Ideb 2019: Bahia não atinge meta e tem 3º pior desempenho do país entre alunos do Ensino Médio

Ideb 2019: Bahia não atinge meta e tem 3º pior desempenho do país entre alunos do Ensino Médio

O Ministério da Educação (MEC) divulgou, nesta terça-feira (15), os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2019 e os números não são animadores: a Bahia teve o terceiro pior desempenho do Brasil entre os alunos do Ensino Médio. Empatado com o Rio Grande do Norte, a nota dos baianos - 3,5 - só foi pior do que a dos estudantes do Amapá e Pará (3,4) e está longe da meta estipulada para este ano, que era de 4,5. A média brasileira foi de 4,2, também abaixo do previsto, de 5,0.

Nos anos finais do Ensino Fundamental, a Bahia ocupa o penúltimo lugar no ranking, ao lado de Sergipe, Rio Grande do Norte e Pará, com uma nota de 4,1. A avaliação está abaixo do planejamento estadual, de 4,5. A pior média foi do Amapá, de 4,0, e somente sete estados conseguiram alcançar o objetivo.

No que tange aos anos iniciais do Ensino Fundamental, o cenário melhora um pouco - o estado baiano subiu e ficou com a sexta pior avaliação, com uma nota de 5,3, isto é, 5 décimos acima do objetivo do estado, de 4,7. Os piores resultados estão no Rio Grande do Norte (5,2), Sergipe (5,1), Maranhão (5,0), Pará e Amapá (4,9). O Brasil atingiu a média desejada somente nos anos iniciais, registrando 5,9. Já no anos finais, a nota ficou em 4,9 - três décimos abaixo da meta.

Por outro lado, mesmo ainda que esteja em posições ruins, a Bahia vem melhorando nos últimos anos. O secretário de educação da Bahia Jerônimo Rodrigues ressalta para os esforços feitos na rede estadual de ensino no últimos anos, que se mostraram nos números: na rede estadual de ensino, a nota foi de 2,7 para 3,2 entre os alunos do Ensino Médio. “Nós investimos na formação de professores, temos agora um coordenador pedagógico e reativamos o sistema estadual de avaliação. Somos o estado que mais cresceu no Nordeste”, ratifica o secretário.

O Ideb é um índice utilizado pelo MEC para avaliar o desempenho dos estudantes de escolas públicas - redes estadual, municipal, e federal - e privadas, em três níveis: no 5º ano, que se refere às notas dos anos iniciais do Ensino Fundamental, no 9º ano (anos finais do Ensino Fundamental), e no 3º ano do Ensino Médio. O índice, que vai de 0 a 10, é calculado com base na aprovação escolar e nos exames do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), ao qual os alunos são submetidos a provas de Matemática e Língua Portuguesa.

Ao final da matéria, você encontra as escolas baianas com as piores e melhores avaliações. A melhor nota, de 7,1, foi do Colégio Militar, e a pior foi do colégio estadual Batista Neves, de 2,3. No relatório divulgado pelo Ministério, somentes as escolas públicas estaduais estavam com os dados do Ideb 2019 atualizados. Os idebs mencionados de caráter nacional referem-se aos dados totais, que incluem escolas públicas e privadas da zonas urbana e rural. Já os regionais incluem as escolas da redes pública e privada somente da zona urbana.

A pesquisadora e gestora de projetos educacionais Patrícia Mota Guedes, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Itaú Social, alerta que, apesar dos números não tão promissores, existe uma luz no fim do túnel, pois o Ideb baiano vem aumentando nos últimos anos nos três níveis. “É preciso olhar a evolução daquele estado em relação a suas metas. Nesse sentido, temos algumas boa notícias, porque a Bahia superou a meta do Ideb para os anos iniciais”, analisa a pesquisadora.

Guedes sinaliza ainda que, apesar da importância do índice, existem alguns critérios subjetivos de avaliação que escapam aos números. “É um termômetro importante, mas sozinho não dá os caminhos necessários para apoiar os professores, para fazer um planejamento pedagógico, para analisar a granularidade das diferenças em sala de aula”, pontua.

Educar em tempo integral

Para progredir no ranking e na qualidade do nível de ensino, a sugestão do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB), o professor Rui Oliveira, é investir mais em escolas de tempo integral, a fim de fixar a aprendizagem em sala de aula com atividades lúdicas no turno oposto. Além disso, com esse método, a defasagem entre os alunos poderia ser reduzida, acredita o professor.

“Os alunos do fundamental vêm com muitas dificuldades e deficiências, e você pode corrigir esse contratempo com escolas de tempo integral. Educação não se resume a sala de aula e a escola é um espaço onde vai tornar você um homem crítico”, defendeu o professor e presidente da APLB. Oliveira citou como exemplo Pernambuco, estado que tem investido nessa prática e ganhou destaque no Nordeste, assim como o Ceará.

Salvador cresce no Ideb
Mais uma vez, Salvador cresce em qualidade de educação. De acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2019 divulgado nesta terça-feira (15) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no Ensino Fundamental I, Salvador cresceu de 5,3 em 2017 para 5,6 em 2019 - índice superior à meta estabelecida para 2021. No Ensino Fundamental II, esses números passaram de 3,9 em 2017 para 4,3 em 2019, ultrapassando a meta estabelecida pelo MEC. Se comparados a 2013, os índices dos dois segmentos registraram crescimento acima de 40%. Salvador está entre as três capitais que mais avançaram no IDEB nos dois segmentos nesse período.

O município subiu duas posições no ranking entre as capitais passando para o 16° lugar no Ensino Fundamental II. E avançou uma posição no Fundamental I, ficando no 15° lugar. Em 2013, Salvador estava na última colocação. "São conquistas a serem comemoradas. Salvador vem mudando o cenário da educação municipal desde 2013 e o Ideb é reflexo disso", comemora o secretário municipal da Educação, Bruno Barral. A cada dois anos o ensino das escolas públicas de todo o Brasil é avaliado nos aspectos aprendizagem dos alunos (através da Prova Brasil) e rendimento escolar (taxa de aprovação), que compõem o cálculo do Ideb.

Na avaliação de Barral, o resultado positivo é fruto de uma série de ações adotadas pela Prefeitura desde o início da primeira gestão do prefeito ACM Neto. Ele cita os investimentos na requalificação da infraestrutura escolares, que resultou em mais de 60% das unidades completamente reformadas, construídas ou reconstruídas. "O ambiente físico das escolas é um fator que influencia na aprendizagem. Assim, além das obras investimos também na instalação de ar condicionado, no mobiliário, em parques infantis. Tudo para que alunos se sintam bem, em um ambiente agradável e acolhedor", diz.

Na parte pedagógica, entre outras ações, o trabalho focou na construção do material próprio Nossa Rede, que valoriza a cultura e hábitos locais o que traz identificação e pertencimento, refletindo no aprendizado. Para corrigir a distorção idade/ano, foram implantados os programas Se liga e Acelera, junto com o Instituto Ayrton Senna. No combate à evasão, a Prefeitura e o Parque Social criaram o Agente da Educação.

O secretário cita, ainda, a Prova Salvador (Prosa) que consiste na avaliação dos alunos por uma consultoria externa. São aplicadas duas provas, uma no início do ano e outra no final. "Com base nesses dados, a Smed, em trabalho conjunto com professores, coordenadores e gestores, constroi estratégias para melhorar o aprendizado. Podemos dizer que é um trabalho cirúrgico, que se debruça em cada um dos descritores para que o processo educacional ganhe cada vez mais qualidade."

A Smed adquiriu material didático específico voltado para o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) tanto para alunos quanto para professores. O material tem como foco a compreensão leitora e o desenvolvimento da competência matemática. Segundo Barral, outro instrumento importante nesse processo foi a implantação do Sistema de Monitoramento e Acompanhamento (SMA), que permite o acompanhamento individual dos alunos em vários aspectos além das notas, como frequência e livros lidos. "É mais um instrumento que traz informações importantes para o planejamento e tomada de decisões pedagógicas e que compõe esse arcabouço de ações e projetos que estão fazendo de Salvador a capital que mais avança em educação", conclui.

ENSINO FUNDAMENTAL Anos Iniciais - Nota nacional: 5,9 (meta: 5,7)
Alunos são: 79,2% da rede municipal e 20,5% (privada) e 0,3% estadual.
Bahia - 5,3 (meta 4,7) - sexto pior estado do Brasil. Somente 53,8% dos municípios baianos atingiram a meta.
Ranking nacional ordem decrescente - São Paulo (6,7), Distrito Federal, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais (6,5), Ceará (6,4), Goiás (6,2), Espírito Santo (6,1), Rio Grande do Sul (6,0), Mato Grosso e Acre (5,9), Rio de Janeiro (5,8), Mato Grosso do Sul, Piauí e Roraima (5,7), Alagoas, Tocantins, Rondônia (5,6), Pernambuco e Amazonas (5,5), Paraíba (5,4), Bahia (5,3), Rio Grande do Norte (5,2), Sergipe (5,1), Maranhão (5,0), Pará e Amapá (4,9)
IDEB nacional últimos anos - 2005 (3,8), 2007 (4,2), 2009 (4,6), 2011 (5,0), 2013 (5,2), 2015 (5,5), 2017 (5,8) e 2019 (5,9)
IDEB Bahia últimos anos - 2,7 (2005) 3,4 (2007) 3,8 (2009) 4,2 (2011) 4,3 (2013) 4,7 (2015) 5,1 (2017), 5,3 (2019)

ENSINO FUNDAMENTAL Anos Finais - Nota nacional: 4,9 (meta: 5,2)
Alunos são: 71,1% rede municipal, 15,3% rede estadual e 13,5% escolas privadas.
BAHIA - 4,1 (Meta: 4,5). Somente 17,1% dos municípios baianos atingiram a meta. Bahia só perde para Amapá e empata com Sergipe, Rio Grande do Norte e Pará.
Ranking nacional ordem decrescente - São Paulo (5,5), Ceara (5,4), Goiás e Paraná (5,3), Distrito Federal e Santa Catarina (5,1), Espírito Santo e Piauí (5,0), Rio de Janeiro, Minas Gerais, Acre e Rondônia (4,9), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande so Sul, Pernambuco (4,8), Alagoas, Tocantins (4,7) Amazonas (4,6), Paraíba e Roraima (4,3), Maranhão (4,2), Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte e Pará (4,1), Amapá (4,0,).
IDEB nacional últimos anos - 2005 (3,5), 2007 (3,8), 2009 (4,0), 2011 (4,1), 2013 (4,2), 2015 (4,5), 2017 (4,7) e 2019 (4,9)
IDEB Bahia últimos anos - 2,8 (2005) 3,0 (2007) 3,1 (2009) 3,3 (2011) 3,4 (2013) 3,7 (2015) 3,7 (2017), 4,1 (2019)

ENSINO MÉDIO - Nota nacional: 4,2 (meta: 5,0)
Alunos são: 87,3% rede estadual, 2,7% Federal, 9,4% rede privada, 0,6% rede municipal.
Bahia - 3,5 (meta 4,5) - só perdeu para Amapá e Pará, empatou com Rio Grande do Norte.
Ranking nacional - Goiás e Espírito Santo (4,8), Paraná (4,7), São Paulo (4,6), Distrito Federal e Pernambuco (4,5), Ceará (4,4), Rondônia (4,3), Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais (4,2), Rio de Janeiro (4,1), Paraíba, Tocantins e Piauí (4,0), Alagoas, Roraima e Acre (3,9), Maranhão (3,8), Sergipe (3,7), Mato Grosso e Amazonas (3,6), Bahia e Rio Grande do Norte (3,5), Amapá e Pará (3,4).
IDEB nacional últimos anos - 2005 (3,4), 2007 (3,5), 2009 (3,6), 2011 (3,7), 2013 (3,7), 2015 (3,7), 2017 (3,8) e 2019 (4,2)
IDEB Bahia últimos anos - 2,9 (2005) 3,0 (2007) 3,3 (2009) 3,2 (2011) 3,0 (2013) 3,1 (2015) 3,0, (2017) 3,5 (2019)

TOP 10 Escolas com maior nota pelo ideb 2019
COLÉGIO MILITAR DE SALVADOR - 7,1
COLEGIO DA POLICIA MILITAR - UNIDADE II CPM LOBATO - 5,5
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EM MÚSICA - 4,9
COLEGIO DA POLICIA MILITAR - CPM JOAO FLORENCIO GOMES - 4,7
COLEGIO ESTADUAL CPM LUIZ TARQUINIO - 4,6
COLEGIO ESTADUAL YPIRANGA - TEMPO INTEGRAL - 4,4
COLÉGIO ESTADUAL PROFESSORA ELISABETH CHAVES VELOSO - 4,2
COLEGIO ESTADUAL PROFESSORA MARIA ANITA - 4,2
COLÉGIO ESTADUAL CONSELHEIRO VICENTE PACHECO DE OLIVEIRA - TEMPO INTEGRAL - 4.1
COLEGIO ESTADUAL SATELITE - 4,1

TOP 12 escolas com menor nota no ideb 2019
COLEGIO ESTADUAL BATISTA NEVES - 2,3.
COLEGIO ESTADUAL ALBERTO SANTOS DUMONT - 2,4
COLEGIO ESTADUAL HELENA CELESTINO MAGALHAES - TEMPO INTEGRAL - 2,6
COLEGIO ESTADUAL DOUTOR JOAO PEDRO DOS SANTOS - 2,7
COLEGIO ESTADUAL ANA CRISTINA PRAZERES MATA PIRES - 2,7
COLEGIO ESTADUAL RAYMUNDO MATTA - 2,8
COLEGIO ESTADUAL SARA VIOLETA DE MELLO KERTESZ - 2,8
COLEGIO ESTADUAL ALIPIO FRANCA - 2,9
COLEGIO ESTADUAL PROFESSORA NOEMIA REGO - 2,9
COLEGIO ESTADUAL POLIVALENTE SAN DIEGO - 3,0
COLEGIO ESTADUAL PROFESSOR CARLOS ALBERTO CERQUEIRA - 3,0
COLEGIO ESTADUAL SETE DE SETEMBRO - 3,0

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    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

    A titular da pasta estadual da Saúde pontua ainda que o Governo do Estado fez a aquisição de novos veículos de fumacê e distribuirá 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoiar os mutirões de limpeza urbana com o auxílio das forças de segurança e emergência. "Além disso, o Governo do Estado compartilhou com os municípios a possibilidade de adquirir bombas costais, medicamentos e insumos por meio de atas de registro de preço", ressalta Roberta Santana.

    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

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