A Defesa Civil de Salvador divulgou nesta quarta-feira (2) um aviso meteorológico de chuva com risco para alagamentos e deslizamentos de terra em Salvador. Segundo a previsão, a capital baiana terá céu nublado nesta quinta-feira (3), com chances de até 90% de chuva moderada a qualquer hora do dia.

Já sexta-feira (4), a expectativa é de chuvas fortes acompanhadas por trovoadas, além do alerta para risco de alagamentos e deslizamentos.

De acordo com o Climatempo, o volume de chuva entre a quinta e domingo deve se aproximar dos 185mm em Salvador, valor em torno de 18% superior à sua média, que é de 157 mm para março. O fim de semana também será de chuva em Salvador.

Os trabalhadores dos municípios baianos de Itabuna e Itororó poderão sacar, a partir de amanhã (11), o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por calamidade. Os municípios foram afetados por fortes enchentes no fim de ano.

Cada trabalhador atingido poderá retirar até R$ 6.220. Somente poderão sacar o FGTS os moradores de endereços informados pela Defesa Civil dos municípios à Caixa Econômica Federal.

A retirada poderá ser pedida por meio do aplicativo FGTS até 28 de março. Basta o trabalhador abrir o aplicativo e escolher a opção “Meus Saques”, sem a necessidade de comparecer a uma agência. Os documentos – foto de documento de identidade e comprovante de residência em nome do trabalhador de até 120 dias antes do desastre – poderão ser enviados pelo próprio aplicativo.

Caso o comprovante de residência esteja em nome do cônjuge, será necessário também enviar certidão de casamento ou escritura pública de união estável. O documento também pode ser incluído no aplicativo.

Ao pedir o saque, o trabalhador poderá indicar o crédito em uma conta de qualquer banco para receber os valores, sem nenhum custo. O prazo para retorno da análise e crédito em conta, caso aprovado o saque, é de cinco dias úteis.

Mais informações podem ser obtidas no site ou entrar em contato com a Caixa no telefone 0800-726-0207.

Até o momento, a Caixa autorizou o saque antecipado do FGTS para 12 municípios da Bahia e dois de Minas Gerais, todos afetados pelas chuvas. Na Bahia, a medida também vale para os moradores de Canavieiras, Eunápolis, Gandú, Ilhéus, Medeiros Neto, Mundo Novo, Prado e Teixeira de Freitas. Em Minas Gerais, os moradores de Águas Formosas e Machacalis podem retirar o dinheiro.

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Prateleiras caídas, sujeira por todos os lados e produtos revirados e cobertos de lama. Esse é o cenário dos mercados em cidades baianas atingidas pela chuva intensa de dezembro, como Dário Meira, Ubaíra, Medeiros Neto e Itabuna. Muitos estabelecimentos ainda estão com as portas fechadas. A maioria já foi limpa, mas segue sem funcionar por falta de dinheiro dos comerciantes para recomeçar o negócio do zero. Com isso, muitos locais estão desabastecidos e moradores dependem de doações para comer.

Dona Eunice Barbosa, de 53 anos, é dona do Restaurante da Dó, em Dário Meira. O local, que fica no Mercado Municipal, no centro da cidade, foi destruído pela água e segue fechado. Todos os produtos foram perdidos. “O centro foi a região mais crítica. No Mercado Municipal, todos os estabelecimentos foram invadidos pela água das chuvas”, conta Dona Eunice.

A empresária diz que, nem que tivesse dinheiro para comprar novos produtos e reabrir o restaurante, isso seria possível. Dário Meira foi uma das cidades mais afetadas pelas chuvas, com 90% do território submerso. Dos sete supermercados, não sobrou nenhum.

“Não tem mercado, estamos vivendo de doações. Está tudo fechado, todos foram afetados. As ruas ainda estão cheias de alimentos e outros produtos espalhados que foram perdidos por causa da água e da lama; aí só estão esperando o lixo passar e recolher”, acrescenta.

“A prioridade é se alimentar. A reabertura do restaurante fica em segundo plano”, ressalta a moradora. Eunice diz que a rotina agora é pegar fila no ponto montado no início da cidade para buscar doações e correr o risco de voltar para casa de mãos vazias. “Nesta segunda (3) eu fui e já não tinha mais alimento disponível, nem produto de limpeza, nada. Só água mineral porque o abastecimento de água voltou ontem. Estou aqui com o que peguei no domingo (2)”, finaliza.

Outro morador de Dário Meira, Helder Costa, de 40 anos, também está dependendo de doações. "Todo o comércio foi afetado e fica muito difícil limpar porque a água cai, mas a demanda é alta porque todo mundo quer limpar os estabelecimentos e casas, aí acaba a água de novo e fica nessa. Não tem mercado aberto, mesmo quem tem dinheiro está precisando de doações", diz Helder, que teve a residência afetada pela água e está abrigado na casa de amigos.

"Só a praça principal se salvou porque é um local mais elevado. A devastação foi grande. As ruas ainda estão até hoje cheias de entulho, lixo, lama. A prefeitura está recolhendo, mas é muita coisa. Todo mundo ainda tem muito trabalho pela frente para reerguer a cidade", acrescenta o morador.

Quem teve o negócio invadido pela água, ainda não sabe quando vai reabrir as portas. Uberlan Ribeiro, de 48 anos, é dono da Padaria Novo Pão, também em Dário Meira. No local, a água atingiu a altura de 2,5m e levou embora todos os produtos. “A gente perdeu tudo porque a água chegou muito rápido, não deu tempo de tirar nada”, diz.

“Eu preciso levar um técnico para olhar a situação das máquinas e também comprar novos produtos, mas não tenho condições de fazer isso agora e não sei quando vai dar. Isso depende de dinheiro e as coisas estão muito caras; a situação não estava boa, com essa chuva aí piorou de vez”, acrescenta Uberlan, que morava em um quartinho nos fundos da padaria e precisou ser acolhido na casa de amigos.

Medeiros Neto

Em Medeiros Neto, dos três grandes mercados da cidade, dois foram atingidos pela chuva, os que ficam na região central. Um deles é o Supermercado Oceano, onde a água destruiu todo o estoque. O local, que tem faturamento mensal de R$600 mil, teve um prejuízo de mais de R$2 milhões de um dia para o outro.

“Quando a chuva veio, a gente estava muito abastecido porque era uma preparação para o Natal e Ano Novo, compramos quase tudo dobrado no início de dezembro. Estava tudo estocado e o nosso estoque fica na parte mais baixa aqui; a água atingiu tudo. Foi tudo muito rápido, não deu tempo de tirar as coisas de dentro. A gente tinha ilhas de freezer com 500 chesters e não sobrou nada”, conta o gerente, Gilson Oliveira.

Segundo o gerente, o estabelecimento já está com as portas abertas, mas ainda com poucos produtos nas prateleiras. “Já voltamos a funcionar, mas não 100%. Não estamos totalmente abastecidos porque estamos tendo dificuldades com fornecedores já que muitas empresas estão em recesso de final de ano”, explica.

A Padaria Só Pão, que fica na mesma região, também está na mesma situação. O dono, Wilter Gomes, diz que pegou uma linha de crédito para conseguir comprar novos produtos e reabrir o local, mesmo que parcialmente.

“A água atingiu mais de 2m de altura e tudo que estava embaixo disso foi perdido. A gente conseguiu salvar pouca coisa de produto. Também perdemos equipamentos como liquidificador, fatiador de frios, refresqueira, relógio de ponto, etc. A nossa sorte foi que as máquinas da linha de produção ficam numa parte mais alta e se salvaram”, diz o proprietário.

Itabuna

Em Itabuna, o proprietário do Mercado Miranda diz que somente com o auxílio prometido pelo Governo Estadual vai conseguir colocar o estabelecimento para funcionar novamente. Paulo Vitor Miranda, de 36 anos, conta que perdeu 100% das mercadorias quando o Rio Cachoeira transbordou, o que significa 6 mil itens e um prejuízo de mais de R$250 mil. “O prejuízo foi muito grande; neste momento, é inviável reabrir. Eu vou tentar conseguir a ajuda que o Governo Estadual vai dar a moradores e comerciantes para ver se, assim, consigo comprar as coisas e retomar as atividades”.

Por lá, moradores também sobrevivem de doações. A professora Maria das Neves, de 58 anos, é uma das pessoas que se mobilizam para ajudar quem precisa. “A gente ficou sem água e sem alimento. O bom é que o povo é solidário. É com essa solidariedade que a gente consegue fazer café da manhã e outras refeições para distribuir. Montamos pontos na igreja, um na minha casa e outros em casas de outras pessoas”, conta.

Ubaíra

Em Ubaíra, 80% do comércio ainda segue fechado e, no centro da cidade, não há mercados funcionando. O prefeito Lúcio Passos afirma que só não há desabastecimento por conta das doações que a cidade está recebendo. “Não estamos com falta de alimentos por conta das doações que estão chegando porque cerca de 80% dos estabelecimentos comerciais estão com as portas fechadas. No centro da cidade, a situação é pior; em outras regiões, há mercados funcionando, mas são poucos”, diz.

Os dois grandes mercados que abasteciam a cidade ficam justamente no centro, na Avenida Presidente Vargas, a mais afetada pela chuva em Ubaíra. Os estabelecimentos ficaram destruídos e tiveram as portas arrancadas com a força da água. Os proprietários ainda estão contabilizando os prejuízos e separando as mercadorias que se salvaram.

“Com as doações, estamos ajudando a população em geral, mesmo aquela que não foi afetada diretamente pelas chuvas. A prefeitura recebe e, junto com voluntários, distribui alimentos e água, priorizando quem mais precisa. A Embasa já retomou o abastecimento em alguns locais, mas ainda há bairros sem água”, completa o prefeito.

Outras localidades

Sônia Rauédys, que mora em Salvador, mas nasceu em Jiquiriçá e está na cidade para ajudar parentes que tiveram casas e lojas atingidas pelas chuvas, conta que por lá também ainda há muitos mercados fechados, principalmente no centro. “Os que estão abertos estão com pouca mercadoria, que foi aquilo que conseguiram salvar da água, seja porque estava mais no alto ou porque deu para limpar”, diz.

Em Itamaraju, o morador Carlos Eduardo de Oliveira, de 50 anos, conta que na região mais afetada, Baixa Fria, há mercados, açougues, padarias e restaurantes fechados. Itamaraju foi o município onde mais choveu no Brasil em dezembro de 2021, com 769,8mm de chuva, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

“Um restaurante popular foi bastante atingido e hoje está funcionando só com uma parte, em situação precária”, diz. Como nem todos os bairros ficaram em situação crítica por conta da chuva e a cidade está recebendo doações, também não há desabastecimento.

Produções agrícolas afetadas

Segundo o presidente da Associação Baiana de Supermercados (Abase), José Humberto Souza, a associação não foi procurada pelos supermercados afetados pelas chuvas. “Tivemos supermercados invadidos pela água em diversas cidades, mas isso chegou ao nosso conhecimento através da imprensa, não fomos contatados oficialmente pelos estabelecimentos”, disse. O presidente acrescentou que a Abase enviou doações de alimentos para as regiões mais críticas da Bahia.

Souza afirmou que o maior problema foi em relação ao abastecimento dos supermercados, já que as produções agrícolas foram afetadas, mas que isso já está sob controle. “As chuvas interromperam algumas linhas de abastecimento, principalmente na semana passada, mas isso já está sendo normalizado. A região mais afetada foi a Chapada, com batata e cenoura, por exemplo, em Irecê”.

Balanço das chuvas

De acordo com a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec), até esta terça (4), eram 29.243 desabrigados, 73.518 desalojados, 26 mortos e 520 feridos. O número total de atingidos chega a 796.882 pessoas. No total, 168 municípios foram afetados e 157 estão com situação de emergência decretada.

O governador Rui Costa anunciou que abrirá linha de crédito para comerciantes que tiveram prejuízos com as chuvas nos moldes do que foi feito, no começo de dezembro, para os comerciantes do Extremo Sul da Bahia. A linha de crédito será feita pela Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia).

As concessões permitem parcelamento em até 48 meses, incluindo carência de até 12 meses para pagamento da primeira parcela, sem juros para financiamentos de até R$150 mil. Costa também informou que haverá auxílio para agricultores que perderam plantações e maquinários.

Doações

Para Ubaíra:
Ag 1163-0
CC 18.545-0 (Banco do Brasil)
Chave Pix/CNPJ 97.527.945/0001-06
Colégios Balbino Muniz Barreto e Anísio Teixeira (Em Ubaíra)
Loja Garoupa, na Avenida Paulo VI - Pituba (Em Salvador)
Loja Garoupa, na Avenida Euclydes da Cunha - Graça (Em Salvador)
Galpão do Armazém da Construção, na Rua Dr. Jorge Costa Andrade - Águas Claras (Em Salvador)

Para Jiquiriçá:
Ag 4188-2
CC 13465-1 (Banco do Brasil)
Chave Pix/CNPJ 14.923.893/0001-51

Para Itabuna:
Ag 0070-1
CC 131.740-7 (Banco do Brasil)
Chave Pix 14147490000168

Para Dário Meira:
Entrar em contato com o telefone (73)991865480

Para Itamaraju:
As doações podem ser feitas na sede da 43ª Companhia Independente da Polícia Militar (43ª CIPM/Itamaraju) ou em qualquer unidade do Corpo de Bombeiros da Bahia

Para Medeiros Neto:
Ag 2293-4
CC 60100-4 (Banco do Brasil)
Chave Pix/CNPJ 19.750.233/0001-30
Ou entrar em contato através do telefone (73)999943474

O Governo do Estado também disponibilizou uma conta geral para ajudar as cidades atingidas. A conta bancária do Banco do Brasil tem como número de agência 3832-6 (setor público) e conta número 993.602-5, identificada como BA Estado Solidário. Para depósitos via PIX, os doadores devem usar o CNPJ da Sudec – Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado: 13.420.302/0001-60.

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O Governo Federal recusou ajuda humanitária da Argentina para enfrentar os estragos causados pelas chuvas na Bahia. A informação foi divulgada com exclusividade pelo G1 Bahia nesta quarta-feira (29). No Twitter, o governador Rui Costa havia agradecido a ajuda e pediu celeridade na autorização para que a ajuda chegasse o quanto antes aos municípios atingidos pelas enchentes.

Segundo o Rui Costa, o governo argentino ofereceu envio imediato de uma missão com dez profissionais especializados nas áreas de água e saneamento, logística e apoio psicossocial para vítimas de desastres. "Isso inclui, por exemplo, a oferta de comprimidos para potabilização de água", avisou no o governador nas redes sociais.

No entanto, de acordo com o documento divulgado pelo portal G1 Bahia, o Ministério das Relações Exteriores agradece, mas dispensa a colaboração. "A situação está sendo enfrentada com a mobilização interna de todos os recursos financeiros e de pessoal necessários para as ações de assistência à população afetada, os quais se têm mostrado, suficientes", diz o texto do documento, acrescentado a liberação dos R$200 milhões para os estados atingidos por chuva no Brasil.

Rui Costa já havia dito que o valor destinados os estados do Nordeste, de R$80 milhões, não seria o suficiente nem para reconstruir as estradas da Bahia.

"Na hipótese de agravamento da situação, requerendo-se necessidades suplementares de assistência, o Governo brasileiro poderá vir a aceitar a oferta argentina de apoio da Comissão Capacetes Brancos, cujos trabalhos são amplamente reconhecidos", finaliza o documento que o G1 teve acesso. O CORREIO tentou contato com o cônsul-geral na Bahia, Pablo Virasoro, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Estragos
O número de mortos causados pelas chuvas na Bahia subiu para 24 no balanço oficial divulgado nesta quarta-feira (29) pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec). Em todo estado, são 37.324 desabrigados e 53.934 desalojados. Os números correspondem aos dados dos 141 municípios afetados. Das cidades afetadas, 132 seguem em situação de emergência. O total de feridos aumentou para 434. A Defesa Civil contabiliza 629.398 pessoas afetadas pelas chuvas e enchentes.

As mortes aconteceram em Amargosa (2), Itaberaba (2), Itamaraju (4), Jucuruçu (3), Macarani (1), Prado (2), Ruy Barbosa (1), Itapetinga (1), Ilhéus (2), Aurelino Leal (1), Itabuna (2), São Félix do Coribe (2) e Ubaitaba (1).

Presidente
Enquanto a Bahia vive uma crise humanitária provocada pelas fortes chuvas, o presidente Jair Bolsonaro passa férias no litoral de Santa Catarina e se deixa fotografar em passeios de jet ski ou em pescarias. O que o faz alvo de críticas de políticos e internautas.

Porém, segundo a Folha de S. Paulo, ele sinalizou a aliados que pode ceder e ir à Bahia, mas não confirmou uma data para antecipar o fim do descanso. Na segunda, ele afirmou que “espera não ter de retornar antes” do feriado de Réveillon. Ontem, o presidente voltou às redes sociais para justificar sua ausência no local das enchentes. “Bahia, nosso trabalho é solidariedade”, escreveu na mesma postagem que publicou vídeo em que o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) diz que Bolsonaro enviou ministros à região e que seria criticado até se descobrisse a cura do câncer.

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Cerca de R$ 15 milhões foram disponibilizados inicialmente para atender municípios da Bahia atingidos pelas fortes chuvas das últimas semanas. Além disso, quase R$ 50 milhões estão “em vias de serem liberados”, de acordo com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, entrevistado desta quarta-feira (29) no programa A Voz do Brasil.

“Fizemos uma série de ações ligadas ao resgate de pessoas, transporte de alimentação para áreas que estavam sem capacidade de se ligar à sua condição logística comum, desobstrução de estradas, medicamentos. É o que nós chamamos de resposta: num primeiro momento, disponibilizamos recursos para que os municípios possam comprar alimentos, mantimentos”, explicou.

Um segundo momento, que a pasta s refere como retomada, inclui a recomposição de serviços essenciais que tenham sido interrompidos em meio aos temporais, como abastecimento de água e luz, além da remoção de entulho nas cidades. “O terceiro momento, que está chegando ainda, é a reconstrução da estrutura física que porventura tenha sido danificada”, completou Marinho.

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A chuva intensa que castiga o interior da Bahia há seis dias, principalmente o sul e extremo-sul do estado, já contabiliza 11 mortes, 267 feridos e 51 cidades em estado de emergência. Nesta segunda-feira (13), o corpo da 11ª vítima, o pescador Antônio Tovi dos Santos, foi localizado no rio Jucuruçu no final da tarde, depois que o balanço diário da Defesa Civil do Estado da Bahia (Sudec) já havia sido divulgado com as 10 mortes até então confirmadas.

As 11 mortes foram registradas nos municípios de Amargosa (2), Itaberaba (2), Itamaraju (3), Macarani (1), Prado (1), Ruy Barbosa (1) e Jucuruçu (1). Pelo menos duas pessoas seguiam desaparecidas até o fechamento. Em Amargosa, Gildásio Ribeiro ainda não foi encontrado após o soterramento de uma casa, na localidade de Ribeirão dos Caldeirões, que matou duas pessoas da sua família. O segundo desaparecido não foi identificado. A Sudec também não informou o número de pessoas desaparecidas devido às chuvas que afetaram o estado.

Ainda de acordo com o órgão estadual de defesa civil, 6.371 pessoas estão desabrigadas e precisam do apoio das prefeituras para uma nova moradia. Há ainda outras 15.199 pessoas desalojadas, que deixaram suas casas por risco de inundação ou soterramento, mas não precisaram de ajuda municipal para conseguir abrigo. Ao todo, uma população total de mais de 220 mil pessoas foram afetadas pela chuva até agora, diz a Sudec.

Gabinete de crise

Nesta segunda-feira (13), o governo do estado anunciou a instalação de um gabinete de crise em Itamaraju com o objetivo de agilizar as ações na região afetada pelos temporais. Também foi anunciada uma linha de crédito de até 150 mil reais destinada a comerciantes que tiveram seus estabelecimentos destruídos no sul e extremo sul (leia ao lado).

O projeto de lei com a proposta da criação do crédito será enviado para a Assembleia Legislativa da Bahia. Junto com ele, também será encaminhada a medida de cobrança de tarifa mínima no pagamento da conta de água dos moradores das cidades mais atingidas. O governo federal também autorizou o repasse de recursos, através do Ministério do Desenvolvimento Regional, para ações da Defesa Civil nas cidades de Ibicuí, Itamaraju, Eunápolis, Jucuruçu, Ruy Barbosa e Maragojipe. Juntos, os valores ultrapassam quatro milhões de reais, mas ainda está aquém do prometido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que no domingo (12), visitou parte das localidades atingidas.

O prefeito de Salvador, Bruno Reis, também afirmou ontem que não descarta enviar ajuda aos municípios atingidos e que mantém contato com os gestores municipais das cidades que estão sofrendo com o mau tempo. A prefeitura afirma que a Defesa Civil da capital tem prestado orientação a algumas cidades do sul e extremo sul.

Sem água e luz

As enchentes dos últimos dias provocaram danos no fornecimento de energia e abastecimento de água em muitas localidades. Com a diminuição dos volumes registrados, algumas cidades já tiveram os serviços restabelecidos, mas quem vive em regiões mais isoladas ainda enfrenta problemas.

Todo o município de Eunápolis ainda se encontra sem água desde que a enchente de sexta-feira (10) aumentou o nível do rio Buranhém e danificou as estações de captação, que ficaram submersas. A previsão é de que hoje o abastecimento comece a ser retomado de forma gradativa. Em Coqueiro, distrito de Jucuruçu, e Guarani, distrito de Prado, os sistemas também foram comprometidos e devem voltar a funcionar até amanhã

Medeiros Neto e a sede municipal de Prado estão em processo de regularização e devem ter o abastecimento retomado em até 48 horas, segundo a Embasa. Já Jucuruçu, Teixeira de Freitas, Itamaraju e Nova Alegria devem retornar à normalidade no fornecimento de água em até 24 horas.

No que diz respeito à luz, a Neoenergia Coelba afirmou que a recomposição parcial das estradas possibilitou o restabelecimento do fornecimento de energia em Jucuruçu, Guaratinga, Itamaraju e Medeiros Neto. A empresa, porém, afirmou que ainda existem locais inacessíveis que estão sem o serviço, mas não especificou quais são as cidades.

Dificuldade de acesso

Apesar da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) informar que todas as rodovias que interligam as regiões afetada foram liberadas, muitas estradas que ligam cidades à zona rural foram afetadas, o que dificulta o restabelecimento de serviços e prestação de ajuda. Em Ruy Barbosa, por exemplo, 90% das estradas vicinais, que não possuem revestimento asfáltico, estão comprometidas.

No município, cerca de 30 famílias que ficaram desabrigadas estão sendo mantidas pelo aluguel social da prefeitura. No acumulado de chuva na cidade, contabilizado desde novembro, foram registrados mais de 500 milímetros de chuva, superando o total esperado para o ano, que é de 400 mm.

Muita chuva também foi registrada em Amargosa, segundo a prefeitura, foram mais de 200 milímetros em apenas quatro horas de chuva na última sexta-feira. Dois pontos de apoio para acolhimento de famílias foram montados na cidade e uma força tarefa conjunta para desobstruir vias afetadas.

Em Itamaraju, somente em um dia, foram registrados 315 mm de chuva. Para ter noção da quantidade do volume, agosto e setembro somados registraram um volume de 187,2 milímetros. A prefeitura calcula um prejuízo de 40 milhões de reais..

Nesta segunda-feira (13), um casal de pescadores foi encontrado na cidade depois de ficar quatro dias desaparecido. Miralva Araújo e Ananias de Jesus ficaram ilhados e incomunicáveis após saírem para uma pescaria. Por sorte, conseguiram se abrigar em uma parte alta da cidade e retornaram para casa.

O que causa a chuva
O Oceano Pacífico está enfrentando um resfriamento anômalo das temperaturas médias, fenômeno conhecido como Lã Nina. Apesar de ser comum, ele não tem data para aparecer e é capaz de provocar distúrbios em todo o mundo, alterando a formação de chuvas, secas e distribuição de calor.

Os temporais também tiveram influência da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que atua todos os anos ocasionando chuvas no Oeste, Sudoeste e Sul da Bahia. Neste período do ano, uma faixa de nuvens é formada e se estende desde o sul da região amazônica até a região central do Atlântico Sul.

A especialista Cláudia Valéria, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), afirma que a chuva deve dar uma trégua nos próximos dias: “O Sol está voltando a aparecer e deve continuar, pelo menos nesse início de semana, com exceção da região Oeste, que apresenta chuvas”.

Saiba como ajudar
A rede Magazine Luiza anunciou a doação de 500 fogões, 500 geladeiras, mil colchões para as vítimas das chuvas na Bahia. Ontem, o governador Rui Costa agradeceu à empresária Maria Luiza Trajanao, fundadora da empresa.

Mas não precisa ser um grande empresário e ou empresária para colaborar. A campanha S.O.S Sul da Bahia está arrecadando alimentos, água, roupas e cobertores para as famílias de 24 dos municípios atingidos pelos temporais. O Shopping Paralela é um ponto de coleta e as doações podem ser feitas no piso L2, no espaço entre as lojas Centauro e Youplay. Além do próprio centro de compras, a iniciativa conta com o apoio do governo do estado, coletivo Chamada Solidária, Copa do Nordeste, Nordeste Cuida, TV Bahia, Tv Aratu e Rádio Salvador FM.

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O governador Rui Costa assinou, nesta quinta-feira (9), o decreto de Situação de Emergência em 24 municípios afetados pelas fortes chuvas que atingem diferentes regiões da Bahia.

De acordo com o texto, todos os órgãos estaduais devem se mobilizar, no âmbito de suas competências, para apoiar as ações de socorro às cidades.

O decreto tem validade de 90 dias e será publicado na edição desta sexta-feira (10) do Diário Oficial do Estado.

A medida vale para as seguintes cidades: Anagé, Baixa Grande, Boa Vista do Tupim, Camacã, Canavieiras, Encruzilhada, Eunápolis, Guaratinga, Ibicuí, Itabela, Itacaré, Itamaraju, Itambé, Itapetinga, Itarantim, Jiquiriçá, Jucuruçu, Marcionílio de Souza, Mascote, Medeiros Neto, Mundo Novo, Santanópolis, Teixeira de Freitas e Vereda. As informações são da SecomBA.

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Corpo de Bombeiros continua em busca do corpo de Railson Costa, afogado no córrego do Rio Lucaia, na tentativa de salvar um cachorro que havia caído, nas imediações da Avenida Vasco da Gama, em Salvador. As fortes chuvas na manhã deste domingo (5) impulsionaram as águas do esgoto, que mataram Jonathan, seu sobrinho, na mesma empreitada. O corpo dele, arrastado pela correnteza, foi encontrado no mar, nas proximidades do Mercado do Peixe, no Rio Vermelho.

A dupla ainda conseguiu salvar o animal, que é cuidado pela comunidade do entorno. De acordo com testemunhas, Jonathan Costa estava chegando de uma Unidade de Pronto Atendimento, após sentir dores, acompanhado de uma sobrinha, quando tudo aconteceu. Ana Cláudia Souza conta que saiu da proximidade dele por minutos, e quando voltou, se deparou com ambos desaparecidos. “Ele estava comigo pouco antes, eu fui pegar um café, e, de uma hora para outra, isso aconteceu”, afirmou, pouco depois.

De acordo com vizinhos, Jonathan era ambulante e vendia frutas nos sinais próximos, com a ajuda de seus filhos. Ele deixou pelo menos 3 crianças e a esposa, que moravam com ele em uma casa próxima à avenida. Sheila Costa era mãe de apenas um deles. Ela esteve no local para acompanhar o resgate. "Ele tinha vários filhos e não sei o que vai acontecer com eles. Éramos só nós dois cuidando de todos. Ele por mim e eu por ele", disse a viúva.

Railson está sendo procurado por três equipes do Corpo de Bombeiros, em 4 pontos da cidade: no percurso da Avenida Lucaia, em dois pontos da Avenida, e na praia do Rio Vermelho, onde Jonathan foi encontrado. As chances são de que o corpo tenha ficado retido em algum ponto, e que, eventualmente, seja encontrado no mar. Marcelo Nunes, chefe do Salvamar, explica que o monitoramento é feito por 48 horas. “Há possibilidade de ele estar na região do mar, por conta da corrente. De início se torna mais difícil de achar porque o corpo está pesado, pois acabou de afundar, desce, e acompanha a correnteza”, explica.

Devido à previsão de chuva para esta tarde, as equipes ainda não podem adentrar os canais, sob o risco de também serem arrastadas. Por isso, enquanto esta for a previsão do tempo, resta aos profissionais monitorarem as águas. “As pessoas se arriscam por falta de conhecimento do perigo que isso representa. Em situações como essa, devem aguardar a água baixar e, se for o caso, utilizar um bastão para explorar, porque os bueiros podem sugar a pessoa”, adverte o tenente coronel Ramon Diego, responsável pelas buscas.

Chuvas

Outras situações agravadas pela chuva acontecem na cidade. Na Ribeira, moradores da Rua Juçara, conhecida pelos constantes alagamentos, estão tendo que deixar suas casas de caiaques. “Tem que andar de barco se quiser ir trabalhar, toda chuva que cai nos deixa ilhados em casa, sem possibilidade de sair. A solução está sendo o caiaque”, denuncia Jair Vilas Boas, morador.

Além disso, as casas da região ficam inundadas e uma escola na região constantemente suspende aulas. Não foi diferente neste domingo, quando, até às 17h, a Defesa Civil de Salvador (Codesal) recebeu 31 solicitações. Foram dois alagamentos de imóvel, três ameaças de desabamento, nove ameaças de deslizamento, uma árvore ameaçando cair, quatro avaliações de imóvel alagado, um desabamento de muro, dois desabamentos parciais, cinco deslizamentos de terra, um incêndio e três infiltrações.

De acordo com informações do Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Salvador (Cemadec), nas últimas 48 horas, os acumulados de chuvas em Salvador foram de 75 mm, medidos pelo pluviômetro de referência em Ondina. O número representa 30% a mais do que a Normal Climatológica para todo o mês dezembro, que é de 58,1 mm.

A Cemadec ainda informa que as chuvas que ocorrem em Salvador desde a madrugada são resultantes da formação de áreas de instabilidade associadas a um cavado sobre o Oceano Atlântico e no leste do Nordeste. O cavado é o nome técnico que se dá a uma região na atmosfera onde ocorre uma ondulação no sentido horário do fluxo de ventos e uma tendência à queda da pressão atmosférica.

Os maiores acumulados de chuvas registrados em 24 horas (dados atualizados às 17h) foram registrados em São Cristóvão (109mm), Caminho das Árvores (96,4mm), Mussurunga (95,4mm), Engenho Velho de Brotas (88,8mm) e CAB (87,7mm). À tarde, as chuvas perderam a intensidade, sendo que os maiores acumulados em 3h foram registrados no Stiep (12,4mm), Rio Sena (9,6mm) e Ondina (5,2mm).

A previsão é de continuidade de para esta segunda (6), por conta de áreas de instabilidade. A Codesal permanece de plantão 24 horas atendendo às solicitações pelo telefone gratuito 199.

Bahia

No estado, seis famílias precisaram sair de casa às pressas por conta da cheia do rio Cachoeira, em Itabuna, neste fim de semana. O nível da água subiu e invadiu as residências no final da tarde de sábado (4). A retirada das pessoas aconteceu até a madrugada deste domingo (5). Alguns moradores ainda estão se recusando a sair.

Segundo a Prefeitura, a maioria das famílias morava em casas de madeira ou de barro, na mesma rua, na zona rural. Cerca de 20 pessoas estão desabrigadas e no grupo há gestantes e crianças. Uma parte foi transferida para o Grupo Escolar Leonor Pacheco e outras para a igreja Assembleia de Deus, no Bairro Maria Matos.

Ainda de acordo com a Sudec (Defesa Civil Do Estado), chuvas intensas no município de Caém, Centro-Norte da Bahia, provocaram alguns pontos de alagamento em ruas da cidade. Até então, não foram registrados danos.

A explicação que por trás dos altos índices pluviométricos da cidade se encontra no fenômeno La Niña. Esse é um fenômeno natural cuja principal consequência está na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental e alteração do volume de chuva. Trata-se de um fenômeno oposto ao El Niño, que por sua vez provoca um aumento de temperatura das águas.

De acordo com o meteorologista Giuliano Carlos do Nascimento, o fenômeno traz uma série de impactos na atmosfera dos países, inclusive, no Brasil. “O La Niña promove mudança anormal de pressão da atmosfera no oceano Pacífico, causando seu resfriamento. O resultado dessa mudança são períodos mais secos no Sul do Brasil e chuvas mais fortes no Nordeste”, explica.

Em geral, o La Niña começa a se desenvolver em um dado ano e dura até o final dele. Porém, há casos em que esse fenômeno tem duração de até dois anos.

O fenômeno se opõe ao El Niño, mais comum e mais conhecido. Ele gera seca no Nordeste e maior quantidade de chuvas no Sul do Brasil.

O tempo fechou em Salvador, e a previsão é de que a chuva permaneça na cidade pelos próximos dias. Na manhã desta quarta-feira (2), quem precisou sair de casa teve que levar sombrinha ou guarda-chuva para não se molhar e enfrentou pontos de alagamento em alguns trechos. A região do Shopping da Bahia está congestionada, e a previsão é de chuva o dia inteiro.

Segundo a Defesa Civil de Salvador (Codesal), as regiões mais castigadas nas últimas 24 horas foram a Saramandaia (55,2 mm), Caminho das Árvores (51,8 mm), Retiro (48,2 mm), Stiep (42,3 mm) e Federação (37,1 mm).

Já os locais onde mais choveu durante a madrugada foram Retiro (26,6 mm), Federação (26 mm), Saramandaia (22,8 mm), Bom Juá (18,8 mm) e Cabula (17,3 mm).

O bairro da Calçada não apareceu na lista dos mais chuvosos, mas a chuva provocou alagamentos na região. Na Avenida Nilo Peçanha a água atingiu o nível da calçada e os pedestres precisam fazer acrobacias para não se molharem, é um olho no caminho e outro na pista, porque os carros provocam cachoeiras quando passam.

O motorista por aplicativo José Carlos Anunciação, 46 anos, contou que pensou duas vezes antes de sair de casa. “Com chuva o trânsito fica congestionado, mas é também quanto recebemos mais chamadas. Além disso, a gente precisa evitar trechos de alagamento. Vou observar como o dia vai se comportar e dependendo da situação eu volto para casa”, disse.

A Transalvador informou que o trânsito está lento na Avenida Luís Viana Filho (Paralela) para quem segue no sentido Centro. E também na Avenida Mário Leal Ferreira (Bonocô) para o motorista que está seguindo em direção à região do Shopping da Bahia.

Durante a madrugada, as equipes do órgão registraram um acidente no Viaduto Nelson Dahia, na saída da Avenida Paralela, envolvendo um carro e um motociclista. Uma pessoa ficou ferida e precisou ser socorrida. O estado de saúde não foi divulgado.

Mau tempo
A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de que o tempo permaneça encoberto e com chuva durante a tarde, e nublado com chuva à noite. A temperatura não vai passar dos 27ºC.

No feriado o céu terá muitas nuvens, mas com chuva isolada, e a noite será nublada e com chuva. A meteorologista do Inmet, Cláudia Valéria, contou que a chuva dessa semana está ocorrendo dentro da normalidade para o período do ano.

“Ela está sendo provocada por uma umidade que vem do oceano trazida pelos ventos. Não estamos com nenhum sistema de grande escala, nem frente fria ou ondas de leste. É somente essa umidade que chega pelo litoral trazida pelos ventos, tanto que a característica da chuva é essa, mais fraquinha e persistente”, contou.

Na sexta-feira (4), a possibilidade é de muitas nuvens com chuva isolada. Essa é a mesma previsão para o fim de semana, e vale tanto para Salvador como para as cidades da Região Metropolitana e do Recôncavo. A umidade vai permanecer acima dos 60% durante todos esses dias.

Em relação às outras regiões do estado, o Centro-Oeste da Bahia começa a entrar em um período mais cedo em junho, com baixa umidade. No Sudeste e na Chapada Diamantina as temperaturas vão começar a cair, e no Litoral haverá chuvinhas fracas com mais frequência, incluindo a capital.

Média
Desde o início do ano a quantidade de chuva tem alternado. Segundo o Inmet, janeiro teve volumes acima da média, fevereiro e março registraram menos chuva que o esperado, e abril ficou dentro da média. Maio teve o período mais cedo dos últimos 29 anos, e para junho o esperado é ficar dentro da média de 245,6 mm.

“[Essa oscilação] faz parte da variabilidade normal da região Nordeste do Brasil, não é nada que nunca aconteceu antes. Os históricos mostram que nenhum ano é igual ao outro, então, isso é normal”, afirmou a meteorologista.

O Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Salvador (Cemadec) destacou que apesar de abril ter ficado dentro da média de 295,7 mm, o mês registrou acumulados expressivos de chuvas em algumas áreas da cidade. Na região da Base Naval de Aratu, por exemplo, o acumulado foi de 533,2mm. São Tomé de Paripe teve 492,8mm; e a Palestina 467,2mm.

Confira a média de chuvas em Salvador:

MÊS MÉDIA VOLUME REGISTRADO
Janeiro 82,5 mm 189,2 mm
Fevereiro 107,2 mm 52 mm
Março 156,8 mm 62,8 mm
Abril 295,7 mm 286,6 mm
Maio 279,8 mm 199 mm
Junho 245,6 mm Expectativa é ficar na média
*Fonde: Cemadec.

Se a segunda-feira (11) foi de sol e calor, a terça-feira (12) amanheceu com um temporal em Salvador. Desde as primeiras horas do dia, vídeos e fotos circularam pelas redes sociais mostrando os danos causados pela chuva.

Além do engarrafamento tradicional, segundo Sosthenes Macedo, diretor-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal) 8 notificações foram feitas ao órgão nesta manhã, incluindo deslizamento de terra e desabamento de árvore, além de casas e ruas alagadas.

Não era pra menos: cerca de um terço de toda a chuva ocorrida em 2021 foi registrada apenas entre 6h e 8h da manhã de hoje. As regiões mais afetadas foram Pituba / Parque da Cidade, Caminho das Árvores e Federação, com 29 mm, 26,8mm e 18,5mm contabilizados, respectivamente.

Já o trânsito, segundo a Transalvador, ficou lento em lugares como Av. ACM, trecho do Detran; Vale dos Barris, sentido Politeama; Saída da Av. Paralela, sentido centro; Av. Juracy Magalhães, sentido Lucaia; e Largo da Calçada.

Nas redes sociais internautas denunciaram o caos e pontos de alagamento pela cidade. "20 minutos de chuva em Salvador me faz ter uma viagem em curto prazo para Veneza, na Itália", brincou um usuário identificado como Vinícius Araújo.

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