Conheça a cidade mais lulista da Bahia

Conheça a cidade mais lulista da Bahia

A cidade do Brasil que mais votou em Lula para presidente no primeiro turno destas eleições tem nome de gente e está localizada no Sudoeste baiano. No município de Wanderley, o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) obteve 96,61% dos votos válidos, segundo dados preliminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgados pela Folha de S. Paulo.

Wanderley é uma cidade recente, criada em 1985 em razão do desmembramento do município de Cotegipe, que pertencia ao estado de Pernambuco até 1824. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade possui uma população estimada de 12.125 pessoas. Os dados são com base em informações do último Censo Demográfico, realizado em 2010.

Dentre os wanderleienses, como são chamados aqueles que nascem em Wanderley, 10.946 cidadãos estavam aptos para votar no último domingo (2), de acordo com o TSE. E, se o poder estivesse nas mãos desse eleitorado, o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), não apenas não venceria estas eleições, como também seu somatório de votos ficaria bem distante do destinado a Lula. O fato é que, com 2,82% de votos na cidade durante o primeiro turno, Bolsonaro nunca chegou nem perto de vencer na cidade, mesmo nas últimas eleições.

Grande parte da população wanderleiense reside em área rural e tem a produção agrícola como principal atividade econômica. No entanto, diferente das cidades predominantemente ao Sul do país, que têm o agronegócio como pauta decisiva para votar em Bolsonaro, Wanderley tem seus motivos próprios para escolher Lula como próximo presidente.

Sociólogo, Fagner Bonfim destaca que não é possível analisar a potencialidade eleitoral de uma região como a de Wanderley sem levar em consideração o passado petista no Nordeste. “Ao longo da história socioeconômica e política, essas regiões foram fortemente marcadas por grandes contrastes econômicos e relegadas a serem apenas regiões de exploração agrícola. Esse foi um cenário que se transformou com os governos petistas”, afirma Bonfim.

O sociólogo ainda ressalta que a implantação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento do campo, assim como políticas públicas voltadas à educação, possibilitaram uma melhoria de vida para jovens que só tinham expectativa para a realidade do trabalho.

O reflexo desse passado foi refletido nas urnas já em 2018, durante o primeiro turno da disputa presidencial. Dados do TSE apontam que o atual presidente recebeu 1.729 votos (23,50%) em Wanderley, contra 5.163 votos (70,16%) de Fernando Hadadd, candidato que representou o PT naquele ano.

Durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2018, a vantagem obtida pelo petista foi ainda maior. Fernando Haddad, que perdeu a disputa contra Jair Bolsonaro no Brasil, ganhou com sobra em Wanderley ao receber 7.058 votos (73,21%) contra 1.891 (26,79%) do candidato do PL.

Preferência pelo PT não se estende à prefeitura

Assim como nas eleições gerais de 2018, Fernanda Sá Teles, prefeita da cidade de Wanderley, verá candidatos que não são do seu partido ocuparem os cargos de governador da Bahia e de presidente da República. Vinculada ao Progressistas (PP), partido de alinhamento entre a centro-direita e a direita, a prefeita é prova de que o PT não é predominante na cidade em outros cargos de representação política.

Reeleita em 2020 durante as eleições municipais, Fernanda Sá Teles recebeu 5.323 votos no total (57,92%), derrotando Gilberto Reis Filhos de Jú (PSD), que ficou em segundo lugar com 3.868 votos (42,08%), segundo dados do TSE.

Nas eleições municipais de 2016, a atual prefeita de Wanderley teve uma disputa acirrada com Claudia Porto, candidata do PL, partido de Bolsonaro. Na ocasião, a prefeita recebeu 50,94% dos votos válidos, contra 49,09% de Claudia Porto.

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  • Chuva: 41 municípios em situação de emergência, 380 desabrigados e 2.227 desalojados

    Com base em informações recebidas das prefeituras, a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec) atualizou, nesta quarta-feira (28), os números referentes à população atingida pelas enchentes que ocorrem em municípios baianos.

    Até a situação presente, são 380 desabrigados e 2.227 desalojados em decorrência dos efeitos diretos do desastre. Segundo a Sudec, foram contabilizados seis óbitos. Os números correspondem às ocorrências registradas em 76 municípios afetados. É importante destacar que, desse total, 41estão com decreto de Situação de Emergência.

    O Governo do Estado segue mobilizado para atender as demandas de emergência, a fim de socorrer a população atingida pelas fortes chuvas em diversas regiões da Bahia.

  • Empresa brasileira vira concorrente da BYD pela antiga fábrica da Ford em Camaçari

    A BYD ganhou um concorrente pelo complexo da Ford nos minutos finais do prazo para a manifestação de interessados em comprar a antiga fábrica da montadora americana em Camaçari, fechada em janeiro de 2021 e que hoje pertence ao governo da Bahia. O empresário brasileiro Flávio Figueiredo Assis entrou na disputa para erguer ali a fábrica da Lecar e construir o futuro hatch elétrico da marca, que, diz, deve ter preço abaixo de R$ 100 mil.

    Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Assis já tem um projeto de carro elétrico em fase de desenvolvimento, mas ainda procura um local para produzir o veículo. Em visita às antigas instalações da Ford para comprar equipamentos usados, como robôs e esteiras desativadas deixadas ali pela empresa americana, descobriu que o processo que envolve o futuro uso da área ainda estava aberto, já que o chamamento público feito pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE) só se encerraria nessa quarta (28).

    O documento da SDE, ainda segundo a Folha, diz que a BYD havia apontado interesse no complexo industrial de Camaçari, mas outros interessados também poderiam "manifestar interesse em relação ao imóvel indicado e/ou apresentar impedimentos legais à sua disponibilização, no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir desta publicação".

    A montadora chinesa anunciou em julho passado, em cerimônia com o governador Jerônimo Rodrigues no Farol da Barra, um investimento de R$ 3 bilhões para construir no antigo complexo da Ford três plantas com capacidade de produção de até 300 mil carros por ano.

    A reportagem da Folha afirma que a BYD já está ciente da proposta e prepara uma resposta oficial a Lecar. E que pessoas ligadas à montadora chinesa acreditam que nada irá mudar nas negociações com o governo baiano porque Assis estaria atrás apenas de uma jogada de marketing. O empresário, por sua vez, disse ver uma oportunidade de bom negócio, pois os valores envolvidos são atraentes.

    Procurada pelo CORREIO, a BYD afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto, e que o cronograma anunciado está mantido.

    Em nota, a SDE apenas confirmou que a Lecar encaminhou e-mail ontem afirmando ter interesse na área da antiga Ford. A secretaria, diz a nota, orientou a empresa sobre como proceder, de acordo com as regras do processo legal de concorrência pública em curso.

    Entre as perguntas não respondidas pela pasta na nota estão o prazo para a conclusão da definição sobre a área e o impacto que a concorrência entre BYD e Lecar traz para a implantação de uma nova fábrica de veículos no estado.

  • Bahia adere ao Dia D de mobilização nacional contra a Dengue

    Em um esforço para combater a crescente ameaça da Dengue, o estado da Bahia se junta ao Dia D de mobilização nacional, marcado para o próximo sábado (2). A informação é da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, que está em Brasília nesta quarta-feira (28) para uma reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Esta iniciativa sublinha a necessidade de uma ação coletiva diária e destaca o papel vital que cada indivíduo desempenha na prevenção da doença. Com o apoio do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-BA), da União dos Municípios da Bahia (UPB) e do Conselho Estadual de Saúde (CES), os municípios farão mutirões de limpeza, visitas aos imóveis nas áreas de maior incidência e distribuição de materiais informativos.

    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

    A titular da pasta estadual da Saúde pontua ainda que o Governo do Estado fez a aquisição de novos veículos de fumacê e distribuirá 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoiar os mutirões de limpeza urbana com o auxílio das forças de segurança e emergência. "Além disso, o Governo do Estado compartilhou com os municípios a possibilidade de adquirir bombas costais, medicamentos e insumos por meio de atas de registro de preço", ressalta Roberta Santana.

    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

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