Novecentos mil alunos voltam às aulas 100% presenciais nesta segunda-feira (18)

Novecentos mil alunos voltam às aulas 100% presenciais nesta segunda-feira (18)

Após quase três meses em modelo semipresencial, as aulas da rede estadual de ensino passam a ser 100% presenciais, na Bahia, a partir desta segunda-feira (18). Os protocolos sanitários permanecem os mesmos – uso de máscara, distanciamento, recreio intercalado e muito álcool em gel. O que muda é que, agora, os estudantes passam a frequentar o colégio todos os dias da semana, e não em dias alternados. São, ao todo, 900 mil alunos na rede, distribuídos em 1.089 instituições de ensino.

A determinação da mudança de regime foi anunciada pelo governador, Rui Costa (PT), no dia 8 de outubro, após analisar a queda dos índices epidemiológicos da pandemia da covid-19. Entre julho e outubro de 2021, houve uma queda de 88% no número de mortes pelo novo coronavírus e 76% de redução no número de casos ativos, que são as pessoas infectadas pela doença. A taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto estava em 27%, na tarde deste domingo (17).

O mestre de obras Uellinton Ferreira, 47, não vê a hora do filho, Enzo, 13, voltar à escola todos os dias. “Já era para ter voltado dessa forma, porque as crianças ficam em casa, sem ter o que fazer e, pela pandemia, não pode ficar na rua também. Nossa educação já não é de qualidade, imagine nessa situação”, comenta Ferreira.

O filho, que está no sexto ano e estuda na escola estadual Almirante Barroso, em Paripe, conseguiu acompanhar as aulas presenciais e virtuais, até então. “Ele acompanhou direitinho as aulas on-line, mas eram muito fracas. O professor passava uma atividade e pronto. Sem falar que a presencial, quando ele ia, 7h30, saía 10h, ou seja, não estavam dando o conteúdo todo”, reclama o pai. Segundo ele, Enzo está animado para o retorno nesta segunda.

Relembre aqui as regras do protocolo sanitário

Na escola estadual Francisco Conceição Menezes, no Cabula, por conta de uma reforma que irá ampliar o número de banheiros, a volta do ensino 100% presencial deve ficar para 25 de outubro. “Estão construindo novos lavabos para atender a demanda e a obra deve seguir essa semana. Até lá, permaneceremos no remoto”, relata o professor Moisés Amado.

Ele diz que a maioria das famílias está ansiosa para o retorno do ensino in loco. “Os estudantes querem voltar e os pais afirmaram, em reunião, que não conseguem manter os filhos distantes dos paredões. Então, preferem os filhos na escola do que na rua”, conta Amado.

O ano letivo, em 2021, abarca também a carga horária não concluída de 2020. As aulas iniciaram dia 15 de março, de forma virtual. Em 26 de julho, o modelo passou a ser híbrido. O calendário irá até 28 de dezembro. Nos dias 29 e 30 de dezembro, será a recuperação final e entrega dos resultados.

Segundo a Secretaria Estadual de Educação (SEC), somente os casos excepcionais não precisam comparecer presencialmente. “Casos excepcionais, como pessoas com comorbidades, deverão ser reportados à direção da escola, que viabilizará, junto à SEC, a continuidade do acesso às aulas remotas para os estudantes com necessidades especiais”, explica a pasta.

Investimento
Para adaptar as escolas às aulas presenciais aos protocolos sanitárias, o governo estadual gastou cerca R$ 250 milhões do Tesouro Estadual, por meio do Programa Retorno Escolar Seguro (PRES). A SEC também investiu R$ 6,1 milhões para a compra de novos uniformes e distribuiu 2 milhões de máscaras nas escolas.

Protocolos:
- Distanciamento mínimo de 1,5 metro, disponibilização de álcool em gel ou álcool 70% e higienização diária das áreas comuns
- Elevadores usados com 30% de capacidade e exclusivo para deslocamento de materiais e produtos, e para alunos e funcionários com dificuldades de locomoção
- Entrada de trabalhadores, prestadores de serviço e estudantes devem higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel 70%; todos terão a temperatura aferida e aqueles com resultado igual ou superior a 37,5°C devem ser direcionados para acompanhamento de saúde adequado
- Funcionários e alunos do grupo de risco da covid-19 devem avaliar outras formas de retorno enquanto durar a pandemia
- O uso de máscara é obrigatório para todos, exceto para alunos da Educação Infantil, de 0 a cinco anos, e os portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA)
- O fluxo de entrada, saída e intervalos de forma escalonada para manter o distanciamento mínimo
- O transporte escolar deve manter as janelas abertas, higienização no princípio e ao final do dia, distanciamento e as máscaras obrigatórios; capacidade até 70%
- O número máximo de pessoas que poderão acessar o banheiro ao mesmo tempo deverá levar em consideração o distanciamento mínimo de 1,5 metros. Os basculantes e janelas devem ficar abertos.
- Proibido o uso coletivo dos bebedouros; Cada aluno deve levar sua garrafa de água ou copo descartável
- Cada estudante deve usar talheres, pratos e copos individuais e próprios
- As bibliotecas devem ser sejam utilizadas por turnos e em horários diferenciados por cada turma, preservando-se sempre o distanciamento mínimo de 1,5 metro

 

Itens relacionados (por tag)

  • Chuva: 41 municípios em situação de emergência, 380 desabrigados e 2.227 desalojados

    Com base em informações recebidas das prefeituras, a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec) atualizou, nesta quarta-feira (28), os números referentes à população atingida pelas enchentes que ocorrem em municípios baianos.

    Até a situação presente, são 380 desabrigados e 2.227 desalojados em decorrência dos efeitos diretos do desastre. Segundo a Sudec, foram contabilizados seis óbitos. Os números correspondem às ocorrências registradas em 76 municípios afetados. É importante destacar que, desse total, 41estão com decreto de Situação de Emergência.

    O Governo do Estado segue mobilizado para atender as demandas de emergência, a fim de socorrer a população atingida pelas fortes chuvas em diversas regiões da Bahia.

  • Empresa brasileira vira concorrente da BYD pela antiga fábrica da Ford em Camaçari

    A BYD ganhou um concorrente pelo complexo da Ford nos minutos finais do prazo para a manifestação de interessados em comprar a antiga fábrica da montadora americana em Camaçari, fechada em janeiro de 2021 e que hoje pertence ao governo da Bahia. O empresário brasileiro Flávio Figueiredo Assis entrou na disputa para erguer ali a fábrica da Lecar e construir o futuro hatch elétrico da marca, que, diz, deve ter preço abaixo de R$ 100 mil.

    Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Assis já tem um projeto de carro elétrico em fase de desenvolvimento, mas ainda procura um local para produzir o veículo. Em visita às antigas instalações da Ford para comprar equipamentos usados, como robôs e esteiras desativadas deixadas ali pela empresa americana, descobriu que o processo que envolve o futuro uso da área ainda estava aberto, já que o chamamento público feito pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE) só se encerraria nessa quarta (28).

    O documento da SDE, ainda segundo a Folha, diz que a BYD havia apontado interesse no complexo industrial de Camaçari, mas outros interessados também poderiam "manifestar interesse em relação ao imóvel indicado e/ou apresentar impedimentos legais à sua disponibilização, no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir desta publicação".

    A montadora chinesa anunciou em julho passado, em cerimônia com o governador Jerônimo Rodrigues no Farol da Barra, um investimento de R$ 3 bilhões para construir no antigo complexo da Ford três plantas com capacidade de produção de até 300 mil carros por ano.

    A reportagem da Folha afirma que a BYD já está ciente da proposta e prepara uma resposta oficial a Lecar. E que pessoas ligadas à montadora chinesa acreditam que nada irá mudar nas negociações com o governo baiano porque Assis estaria atrás apenas de uma jogada de marketing. O empresário, por sua vez, disse ver uma oportunidade de bom negócio, pois os valores envolvidos são atraentes.

    Procurada pelo CORREIO, a BYD afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto, e que o cronograma anunciado está mantido.

    Em nota, a SDE apenas confirmou que a Lecar encaminhou e-mail ontem afirmando ter interesse na área da antiga Ford. A secretaria, diz a nota, orientou a empresa sobre como proceder, de acordo com as regras do processo legal de concorrência pública em curso.

    Entre as perguntas não respondidas pela pasta na nota estão o prazo para a conclusão da definição sobre a área e o impacto que a concorrência entre BYD e Lecar traz para a implantação de uma nova fábrica de veículos no estado.

  • Bahia adere ao Dia D de mobilização nacional contra a Dengue

    Em um esforço para combater a crescente ameaça da Dengue, o estado da Bahia se junta ao Dia D de mobilização nacional, marcado para o próximo sábado (2). A informação é da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, que está em Brasília nesta quarta-feira (28) para uma reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Esta iniciativa sublinha a necessidade de uma ação coletiva diária e destaca o papel vital que cada indivíduo desempenha na prevenção da doença. Com o apoio do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-BA), da União dos Municípios da Bahia (UPB) e do Conselho Estadual de Saúde (CES), os municípios farão mutirões de limpeza, visitas aos imóveis nas áreas de maior incidência e distribuição de materiais informativos.

    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

    A titular da pasta estadual da Saúde pontua ainda que o Governo do Estado fez a aquisição de novos veículos de fumacê e distribuirá 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoiar os mutirões de limpeza urbana com o auxílio das forças de segurança e emergência. "Além disso, o Governo do Estado compartilhou com os municípios a possibilidade de adquirir bombas costais, medicamentos e insumos por meio de atas de registro de preço", ressalta Roberta Santana.

    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.