Argentina começa hoje a aplicar 300 mil doses de vacina russa

Argentina começa hoje a aplicar 300 mil doses de vacina russa

Após receber as primeiras 300 mil doses da vacina russa Sputnik V, a Argentina iniciou nesta segunda, 28, a distribuição para que o programa de imunização em massa comece hoje nas províncias. O Fundo de Investimento Direto Russo, que financiou o desenvolvimento da vacina, planeja enviar mais 10 milhões de doses ao país em 2021.

"Recebemos as primeiras 300 mil doses para iniciar este grande desafio que é a campanha de vacinação mais importante da história da Argentina", disse a secretária de Saúde, Carla Vizzotti, parte da delegação que viajou à Rússia para receber informações técnicas sobre a Sputnik V - ela voltou no mesmo avião que transportou as primeiras doses. A Rússia alega que a eficácia de sua vacina, vista com desconfiança por parte da comunidade científica ocidental, é de 91,4%.

A segunda leva do imunizante será enviada à Argentina nas próximas três semanas, segundo o diretor do Centro Gamaleya, criador da Sputnik V, Alexander Gintsburg. Ele afirmou que os fabricantes conseguiram eliminar um desequilíbrio na produção do primeiro e do segundo componentes, que são inoculados com um hiato de 21 dias.

A vacinação começará às 9 horas (horário local), segundo informou o presidente argentino, Alberto Fernández, no fim de semana. Na primeira fase, a vacinação será destinada aos profissionais de saúde de grandes centros urbanos, onde a pandemia teve um impacto maior e o risco de uma segunda onda é mais elevado.

O coordenador do setor de logística do Ministério da Saúde, Juan Pablo Saulle, afirmou que "todo o calendário foi elaborado para fazer a entrega a cada ponto em cada província, para chegar ao mesmo tempo, com uma diferença de apenas 3 a 4 horas".

O plano de vacinação estima um total de 54,4 milhões de doses, considerando um esquema de duas doses e calculando uma taxa de perda estimada em 15%, que atingiria entre 23 e 24 milhões de pessoas de uma população de 45 milhões.

O contrato de aquisição da Sputnik V é o terceiro assinado pela Argentina: o primeiro foi com a AstraZeneca e a Universidade de Oxford - vacina que será aplicada em março - e o segundo com a aliança internacional Covax, da ONU, embora outros acordos ainda estejam sendo negociados. "A ideia é que, quando chegar o outono já tenhamos vacinado todas as pessoas em grupos de risco", disse Fernández. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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  • Unicef lança inteligência artificial para apoiar adolescentes com HIV

    Dois escritórios das Nações Unidas se juntaram para criar uma ferramenta de inteligência artificial que ajude adolescentes e jovens com HIV a terem uma vida saudável por meio da correta adesão ao tratamento. Lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids), o chatbot Kefi é a primeira inteligência artificial não-binária "vivendo com HIV", desenvolvida para oferecer apoio anônimo e gratuito. O acesso à IA pode se dar, inclusive, por meio do Whatsapp.

    Kefi foi desenvolvida pela startup (empresa de tecnologia e inovação) de impacto social Talk2U e seu conteúdo foi cocriado por jovens e especialistas da área. “Ela foi construída para dialogar com os adolescentes e jovens”, disse, nesta segunda-feira (13), à Agência Brasil, a chefe de Saúde, Nutrição e HIV/Aids do Unicef no Brasil, Luciana Phebo. A Kefi pode ser acessada por meio do Whatsapp ou pelo número +55 11 5197-4395.

    Dados mais recentes do Boletim Epidemiológico HIV/Aids do Ministério da Saúde mostram que, em 2021, foram notificados 40.880 casos de HIV positivo no Brasil, sendo quase a metade (18.013) no grupo etário de 15 a 29 anos de idade. A notícia do diagnóstico, porém, nem sempre vem acompanhada de acolhimento e informação adequada para esse público.

    Transformando vidas
    “Vimos uma enorme necessidade de levar informações que transformam a vida das pessoas com HIV sobre como fazer o teste".

    A adesão ao tratamento deve ser feita logo que recebe o resultado. São informações que ajudam o jovem que recebe diagnóstico de Aids, e também apoia no coletivo.

    "Sabemos que a adesão ao tratamento cada vez mais precoce diminui a chance de transmitir o vírus da Aids. E a inteligência artificial não só atende ao indivíduo, mas também ao coletivo”, destacou Luciana Phebo. O chatbot oferece também apoio psicossocial.

    Luciana reconheceu que muitos adolescentes e jovens, quando recebem o diagnóstico de Aids, se revoltam e têm muito medo. Por outro lado, apontou que alguns profissionais de saúde não estão preparados, muitas vezes, para tratar com essa parcela da população, e acabam causando seu afastamento do tratamento necessário.

    Peça chave
    Pesquisa realizada pelo Unicef identificou que informação acessível é peça chave para acolher adolescentes e jovens recém-diagnosticados com HIV e levá-los a aderir ao tratamento de saúde. O chatbot Kefi oferece um espaço humanizado, com empatia e confiança. Por isso, a conversa conduzida por inteligência artificial é 100% confidencial. O conteúdo não será vazado.

    “O Unicef pensou em todas essas questões para chegar à conclusão de construir uma ferramenta com inteligência artificial. Não foi à toa”, afirmou a chefe de Saúde, Nutrição e HIV/Aids do Unicef no Brasil. Não é um modismo, assegurou. “Mas, sim, porque a gente está tratando desse tema específico de um adolescente ou jovem soropositivo que precisa de orientação para se sentir seguro e, rapidamente, fazer adesão ao tratamento. Essa foi a nossa intenção”.

    Luciana Phebo admitiu que a inteligência artificial pode ser usada para o bem ou para o mal. “Este é um excelente exemplo de como a IA pode ser usada para o bem da juventude e dos adolescentes, promovendo saúde. É uma inteligência artificial totalmente acessível, com acesso democratizado”.

    Diretora e representante do Unaids no Brasil, Claudia Velasquez destacou a importância do Kefi para permitir aos adolescentes e jovens com HIV terem acesso à informação e à orientação de forma simples, em seus celulares. “Isso pode ter um impacto significativo para diminuir a ansiedade, estimular o início ou continuidade do tratamento e combater o estigma e discriminação.”

  • Ativista iraniana Narges Mohammadi vence Prêmio Nobel da Paz

    O Prêmio Nobel da Paz de 2023 foi concedido nesta sexta-feira, 6, para a ativista iraniana Narges Mohammadi. Segundo os organizadores, a vencedora ganhou o premio pela sua luta pelos direitos das mulheres no Irã contra a "sistemática descriminação e opressão do regime iraniano".

    O Comitê do Prêmio Nobel destacou que Mohammadi já foi presa 13 vezes no Irã e condenada a 31 anos de prisão por conta de seu ativismo. Mesmo da prisão, a ativista conseguiu continuar a sua luta pelos direitos das mulheres no país persa e foi uma das lideranças da onda de protestos no ano passado no Irã após a morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos que foi morta após ser detida pela polícia iraniana em Teerã sob a acusação de não usar o hijab, véu que cobre os cabelos, de maneira adequada.

    "Ela apoia a luta das mulheres pelo direito a vida e a liberdade de expressão e contra as regras que exigem que as mulheres permaneçam fora da vista e cubram os seus corpos. As reivindicações de liberdade expressas pelos manifestantes aplicam-se não apenas às mulheres, mas a toda a população", apontou Berit Reiss-Andersen, presidente do Comitê Norueguês do Nobel

    Andersen afirmou que o Nobel é um reconhecimento do movimento pela luta pelos direitos das mulheres no Irã. " A líder indiscutível deste movimento é Nargis Mohammadi. O impacto do prêmio não cabe ao comitê do Nobel decidir. Esperamos que seja um incentivo para continuar o trabalho em qualquer forma que este movimento considere adequada."

    Ela é a 19ª mulher a ganhar o Prêmio Nobel da Paz e a segunda iraniana, depois que a ativista de direitos humanos Shirin Ebadi ganhou o prêmio em 2003.

    Protestos

    Mohammadi estava atrás das grades nos recentes protestos em todo o país pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos, que morreu depois de ter sido detida pela polícia moral do país.

    As manifestações foram as maiores contra o regime iraniano desde a Revolução Islâmica de 1979. Mais de 500 pessoas foram mortas e 22 mil foram presas.

    A ganhadora do Nobel da Paz de 2023 conseguiu publicar um artigo de opinião para o The New York Times direto da prisão. "O que o governo pode não compreender é que quanto mais de nós eles prendem, mais fortes nos tornamos", escreveu ela.

    Antes de ser presa, Mohammadi era vice-presidente do banido Centro de Defesa dos Direitos Humanos do Irã. Ela é próxima de Ebadi, que fundou o centro e ganhou o Nobel da Paz.

    A ganhadora do Nobel da Paz é engenheira de formação e recebeu o Prêmio Andrei Sakharov 2018. O marido de Mohammadi e colega ativista dos direitos humanos, Taghi Rahmani, e seus filhos gêmeos de 16 anos vivem em Paris. Rahmani disse esta semana que o Prêmio Nobel seria uma homenagem às décadas de trabalho de sua esposa no Irã.

    Como funciona o Nobel da Paz

    O prêmio Nobel da Paz é concedido, desde 1901, a homens, mulheres e organizações que trabalharam para o progresso da humanidade, conforme o desejo de se criador, o inventor sueco Alfred Nobel. Ele é lembrado como o patrono das artes, das ciências e da paz.

    O prêmio é entregue pelo Comitê Norueguês do Nobel, composto por cinco membros escolhidos pelo Parlamento norueguês. O vencedor recebe, além de uma medalha de ouro, uma premiação em dinheiro. Em 2023, a Fundação Nobel afirmou que os ganhadores do Premio Nobel irão receber 11 milhões de coroas suecas (R$ 4,8 milhões), uma premiação maior do que nos anos anteriores.

    Indicar uma pessoa a um prêmio Nobel é relativamente simples. O comitê organizador distribui (e fornece em seu site) formulários para centenas de formadores de opinião.

    As fichas com as sugestões são enviadas até o fim de janeiro de cada ano e então cada uma delas é avaliada até outubro, quando os vencedores são anunciados. Ao longo desse processo, a lista é reduzida para uma versão menor, com no mínimo cinco e no máximo 20 nomes, que são revisados. Os jurados debatem essa lista e buscam alcançar o consenso - quando ele não acontece, a escolha se dá por votação.

    A entrega dos prêmios ocorre em dezembro. Mas pode acontecer de o comitê decidir que ninguém mereceu vencer o Nobel da Paz naquele ano - a honraria não foi entregue em 20 ocasiões, a mais recente delas em 1972.

    Ate hoje, cinco vencedores não puderam participar da cerimônia em Oslo. Em 1936, o jornalista e pacifista alemão Carl von Ossietzky estava em um campo de concentração nazista. Em 2010, o dissidente chinês Liu Xiaobo foi preso e, portanto, sua cadeira, na qual o prêmio foi depositado, ficou simbolicamente vazia. Desde 1974, os estatutos da Fundação Nobel estipulam que um prêmio não pode ser concedido postumamente, a menos que a morte ocorra após o anúncio do nome do vencedor.

    Outros premiados com o Nobel da Paz

    Em 2022, o Nobel ficou com uma pessoa e duas organizações: Ales Bialiatski, ativista de Belarus, a organização de defesa dos Direitos Humanos da Rússia, Memorial, e o Centro das Liberdades Civis, da Ucrânia.

    Já em 2021, o Nobel da Paz foi concedido para os jornalistas Maria Ressa, das Filipinas, e Dmitri Muratov, da Rússia, pela "contribuição essencial de ambos para a liberdade de expressão e pelo jornalismo em seus países".

    Maria Ressa é conhecida por ser cofundadora do Rappler, principal site de notícias que lidera a luta pela liberdade de imprensa nas Filipinas e combate à desinformação, e enfrenta constante assédio político no país. Já Muratov é editor-chefe do jornal Novaya Gazeta, um dos poucos veículos na Rússia críticos do governo do presidente Vladimir Putin, fechado depois do endurecimento das leis russas com a guerra da Ucrânia.

    Em 2020, o Prêmio Nobel da Paz foi concedido ao Programa Mundial de Alimentos (PMA), uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) com sede em Roma. Segundo os organizadores, o trabalho do PMA foi reconhecido por conta do trabalho do grupo para "impedir o uso da fome como arma de guerras e conflitos".

    Em 2019, o laureado foi o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, "por seus esforços para alcançar a paz e a cooperação internacional, principalmente por sua iniciativa decisiva destinada a resolver o conflito na fronteira com a Eritreia".

    Em 2018, a jovem yazidi Nadia Murad e o ginecologista congolês Denis Mukwege ganharam o Nobel da Paz por seus esforços contra o uso da violência sexual como arma de guerra. No ano anterior, ganhou a Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares, por chamar a atenção para as consequências do uso do armamento e chegar a um acordo pelo fim das armas nucleares.

    Em 2017, em razão de seus esforços para obter um acordo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), o ex-presidente colombiano Juan Manuel Santos levou o prêmio.

    Algumas das grandes surpresas incluem a paquistanesa Malala Yousafzai, que recebeu o prêmio em 2014, aos 17 anos, "pela luta contra a opressão das crianças e dos jovens e pelo direito de todas as crianças à educação". Ela se tornou a pessoa mais jovem a receber o Nobel.

    Outra grande surpresa, muito contestada à época, foi a escolha, em 2009, do então presidente americano Barack Obama, agraciado por seus "esforços extraordinários para fortalecer a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos".

  • Covid-19 matou mais de 250 pessoas na Bahia em 2023

    A pandemia acabou, mas a covid-19 não desapareceu. Apesar do distanciamento de período crítico, ainda tem gente que morre por causa da doença. Só este ano, de 1º de janeiro a 12 de setembro, 280 pessoas morreram por covid-19 na Bahia, sendo 155 homens e 125 mulheres, de acordo com dados da Central Integrada de Comando e Controle da Saúde - Covid-19 da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). Deste número, cerca de 21% corresponde a pessoas que morreram com menos de 60 anos, sendo que 10 vítimas tinham entre 10 a 30 anos.

    A maioria dos óbitos aconteceu em Salvador (aproximadamente 60% dos casos), onde foram registradas 164 mortes este ano. O levantamento também aponta que 194 das pessoas mortas pela doença em 2023 apresentavam comorbidades, como hipertensão, diabetes, problemas cardiovasculares e obesidade.

    De acordo com a diretora da Vigilância Epidemiológica do estado Márcia São Pedro, a letalidade da doença este ano é de 0,77% no estado, que alcançou o número de 2% em 2020, no auge da pandemia, e o perfil das vítimas são os mesmos: pessoas acima de 80 anos que apresentam comorbidades como hipertensão, diabetes, doença renal crônica, doença cardiovascular e obesidade.

    Das 279 pessoas que morreram em decorrência da covid-19, sessenta não apresentaram um histórico de doenças sistêmicas. “A tendência é de que pessoas com comorbidades, quando pegam vírus respiratórios, sejam comprometidas, porque há algo que é sistêmico e possibilita um agravamento maior”, explicou.

    Perfil

    Em relação ao número de contaminados, a Bahia registrou 9.841 casos confirmados entre 1º de janeiro e 30 de agosto. Nesta lista está a jornalista Bruna Castelo Branco, 29, diagnosticada com covid em maio. Apesar de ter completado todo o ciclo vacinal, inclusive com a bivalente, e usar máscara de proteção diariamente, a comunicadora não escapou. “Não estava esperando pegar covid naquele momento, até porque eu não saía de casa sem máscara. Foi uma surpresa”, disse Castelo Branco, que já havia contraído o vírus duas vezes em 2022, nos meses de junho e dezembro.

    A fisioterapeuta Mariza Souza, 34 anos, também testou positivo para a doença. A profissional da Saúde descobriu no último dia 29, por meio de um teste rápido, feito em casa, três dias após apresentar sintomas como dor na garganta, tosse e congestão nasal. “Senti indignação quando descobri. As pessoas não estão testando mais, dizem que é virose e continuam a frequentar os ambientes sem qualquer cuidado”, explicou Souza, que é diagnosticada com a doença pela terceira vez. Os últimos diagnósticos aconteceram em 2021 e 2022. Felizmente, os quadros de Mariza não foram graves.

    A comediante e atriz Tatá Werneck também foi diagnosticada com covid-19, no último dia 29. Conhecida por cumprir as recomendações sanitárias desde o início da pandemia, essa é a primeira vez que a artista testa positivo para a doença. Com o resultado, ela precisou ser afastada temporariamente das gravações da novela Terra e Paixão, da TV Globo.

    A diretora da Sesab explicou que as vacinas concedem imunidade, mas isso não significa que as pessoas deixarão de contrair o vírus. “A vacina reduz as taxas mortalidade e agravamento, evitando que a pessoa apresente um quadro grave e venha a óbito. Uma pessoa vacinada pode ter covid, mas de uma forma mais leve”, pontuou.

    O CORREIO entrou em contato com a Secretaria Municipal de Salvador (SMS), para repercutir o número de óbitos por covid na capital baiana, mas não obteve sucesso.

    Vacinação

    Mais de 31 milhões doses foram aplicadas em todo o estado, desde o primeiro de vacinação, 19 de janeiro de 2021, até 31 de agosto de 2023 – número que corresponde a 89,8% das doses distribuídas nas unidades de saúde da Bahia. Mais de 12 milhões (94,94%) tomaram a primeira dose, 10,94 milhões (85,95%) tomaram a segunda, 7, 83 milhões (61,52%) receberam a primeira dose de reforço e apenas 3,48 milhões (61,49%) retornaram às unidades para o segundo reforço.

    A preocupação da Sesab no momento é a baixa adesão à vacinação pela bilavente, responsável por garantir uma cobertura maior sobre a variante Ômicron. Ainda conforme Márcia São Pedro, apenas 12,75% receberam essa quinta dose. “Vírus respiratórios sofrem mutação, por isso muitos casos de covid ainda acontecem. Se eu não tenho uma cobertura vacinal que me garanta uma certa imunidade, eu posso estar susceptível”, disse São Pedro.

    Em Salvador, mais de 7 milhões de pessoas foram vacinadas. No entanto, das 2,25 mi que completaram o ciclo vacinal básico (primeira e segunda doses), apenas 473 mil tomaram a bivalente.

    O CORREIO solicitou o recorte de vacinados que morreram por covid-19 em 2023 à Sesab, mas não havia respostas até o fechamento desta matéria. Na tabela concedida pela secretaria estadual, as informações sobre vacinação das vítimas não são apresentadas.

    Nova variante tem disseminação mais fácil

    No mês passado, o Ministério da Saúde informou que o primeiro caso brasileiro da nova variante da covid-19, a Éris, foi confirmado em São Paulo, em um laboratório privado e que o “caso segue em investigação pela equipe de vigilância estadual e municipal”. De acordo com o g1, Rio de Janeiro, Santa Catarina e o Distrito Federal também registraram casos com a variante. De acordo com a Sesab, a Bahia não registrou contaminados pela Éris.

    De acordo com Carlos Brites, professor de Infectologia e coordenador do Laboratório de Pesquisa em Infectologia no Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), até o momento, a variante não apresenta sinais de maior gravidade, no entanto, ela é transmitida com mais facilidade. “Como todas as variantes até agora, ela pode ocasionar complicações em pacientes com fatores de risco, de modo semelhante ao observado durante toda a pandemia”, explicou Brites.

    Ainda conforme o especialista, equipes de pesquisadores já sequenciam as cepas daqui, para monitorar os casos baianos. Isso também foi confirmado por Márcia São Pedro. Segundo a diretora da Sesab, unidades sentinelas coletam dados que contribuem na descoberta de novas variantes no estado.

    Em maio deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) referente à covid-19. No entanto, a decisão não pontua que a doença deixou de ser uma ameaça, portanto, os cuidados devem ser mantidos. O médico infectologista Robson Reis, professor da Escola Bahiana de Medicina, explicou que as medidas sanitárias continuam as mesmas: higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel; utilização de máscaras por pessoas que têm imunidade mais baixa e evitar colocar as mãos na boca, além de completar todo o ciclo vacinal.

    "O vírus ainda circula em todo mundo e continua sendo uma ameaça justamente pela sua alta capacidade de mutação. O fim da pandemia não foi decretado, o que esperamos que aconteça futuramente. O número de contaminados é estável no Brasil, porém, acredita-se em uma subnotificação, uma vez que as pessoas que apresentam quadros leves já não mais procuram o serviço de saúde e os centros de testagem montados pelas prefeituras são poucos, além do uso de autotestes", pontuou Reis.

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