Chuvas intensas já afetaram 32 municípios baianos

Chuvas intensas já afetaram 32 municípios baianos

A chuva registrada na Bahia desde a última semana continua causando estragos e já são 32 cidades do estado impactadas pelo aguaceiro, segundo dados da Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec). Ao todo, 51.524 pessoas já foram afetadas, 3.696 estão desalojadas e 229 desabrigadas por conta de enchentes e deslizamentos.

Ainda de acordo com a Sudec, o munícipio mais afetado é Prado, onde três mil pessoas ficaram fora de suas casas em razão de alagamentos. A prefeitura decretou situação de emergência no dia 21 por conta do impacto da chuva e informou, nesta quarta-feira (30), que 1.938 pessoas ainda estão desalojadas. As 12 famílias que ficaram desabrigadas estão no ginásio da cidade.

Além de Prado, as outras cidades atingidas pela chuva são: Baixa Grande, Itabuna, Santa Cruz Cabrália, Itamaraju, Belo Campo, Cícero Dantas, Catu, Ibicaraí, Ibicuí, Ibotirama, Itambé, Maragogipe, Nova Viçosa, Teixeira de Freitas, Wenceslau Guimarães, Marciolínio Souza, Aiquara, Caravelas, Floresta Azul, Medeiros Neto, Santo Antônio de Jesus, Cachoeira, Juazeiro, São Félix, Dário Meira, Cipó, Sátiro Dias, Aurelino Leal, Vereda, Inhambupe e Itarantim.

Dessa lista, nove já decretaram situação de emergência devido à quantidade de chuva nas regiões. As cidades com esse status são Prado, Baixa Grande, Itabuna, Cícero Dantas, Ibicuí, Itambé, Santa Cruz Cabrália, Vereda e Nova Viçosa.

A infraestrutura urbana de Prado está comprometida. Estradas litorâneas que dão acesso ao distrito e as comunidades de Paixão, Torarão e Cumuruxatiba estão bloqueadas porque uma ponte foi levada pelas águas. A estrada principal (BA-001) também foi interditada, já que parte da estrada foi destruída pela enxurrada. De acordo com a prefeitura, ações estão sendo realizadas para reestruturar as localidades afetadas.

Outras cidades
Ibotirama, no Oeste do estado, alcançou 136,8 milímetros de chuva na terça-feira (29), sendo a cidade brasileira que mais registrou chuva no dia, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Como consequência, árvores foram derrubadas e a água invadiu casas e estabelecimentos comerciais.

Corretor de imóveis e morador de Ibotirama, Humberto Braga, 55, relata que a rua onde mora ficou intransitável e sua casa, alagada. “Foram muitos impactos negativos. O lixo entupiu os bueiros nas ruas, o que acabou alagando a cidade. Como as ruas são todas de paralelepípedo, a água foi ‘arregaçando’ tudo que tinha pela frente. Afetou muitos moradores”, aponta.

No Sertão baiano, Baixa Grande registrou deslizamentos de terra e alagamentos. Móveis, esgoto a céu aberto e construções irregulares impediram a passagem da água e o calçamento ficou destruído.

Morador da cidade, o empreendedor Rubenício Matos, 50, contou que apesar de recorrente nessa época do ano, a chuva, desta vez, causou desastres. “Desde sábado está quase com meio metro de água em uma rua de 20 metros [de largura]. Não tem escoamento pelo rio e nem calçamento nas ruas em um nível mais alto. Na minha casa quando chove, fica quase meio metro de terra. Não dá para entrar nem para sair, meu filho não vai desde segunda-feira para a escola”.

Itabuna está em Estado de Alerta Laranja até sábado (03) em decorrência do acumulado de chuva, de acordo com o Inmet. Segundo a prefeitura de Itabuna, o rio Cachoeira subiu dois metros, mas não há desabrigados ou desalojados.

A Defesa Civil do Estado disse que vem reforçando a atenção aos munícipios afetados e que uma equipe técnica do órgão foi deslocada para realizar vistorias técnicas em Itamaraju, Prado e Teixeira de Freitas.

Nas estradas, a chuva causou estragos em oito trechos de rodovias, enumera a Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra). Os pontos estão localizados na BA-130, na região entre Ibicuí e Ibitupã; BA-651, entre Itapitanga e Coaraci; BA-284, entre Distrito de Nova Alegria (Itamaraju) e Jucuruçu; BA-001, entre Prado e Cumuruxatiba; BA-084, entre Santo Amaro e Oliveira dos Campinhos, BA-699, entre Jucuruçu e Itanhém; BA-290, entre Itanhém e a Divisa BA/MG; e na BA-126, entre Vereda, Bisogue e Nova Alegria.

A Seinfra comunicou que está executando serviços de recomposição de pista e de construção ou recuperação de desvios provisórios nos trechos afetados por rompimento de pontes, pontilhões e bueiros.

Previsão de mais chuva
O tempo só deve melhorar na Bahia a partir do fim de semana, alerta o Inmet. Os maiores acumulados de chuva se concentrarão em áreas do Centro-Sul do Estado. Há também alerta de ventos intensos, corte de energia elétrica, queda de galhos de árvore, alagamentos e descargas elétricas no Centro-Sul, Vale do São-Franciscano, Centro-Norte Baiano, Sul e Extremo-Oeste. Algumas das cidades em alerta laranja são: Alagoinhas, Amargosa, Amélia Rodrigues, Cachoeira, Cairu, Candeias, Caravelas, Cruz das Almas, Feira de Santana, Ilhéus, Itabuna, Lauro de Freitas, Mucuri e Nova Viçosa. Bom Jesus da Lapa, Abaré e Juazeiro, que estavam na lista na segunda-feira (28), não estão mais em Alerta Laranja.

Salvador também deve continuar com o mau tempo nos próximos dias. A previsão é de tempo nublado com pancadas de chuva e trovoadas isoladas. A meteorologista do Inmet, Cláudia Valéria, explicou ainda na segunda-feira (28), que a ocorrência das chuvas desde a última semana é resultado de uma convergência de umidade. Neste caso, o choque entre a umidade do litoral e da região central - que chega ao estado pelo Oeste baiano.

Segundo Cláudia, o fenômeno é comum de acontecer e se repete todos os anos no período da Primavera até o Verão. Contudo, em 2022 ganhou intensidade e incidência por influência do La Niña, resfriamento anormal das águas do oceano Pacífico que provoca aumento no volume de chuvas.

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  • Chuva: 41 municípios em situação de emergência, 380 desabrigados e 2.227 desalojados

    Com base em informações recebidas das prefeituras, a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec) atualizou, nesta quarta-feira (28), os números referentes à população atingida pelas enchentes que ocorrem em municípios baianos.

    Até a situação presente, são 380 desabrigados e 2.227 desalojados em decorrência dos efeitos diretos do desastre. Segundo a Sudec, foram contabilizados seis óbitos. Os números correspondem às ocorrências registradas em 76 municípios afetados. É importante destacar que, desse total, 41estão com decreto de Situação de Emergência.

    O Governo do Estado segue mobilizado para atender as demandas de emergência, a fim de socorrer a população atingida pelas fortes chuvas em diversas regiões da Bahia.

  • Empresa brasileira vira concorrente da BYD pela antiga fábrica da Ford em Camaçari

    A BYD ganhou um concorrente pelo complexo da Ford nos minutos finais do prazo para a manifestação de interessados em comprar a antiga fábrica da montadora americana em Camaçari, fechada em janeiro de 2021 e que hoje pertence ao governo da Bahia. O empresário brasileiro Flávio Figueiredo Assis entrou na disputa para erguer ali a fábrica da Lecar e construir o futuro hatch elétrico da marca, que, diz, deve ter preço abaixo de R$ 100 mil.

    Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Assis já tem um projeto de carro elétrico em fase de desenvolvimento, mas ainda procura um local para produzir o veículo. Em visita às antigas instalações da Ford para comprar equipamentos usados, como robôs e esteiras desativadas deixadas ali pela empresa americana, descobriu que o processo que envolve o futuro uso da área ainda estava aberto, já que o chamamento público feito pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE) só se encerraria nessa quarta (28).

    O documento da SDE, ainda segundo a Folha, diz que a BYD havia apontado interesse no complexo industrial de Camaçari, mas outros interessados também poderiam "manifestar interesse em relação ao imóvel indicado e/ou apresentar impedimentos legais à sua disponibilização, no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir desta publicação".

    A montadora chinesa anunciou em julho passado, em cerimônia com o governador Jerônimo Rodrigues no Farol da Barra, um investimento de R$ 3 bilhões para construir no antigo complexo da Ford três plantas com capacidade de produção de até 300 mil carros por ano.

    A reportagem da Folha afirma que a BYD já está ciente da proposta e prepara uma resposta oficial a Lecar. E que pessoas ligadas à montadora chinesa acreditam que nada irá mudar nas negociações com o governo baiano porque Assis estaria atrás apenas de uma jogada de marketing. O empresário, por sua vez, disse ver uma oportunidade de bom negócio, pois os valores envolvidos são atraentes.

    Procurada pelo CORREIO, a BYD afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto, e que o cronograma anunciado está mantido.

    Em nota, a SDE apenas confirmou que a Lecar encaminhou e-mail ontem afirmando ter interesse na área da antiga Ford. A secretaria, diz a nota, orientou a empresa sobre como proceder, de acordo com as regras do processo legal de concorrência pública em curso.

    Entre as perguntas não respondidas pela pasta na nota estão o prazo para a conclusão da definição sobre a área e o impacto que a concorrência entre BYD e Lecar traz para a implantação de uma nova fábrica de veículos no estado.

  • Bahia adere ao Dia D de mobilização nacional contra a Dengue

    Em um esforço para combater a crescente ameaça da Dengue, o estado da Bahia se junta ao Dia D de mobilização nacional, marcado para o próximo sábado (2). A informação é da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, que está em Brasília nesta quarta-feira (28) para uma reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Esta iniciativa sublinha a necessidade de uma ação coletiva diária e destaca o papel vital que cada indivíduo desempenha na prevenção da doença. Com o apoio do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-BA), da União dos Municípios da Bahia (UPB) e do Conselho Estadual de Saúde (CES), os municípios farão mutirões de limpeza, visitas aos imóveis nas áreas de maior incidência e distribuição de materiais informativos.

    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

    A titular da pasta estadual da Saúde pontua ainda que o Governo do Estado fez a aquisição de novos veículos de fumacê e distribuirá 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoiar os mutirões de limpeza urbana com o auxílio das forças de segurança e emergência. "Além disso, o Governo do Estado compartilhou com os municípios a possibilidade de adquirir bombas costais, medicamentos e insumos por meio de atas de registro de preço", ressalta Roberta Santana.

    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

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