Bahia é primeira no ranking de mortes violentas no Brasil

Bahia é primeira no ranking de mortes violentas no Brasil

Pelo terceiro ano consecutivo, a Bahia ocupa o primeiro lugar no ranking das mortes violentas no Brasil. Mesmo com o índice caindo no país, o estado mantém a incômoda posição. Em 2021, 12,4% dos homicídios brasileiros ocorreram aqui, segundo mostra o Monitor de Violência do G1, divulgado nesta segunda-feira (21), e que traz dados das 27 unidades da federação.

Ao todo, a Bahia contabilizou 5.099 mortes violentas, entre homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, em 2021. Destas, 4.931 foram enquadradas como homicídio doloso, 122 como latrocínio e 46 como lesão corporal seguida de morte.

Abril foi o mês mais violento do ano passado, com 532 crimes, seguido do mês de março, que contabilizou 510 mortes violentas, como mostra o índice nacional de homicídios do Monitor.

Há três anos a Bahia vem registrando a maior quantidade de mortes por homicídios entre os 26 estados contabilizados, mais o Distrito Federal. Em 2019, os números absolutos foram de 5.099 casos, sendo 4.889 homicídios dolosos,143 latrocínios e 67 lesões corporais seguidas de morte. Em 2020, a posição foi a mesma, e o percentual ainda cresceu 3,5%, com 177 mortes violentas a mais. O período somou 5.276 casos, sendo 5.107 homicídios dolosos, 104 latrocínios e 65 lesões corporais seguidas de morte.

Em comparação com os dados divulgados no último balanço do Monitor de Violência, em 2021, a Bahia apresentou queda de 3,4% nas mortes violentas, com 177 homicídios a menos.

De acordo com as informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), o número começou a diminuir no terceiro trimestre do ano passado, a partir de outubro, de maneira sucessiva. “Fruto das ações preventivas e repressivas da Polícia Militar e do trabalho investigativo realizado pela Polícia Civil, entre outras ações”, informou a SSP, em nota.

Mesmo assim, a diminuição na quantidade de homicídios não foi suficiente para que o estado deixasse de ser considerado a mais violento do Brasil.

Ainda no ano passado, a Bahia foi responsável por 27,66% dos casos registrados no Nordeste. A região teve 18.430 mortes em 2021, tendo uma queda de 9,18% em comparação com 2020, quando somou 20.293.

A Secretaria de Segurança, no entanto, destacou o resultado das operações realizadas no período, para combater a insegurança no estado. “Graças ao trabalho conjunto e às ações de inteligência, os responsáveis pelo aumento de crimes violentos registrado no início do ano passado estão, em sua maioria, identificados e presos, após a reunião de esforços e mudanças de estratégias de policiamento ocorridas ao longo do ano”, informa o órgão em nota.

A SSP também aponta para a redução do índice de violência no primeiro mês de 2022. “O mês de janeiro deste ano teve redução de 23,7% no número de mortes violentas, comparado ao mesmo período de 2021, passando de 510 casos para 389”, destaca.

Cenário nacional

O Brasil apresentou uma redução de 7% nos assassinatos em 2021, com relação a 2020, após registrar um aumento de 5% na comparação com 2019. No ano passado, foram registradas 41.019 mortes violentas, contra 44.061 em 2020. Ou seja, 3.042 mortes a menos.

Segundo os dados do Monitor de Violência, depois da Bahia, a segunda maior quantidade de homicídios, em 2021, foi registrada pelo estado do Rio de Janeiro, com 3.394 casos. Em seguida aparecem Pernambuco (3.370) e Ceará (3.300).

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  • Empresa brasileira vira concorrente da BYD pela antiga fábrica da Ford em Camaçari

    A BYD ganhou um concorrente pelo complexo da Ford nos minutos finais do prazo para a manifestação de interessados em comprar a antiga fábrica da montadora americana em Camaçari, fechada em janeiro de 2021 e que hoje pertence ao governo da Bahia. O empresário brasileiro Flávio Figueiredo Assis entrou na disputa para erguer ali a fábrica da Lecar e construir o futuro hatch elétrico da marca, que, diz, deve ter preço abaixo de R$ 100 mil.

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    O documento da SDE, ainda segundo a Folha, diz que a BYD havia apontado interesse no complexo industrial de Camaçari, mas outros interessados também poderiam "manifestar interesse em relação ao imóvel indicado e/ou apresentar impedimentos legais à sua disponibilização, no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir desta publicação".

    A montadora chinesa anunciou em julho passado, em cerimônia com o governador Jerônimo Rodrigues no Farol da Barra, um investimento de R$ 3 bilhões para construir no antigo complexo da Ford três plantas com capacidade de produção de até 300 mil carros por ano.

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    Procurada pelo CORREIO, a BYD afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto, e que o cronograma anunciado está mantido.

    Em nota, a SDE apenas confirmou que a Lecar encaminhou e-mail ontem afirmando ter interesse na área da antiga Ford. A secretaria, diz a nota, orientou a empresa sobre como proceder, de acordo com as regras do processo legal de concorrência pública em curso.

    Entre as perguntas não respondidas pela pasta na nota estão o prazo para a conclusão da definição sobre a área e o impacto que a concorrência entre BYD e Lecar traz para a implantação de uma nova fábrica de veículos no estado.

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    Em um esforço para combater a crescente ameaça da Dengue, o estado da Bahia se junta ao Dia D de mobilização nacional, marcado para o próximo sábado (2). A informação é da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, que está em Brasília nesta quarta-feira (28) para uma reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Esta iniciativa sublinha a necessidade de uma ação coletiva diária e destaca o papel vital que cada indivíduo desempenha na prevenção da doença. Com o apoio do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-BA), da União dos Municípios da Bahia (UPB) e do Conselho Estadual de Saúde (CES), os municípios farão mutirões de limpeza, visitas aos imóveis nas áreas de maior incidência e distribuição de materiais informativos.

    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

    A titular da pasta estadual da Saúde pontua ainda que o Governo do Estado fez a aquisição de novos veículos de fumacê e distribuirá 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoiar os mutirões de limpeza urbana com o auxílio das forças de segurança e emergência. "Além disso, o Governo do Estado compartilhou com os municípios a possibilidade de adquirir bombas costais, medicamentos e insumos por meio de atas de registro de preço", ressalta Roberta Santana.

    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

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