Roberto Santos, ex-governador da Bahia e ex-reitor da Ufba, morre em Salvador

Roberto Santos, ex-governador da Bahia e ex-reitor da Ufba, morre em Salvador

O ex-governador Roberto Santos, de 94 anos, faleceu na tarde desta terça-feira (9), em Salvador. A informação foi confirmada pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), instituição da qual ele foi reitor.

“Informo aos membros da comunidade UFBA que Dr. Roberto Santos, nosso ex-reitor e nosso grande amigo, acaba de falecer. A UFBA, mais uma vez, está de luto. Expresso aqui nossos sentimentos mais profundos”, informou o atual reitor, João Carlos Salles.

O CORREIO apurou que o ex-governador e ex-ministro estava internado há cerca de duas semanas para tratar uma infecção urinária e complicações pulmonares, e chegou a ser internado na UTI do Hospital Aliança. Ainda não há informações sobre dia e local do sepultamento.

Roberto Figueira Santos era filho de outro ex-reitor, Edgar Santos, com Carmen Figueira Santos. foi o 38.º governador da Bahia, com mandato entre março de 1975 e março de 1979.

Dias antes de deixar o cargo, inaugurou o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), um dos maiores hospitais públicos da Bahia.

Formação
Natural de Salvador, ele se formou em Medicina na própria Ufba. Logo após formado, obteve bolsa na Fundação W. K. Kellogg, o que lhe permitiu viajar para os Estados Unidos onde, durante quase três anos frequentou hospitais das universidades de Cornell, Michigan e Harvard.

Além de completar a sua formação no campo da Clínica Médica, participou de pesquisas sobre o metabolismo hidromineral no Massachusetts General Hospital, sob a orientação do professor Alexander Leaf.

De volta a Salvador, passou a trabalhar em regime de dedicação exclusiva no Hospital das Clínicas, hoje designado Hospital Universitário Professor Edgar Santos (Hupes), que homenageia seu pai. Iniciou a carreira de magistério como assistente da 1ª Clínica Médica.

Academia
Obteve o título de Doutor em Ciências Médico-Cirúrgicas mediante defesa de tese submetida à Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia.

Submeteu-se a concurso para a docência-livre e conquistou, também mediante concurso de títulos e provas, a cátedra de Clínica Médica da mesma Faculdade.

No exercício da cátedra criou o programa de residência médica do norte-nordeste do País e liderou alteração no currículo do curso de Medicina, com o intuito de evitar a especialização precoce, muito frequente até então. E defendeu a inclusão do ensino da sociologia médica aos estudantes, ainda no início da formação profissional. Pelo interesse revelado nos problemas da formação de médicos, foi eleito Presidente da Associação Brasileira de Educação Médica.

Em 1963, casou-se com a Senhora Maria Amélia Menezes Santos. O casal tem seis filhos.

Em 1967 foi nomeado reitor da Universidade Federal da Bahia para um mandato de quatro anos, durante o qual dedicou especial atenção à reforma da estrutura universitária nos termos do Decreto-Lei 53, de 1966, e de documentos legais subsequentes.

Planejada e executada no intuito de promover a intensificação do ensino e da pesquisa nos setores básicos do conhecimento, a nova estrutura possibilitou, nas últimas quatro décadas, a criação da vigorosa rede de pós-graduação, simultânea com o grande desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica nas universidades.

Carreira política
Entre 1964 e 1964, Roberto Santos exerceu o cargo de membro do Conselho Federal da Educação, tendo sido Presidente do mesmo órgão de 1971-1974.

Em 1975 assumiu o Governo do Estado da Bahia, com mandato de quatro anos. Sua gestão foi marcada por grande ênfase na atenuação dos imensos problemas sociais da população do Estado.

A rede pública de atenção à saúde foi consideravelmente ampliada e foram muito aumentadas as oportunidades de matrículas no ensino médio profissionalizante. Implantou o primeiro Museu de Ciência e Tecnologia do País.

No campo da Economia, deu prosseguimento à construção do Polo Petroquímico de Camaçari, iniciada em 1971 por seu antecessor, Antonio Carlos Magalhães, e entregou o complexo em 1978. Também trabalhou pelo fomento do turismo com a construção do Centro de Convenções da Bahia, contribuiu para a modernização da agricultura construindo o Parque de Exposições de Animais e intensificando a cultura no café no Estado.

Na área da infraestrutura, construiu rodovias de fundamental importância e aumentou consideravelmente a eletrificação rural em várias regiões do Estado. No começo da década de 1980, em estreita colaboração com Tancredo Neves, organizou o Partido Popular na Bahia.

No início do governo de José Sarney, em 1985, assumiu a Presidência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Pouco mais de um ano depois, foi nomeado ministro da Saúde, cargo que ocupou entre os anos 1986 e 1987. Em seguida, representou o Brasil na Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, durante três anos.

Eleito deputado federal pelo Partido Social da Democracia Brasileira (PSDB), exerceu o mandato de 1995-1999, findo o qual reuniu seus pronunciamentos em volume intitulado Um mandato parlamentar a serviço das causas sociais.

Em seguida, afastou-se da militância política para dedicar-se a iniciativas de natureza cultural.

Em 2004, foi eleito Presidente da Academia de Educação da Bahia, além de participar ativamente da Academia de Letras da Bahia (ALB) e da Academia de Medicina, e de Comissões ligadas à Reitoria da Universidade Federal da Bahia. Na ALB, ocupava a cadeira de nº 26. Com informações da ALB.

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    Drones

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