Vaticano cogita permitir que homens casados se tornem padres na Amazônia

Vaticano cogita permitir que homens casados se tornem padres na Amazônia

O Vaticano emitiu, nesta segunda-feira (17), um documento que recomenda à Igreja Católica que considere ordenar homens mais velhos, casados e que tenham famílias constituídas, como padres em regiões remotas da Amazônia. A medida se aplicaria àqueles que tiverem, de preferência, ascendência indígena.

O documento também pede que seja identificado algum tipo de ministério oficial que possa ser conferido às mulheres.

Segundo agências internacionais, o documento é a menção mais direta em um documento do Vaticano à possibilidade de que homens casados possam ser padres. Hoje, eles podem exercer a função de diáconos — o diaconato é um dos ministérios da Igreja.

"Afirmando que o celibato é uma dádiva para a Igreja, pede-se que, para as áreas mais remotas da região, se estude a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idosas, de preferência indígenas, respeitadas e reconhecidas por sua comunidade, mesmo que já tenham uma família constituída e estável, com a finalidade de assegurar os Sacramentos que acompanhem e sustentem a vida cristã", diz o documento.
O Papa Francisco afirmou, em entrevista ao jornal alemão "Die Zeit" há cerca de dois anos, que era preciso "refletir" sobre a possibilidade de ordenar os chamados "Viri probati", expressão em latim para "homens provados" que se refere a homens maduros envolvidos na Igreja e casados.

"Também teríamos que definir que tarefas eles poderiam desempenhar, por exemplo, em comunidades remotas", afirmou Francisco.

Fonte: G1/Bahia

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    Acolhimento
    Para Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP, o cenário sinaliza acolhimento, até diante da necessidade de se evitar preconceitos, mas ao mesmo tempo não indica mudança na doutrina da Igreja. "O cristão tem o dever de amar todas as pessoas e denunciar todo ato que não leva à realização humana de cada um", diz. No caso da homossexualidade, ressalta Borba, "uma série de preconceitos sociais, que não têm nada de cristãos, confundiram essa fórmula simples". "O que deveria ser uma denúncia de comportamentos que não realizavam plenamente o ser humano se tornou atos discriminatórios e de desamor para com pessoas concretas, que normalmente precisavam até mais do apoio dos cristãos que as demais. Francisco está empenhado em corrigir essa compreensão equivocada da prática dos valores cristãos", afirma.

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    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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    Em uma carta apostólica publicada nesta quarta, 24, o papa anunciou que a partir de 1.º de abril o salário dos cardeais será reduzido em 10%, e o dos chefes e secretários de ministérios em 8%. Clérigos e religiosos terão o pagamento reduzido em 3%. "Um futuro economicamente sustentável requer hoje, entre outras decisões, a adoção de medidas relativas aos salários dos funcionários", escreveu o papa.

    Ele considera que as despesas devem ser contidas e por isso decidiu intervir "segundo critérios de proporcionalidade e progressividade" com ajustes que afetam especialmente os clérigos, os religiosos e os níveis mais altos de remuneração, informou o site Vaticano News.

    Acredita-se que cardeais que trabalham no Vaticano e vivem lá ou em Roma recebem cerca de € 4 mil a € 5 mil (R$ 26.520 a R$ 33 150) por mês, e muitos moram em apartamentos grandes com aluguéis abaixo do mercado.

    Francisco, de 84 anos, vem de família da classe trabalhadora e sempre insistiu que não quer despedir pessoas em tempos econômicos difíceis. A decisão foi tomada em razão do "déficit que há vários anos marca a gestão econômica da Santa Sé" e, sobretudo, pela situação provocada pela pandemia, "que afetou negativamente todas as fontes de receitas da Santa Sé", explicou o papa no documento.

    Os aumentos salariais por tempo de serviço também estão suspensos por dois anos para todos os funcionários de nível 4 e superiores. As contas do Vaticano estão no vermelho pela queda nas doações (25%), à perda líquida de receita dos Museus do Vaticano (85%) e às reduções que teve de aplicar em 2020 aos aluguéis de suas instalações para empresas em crise após o ano sombrio causado pela pandemia.

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    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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