Recenseadores do IBGE convocam categoria para paralisação na quinta (1º)

Recenseadores do IBGE convocam categoria para paralisação na quinta (1º)

Representantes dos recenseadores que fazem a coleta de dados do Censo Demográfico do IBGE 2022 estão convocando a categoria para uma paralisação nacional na quinta-feira (1º). O dia será marcado por atos nas principais cidades do país. Em Salvador, o encontro ocorrerá na Estação da Lapa, às 9h. Existe possibilidade de greve.

Na semana passada, a categoria participou de uma reunião com a superintendência do IBGE na Bahia para discutir os problemas que afligem a categoria, como insegurança, salário e condições de trabalho (veja pauta completa abaixo). Segundo Lucas Ferreira, membro da diretoria da União dos Recenseadores de Salvador, os trabalhadores vão discutir nos próximos dias se deflagram greve e por quanto tempo. Ele comentou sobre o encontro no IBGE.

“Nós estávamos ali para negociar as condições de trabalho, enquanto o superintendente não veio com uma pauta de negociação, ele veio com uma pauta de explicação, uma explicação que já tinha sido passado para os veículos de imprensa há muito tempo. Não tivemos avanços. O superintendente ouviu as 30 pessoas presentes, prometeu resolver as questões de auxílio transporte e questões locais, mas nosso interesse é resolver os problemas de todos, não só daqueles 30”, afirmou.

A reunião foi transmitida ao vivo pela entidade nas redes sociais. O superintende do IBGE na Bahia, André Urpia, contou que durante o encontro foram discutidas soluções para facilitar a mobilidades dos recenseadores e esclarecidas dúvidas sobre os vencimentos e cálculo de salários. Ele avaliou o saldo como positivo.

“Tudo o que estava ao nosso alcance fazer para melhorar as condições de trabalho foi feito. A categoria tem o direito de fazer greve, mas as questões que estão ao nosso alcance foram resolvidas. E os dados [mais da metade dos domicílios na Bahia foram visitados em menos de um mês] mostram que os problemas são pontuais”, afirmou.

Para a realização do censo 2022, foram contratadas, no estado, cerca de 14,3 mil pessoas, sendo quase 12,5 mil recenseadores. Na capital, foram cerca de 2.900 contratados, sendo por volta de 2.600 recenseadores. O Censo Demográfico tem um orçamento total de cerca de R$ 2,3 bilhões.

Confira a pauta de reivindicação dos trabalhadores:

Correção através dos indicies oficiais dos valores de pagamento fornecido pela instituição
Aumentar o adiantamento do pagamento do setor de 50% para 80%;
Efetiva transparência nos valores a serem pagos;
Pagamento imediato da ajuda de custo de locomoção e treinamento atrasado;
Recebimento antecipado da ajuda de custo de locomoção;
Pagamentos dos setores fechados em prazo não superior a 5 dias uteis;
Extinção da obrigatoriedade da taxa de 95% das ausências e recusas;
Maior divulgação sobre a realização do Censo;
Estabelecer um canal de comunicação e amparo direto com a instituição.

Balanço parcial
Nesta terça-feira (30), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que 2,8 milhões de lares foram visitados pelos recenseadores, entre os dias 1º e 29 de agosto, o que representa 51,5% dos 5,2 milhões dos imóveis estimados. O resultado ficou acima da média nacional (38,8%), e a Bahia é o 5ª estado com maior percentual de respostas. O superintendente, André Urpia, comemorou os resultados.

“Normalmente, temos um número menor de domicílios visitados no primeiro mês de pesquisa. Nossa meta era chegar em torno de 50% e conseguimos superar essa meta antes do mês terminar. Acredito que como o questionário foi reformulado, o número de questões diminuiu, ele está mais rápido para ser aplicado”, afirmou.

A Bahia tem a 4ª maior população do país, sendo o 3º estado com mais gente recenseada (5,1 milhões de pessoas), até 29 de agosto, ficando atrás apenas de São Paulo (9 milhões) e Minas Gerais (6 milhões). O estado registrou a maior população de quilombolas do país, com 116.437 mil autodeclarados. Além disso, em cada 10 representantes pesquisados no Brasil, 3 são baianos (30,1% de um total de 386.750).

O levantamento parcial aponta também que a Bahia tem ainda a segunda maior população de indígenas (81.992, ou 1,6% de todas as pessoas contadas). O Censo 2022 segue, em todo o país, até o final de outubro. Os resultados serão divulgados a partir de dezembro e no decorrer de 2023.

Itens relacionados (por tag)

  • Chuva: 41 municípios em situação de emergência, 380 desabrigados e 2.227 desalojados

    Com base em informações recebidas das prefeituras, a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec) atualizou, nesta quarta-feira (28), os números referentes à população atingida pelas enchentes que ocorrem em municípios baianos.

    Até a situação presente, são 380 desabrigados e 2.227 desalojados em decorrência dos efeitos diretos do desastre. Segundo a Sudec, foram contabilizados seis óbitos. Os números correspondem às ocorrências registradas em 76 municípios afetados. É importante destacar que, desse total, 41estão com decreto de Situação de Emergência.

    O Governo do Estado segue mobilizado para atender as demandas de emergência, a fim de socorrer a população atingida pelas fortes chuvas em diversas regiões da Bahia.

  • Empresa brasileira vira concorrente da BYD pela antiga fábrica da Ford em Camaçari

    A BYD ganhou um concorrente pelo complexo da Ford nos minutos finais do prazo para a manifestação de interessados em comprar a antiga fábrica da montadora americana em Camaçari, fechada em janeiro de 2021 e que hoje pertence ao governo da Bahia. O empresário brasileiro Flávio Figueiredo Assis entrou na disputa para erguer ali a fábrica da Lecar e construir o futuro hatch elétrico da marca, que, diz, deve ter preço abaixo de R$ 100 mil.

    Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Assis já tem um projeto de carro elétrico em fase de desenvolvimento, mas ainda procura um local para produzir o veículo. Em visita às antigas instalações da Ford para comprar equipamentos usados, como robôs e esteiras desativadas deixadas ali pela empresa americana, descobriu que o processo que envolve o futuro uso da área ainda estava aberto, já que o chamamento público feito pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE) só se encerraria nessa quarta (28).

    O documento da SDE, ainda segundo a Folha, diz que a BYD havia apontado interesse no complexo industrial de Camaçari, mas outros interessados também poderiam "manifestar interesse em relação ao imóvel indicado e/ou apresentar impedimentos legais à sua disponibilização, no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir desta publicação".

    A montadora chinesa anunciou em julho passado, em cerimônia com o governador Jerônimo Rodrigues no Farol da Barra, um investimento de R$ 3 bilhões para construir no antigo complexo da Ford três plantas com capacidade de produção de até 300 mil carros por ano.

    A reportagem da Folha afirma que a BYD já está ciente da proposta e prepara uma resposta oficial a Lecar. E que pessoas ligadas à montadora chinesa acreditam que nada irá mudar nas negociações com o governo baiano porque Assis estaria atrás apenas de uma jogada de marketing. O empresário, por sua vez, disse ver uma oportunidade de bom negócio, pois os valores envolvidos são atraentes.

    Procurada pelo CORREIO, a BYD afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto, e que o cronograma anunciado está mantido.

    Em nota, a SDE apenas confirmou que a Lecar encaminhou e-mail ontem afirmando ter interesse na área da antiga Ford. A secretaria, diz a nota, orientou a empresa sobre como proceder, de acordo com as regras do processo legal de concorrência pública em curso.

    Entre as perguntas não respondidas pela pasta na nota estão o prazo para a conclusão da definição sobre a área e o impacto que a concorrência entre BYD e Lecar traz para a implantação de uma nova fábrica de veículos no estado.

  • Bahia adere ao Dia D de mobilização nacional contra a Dengue

    Em um esforço para combater a crescente ameaça da Dengue, o estado da Bahia se junta ao Dia D de mobilização nacional, marcado para o próximo sábado (2). A informação é da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, que está em Brasília nesta quarta-feira (28) para uma reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Esta iniciativa sublinha a necessidade de uma ação coletiva diária e destaca o papel vital que cada indivíduo desempenha na prevenção da doença. Com o apoio do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-BA), da União dos Municípios da Bahia (UPB) e do Conselho Estadual de Saúde (CES), os municípios farão mutirões de limpeza, visitas aos imóveis nas áreas de maior incidência e distribuição de materiais informativos.

    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

    A titular da pasta estadual da Saúde pontua ainda que o Governo do Estado fez a aquisição de novos veículos de fumacê e distribuirá 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoiar os mutirões de limpeza urbana com o auxílio das forças de segurança e emergência. "Além disso, o Governo do Estado compartilhou com os municípios a possibilidade de adquirir bombas costais, medicamentos e insumos por meio de atas de registro de preço", ressalta Roberta Santana.

    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.