu do pelotão da frente durante a disputa. Marcava as concorrentes e, no fim, disparou para vencer e ganhar o ouro. A prata ficou com a holandesa Sharon van Rouwendaal, com 1h59m31s7, e o bronze foi para a australiana Kareena Lee, com 1h59m32s5.

O pódio veio na terceira participação da baiana nos Jogos, após quatro ciclos olímpicos. A estreia foi em Pequim-2008, quando tinha apenas 16 anos. Conseguiu um surpreendente 5º lugar, a apenas 9 segundos da campeã, Larissa Ilchenko, e a 5 segundos de um lugar no pódio. Na edição seguinte, Londres-2012, ela não conseguiu se classificar e ficou de fora.

Na Rio-2016, a brasileira era considerada favorita, mas teve um problema com a nutrição durante a prova e ficou somente na 10ª colocação. Não conseguiu ali, mas faturou o sonhado ouro no Japão.

"Finalmente. Acho que, por mais nova que fui em 2008, foi minha primeira Olimpíada. Querendo ou não, é um quarto ciclo olímpico, vindo de uma não classificação, uma frustação no Rio e um amadurecimento muito grande para chegar até aqui. O que posso dizer é: acreditem nos seus sonhos, dê tudo de si. Eu acredito e acreditei nisso", completou.

Essa foi a segunda medalha do Brasil em provas de maratona aquática nas Olimpíadas desde que o evento foi incluído, em Pequim-2008. Na Rio-2016, Poliana Okimoto havia faturado o bronze.

A prova
Ana Marcela passou a prova inteira no pelotão da frente. Na parcial dos 900m, estava em 5º lugar, mas apenas 1,4 segundo atrás da líder Leonie Beck. No primeiro ponto da hidratação, optou por seguir direto e assumiu a liderança ao fim da primeira volta (1,4 km), com 18m15s60.

Na parcial dos 2,3 km, a baiana passou em terceiro, três segundos atrás da americana Ashley Twichell e 1,9s da alemã Leonie Beck. Mas a brasileira logo ultrapassou a europeia e voltou a colar na liderança. No segundo momento da nutrição, se hidratou e seguiu entre as duas primeiras.

Nos 3,8 km, Ana Marcela estava na 5ª colocação, com 4 segundos de diferença para Twichell. Não demorou muito e recuperou a vice-liderança, acelerando depois do contorno da boia. No terceiro momento da zona de hidratação, a nadadora seguiu reto e assumiu a ponta da prova, ao fim dos 4,3 km.

Na parcial seguinte, dos 5,2km, a baiana seguia em primeiro, com 1h02m30s50. Ashley Twichell, dos Estados Unidos, aparecia em seguida, com 3 segundos de distância. Em seguida, Ana Marcela se hidratou e caiu para a 2ª colocação nos 5,7 km, mas estava a apenas 1,6s da líder.

Outra americana, Haley Anderson, acelerou e assumiu a ponta. Mas a brasileira seguia em 2º lugar, com 2,3s de desvantagem. Não demorou muito e Twichell recuperou a primeira posição. Na quinta passagem, Ana Marcela optou pela hidratação. Twichell, que seguiu adiante, aparecia a 3s na frente.

Após os 7,2km, a alemã Leonie Beck acelerou, abriu vantagem e deixou a americana e a brasileira para trás. A baiana ainda sofreu um ataque da holandesa Sharon van Rouwendaal e caiu para a 4ª posição na parcial dos 8,1km, atrás também de Beck, Twichell e da chinesa Xin Xin.

Pouco antes da última volta, Ana Marcela avançou e asumiu a 3ª colocação. E, nos 8,6km, já passava em 2º lugar, atrás somente da alemã Leonie Beck. Quando virou a boia dos 8,81km, a brasileira já aparecia na liderança.

No quilômetro final, as nadadoras apertaram o ritmo e aceleraram bastante. Ana Marcela passou na frente na boia dos 9,5km, com quase 1 segundo de vantagem sobre van Rouwendall. A baiana segurou bem a liderança, bateu em 1º lugar e garantiu o ouro olímpico.

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Nada melhor do que acordar com uma medalha olímpica brasileira e horas depois comemorar outra. Esta foi a manhã de quinta-feira dos brasileiros, que levantaram da cama já celebrando o bronze de Mayra Aguiar, no judô, e depois uniram forças na torcida por Rebeca Andrade na ginástica, que levou a prata. Conquistas históricas para o Brasil nas Olimpíadas de Tóquio.

Com a prata no individual geral feminino, Rebeca Andrade tornou-se a primeira brasileira a conquistar uma medalha na ginástica artística dos Jogos Olímpicos. E com seu bronze, Mayra Aguiar é a primeira brasileira a somar três medalhas individuais em Olimpíadas - levou outros dois bronzes em Londres-2012 e Rio-2016.

A manhã de quinta também teve outras alegrias: com vitórias das duplas masculina e feminina no vôlei de praia e do feminino no vôlei de quadra (com susto de lesão). E algumas tristezas, como a eliminação de brasileiros na natação e derrota de Stefani e Pigossi nas semifinais do tênis em duplas - mas elas ainda disputam bronze.

Baile de favela... e de prata!
Rebeca Andrade deu o que falar em Tóquio com sua apresentação solo Baile de Favela. Mas ela mostrou que é uma ginasta completa ao ter boas apresentações no individual geral, que renderam prata com 57,298 pontos - perdendo apenas para a americana Sunisa Lee (57,433).

A medalha foi de prata graças ao VAR. Ela tinha recebido 13,566 pontos na trave, mas a comissão brasileira pediu revisão, os árbitros acataram, e a nota subiu um décimo - a diferença entre Rebeca e a russa Angelina Melnikova, a terceira colocada, foi de apenas 0,099.

E a torcida por Rebeca - que contou até com carinho de Simone Biles nesta quinta - não para. Ela ainda tem mais duas chances de pódio.

Brasil acorda MAYARIZADO
Por volta de 6h30 (de Brasília), quando grande parte do país ainda estava despertando, a judoca Mayra Aguiar venceu a sul-coreana Hyunji Yoon na categoria até 78kg e conquistou a medalha de bronze. Foi o melhor despertar possível para os brasileiros, como deixaram claro nas redes sociais.

Mayra entra para a galeria de maiores medalhistas do país na história das Olimpíadas. Além dela, apenas Fofão, do vôlei, soma três pódios em Olimpíadas. Robert Scheidt, com duas medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze, é o maior medalhista do Brasil nos Jogos.

Uma grande conquista após muito sofrimento. Mayra teve que correr contra o tempo para se recuperar fisicamente. Com o bronze garantido, desabafou: "Não aguentava mais fazer cirurgia".

Vitórias na quadra e na areia
O time feminino do Brasil não teve problemas para bater o Japão por 3 sets a 0, parciais de 25/16, 25/18 e 26/24, e conquistar a terceira vitória nas Olimpíadas. Mas o jogo deixou uma preocupação para a sequência: a lesão da levantadora Macris, que torceu o tornozelo direito na aterrissagem depois de um bloqueio.

Ainda não há informações mais precisas sobre Macris, mas você pode acompanhar as atualizações em ge.globo/olimpiadas. Com a vitória, o Brasil continua em segundo no grupo, atrás da Sérvia - ambos os países têm três vitórias, mas as brasileiras têm dois sets perdidos que contam no desempate.

Na praia, duas duplas brasileiras conseguiram se garantir nas oitavas de final. Ágatha e Duda entraram pressionadas, precisando de uma vitória. E ela veio. A dupla triunfou diante das canadenses Heather Bansley e Brandie Wilkerson por 2 sets a 0, com parciais de 21/18 e 21/18.

No masculino, Alison e Álvaro Filho também espantaram a zebra e bateram os holandeses Robert Meeuwsen e Alexander Brouwer por 2 sets a 0, com parciais de 21/14 e 21/19, passando para o mata-mata. Os adversários das duplas brasileiras ainda não foram definidos.

Agora é tentar o bronze
O sonho da medalha de ouro para Luisa Stefani e Laura Pigossi ficou para a próxima Olimpíada. As brasileiras tiveram ótimo início, mas foram derrotadas pelas suíças Belinda Bencic e Viktorija Golubic por 2 sets a 0, parciais de 7/5 e 6/3.

As brasileiras, no mínimo, já igualaram a melhor campanha do país na modalidade - o quarto lugar de Fernando Meligeni em Atlanta 1996. Mas ainda pode ser melhor: já que lutam pelo bronze, em partida contra as russas Elena Vesnina e Veronica Kudermetova.

Eliminações e desabafo
A manhã não trouxe bons resultados para os brasileiros na natação. Matheus Gonche e Vinícius Lanza, nos 100m borboleta, e Viviane Jungblut, nos 800m livre, não passaram para as semifinais. Assim como o revezamento 4x100m medley misto, formado por Guilheme Baceto, Felipe Lima, Giovanna Diamante e Stephanie Balduccini.

Chamou a atenção o desabafo de Matheus Gonche durante entrevista:

- Vi muitos comentários nas redes sociais, maldosos, uns dias atrás. Falando muito mal, que o pessoal (atletas) está fazendo por fazer. Não é assim. Olimpíadas é um outro jogo, outro esporte. Tem que ter paciência, entender o que está falando pra fazer comentário nas redes sociais sem saber o que está por trás disso. Pessoal, cuidado com o que falam, pesquisem um pouco.

Adeus no tiro com arco
No tiro com arco, a brasileira Ane Marcelle dos Santos bateu a mexicana Ana Vasquez na estreia, mas depois caiu para a sul-coreana An San na segunda rodada - uma das favoritas ao ouro. Assim, finalizou sua participação em Tóquio.

Eliminação no boxe
Após a vitória de Hebert Souza na madrugada, a brasileira Graziele Sousa não conseguiu repertir o feito e perdeu para a japonesa Tsukimi Namiki no boxe, na categoria até 51kg. A derrota foi por decisão unânime, placar de 5 a 0. Ela dá adeus às Olimpíadas.

 
Rebeca Andrade conquista prata nas Olimpíadas — Foto: Ricardo Bufolin / Panamerica Press / CBG

Rebeca Andrade conquista prata nas Olimpíadas — Foto: Ricardo Bufolin / Panamerica Press / CBG

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As águas escuras de Tsurigasaki ficaram com gosto de lágrima, cheiro de emoção e marcadas na história. Nordestino, potiguar, brasileiro: Ítalo Ferreira dominou a bateria da final contra o japonês Kanoa Igarashi com uma aula de técnica e estratégia para se tornar o primeiro campeão olímpico da história do surfe. O garoto que surfava em tampas de isopor e porta de geladeira conquistou o mundo mais uma vez, com uma vontade que conquistou o coração do país e que nem mesmo uma prancha quebrada conseguiu parar.

Ítalo é uma história de superação, beleza, técnica e carinho. As lágrimas e menções à família e principalmente à avó, falecida em 2019, meses antes da conquista de seu título mundial, não deixam mentir. Seu ouro é mais um marco para que os esportes sejam valorizados e, no caso do surfe, tirados da marginalidade, para que novos Ítalos surjam.

Ítalo confirmou o favoritismo brasileiro na modalidade. Para vencer o ótimo Igarashi por 15.14 a 6.60, o surfista foi, acima de tudo, extremamente maduro. Foram poucas as tentativas de manobras aéreas, mas a precisão nas manobras 'dentro' da onda fez o diferencial.

Quem vê o placar folgado não imagina o drama no início da bateria: logo em sua primeira onda, Ítalo quebrou a prancha e precisou trocar por uma reserva. A primeira levada pela comissão técnica não agradou e, na beira do mar, pediu outra.

Aos oito minutos, o brasileiro pegou a sua primeira boa onda, recebendo nota 7.00 dos juízes. Àquela altura, o adversário nao tinha conseguido nenhuma onda interessante, somente com as notas 3.83 e 0.67 após uma queda. Ítalo fazia uma apresentação na contramão e trocou a sua segunda nota na sequência, ao pegar uma onda de 5.50.

Veio a manobra aérea 8 minutos depois, rendendo 7.77 e deixando Kanoa numa delicada situação de precisar de duas ondas para conseguir uma virada.

Daqui do Brasil, a torcida estava nervosa. Ítalo não. Sereno, seguiu dando baile, show, aula - seja lá como queira definir. Faltando três minutos, pegou uma onda de 7.37 e, ao sair da espuma, seu sorriso entregava o inevitável: um rapaz latino-americano que até bem pouco tempo não tinha dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior conquistou a primeira medalha de ouro olímpica da história do surfe. O resultado de 15.14 x 6.60 estava sacramentado. Ouro do Brasil.

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Uma nova lenda olímpica surgiu em Tóquio-2020. Aos 13 anos e 203 dias, Rayssa Leal conquistou, na madrugada desta segunda-feira (26), a medalha de prata na categoria street do skate em Tóquio-2020, e se tornou a atleta mais nova da história do Brasil, entre homens e mulheres de todas as modalidades, a ir ao pódio dos Jogos.

O recorde anterior pertencia a Rosângela Santos, do 4x100m do atletismo, que foi bronze aos 17 anos em Pequim-2008.

Antes mesmo da medalha, Fadinha, como Rayssa também é conhecida, já tinha batido recorde em Tóquio. Ao iniciar sua prova, ela passou a ser a atleta brasileira mais jovem a participar da Olimpíada. A marca, até então, era de Talita Rodrigues, nadadora que foi finalista no 4x100m livre em 1948, nos Jogos de Londres. Na ocasião, tinha 13 anos e 347 dias.

"Eu estou muito feliz, porque pude representar todas as meninas, a Pamela e a Leticia, que não se classificaram, todas as meninas do skate e do Brasil. Poder realizar meu sonho de estar aqui e ganhar uma medalha é muito gratificante. Meu sonho e sonho dos meus pais", comemorou a brasileira, de Imperatriz, no Maranhão.

Rayssa ainda sobe ao primeiro pódio do skate street feminino da história olímpica. Com a pontuação de 14.64, a Fadinha ficou atrás apenas da japonesa Momiji Nishiya - também de 13 anos, mas cinco meses mais velha que a brasileira -, que somou 15,26 na final. O pódio foi completado por Funa Nakayama, com 14,49.

De acordo com o site oficial dos Jogos, o atleta mais jovem a receber uma medalha olímpica foi Dimitrios Loundras. Com 10 anos e 218 dias, o grego foi bronze na ginástica por equipes na primeira edição do evento, em 1896.

Já a mulher mais jovem a ir ao pódio em uma Olimpíada foi a italiana Luigina Giavotti, com 11 anos e 301 dias. Ela foi prata na ginástica por equipes na Olimpíada de 1928, em Amsterdã, na Holanda. E a atleta feminina mais nova a ganhar uma medalha olímpica em uma prova individual é a dinamarquesa Inge Sørensen, que foi bronze nos 200m peito em Berlim-1936, com 12 anos e 24 dias de idade.

As primeiras edições dos Jogos, porém, não possuem registros oficiais de todos os atletas. Há a informação não-oficial de um francês, Marcel Depaillé, de apenas sete anos, que teria sido campeão do remo nos Jogos de 1900.

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O Brasil venceu a Alemanha em sua estreia nos Jogos Olímpicos na manhã desta quinta-feira (22). A seleção olímpica venceu por 4 a 2, mas poderia ter feito mais, desperdiçando boas chances de uma goleada histórica.

Richarlison fez três gols, Paulinho marcou um golaço no fim da partida. "É uma sensação que não tem como explicar, é o meu primeiro hat-trick, ainda mais com essa camisa. Estou muito feliz, um sonho realizado. Quando pedi a liberação no Everton foi para isso, honrar a camisa. Espero continuar assim, hoje vai ser uma noite inesquecível, jamais vou esquecer. Agora é comemorar bastante, uma noite importante para nós", disse camisa 10 após o fim do jogo.

Para a Alemanha, marcaram Amiri e Ache, já no segundo tempo da partida.

Confira como foi o jogo

O Brasil começou arrasador. Nos primeiros minutos da partida contra um rival de tradição, a Alemanha, de tantas histórias em um passado recente, o time do técnico André Jardine não se intimidou e fez três gols de cara. Os três com Richarlison, todos de puro oportunismo.

O jogador do Everton, da Inglaterra, foi o principal jogador do Brasil em Yokohoma, no estádio que os brasileiros conhecem bem. Foi lá que a seleção principal ganhou a sua quinta Copa do Mundo também diante da Alemanha, em 2002, com dois gols de Ronaldo, na vitória de 2 a 0.

André Jardine não teve os jogadores que queria ter em Tóquio-2020. Mas formou uma equipe equilibrada. O lateral-direito Daniel Alves foi um dos destaques do time na estreia, ajudando na marcação, mas também armando em algumas ocasiões.

Depois de construir três gols de vantagem, o Brasil ainda perdeu um pênalti com Matheus Cunha. Poderia ter feito 4 a 0. Nesse momento não teve brasileiro que não se lembrou dos 7 a 1 sofridos para os alemães na Copa do Mundo de 2014. O atacante cobrou forte, mas à meia altura, facilitando a vida do goleiro Müller.

Em nenhum momento do primeiro tempo, a seleção brasileira foi pior do que a Alemanha. O time alugou o meio de campo, teve chances de fazer mais gols, mas foi se acostumando com o resultado. Deu espaço na etapa final e permitiu a reação do rival.

No primeiro gol da Alemanha, o goleiro Santos, do Athletico-PR, falhou. O time perdeu a concentração e só retomou a seriedade após o segundo da Alemanha. Para quem estava perdendo por 3 a 0, o time alemão recuperou as esperanças de ao menos empatar na estreia. Não deu. Com Paulinho em uma jogada pela esquerda, aumentou a contagem e sacramentou a vitória do time campeão olímpico.

FICHA TÉCNICA

BRASIL 4 x 2 ALEMANHA

BRASIL - Santos; Daniel Alves, Nino, Diego Carlos e Guilherme Arana; Douglas Luiz, Bruno Guimarães e Claudinho (Malcom); Antony (Paulinho), Matheus Cunha e Richarlison (Reinier). Técnico: André Jardine.

ALEMANHA - Müller; Henrichs, Pieper (Torunarigha), Uduokhai e Raum; Maier, Arnold e Amiri; Stach (Schlotterbeck), Richter (Ache) e Kruse (Löwen). Técnico: Stefan Kuntz.

GOLS - Richarlison, aos 6, aos 21 e aos 29 minutos do primeiro tempo; Amiri, aos 11, Ache, aos 38, e Paulinho, aos 48 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS - Douglas Luiz (Brasil); Henrichs, Pieper, Uduokhai e Stach (Alemanha).

CARTÃO VERMELHO - Arnold (Alemanha).

ÁRBITRO - Ivan Barton (Fifa-El Salvador).

LOCAL - Estádio Yokohama, em Yokohama (Japão).

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O Bahia deu um vexame histórico no Campeonato Brasileiro. Foi goleado pelo Flamengo por 5x0, na noite deste domingo (18), em Pituaçu. Foi a segunda derrota seguida na competição.

Mesmo em casa, o Esquadrão foi totalmente dominado e viu Gabigol marcar três vezes, duas no primeiro tempo e uma no segundo. Também na segunda etapa, Pedro e Vitinho saíram do banco de reservas e completaram a goleada do time rubro-negro.

O resultado fez o Bahia ser ultrapassado pelo próprio Flamengo, que chegou aos 18 pontos e alcançou a sexta colocação. O tricolor agora é o oitavo, com 17. O próximo compromisso do Esquadrão na Série A será no domingo (25), quando visita o Atlético-MG, às 11h, no Mineirão.

BAHIA SÓ ASSISTIU
Diante de um Flamengo que praticamente colocou força máxima em Pituaçu, o Bahia foi a campo com uma escalação modificada por causa de suspensões e das saídas de Thaciano e Juninho, negociados. Na defesa, Germán Conti voltou após lesão e teve a companhia de Ligger. Já no meio, Galdezani e Thonny Anderson ganharam chance entre os titulares ao lado de Patrick.

Quando a bola rolou, o que se viu foi um primeiro tempo de puro domínio do Flamengo. O rubro-negro criou duas boas chances antes dos 5 minutos de jogo. Gabigol foi flagrado em impedimento e Michael desperdiçou a oportunidade.

Marcando com linhas baixas, o Bahia tentava roubar a bola para encaixar o contra-ataque, mas não ameaçava o gol de Diego Alves. Em uma rara escapada pela direita, Gilberto cruzou para Rossi, e o goleiro flamenguista chegou primeiro na bola. Em um lance em que conseguiu roubar a bola no meio-campo, Galdezani não acelerou a jogada e segurou a jogada para a passagem de Rossi pela esquerda. O cruzamento do atacante não chegou ao centroavante Gilberto.

Aos 22 minutos a situação se complicou para o tricolor, pois o que era pressão se transformou em gol. Nino Paraíba iniciou a falta em Arrascaeta fora da área e terminou dentro. Pênalti que Gabigol cobrou e abriu o placar para o Flamengo.

O time visitante parecia estar em casa, de tão confortável na partida. Everton Ribeiro teve duas boas chances, mas foi desarmado dentro da área. Aos 35 minutos Diego recebeu completamente livre na marca do pênalti e Matheus Teixeira fez um milagre.

A vantagem de um gol não estava condizente com a diferença de atuação das duas equipes. Aos 40 minutos, Arrascaeta deu passe para Isla nas costas de Matheus Bahia. O chileno cruzou rasteiro, Gabigol se antecipou a Conti e deu um toque para anotar o segundo.

VIROU GOLEADA
O Esquadrão voltou do intervalo com Juninho Capixaba no lugar de Matheus Bahia e com a postura mais ofensiva. Em busca de uma reação, o tricolor ficou perto do gol com Gilberto, que chutou para fora, e com Matheus Galdezani, que acertou o travessão de Diego Alves.

A tentativa de se lançar ao ataque abriu espaços para o Flamengo. Gabigol escapou livre em contra-ataque e, de cara Com Matheus Teixeira, tentou colocar no canto. Outra grande defesa do goleiro tricolor.

Dado decidiu colocar velocidade no time e trocou Thonny Anderson por Maycon Douglas. Mas foi o Flamengo quem voltou a marcar. Aos 16 minutos, Everton Ribeiro teve liberdade para carregar e tocar para Gabigol. Ligger deu o bote errado na marcação e o atacante ficou sozinho e fuzilou as redes de Matheus Teixeira: 3x0.

Completamente dominado, o Bahia a essa altura não conseguia atacar - nem marcar. O quarto gol, que parecia questão de tempo, saiu quando Vitinho cruzou da esquerda e Pedro surgiu sozinho entre Ligger e Juninho Capixaba e escorou aos 28 minutos.

O de honra poderia ter saído quando Willian Arão não conseguiu dominar a bola dentro da área, só que Edson não aproveitou a bobeira. Para piorar, aos 38 minutos Vitinho recebeu de Arrascaeta e se esticou para mandar no canto, fazendo o quinto do Flamengo e fechando o vexame tricolor em casa.

FICHA TÉCNICA
Bahia 0x5 Flamengo – Campeonato Brasileiro (12ª rodada)

Bahia: Matheus Teixeira, Nino Paraíba, Conti, Ligger e Matheus Bahia (Capixaba); Patrick (Edson), Matheus Galdezani (Lucas Araújo) e Thonny Anderson (Maycon Douglas); Rossi, Rodriguinho (Pablo) e Gilberto. Técnico: Dado Cavalcanti.

Flamengo: Diego Alves, Isla (Rodinei), Gustavo Henrique, Léo Pereira e Filipe Luís (Renê); William Arão e Diego(João Gomes); Arrascaeta, Michael (Vitinho) e Everton Ribeiro; Gabigol (Pedro). Técnico: Renato Gaúcho.

Estádio: Pituaçu
Gols: Gabigol, aos 22 e aos 40 minutos do 1º tempo, e aos 16 minutos do 2º tempo, Pedro, aos 26 minutos, e Vitinho aos 38
Cartão amarelo: Matheus Bahia, Capixaba, Gilberto (Bahia); Diego (Flamengo)
Arbitragem: Wilton Pereira Sampaio, auxiliado por Fabricio Vilarinho da Silva e Bruno Raphael Pires (trio de Goiás).

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