Com 45 acidentes fatais, Bahia é terceiro estado em mortes por choque elétrico

Com 45 acidentes fatais, Bahia é terceiro estado em mortes por choque elétrico

Pelo quarto ano consecutivo, com 45 acidentes fatais em 2021, a Bahia está entre os três estados com mais mortes por choque elétrico em todo o Brasil. Segundo dados inéditos do anuário da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), depois de ficar na primeira posição do ranking nos últimos três anos, o estado foi ultrapassado por São Paulo (59) e Pernambuco (49).

Uma estatística que, no entanto, não representa uma redução considerável dos números de acidentes por aqui. De acordo com Edson Martinho, diretor executivo da Abracopel, a terceira colocação é resultado de um aumento exponencial dos números nos outros dois estados e uma queda sensível em território baiano.

"A Bahia deixou de ser primeiro para ser terceiro no Brasil e segundo no Nordeste. Porém, continua com números altos e muitos acidentes. Números impulsionados por questões como instalação de 'gatos' e roubo de cabos. Então, essa queda no ranking tem mais a ver com o aumento dos outros dois estados", analisa Martinho, que também é engenheiro eletricista.

Quatro mortos

O anuário completo da Abracopel que será divulgado na quarta-feira (30) é referente ao ano passado, mas temos exemplos recentes de mortes por conta de práticas ilícitas. No último domingo (27), segundo a Polícia Civil, quatro homens morreram e três ficaram feridos após entrarem em contato com fios de alta tensão em um trecho da BA-120, próximo à cidade de Valente.

De acordo com, informações da Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba),o acidente ocorreu enquanto os homens, que não tiveram identidades confirmadas, tentavam realizar uma instalação irregular em um dos postes no local. “A Neoenergia Coelba esclarece que as evidências encontradas no local apontam que uma tentativa de ligação clandestina resultou no acidente”, escreve por meio de nota.

Apesar da ocorrência, a rede de distribuição não teve qualquer dano e se manteve íntegra, sem deixar que faltasse energia na região.

Riscos

Supervisora de operações da Coelba, Carolina Scavello faz uma alerta para os riscos que quem tenta fazer esse tipo de instalação se submete. "A energia é um produto perigoso, só deve ser manuseada por profissionais. As pessoas que se propõem a manusear fios para fazer ligações irregulares e clandestinas acabam colocando em risco a própria vida e a dos outros também", afirma Carolina, ressaltando a importância de não entrar em contato com fios expostos e chamar sempre as equipes da Coelba.

Além da vida, a prática de instalação de gatos também põe em vida a liberdade de quem comete essa irregularidade. Isso porque, apesar de corriqueira, a ação é criminosa e pode resultar em reclusão, como explica a advogada Letícia Magalhães. “É um fato punível e relevante por ter referência a valores econômicos da sociedade. Está previsto no Art. 155, no parágrafo terceiro do código penal como um furto. [...] Inclusive, tem pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa”, fala a advogada.

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  • Empresa brasileira vira concorrente da BYD pela antiga fábrica da Ford em Camaçari

    A BYD ganhou um concorrente pelo complexo da Ford nos minutos finais do prazo para a manifestação de interessados em comprar a antiga fábrica da montadora americana em Camaçari, fechada em janeiro de 2021 e que hoje pertence ao governo da Bahia. O empresário brasileiro Flávio Figueiredo Assis entrou na disputa para erguer ali a fábrica da Lecar e construir o futuro hatch elétrico da marca, que, diz, deve ter preço abaixo de R$ 100 mil.

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    O documento da SDE, ainda segundo a Folha, diz que a BYD havia apontado interesse no complexo industrial de Camaçari, mas outros interessados também poderiam "manifestar interesse em relação ao imóvel indicado e/ou apresentar impedimentos legais à sua disponibilização, no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir desta publicação".

    A montadora chinesa anunciou em julho passado, em cerimônia com o governador Jerônimo Rodrigues no Farol da Barra, um investimento de R$ 3 bilhões para construir no antigo complexo da Ford três plantas com capacidade de produção de até 300 mil carros por ano.

    A reportagem da Folha afirma que a BYD já está ciente da proposta e prepara uma resposta oficial a Lecar. E que pessoas ligadas à montadora chinesa acreditam que nada irá mudar nas negociações com o governo baiano porque Assis estaria atrás apenas de uma jogada de marketing. O empresário, por sua vez, disse ver uma oportunidade de bom negócio, pois os valores envolvidos são atraentes.

    Procurada pelo CORREIO, a BYD afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto, e que o cronograma anunciado está mantido.

    Em nota, a SDE apenas confirmou que a Lecar encaminhou e-mail ontem afirmando ter interesse na área da antiga Ford. A secretaria, diz a nota, orientou a empresa sobre como proceder, de acordo com as regras do processo legal de concorrência pública em curso.

    Entre as perguntas não respondidas pela pasta na nota estão o prazo para a conclusão da definição sobre a área e o impacto que a concorrência entre BYD e Lecar traz para a implantação de uma nova fábrica de veículos no estado.

  • Bahia adere ao Dia D de mobilização nacional contra a Dengue

    Em um esforço para combater a crescente ameaça da Dengue, o estado da Bahia se junta ao Dia D de mobilização nacional, marcado para o próximo sábado (2). A informação é da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, que está em Brasília nesta quarta-feira (28) para uma reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Esta iniciativa sublinha a necessidade de uma ação coletiva diária e destaca o papel vital que cada indivíduo desempenha na prevenção da doença. Com o apoio do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-BA), da União dos Municípios da Bahia (UPB) e do Conselho Estadual de Saúde (CES), os municípios farão mutirões de limpeza, visitas aos imóveis nas áreas de maior incidência e distribuição de materiais informativos.

    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

    A titular da pasta estadual da Saúde pontua ainda que o Governo do Estado fez a aquisição de novos veículos de fumacê e distribuirá 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoiar os mutirões de limpeza urbana com o auxílio das forças de segurança e emergência. "Além disso, o Governo do Estado compartilhou com os municípios a possibilidade de adquirir bombas costais, medicamentos e insumos por meio de atas de registro de preço", ressalta Roberta Santana.

    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

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