Bahia terá mais de 13,6 mil vagas no Sisu 2021; saiba o que esperar da seleção

Bahia terá mais de 13,6 mil vagas no Sisu 2021; saiba o que esperar da seleção

A temporada de caça às vagas vai começar. Entre essa terça e sexta-feiras, de 6 a 9 de abril, estarão abertas as inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a plataforma nacional de candidatura em universidades brasileiras. Nesta edição, a Bahia terá mais de 13,6 mil vagas distribuídas em dez instituições públicas de ensino superior, segundo levantamento do CORREIO feito a partir da oferta prévia mostrada no site. Para participar do processo seletivo, os candidatos devem ter feito as provas do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e não ter zerado a redação.

Aplicado em janeiro e fevereiro deste ano em meio à polêmicas por causa da pandemia, o Enem 2020 teve a maior taxa de abstenção de toda a sua história: 51%. Ou seja, mais da metade dos candidatos que se inscreveram não compareceram aos locais de prova. Ao todo, foram mais de 5,5 milhões de inscritos para a prova impressa, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Em 2018 e 2019, a taxa de ausência ficou pouco acima de 20%.

Desta vez, somente 28 estudantes brasileiros conseguiram obter mil pontos na redação, nota máxima. Segundo o Inep, dois deles são da Bahia: um de Macaúbas e outro de Paulo Afonso.

Especialista em educação, Jhonatan Almada, atual diretor do Centro de Inovação e Conhecimento para a Excelência em Políticas Públicas (Ciepp), aponta que estes fatos vão impactar diretamente na concorrência desta edição e os mais prejudicados serão os alunos de escolas públicas. Almada aponta que as desigualdades entre os sistemas educacionais público e privado já eram conhecidas muito antes da pandemia, mas o cenário trouxe maior visibilidade para os problemas.

A estudante Brenna Cordeiro, 19, é egressa do Colégio Estadual Juiz Jorge Faria Góes, em Feira de Santana, e conhece bem as dificuldades. “Eu saí de um ensino público absurdamente defasado, tanto é que só fui conhecer o que realmente era cobrado no Enem estudando por fora”, diz a jovem, que chegou a pagar um cursinho pré-vestibular remoto durante a pandemia, mas desistiu porque não estava conseguindo acompanhar as aulas pelo celular.

“A videochamada era horrível, a internet da minha casa também é muito ruim, eu estava sem notebook, então preferi estudar por outros meios”, relata ela, que preferiu usar apostilas emprestadas pelo namorado da prima, mas terminou perdendo chances de tirar dúvidas com professores.

Brenna prestou o Enem deste ano e diz que, embora a pandemia tenha complicado seu aprendizado, suas expectativas são maiores do que no último exame. Ela quer cursar Odontologia na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e, diante da grande abstenção, imagina que a concorrência pelas vagas afirmativas estará mais fácil, mas lamenta que o pessoal de escola particular saia com ainda mais vantagem na disputa.

Para Jhonatan Almada, outro agravante é o fato de que as políticas de permanência nas universidades — voltadas aos estudantes da rede pública, baixa renda, negros e indígenas — podem estar agora mais ameaçadas devido aos cortes que as instituições de ensino superior vêm sofrendo.

“Temos um Enem que já foi excludente, acrescido dos cortes orçamentários e provável contingenciamento. Dessa forma, as instituições mal conseguirão manter a atual assistência estudantil, e ampliar está fora de cogitação”, avalia.

As vagas desta edição

De todas as instituições baianas no Sisu, a Universidade Federal da Bahia é a que possui maior disponibilidade de vagas e cursos: são mais de 4,6 mil oportunidades em 96 cursos de graduação nos campi Salvador, Camaçari e Vitória da Conquista. Neste ano, a Ufba decidiu adotar as duas edições do Sisu, primeiro e segundo semestre. Cursos que exigem provas específicas de habilidades, como Licenciatura em Música, Música Popular e Canto, Composição e Regência, não estarão disponíveis na plataforma. Estes seguem edital da própria Ufba.

Presente em 14 cidades baianas, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba) tem 1,2 mil vagas, sendo 603 reservadas para cotas e 598 para ampla concorrência. Há 35 cursos superiores espalhados por Barreiras, Brumado, Camaçari, Feira de Santana, Irecê, Jequié, Lauro de Freitas, Paulo Afonso, Porto Seguro, Salvador, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho, Valença e Vitória da Conquista.

SE LIGA NAS DATAS DO SISU!
Inscrições: de 6 de abril, amanhã, até 9 de abril, sexta-feira, às 23h59
Resultados: 13 de abril
Matrículas: de 14 a 19 de abril
Manifestação para lista de espera: de 13 a 19 de abril

Pró-reitor de ensino do Ifba, Jancarlos Lapa, diz que é importante que cada estudante identifique quais critérios irá utilizar para a escolha, que pode ser afinidade, mundo do trabalho ou até avaliação nacional do curso, por exemplo.

Em 2019, dois cursos do campus Salvador (Engenharia Química e Tecnologia em Radiologia) e um do campus Eunápolis (Engenharia Civil) conquistaram nota máxima, equivalente a 5. Quatro cursos obtiveram nota 4, sendo três do campus Vitória da Conquista (Engenharia Civil, Engenharia Elétrica e Engenharia Ambiental) e um do campus Salvador (Engenharia Elétrica).

Já o IF Baiano oferecerá 820 vagas, sendo 370 vagas de ampla concorrência. O instituto tem 22 cursos em seus dez campi: Itapetinga, Bom Jesus da Lapa, Catu, Guanambi, Santa Inês, Senhor do Bonfim, Serrinha, Teixeira de Freitas, Uruçuca e Valença.

A Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob) tem 960 vagas em 30 cursos distribuídos nos campi Barra, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Luís Eduardo Magalhães e Santa Maria da Vitória. Deste total, 482 são reservadas para estudantes oriundos de escola pública, incluindo pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência; 295 para candidatos que tenham cursado todo o ensino médio em 80 municípios baianos distantes até 150 km de qualquer um dos campi da Ufob; e 183 para a ampla concorrência.

Os aprovados nos cursos de Direito e Medicina iniciarão as atividades apenas no segundo semestre letivo de 2021, previsto para começar em 2022. A Ufob disponibiliza em seu site as notas de corte dos cursos desde 2015.

Já a Universidade Estadual De Santa Cruz (Uesc) está ofertando mais de 1,3 mil vagas em 38 cursos, todos com entrada no segundo semestre. Apenas os cursos de Ciências Sociais, Filosofia e Medicina ficam de fora dessa edição porque não houve viabilidade para oferta de vagas deles, considerando questões como infraestrutura, quadro docente, oferta anual (Medicina) e demais pontos que comprometeriam a qualidade do ensino.

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) terá mais de 1,4 mil oportunidades em 40 cursos. Desse total de vagas, 639 são para os candidatos da ampla concorrência e 719 vagas para cotistas. Os cursos serão nos campi de Amargosa, Cachoeira/São Félix, Cruz das Almas, Feira de Santana, Santo Amaro e Santo Antônio de Jesus.

A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) divulgou que também tem mais de 1,4 mil vagas em 45 cursos nos campi Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas. Daquele total, 279 vagas estão destinadas à modalidade de ampla concorrência. A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) terá 1.090 vagas em 30 cursos.

Entre todas, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), que têm atuação em diferentes estados, estão ofertando a menor quantidade de vagas na Bahia: 640 e 92, respectivamente. A Univasf tem campi em Juazeiro, Senhor do Bonfim e Paulo Afonso. Já a Unilab, apenas em São Francisco do Conde. Desta vez, a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), que tem parte do ingresso através de vestibular próprio, não está ofertando vagas.

Em entrevista anterior ao CORREIO, o presidente regional da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-BA), Wladimir Martins, falou sobre as carreiras que considera promissoras. Segundo ele, a pandemia escancarou as possibilidades em uma área que já tinha boa empregabilidade, a da Saúde. No entanto, vislumbrando o futuro pós-pandemia, ele aposta que as profissões na área de Tecnologia da Informação (TI) continuarão em ascensão e terão grande absorção de profissionais.

OFERTA DE VAGAS NA BAHIA:

IFBA - 1.201 vagas em 35 cursos
IF Baiano - 820 vagas em 22 cursos
UEFS - 1.090 vagas em 30 cursos
UESC - 1.323 vagas em 38 cursos
UFBA - 4.693 em 96 cursos
UFOB - 960 vagas em 30 cursos
UFRB - 1.429 vagas em 40 cursos
UFSB - 1.454 vagas em 45 cursos
Univasf - 640 vagas em 13 cursos
Unilab - 92 vagas em 2 cursos
Uneb - Não participa desta edição

Sobre as inscrições e seleção

O processo seletivo referente à primeira edição de 2021 terá apenas uma única chamada. É possível se inscrever em até duas opções de vaga, especificando a ordem de prioridade e a modalidade de concorrência. Deve-se optar por concorrer às vagas de ampla concorrência ou aquelas reservadas a políticas de ações afirmativas, as cotas. Não é permitido se inscrever em mais de uma modalidade para o mesmo curso e turno, na mesma instituição de ensino e local de oferta.

O sistema irá disponibilizar, periodicamente, a nota de corte — ou seja, a menor nota que o candidato se classifique dentro do número de vagas — para cada curso, conforme o processamento das inscrições efetuadas. Durante esse período, o estudante poderá alterar as suas opções, bem como efetuar o cancelamento. A classificação no Sisu será feita com base na última alteração efetuada e confirmada no sistema.

O processo de matrícula nas universidades será de 14 a 19 de abril, em dias, horários e locais de atendimento definidos por cada instituição de ensino.

Para participar da lista de espera, o estudante deverá manifestar seu interesse por meio da página do Sisu, no período de 13 a 19 de abril, em apenas um dos cursos para o qual optou por concorrer. Aquele que foi selecionado na chamada regular em uma de suas opções de vaga não poderá participar da lista de espera, independentemente de ter realizado ou não sua matrícula na instituição. O preenchimento das vagas não ocupadas na chamada regular será definido em edital próprio de cada instituição participante.

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    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

    A titular da pasta estadual da Saúde pontua ainda que o Governo do Estado fez a aquisição de novos veículos de fumacê e distribuirá 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoiar os mutirões de limpeza urbana com o auxílio das forças de segurança e emergência. "Além disso, o Governo do Estado compartilhou com os municípios a possibilidade de adquirir bombas costais, medicamentos e insumos por meio de atas de registro de preço", ressalta Roberta Santana.

    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

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