Condutor de lancha nega omissão de socorro a vítimas de acidente em Paripe Condutor de lancha nega omissão de socorro a vítimas de acidente em Paripe

Condutor de lancha nega omissão de socorro a vítimas de acidente em Paripe

O condutor, que não o é dono da lancha, é marinheiro profissional e se apresentou na noite de segunda-feira (20).
O piloto da lancha Marie C, envolvido no acidente que matou dois pescadores e deixou outro ferido na madrugada do domingo (18), em São Tomé de Paripe, se apresentou à polícia acompanhado do seu advogado ainda na noite de segunda-feira (20).

De acordo com informações do delegado Nilton Borba, da 5ª Delegacia de Polícia (Periperi/ Praia Grande), o condutor, que não o é dono da lancha, é marinheiro profissional e conduzia a embarcação do porto de Aratu para a Bahia Marina, na Avenida Contorno.

Em depoimento, o piloto, que não teve seu nome revelado pela polícia, informou que por conta da falta de sinalização e da escuridão do local, ele acabou atingindo a catraia em que estavam os pescadores José Lima dos Santos, 77 anos, Jurandir Pereira de Andrade e Leomar Brito dos Santos.

No acidente, Jurandir teve a perna decepada pela hélice da lancha e morreu após sofrer uma hemorragia. Leomar, único sobrevivente do acidente, teve ferimentos leves na região dos braços e foi encaminhado para atendimento na UPA do Largo de Roma. Já José Lima dos Santos não conseguiu ser resgatado e ficou desaparecido até o início da tarde desta terça. Familiares encontraram o corpo do pescador bem próximo ao local do acidente depois de mais de 48 horas de buscas.
"O local estava sem iluminação e ele pensou que tivesse batido em alguma coisa tipo um tronco. Ao ouvir os gritos de socorro, ele percebeu que tinha atingido uma embarcação. Ele socorreu duas das vítimas e as levou para o porto mais próximo, em Periperi. Os feridos informaram que um outro pescador tinha se ferido e estava desaparecido e ele voltou para procurar essa terceira vítima", informou Borba.
Ainda durante o depoimento, o condutor da lancha negou que não tenha prestado assistência completa às vítimas. Ele rebateu a informação da família de que somente tinha operado o resgate e não havia comunicado a situação aos órgãos competentes. "Ele ligou para o Serviço de Atendimento Móvel diversas vezes depois do acidente. Ele mostrou os registros das ligações feitas pelo celular", explicou o delegado.

Na tarde desta terça (20), o único ocupante da catraia que sobreviveu ao acidente, Leomar Brito dos Santos, confirmou a versão dada pelo condutor da lancha de que ele teria voltado ao mar para procurar pela terceira vítima, que estava desaparecida.

Segundo o piloto, após fracassar nas buscas ao pescador José Lima dos Santos, ele retornou a Aratu para informar sobre o acidente tanto ao dono da lancha quanto à Marinha.

A polícia agora irá aguardar os resultados dos laudos periciais elaborados tanto da Marinha, que tem prazo de 90 dias, quanto pela polícia técnica, que deve sair em no máximo 30, para definir a responsabilidade criminal sobre o caso.

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    Drones

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