Bombeiros e brigadistas atuam contra incêndios em dez cidades baianas

Bombeiros e brigadistas atuam contra incêndios em dez cidades baianas

Macaúbas, Uibaí, Iraquara, Lençóis, Barreiras, Riachão das Neves, Barra, Ibotirama, Formosa do Rio Preto e Aroeiras. Todos esses municípios enfrentam incêndios florestais e estão na rota da Operação Florestal Bahia 2021, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado (Cbm).

Atualmente, o Programa Bahia Sem Fogo, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado (Sema), conta com a atuação de 148 bombeiros, oito aeronaves modelo Air Tractor e brigadistas voluntários, além de técnicos do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), que estão em campo com operações de fiscalização e educação ambiental.

De acordo com o governo do Estado, o ser humano é o principal responsável pelos incêndios, seja de maneira proposital ou acidental. Uma das maiores causadores de incêndio na Bahia são as limpezas de pastagem utilizando fogo. Queima de lixo e atitudes similares são outros fatores de destaque.

Major do Corpo de Bombeiros, Márcio Jansen também afirma que o período de seca, baixa umidade relativa do ar e os ventos muito fortes podem potencializar o poder do fogo, fazendo com que os incêndios ganhem proporções gigantescas.

Os brigadistas são fundamentais para ajudar no combate aos incêndios. Presidente da Brigada Voluntária de Lençóis (BVL) e brigadista desde 2009, Marcelo Penteado Cardoso afirmou que o foco de incêndio que mais preocupa no momento é nos Ferais do Vieira, localidade na Chapada Diamantina que fica no caminho para o Vale do Pati. A BVL tem cerca de 40 membros atuantes, mas só possui EPIs para 16 voluntários atuarem simultaneamente.

"Temos carência de EPIs e ferramentas de combate, além do clima muito quente que favorece a propagação dos incêndios. E a falta de fiscalização, investigação e impunidade deixam os piromaníacos à vontade. A BVL conta com brigadistas voluntários, que não ganham nada para defender a natureza. Nossa atuação se dá a partir do momento que localizamos algum foco em área que atuamos, e sempre mantemos contato com outras brigadas voluntárias e ICMBio para traçar a melhor estratégia de combate", afirmou.

Marcelo afirma que a Brigada atuou em mais incêndios neste ano. Houve um grande foco entre fevereiro e março, na região do Pai Inácio, Mucugezinho e Capitinga, antes dos dois grandes focos na área do Vale do Pati, que não é Lençóis, onde a equipe é radicada.

"Neste ano a seca está mais severa, muito calor. São criminosos [os incêndios]? Não podemos afirmar nada nesse sentido, pode ser acidental também. Só temos a certeza de que não são causas naturais", disse o brigadista.

Voluntário da Brigada de Resgate Ambientalista de Lençóis (Bral) há mais de 20 anos, Augusto Galinaris conta que a maioria dos brigadistas que conhece são guias de turismo, abnegados pela causa de proteger a natureza. Ele também atua no combate ao incêndio nos Gerais dos Vieiras.

No Oeste baiano, bombeiros e brigadistas lutam contra focos de incêndio na região de Barreiras. De acordo com o CBM, foram extintos os incêndios na localidade da cachoeira Acaba Vida e no povoado Vau Novo.

Em Serra Talhada os bombeiros estão realizando o combate direto e indireto, com a confecção de aceitos, numa linha de fogo de 2 quilômetros num terreno pedregoso. Tratores de moradores locais estão dando apoio no combate.

Coordenador da Unidade Regional do Inema em Barreiras, Saul Cavalcane afirma que o uso irregular do fogo nas áreas urbana e rural é um dos principais fatores que podem provocar os incêndios florestais e que, para evitar essas ocorrências, o Inema realiza um trabalho de fiscalização para identificar infratores.

“Essa é uma atividade que depende de prévia autorização a ser obtida pelo interessado junto ao órgão ambiental, mas, neste período crítico, está proibida nos municípios que registraram, nos últimos 10 anos, maiores incidências de incêndios florestais na Bahia”, afirmou o coordenador.

A qualquer sinal de incêndio, as pessoas devem ligar para o 193. As denúncias de queimadas ilegais e outros crimes ambientais podem ser feitas pelo telefone 0800 071 1400.

Criado em 2010 para tornar mais efetivas as ações de prevenção, combate e monitoramento a incêndios no estado, oferecendo infraestrutura e logística adequadas, o Bahia Sem Fogo é coordenado pela Sema, que integra e coordena o Comitê Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais da Bahia.

Veja a situação de municípios atingidos por incêndios florestais
Macaúbas - Os bombeiros vão acessar novos focos identificados através do monitoramento por drone. A área é íngreme, o que dificulta o acesso da guarnição.

Uibaí - Na região do Cânion e na região da Casa do Vaqueiro não há sinal de incêndio. Naárea próxima a Carreiro do Boi, foi realizado o combate direto e indireto de novos focos, com o apoio de aeronaves.

Iraquara - O combate acontece na região de água do carrapato, no povoado do Riacho do Mel. Na região do rio da Piroca os bombeiros também realizam o combate numa região de mata densa e bastante íngreme.

Lençóis - No povoado de Currais, os bombeiros conseguiram proteger casas e currais das chamas realizando combate direto e a confecção de aceiros.

Barreiras - O incêndio está extinto na localidade da cachoeira Acaba Vida. No povoado Vau Novo, o incêndio está extinto. Em Serra Talhada os bombeiros estão realizando o combate direto e indireto, com a confecção de aceitos, numa linha de fogo de 2 quilômetros num terreno pedregoso. Tratores de moradores locais estão dando apoio no combate.

Riachão das Neves - Na região de Cariparé foi realizado o combate de um novo foco. Em Barrinha as aeronaves realizaram sobrevôo para a identificação das áreas atingidas pelas chamas.

Barra - Na comunidade do Igarité o combate continua de forma direta e indireta. Os bombeiros estão realizando aceiros com o apoio de tratores cedidos pela prefeitura local.

Ibotirama - Na região do Cercado a guarnição impediu que o incêndio atingisse as residências próximas através do combate direto, no sábado (2). Neste domingo os bombeiros continuam realizando o combate na localidade.

Formosa do Rio Preto - No vilarejo Pavão foi realizado o monitoramento e não foram encontrados novo a focos. Os bombeiros também combateram o incêndio em vegetação no perímetro da cidade neste sábado (2).

Caracol-PI/Aroeiras-BA - Os bombeiros estão divididos duas equipes de trabalho. Uma está realizando o monitoramento em Baixãozinho e a outra está realizando o combate em Angico dos Dias.

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    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

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    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

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