Reformado e restaurado, Arquivo Público do Estado reabre com novas regras de visitação

Reformado e restaurado, Arquivo Público do Estado reabre com novas regras de visitação

A manhã desta quinta-feira (5), data em que se celebra o Dia Nacional da Cultura, foi marcada pela reabertura do Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB). A sede da entidade, localizada na Baixa de Quintas, passou por amplas obras de reforma e restauro, e volta a receber o público mediante agendamento prévio no site da Fundação Pedro Calmon.

A titular da Secretaria da Cultura do Estado (SecultBA), Arany Santana, reforça que o Arquivo está inserido em um grande conjunto arquitetônico, documental e histórico que salvaguarda a memória e história da Bahia, Brasil e do mundo. "São mais de sete quilômetros lineares ocupados por 40 milhões de documentos que relatam trechos importantes da nossa trajetória, como o tráfico negreiro, revoltas dos Búzios e dos Malês, presos políticos e tudo o mais que se possa imaginar", listou.

Segunda maior instituição arquivística do Brasil, o Arquivo Público baiano custodia e mantém manuscritos e impressos originais, produzidos e acumulados quando a cidade de Salvador foi capital político-administrativa do Estado do Brasil durante 214 anos (1549 a 1763), além de documentos produzidos no período Colonial, Monárquico e Republicano.

O presidente da FPC, Zulu Araújo, destaca que a reabertura nesta data não poderia ser mais oportuna. "Estamos devolvendo para a comunidade um dos equipamentos mais importantes que tratam da sua história e da sua memória. Além dos documentos que aqui estão, temos esse prédio, patrimônio nacional arquitetônico, que tem 469 anos, já que esta edificação data de 1551, dois anos apenas depois da fundação de Salvador", relembrou.

Seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o evento de reabertura reuniu pesquisadores, além de autoridades e personalidades, entre elas o secretário estadual do Turismo, Fausto Franco; a presidente da Associação dos Arquivistas da Bahia, Leide Mota; o desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia, Baltazar Miranda; e o presidente da Fundação Olodum, João Jorge.

Obras

A reabertura acontece após a finalização da terceira fase das intervenções, que estavam em andamento desde 2012 e contaram com um investimento de R$3 milhões. Durante as obras, foram encontrados mais de dois mil artefatos arqueológicos na área do Solar Quinta do Tanque.

Entre os serviços incluídos na iniciativa, estão a colocação de piso de alta resistência; recuperação das escadas externas laterais e central; impermeabilização de paredes; recuperação de 89 janelas e 40 portas; a instalação de elevador para portadores de necessidades especiais; reforma de sanitários; pintura externa e interna da sede; e imunização de forro e piso de madeira.

Visitação
Suspenso desde janeiro de 2019, por conta da realização das obras, o atendimento volta a ser feito gradualmente e englobando os serviços de gestão e transcrição de documentos, autenticação da reprodução em papel de documentos custodiados, emissões de cópia autenticada de ocorrências policiais e de laudo de exame pericial, atendimento presencial e de orientação técnica aos Arquivos Públicos Municipais.

A distância de 1,5 metro deverá ser mantida entre os funcionários e demais pesquisadores. Será aferida a temperatura na entrada do APEB, sendo proibido o acesso às dependências do Arquivo caso a temperatura seja superior a 37,5ºC.

As visitas guiadas e atividades educativas, nesta primeira etapa de reabertura, permanecerão suspensas. Não será permitida a entrada de pesquisador/solicitante sem prévio agendamento e nem dupla ou grupo.

Informações adicionais bem como os formulários que devem ser preenchidos para que os interessados tenham acesso às dependências do APEB podem ser obtidos no site da Fundação.

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    A BYD ganhou um concorrente pelo complexo da Ford nos minutos finais do prazo para a manifestação de interessados em comprar a antiga fábrica da montadora americana em Camaçari, fechada em janeiro de 2021 e que hoje pertence ao governo da Bahia. O empresário brasileiro Flávio Figueiredo Assis entrou na disputa para erguer ali a fábrica da Lecar e construir o futuro hatch elétrico da marca, que, diz, deve ter preço abaixo de R$ 100 mil.

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    O documento da SDE, ainda segundo a Folha, diz que a BYD havia apontado interesse no complexo industrial de Camaçari, mas outros interessados também poderiam "manifestar interesse em relação ao imóvel indicado e/ou apresentar impedimentos legais à sua disponibilização, no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir desta publicação".

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    Procurada pelo CORREIO, a BYD afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto, e que o cronograma anunciado está mantido.

    Em nota, a SDE apenas confirmou que a Lecar encaminhou e-mail ontem afirmando ter interesse na área da antiga Ford. A secretaria, diz a nota, orientou a empresa sobre como proceder, de acordo com as regras do processo legal de concorrência pública em curso.

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    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

    A titular da pasta estadual da Saúde pontua ainda que o Governo do Estado fez a aquisição de novos veículos de fumacê e distribuirá 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoiar os mutirões de limpeza urbana com o auxílio das forças de segurança e emergência. "Além disso, o Governo do Estado compartilhou com os municípios a possibilidade de adquirir bombas costais, medicamentos e insumos por meio de atas de registro de preço", ressalta Roberta Santana.

    Drones

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