Uma organização criminosa especializada em aplicar fraudes no benefício social auxílio emergencial e em precatórios judiciais é o alvo nesta quarta-feira (31) da Operação “Et Caterva”, da Polícia Federal. Entre os fraudadores estão advogados e funcionários públicos. “Inicialmente as fraudes eram perpetradas buscando o recebimento indevido de precatórios judiciais, os quais, após os desvios orquestrados pela organização criminosa, eram destinados a terceiros partícipes do esquema. Tais ações resultaram no levantamento ilegal de mais de R$ 13 milhões em precatórios judiciais, além de mais de R$ 2,7 milhões em tentativas de saques em várias regiões do país”, adiantou a PF em nota.

Investigações
Segundo as investigações, servidores de instituição bancária forneciam informações sobre precatórios à disposição para saque. As fraudes também tiveram participação de um servidor do Tribunal Regional Eleitoral/MT. Os criminosos faziam documentos falsos com os dados dos beneficiários dos precatórios e as fotografias dos estelionatários, que se dirigiam ao banco para realizar os saques do valores. Uma vez efetuado o levantamento do precatório, o montante era pulverizado em diversas contas para ocultar a origem ilícita.

Depois da interrupção temporária do pagamento de precatórios pela Caixa em 2020, a organização criminosa passou a cometer fraudes em parcelas do auxílio emergencial. Entre os meses de abril de 2020 e março de 2021, 1.570 saques de benefícios foram feitos ilegalmente, resultando em um prejuízo superior a R$ 1,3 milhão.

Mandados
Na ação de hoje mais de 260 policiais federais cumprem 12 mandados de prisão (quatro preventivas e oito temporárias), 77 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens e, ainda, nove medidas de suspensão do exercício da função pública. Os mandados foram expedidos pelo Juiz da 5ª Vara Federal da Seção Judiciária de Cuiabá/MT, e seus cumprimentos ocorrem no Estado de Mato Grosso e em outros 11 estados.

Nome
“Et Caterva”, nome da operação, é uma expressão em latim, utilizada de forma pejorativa, que denota a ideia de um grupo de comparsas, visto que a investigação identificou um grupo de pessoas que se uniram no propósito de cometer os delitos hoje desarticulados.

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Um casal foi morto a tiros dentro de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na noite dessa segunda-feira (29). O crime aconteceu na rotatória do Hospital do Subúrbio, na BA-528.

Segundo informações da Polícia Militar, os socorristas contaram que estavam fazendo a regulação do homem para o Hospital do Subúrbio quando a ambulância foi interceptad apor um ônix branco. Quatro homens armados atiraram contra o casal e fugiram.

Os socorristas não ficaram feridos. Equipes da 31ª CIPM e do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) foram até o local e isolaram a área. Ninguém foi preso até o momento.

O motorista da ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), interceptada por homens armados que mataram um casal dentro do veículo de emergência, relatou a ação dos criminosos e disse que depois de atirar nas vítimas, os homens ainda pediram desculpas aos socorristas pelo ataque.

O motorista e uma técnica de enfermagem que estavam na ambulância não tiveram ferimentos.

"Na hora que terminaram de executar eles correram para entrar no carro e ainda pediram desculpa para gente: 'Samu, vá desculpando aí'", relata o motorista que prefere não se identificar.

O ataque ocorreu na noite de segunda-feira (29), em um trecho da Estrada do Derba, no bairro de Fazenda Coutos, perto do Hospital do Subúrbio. O homem alvo do ataque tinha saído da UPA de Santo Inácio e estava sendo transferido para o Hospital do Subúrbio, devido a um ferimento também por arma de fogo. Os criminosos mataram ele e a companheira dele, que o acompanhava no momento da transferência de unidade.

“Nossa equipe se encontrava na base e fomos solicitados para fazer a remoção de um baleado para o Hospital do Subúrbio. A gente colocou ele na unidade [ambulância] e começamos a fazer o processo. Fomos andando normal, mas quando chegou na Estrada do Derba, fui obstruído. Um carro me cortou pela lateral esquerda, com os vidros pretos, onde percebi a situação e informei a colega pra ela se tranquilizar, que era um carro suspeito”, relembra o motorista.

Segundo o motorista, logo depois de fazer a ultrapassagem na ambulância, os homens armados e encapuzados andaram mais alguns metros e, em seguida, interceptaram o veículo.

“Dei espaço para esse carro seguir em frente, só que eu senti que eles estavam ‘segurando’, freando o tempo todo. Quando chegou em frente no cruzamento do Subúrbio que fui fazer o retorno, fui obstruído. Desceram três homens armados, encapuzados fazendo pressão psicológica, pedindo para abrir a porta da unidade”, relata o motorista.

O motorista da ambulância disse também que um dos criminosos era agressivo em comparação com os outros dois e que pediu para os suspeitos que não fizessem nada com ele e com a colega.

“O que estava perto de mim era mais ríspido, os dois eram até mais maleáveis. Eu só gritava para ele segurar a onda: ‘'segura, segura, que somos Samu, não tem nada a ver com a gente, a gente não entra em nada. Só estamos transportando'. Os que estavam do lado direito eram os mais tranquilos, pediu a colega para sair. O que estava do outro lado era mais ríspido, tentei acalmar ele de todas as formas”, conta.
Ainda de acordo com o motorista, um dos criminosos tomou a chave da ambulância, mandou ele desligar o veículo e foi nesse momento que ele conseguiu se afastar da situação.

"Do lado de fora, só ouvimos os disparos”, relata.

Apesar de tentar manter a colega tranquila, o motorista revela que por causa do susto, ele passou mal e precisou de atendimento médico.

“Nesse momento, nos encontramos um pouco abalados pela situação, eu e a colega. Foi uma situação muito delicada, mas como sempre, saindo do trabalho, todos os dias agradecendo a Deus, pedindo proteção e graças a Deus, estamos aqui em vida para contar essa história”, disse o motorista.
Segundo o coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Salvador, médico Ivan Paiva, o Samu conta com apoio da Polícia Militar para atender situações que envolvam ferimentos a tiros ou por arma branca. Porém, de acordo com a PM, não houve acionamento prévio para atender a ocorrência e que a PM foi chamada após o caso.

Ainda segundo o coordenador do Samu, uma investigação será aberta para saber o motivo da ambulância não estar com escolta policial. Ainda não há informações sobre autoria e motivação do crime.

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Durante quase quatro horas, o policial militar Weslei Soares bloqueou a frente do Farol da Barra, em Salvador, e efetuou dezenas de disparos de fuzil para cima, até o início da noite deste domingo (28). Cercado pela polícia, o PM foi baleado por colegas. Ele foi encaminhado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde passou por uma cirurgia. O estado de saúde dele não foi divulgado.

O policial foi atingido em pelo menos três regiões do corpo, incluído tórax e abdômen. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), às 18h35, o soldado afirmou que “havia chegado o momento, fez uma contagem regressiva e iniciou disparos contra as equipes do Bope”. Os policiais, então, dispararam dez vezes contra Weslei. “No momento que caiu ao chão ele iniciou uma série de disparos contra os policiais, que novamente tiveram a necessidade de realizar disparos, e, quando ele cessou a agressão, os policiais chegaram perto para utilizar o resgate”, declarou Capitão Luiz Henrique, o negociador.

O comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), major Clédson Conceição, afirmou que os policiais buscaram utilizar técnicas de negociação e impedir um confronto, mas que Weslei “atacou as equipes”. “Além de colocar em risco os militares, estávamos em uma área residencial, expondo também os moradores", justificou. Conceição disse que tentaram fazer com que Weslei se estregasse, mas que “essa negociação alternava em picos de lucidez com loucura. Ele não falava coisas com sentido, estava bastante transtornado”.

Repórteres e cinegrafistas que estavam no local foram ameaçados por policiais, após Weslei ser baleado. Eles disparam para cima, para dispersar a imprensa - o momento foi capturado num vídeo. A PM não se manifestou a respeito até o fechamento da reportagem. Moradores do bairro acompanharam a ação e divulgaram vídeos da chegada do PM Weslei até ele ser baleado e socorrido pelo SAMU até o HGE.

O soldado Weslei é integrante da 72º Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), de Itacaré, no sul da Bahia, e chegou à capital baiana na manhã deste domingo. Os primeiros disparos de fuzil de Weslei aconteceram na Avenida Centenário, próximo ao 5º Centro de Saúde Clementino Fraga, relataram testemunhas.

A perseguição policial teve início no local até chegar ao Farol da Barra, por volta das 14h. Lá, Wesley desceu do próprio carro com um fuzil à mão. Pouco depois, começou a efetuar os disparos. Não há registro de outros feridos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), ele teve um “surto psicológico”.

Em nota, a PM escreveu que “lamenta pela ocorrência crítica envolvendo um integrante da corporação” e que todas as medidas foram adotadas em prol “do objetivo principal, que é a preservação de vidas”

Os policiais que participaram da ação afirmaram que o PM demonstrava “descontrole emocional”. Ao longo da tarde, ele pintou o rosto de verde, entoou palavras de ordem, efetuou dezenas de disparos e chegou a jogar bicicletas e o material de trabalho de vendedores ambulantes no mar. Um especialista em gerenciamento de crise do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e um psicólogo da equipe do Departamento de Promoção Social também estiveram no local, para tentar uma negociação. A área foi isolada e bloqueada. O trânsito já foi normalizado.

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O policial militar Weslei Soares, que bloqueou a frente do Farol da Barra e efetuou disparos para a cima, na tarde deste domingo (28), teve a morte confirmada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA). Ele estava internado no Hospital Geral do Estado (HGE) após ser baleado por policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) no início da noite. A morte foi confirmada às 22h41.

O PM foi atingido em pelo menos três regiões do corpo, incluído tórax e abdômen. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), às 18h35, o soldado afirmou que “havia chegado o momento, fez uma contagem regressiva e iniciou disparos contra as equipes do Bope”. Os policiais, então, dispararam dez vezes contra Weslei. “No momento que caiu ao chão ele iniciou uma série de disparos contra os policiais, que novamente tiveram a necessidade de realizar disparos, e, quando ele cessou a agressão, os policiais chegaram perto para utilizar o resgate”, declarou Capitão Luiz Henrique, o negociador.

O comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), major Clédson Conceição, afirmou que os policiais buscaram utilizar técnicas de negociação e impedir um confronto, mas que Weslei “atacou as equipes”. “Além de colocar em risco os militares, estávamos em uma área residencial, expondo também os moradores", justificou. Conceição disse que tentaram fazer com que Weslei se estregasse, mas que “essa negociação alternava em picos de lucidez com loucura. Ele não falava coisas com sentido, estava bastante transtornado”.

Repórteres e cinegrafistas que estavam no local foram ameaçados por policiais, após Weslei ser baleado. Eles disparam para cima, para dispersar a imprensa - o momento foi capturado num vídeo. A PM não se manifestou a respeito até o fechamento da reportagem. Moradores do bairro acompanharam a ação e divulgaram vídeos da chegada do PM Weslei até ele ser baleado e socorrido pelo SAMU até o HGE.

O soldado Weslei é integrante da 72ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), de Itacaré, no sul da Bahia, e chegou à capital baiana na manhã deste domingo. Os primeiros disparos de fuzil de Weslei aconteceram na Avenida Centenário, próximo ao 5º Centro de Saúde Clementino Fraga, relataram testemunhas. A perseguição policial teve início no local até chegar ao Farol da Barra, por volta das 14h. Lá, Wesley desceu do próprio carro com um fuzil à mão. Pouco depois, começou a efetuar os disparos. Não há registro de outros feridos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), ele teve um “surto psicológico”.

'Surto'
De acordo com a Polícia Militar (PM), o militar demonstrava "descontrole emocional". Um especialista em gerenciamento de crise do Bope também esteve no local, para tentar uma negociação.

Antes de invadir o gramado em frente ao Farol da Barra com uma Renault Duster marrom, o policial que deu tiros para o alto foi seguido por viaturas da Polícia Militar. A perseguição começou na Avenida Sete de Setembro e encerrou apenas no ponto turístico de Salvador.

Ao chegar ao Farol, ele pintou o rosto de verde, entoou palavras de ordem e disparou dezenas de vezes. No fim da tarde, ele chegou a empurrar viaturas da polícia para longe dele - uma delas quase bateu contra um muro.

O policial militar ainda jogou bicicletas e itens de vendedores ambulantes que trabalhavam no local no mar.

Diversas equipes foram mobilizadas para conter o suspeito e isolar as ruas que davam acesso ao Farol. Além do Batalhão de Operações Policiais Especiais, foram enviadas equipes do Batalhão de Choque, Esquadrão Águia, e da 11ª CIPM.

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A Polícia Federal deflagra na manhã desta quinta-feira (18) a Operação Kindergarten, que visa à repressão de fraudes em licitações e o desvio de recursos públicos destinados à educação repassados pela União a Barreiras, cidade no oeste baiano.

Cerca de 80 policiais federais cumprem 16 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. As medidas ocorrem nos municípios baianos de Barreiras, São Desidério e Salvador, além de Belo Horizonte, Contagem e Divinópolis, em Minas Gerais.

As investigações que deram origem à operação foram iniciadas no ano de 2020, com base em informações apresentadas pelo Ministério Público Federal que indicavam a constituição e a contratação fraudulenta de um consórcio formado por empresas sem estrutura operacional, para a reforma de escolas municipais por meio de contratos firmados pela Prefeitura de Barreiras em decorrência de adesão a uma ata de registro de preços vigente no município de Ilhéus, sul da Bahia.

Após atuação conjunta da Polícia Federal com o Ministério Público Federal, identificou-se a contratação de outras empresas do ramo de Engenharia, por meio de procedimentos licitatórios fraudulentos, com indícios de superfaturamento, para a elaboração de projetos executivos, reformas e construção de escolas.

O nome da operação, Kindergarten, cuja tradução para o português é Jardim de Infância, faz referência ao termo criado pelo alemão Friedrich Froebel (1782-1852), um dos primeiros educadores a se preocupar com a educação infantil.

Os responsáveis pelas condutas delitivas investigadas responderão pela prática dos crimes de fraude a licitação (art. 90 da Lei 8.666/93); falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal); corrupção passiva (art. 317 do Código Penal); corrupção ativa (art. 333 do Código Penal); organização criminosa (art. 2º da Lei 12.850/13); crime de responsabilidade (art. 1º, inciso I do Decreto-Lei nº 201/67) e lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei 9.613/98).

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Edvaldo Marques Teixeira Júnior, conhecido como Vado Gordo, acusado de comandar tráfico de drogas foi preso, nesta terça-feira (16), na cidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Ele é um dos alvos da Operação Tupinambá, deflagrada nesta manhã.

Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública (SSP), ele comandava o comércio de entorpecentes e mortes de rivais. O traficante de 34 anos possuía mandados de prisão e também é suspeito de envolvimento em roubos contra instituições financeiras. Ele foi localizado por equipes da Bahia com apoio da polícia do RJ.

A Operação Tupinambá cumpre mandados nas cidades baianas de Madre de Deus, Candeias, São Francisco do Conde, Simões Filho e Teixeira de Freitas. O objetivo é combater organizações criminosas envolvidas com homicídios, tráfico de drogas, roubos e corrupção de menores.

A ação integrada é resultado de oito meses de investigação. Participam da operação equipes da Coordenação de Operações Especiais (COE), dos departamentos de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), de Polícia Metropolitana (Depom), de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), e de Polícia do Interior (Depin), além da PM.

A Superintendência de Inteligência da SSP também atua na Operação Tupinambá, dando suporte às investigações.

 

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De dezembro do ano passado até agora, cerca de 18 gatos foram encontrados mortos em um condomínio de luxo em Camaçari. Os moradores providenciaram a necrópsia de oito corpos e a causa da morte foi identificada como envenenamento por chumbinho, um produto que tem comercialização proibida no Brasil e é altamente perigoso para animais e seres humanos. Outros 14 felinos estão desaparecidos.

Esses animais, originalmente de rua, vinham sendo alimentados e cuidados por moradores do condomínio de casas Parque Interlagos, onde os crimes aconteceram. O local é cercado por uma área de proteção ambiental estadual (APA do Rio Capivara), o que aumenta a gravidade do uso de um veneno que pode estar atingindo também animais silvestres, como macacos e saruês.

No dia nove de dezembro, a moradora Karine Gidi, de 40 anos, encontrou 11 gatos mortos próximos à sua casa. “Foi terrível. Eu chorava o tempo todo, fiquei desolada. Eu cuidava deles desde que eram filhotinhos, conhecida cada um pelo nome. Morreram sem nem completar um ano”, lamenta. Segundo ela, nos últimos dias de dezembro, outros bichos também foram encontrados e a partir disso as mortes não pararam mais. Na última semana, mais dois corpos foram achados.

Karine acredita que o criminoso tenha colocado o chumbinho nos potes de água e comida que ela costuma deixar na porta de casa para os gatos. Um dos potes utilizados desapareceu após os casos de envenenamento. “Eu acredito que a pessoa tenha levado por temer que a gente levasse para a perícia também”, opina.

Segundo a condômina Celeste Jambeiro, de 71 anos, já chegaram a morrer cerca de dois a três gatos por noite. Uma gata que ela cuidava desapareceu deixando três filhotes, que ficaram sob a proteção de Celeste. “Com certeza, mataram. Quem faz isso se esconde, é uma pessoa covarde mesmo, que não tem nenhum sentimento, nem pelo sofrimento do gato nem pela dor dos humanos que gostam e cuidam”. A moradora acrescenta que, além dos oito animais que já passaram por autópsia e tiveram a causa da morte por chumbinho comprovada, outros ainda aguardam pelo resultado.

Para Sílvia Lobo, de 67 anos, os animais estão sendo mortos na casa de um ou mais moradores, que atraem os bichinhos com comida. “A gente acha que eles estão sendo atraídos com alguma comida com cheiro forte, porque eles não entram em qualquer casa, só na que eles já têm costume”, diz ela.

Sílvia ainda ressalta que é difícil contabilizar o número de gatos mortos e que a quantidade pode ser ainda maior. “Quando alguma coisa ruim acontece, eles procuram abrigo com alguém que eles confiam. Mas os gatos da rua não têm para onde correr, ficam assustados e tentam se esconder em qualquer canto e acabam mortos por aí ou até mesmo na própria casa do assassino e ninguém vê. E quando encontra os gatos, o pessoal joga no lixo e pronto”, completa.

Apego

A moradora Cristina Soares, de 71 anos, reforça que as mortes com requinte de crueldade são bastante dolorosas para quem tem amor pelos animais. “As crianças se apegam aos gatos que às vezes amanhecem mortos na porta das casas. Elas choram muito, é difícil para elas entenderem isso. A criança brinca com um gato castrado, saudável, bem alimentado, aí de repente ele aparece morto. É uma morte horrível. Todo mundo acaba sofrendo e chorando, não só as crianças”, ressalta ela, que lembra também que o chumbinho pode ser um perigo para os pequenos que brincam pelo condomínio.

Celeste ainda diz que os gatos são um incômodo para alguns moradores, que reclamam da grande quantidade de bichos no local. “Algumas pessoas reclamam que o sofá da varanda aparece com pelo de gato e que vão fazer churrasco e, quando deixam a carne no quintal, o gato vai e come. Mas nós estamos na natureza, são casas, existem bichos aqui. São gatos, mas poderiam ser outros bichos também. A gente precisa aceitar e conviver, é só não deixar a comida exposta do lado de fora. É até uma questão de higiene”, pontua ela.

Problema antigo

Os condôminos contam que esse tipo de crime não é novidade por ali. Sílvia tem uma casa de veraneio no local há cerca de 30 anos e vê gatos sendo mortos há bastante tempo. “Todo ano, quando eu chegava aqui com meus gatos, eles desapareciam. Era como se quisessem limpar o condomínio no verão. E eu já tive vários gatos meus que vieram morrer aqui dentro de casa nos anos anteriores. Eles chegavam com os olhos esbugalhados, ficavam vomitando e não dava tempo nem de eu fazer nada”, relata.

Celeste, citada no início da reportagem, também vem relatando maus tratos aos animais desde que se tornou condômina. “Nós já tivemos casos de agressões aqui há algum tempo, aí chegamos a levar no veterinário e ficou tudo bem. Em um ou outro caso alguém chega com um facão e corta o gato. Mas os casos mais frequentes são os envenenamentos, que ficaram ainda mais frequentes ultimamente”, diz ela.

Um dos laudos de exame necroscópico realizados pelo laboratório de patologia veterinária da Ufba que apontam envenenamento por chumbinho

Reação

Os moradores contam que a administração do condomínio foi comunicada sobre as mortes e que, juntos, vêm tomando providências. A administração informou que, no dia 11 de janeiro deste ano, protocolou, junto à 5ª Promotoria de Justiça de Camaçari, um documento para dar conhecimento do crime, pedindo providências do órgão. Foi entregue também um HD externo com as filmagens das câmeras de segurança do condomínio para auxiliar nas investigações.

O condomínio Parque Interlagos disse ainda que, em janeiro, após a identificação das causas dos óbitos, divulgou um comunicado interno e instalou uma placa na entrada do local com o objetivo de alertar aos condôminos, moradores e visitantes que a prática de maus tratos é crime previsto em lei federal. O condomínio ressaltou que não pactua com nenhuma violação das leis ou com qualquer situação que induza animais, domésticos ou silvestres, a situação de violência.

Foi registrada uma queixa no Ministério Público e o processo encontra-se na Delegacia de Polícia de Abrantes e já está sendo investigado. O MP não respondeu, até o fechamento da reportagem, sobre o registro da queixa crime. Procurada pelo CORREIO, a 26ª Delegacia de Polícia de Abrantes não deu informações sobre o andamento da investigação.

De acordo com os condôminos, a maioria dos gatos aparecem mortos na Rua dos Dormentes e que as imagens das câmeras de segurança já identificaram gatos saindo com possíveis sinais de envenenamento de uma das casas, mas que não é possível ainda apontar os culpados.

Acolhimento

Alguns condôminos já atuavam como protetores dos animais individualmente dentro do local, zelando pela vida dos bichinhos. A partir do ano passado, quando muitos deles passaram a morar no condomínio devido à pandemia, decidiram formar o Grupo Vida, hoje com cerca de 17 integrantes. Os cuidadores atuam na castração e vermifugação e alimentação dos gatos, com o auxílio financeiro do condomínio.

Outro caso

Entre maio e agosto de 2020, 11 felinos abrigados pelo grupo de proteção do Conjunto Habitacional Reitor Edgar Santos, localizado no Engenho Velho de Brotas, foram alvos de ataques com agressões e envenenamentos. Sete deles morreram e quatro sobreviveram graças ao socorro imediato dos protetores que cuidam dos bichos.

De acordo com o relato do grupo, os ataques aconteciam desde 2016 e foram intensificados a partir de maio do ano passado. “Desde o começo de maio, isso tem sido mais constante. Já cheguei a achar dois animais mortos no mesmo dia. É assustador", afirma Thays Marques, 34 anos, integrante do grupo de proteção.

Um boletim de ocorrência foi registrado na 6° Delegacia Territorial da Polícia Civil no dia dois de julho para tentar descobrir os autores dos crimes. Os protetores também procuraram a Secretaria de Segurança Pública (SSP) para solicitar ajuda. Para a Secretaria, foi protocolado, por meio da vereadora Ana Rita Tavares (PT), um pedido de instalação de câmeras de seguranças em toda área do conjunto para amedrontar os criminosos e oferecer mais tranquilidade para os residentes.

Procurada nesta quarta-feira pela reportagem, a 6ª Delegacia não informou sobre o andamento das investigações. A SSP afirmou que o conjunto habitacional é fechado e não pode instalar câmeras em locais privados.

Crime

Segundo a advogada Ximene Perez, membro da Comissão Especial de Defesa dos Animais (Ceda) da Ordem dos Advogados da Bahia (OAB-BA), abandonar ou maltratar animais é crime previsto pela Lei Federal nº 9.605/98. Uma nova legislação, a Lei Federal nº 14.064/20, sancionada em setembro do ano passado, aumentou a pena de detenção que era de até um ano para até cinco anos para quem cometer este crime e vale tanto para pessoas físicas como jurídicas.

A advogada ressalta que a pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal e pode ser ainda mais agravada devido ao uso de produto ou substância tóxica, no caso, o chumbinho.

Além disso, por se tratar de uma zona de Área de Proteção Ambiental (APA), outro crime também seria previsto: o de dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas, mencionado pelo artigo 27 do decreto nº 99.274, de 1990, cuja pena é de reclusão de um a cinco anos.

Quem for testemunha de qualquer tipo de violência contra animais, pode denunciar pelos números (71) 3235-000 (Salvador), 181 (interior), ou diretamente à polícia pelo 190.

Para casos sem flagrantes, o recomendável é reunir o máximo de informações sobre o agressor e a situação do animal, através de imagens, por exemplo. A testemunha deve se dirigir à delegacia mais próxima, fazer a denúncia e aguardar o Boletim de Ocorrência (B.O.) para acompanhar o caso. Também é possível procurar o Ministério Público Estadual e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para registrar a denúncia.

Publicado em Polícia

O Detran-BA é alvo mais uma vez de uma operação da polícia. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público estadual, em conjunto com a Polícia Civil, cumpriu na manhã desta quinta-feira (11) quatro mandados de busca e apreensão.

A ação é uma continuidade da “Operação Cartel Forte”, que investiga um esquema criminoso montado na prestação de serviço de estampamento de placas veiculares junto ao Detran. Os mandados foram cumpridos no Serviço de Atendimento ao Consumidor do Shopping Salvador (SAC-Shopping Salvador) e na sede do Detran, onde trabalham os novos investigados, e nas residências deles nesta cidade, situadas nos bairros Praia de Armação e São Caetano.

Segundo informações do MP-BA, provas colhidas na fase anterior da operação revelaram a existência de um novo modo de atuação para favorecer as empresas estampadoras de placas, que consistia na prática rotineira do vistoriador, em troca de propina, “condenar” (termo usado para reprovar) as placas automotivas no momento das vistorias, de forma premeditada, para obrigar os condutores a adquirirem um novo par de placas.

A corrupção foi comprovada após a análise preliminar feita no aparelho celular de Catiucia de Souza Dias, denunciada no dia 25 de fevereiro, apreendido por ocasião da deflagração da primeira fase da operação. Os investigadores identificaram diversos diálogos no aplicativo WhatsApp, que descortinaram todo o trâmite de uma parceria criminosa também no segmento de vistoria veicular.

O Gaeco reforçou ainda que não terminou de analisar todo o material apreendido e segue empenhado para verificar a participação de outros envolvidos e novos indícios de crimes praticados dentro do Detran.

Publicado em Justiça

Imagens de câmeras de segurança, testemunhas e a tentativa de venda de um carro da vítima. Essas e outras provas apontaram o soldado da Polícia Militar Adelson Silva Rosário como o principal suspeito de um crime que ganhou repercussão em fevereiro deste ano: mãe e filho foram mortos por envenenamento dentro de casa, no bairro de Jardim das Margaridas. Com base nas provas, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) determinou a prisão do PM. No entanto, o caso teve um outro desfecho. O policial foi achado morto nesta terça-feira (2) dentro de um hotel em Sergipe.

Adelson namorava, havia cerca de um mês, a técnica em enfermagem Valdice Maria Cabral da Silva, 47 anos, e por isso tinha acesso livre ao apartamento dela, onde morava com o filho, Gabriel Cabral da Silva, 5. Os corpos da mãe e da criança foram encontrados dentro do imóvel no dia 11 de fevereiro. Em nota enviada ao CORREIO nesta quarta-feira (4), a Polícia Civil informou que Adelson era o principal suspeito dos assassinatos de Valdice e do filho dela.

“O casal havia se conhecido por um aplicativo de relacionamento, e ele foi a última pessoa que esteve com a vítima. O policial foi encontrado morto, em Aracaju, na terça-feira (2). As investigações indicam que ele cometeu suicídio”, diz nota da PC.

Com base nas provas colhidas pela PC e encaminhadas à Justiça, o juiz de Direito Paulo Sérgio Barbosa de Oliveira, do 2º Juízo da 1ª Vara do Tribunal do Júri, decretou a prisão temporária por 30 dias de Adelson por homicídio qualificado no dia 18 de fevereiro. “Havendo indícios de autoria, segundo se infere dos depoimentos carreados ao acervo documental que integra o pedido, como também face as fotografias de fls. 43, 46, relativas as imagens geradas pelas câmaras de segurança do Condomínio Canto Belo do Aeroporto, local do fato e residência das vítimas”, diz um dos trechos da decisão do juiz, ao qual o CORREIO teve acesso.

Os corpos de mãe e filho foram encontrados em apartamento e há indícios que foram envenenados (Foto: Reprodução/ TV Bahia)

O corpo do policial foi encontrado por funcionários na manhã desta terça-feira (2). O corpo foi trazido para Salvador e foi enterrado nesta quinta-feira (4), no cemitério Campo Santo, na Federação. O policial é primo de major Denice Santiago, criadora do Ronda Maria da Penha.

Em seu perfil de conta no Instagram, ela escreveu: “Entendo a sua escolha. Preciso entender, talvez tenha sido teu jeito de pedir perdão, de dizer que se arrependeu mas preferiu acreditar que já tinha acabado a estrada ou o combustível para voltar”. O CORREIO não conseguiu entrar em contato com a major Denice.

Vídeo
O corpo de Adelson estava um dos quartos do Hotel Malibu, situado na Rua Antônio Andrade, bairro de Coroa do Meio, em Aracaju. Segundo a Polícia Militar, ele era lotado na 37ª Companhia Independente (Liberdade) e estava de férias.

Logo após a notícia de sua morte do PM se tornar pública, um vídeo de Adelson começou a circular em grupos de aplicativo de policiais. Ele aparece sem camisa e, ao fundo, uma parede branca. A gravação teria sido recente, pois tem um tom de despedida e desculpas. No depoimento, de pouco mais de um minuto, ele faz um pedido para que tomem conta de seus filhos e em terceira pessoa, fala dele mesmo dizendo “Adelson descobriu há pouco tempo que há uma pecinha quebrada dentro dele ... não tem reparo”.

Carro
De acordo com o processo que apura as mortes de mãe e filho, depois do crime, Adelson tentou vender o carro da técnica de enfermagem Valdice Maria.

Os corpos da técnica em enfermagem e de Gabriel foram encontrados no dia 11 de fevereiro em estado avançado de decomposição no interior do apartamento 504, do Edifício Patativa, situado no Condomínio Canto Belo Aeroporto, bairro Jardins das Margaridas. Mãe e filho foram vistos pela última vez com vida no dia 8 do mesmo mês pelos vizinhos, antes que eles sentissem o cheiro de decomposição vindo do apartamento.

Moradores afirmaram que, a princípio, estranharam a ausência de Valdice e Gabriel, que sempre passavam juntos nas áreas comuns do prédio, e ficaram ainda mais preocupados com eles depois de notar o odor vindo do local.

No dia, apesar de um cenário ainda incerto, a polícia revelou investigar a possibilidade de que eles tivessem sido mortos por alguém com permissão para estar no apartamento.

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Uma jovem de apenas 23 anos e cheia de sonhos, que foram interrompidos por um tiro na barriga. A operadora de caixa que morreu após um assalto no Mercado JN, no bairro de Valéria, tinha nome, sobrenome, família e uma filha de apenas 8 anos.

"Não tem como não falar dela sem lembrar como ela era feliz, uma menina cheia de sonhos, de planos e de uma alegria que me conquistou e conquistou a todos que conheceram ela enquanto esteve viva. Ela era do bem, nunca fez mal a ninguém, não merecia isso", disse o companheiro dela, Daniel MSilva, 35 anos.

Alicia Gonçalves dos Santos era casada com ele há seis meses. Ela estava em mais um dia normal de trabalho, quando ocorreu um assalto no mercadinho onde ela operava o caixa. O crime aconteceu na noite de quarta (3), por volta das 19h, na Rua da Matriz. Já era fim do expediente quando quatro assaltantes apareceram, invadiram o estabelecimento e anunciaram o roubo, que acabou em tiroteio após um dos clientes, que também estava armado, reagir à abordagem e disparar várias vezes contra os criminosos, que revidaram.

Na confusão, Alicia foi atingida de raspão, na barriga, por uma bala perdida. Ela chegou a ser socorrida para uma Unidade de Pronto Atendimento, onde passou por reanimação, mas não resistiu.

A morte de Alícia deixou a família da operadora desnorteada. "Eu estava em casa, pronto para buscar ela porque o bairro estava deserto. Tinha falado minutos antes com Alícia, que me disse que faltava pouco pra sair. Nesse meio tempo, ainda em casa, ouvi os tiros. Achei que fosse em outro lugar, outra rua, mas foi lá", disse Daniel, segurando o choro. Ele só soube que ela foi atingida quando um carro com colegas de trabalho da esposa foi até a sua casa avisar.

Para o marido, ainda era difícil assimilar a morte de sua companheira. "Foi muito doloroso, era a minha esposa. Ela mudou a minha vida, me ajudou e me fez uma pessoa melhor, fez tudo ficar melhor. Não sei nem descrever o que eu senti quando eu fiquei sabendo na UPA que não tinham conseguido reanimar ela. Fiquei sem chão, sem saber o que estava acontecendo", relatou.

Daniel relatou ainda que não sabe como ele e a enteada lidarão com a saudade de Alícia. "Deixou um buraco, vai fazer uma falta muito grande pra todo mundo que amava ela porque nos fazia muito bem. Eu estava com ela há seis meses, mas parecia quinze anos do tanto que ela é importante para mim", completou.

Segundo informações da Polícia Civil, a 3ª Delegacia Habitacional está investigando o ocorrido e já solicitou imagens de câmeras de segurança do estabelecimento para ajudar na identificação dos autores dos disparos.

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