Governo lança plano nacional de vacinação contra a covid-19

Governo lança plano nacional de vacinação contra a covid-19

O governo federal lançou nesta quarta-feira (16) o Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19, em cerimônia em Brasília, acompanhada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério da Saúde já havia apresentado uma versão desse material na semana passada, ainda sem data para início - como permanece.

O documento prevê a vacinação primeiro de grupos considerados prioritários,que são os mais expostos ou mais vulneráveis à doença. Cada pessoa toma duas doses e há uma perda de 5% de vacina nos processode transporte e aplicação, segundo explica o Ministério da Saúde. Ao todo, a vacinação vai levar 16 meses no Brasil. Quatro meses para os grupos prioritários e 12 meses para a população em geral.

Veja como ficou a divisão inicial das fases de vacinação:

Primeira fase: trabalhadores de saúde; pessoas de 75 anos ou mais; pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas; população indígena aldeado em terras demarcadas aldeada; povos e comunidades tradicionais ribeirinhas. Na primeira fase, considerando uma perda de 5% na manipulação do produto, são estimadas 31.178.095 de doses. Cada pessoa tomará duas doses.

Segunda fase: Pessoas de 60 a 74 anos. Na segunda fase, considerando a perda de 5%, são estimadas 46.497.406 de doses.

Terceira fase: pessoas com comorbidades. Número de doses estimadas, considerando a perda: 26.590.034.

Trabalhadores da educação; trabalhadores dos demais serviços essenciais (forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema de privação de liberdade, entre outros); populações quilombolas; população privada de liberdade e pessoas em situação de rua também entram nos grupos prioritários. O governo ainda irá avaliar em qual fase esses grupos serão inseridos.

Ainda não há data prevista para começar. Segundo o governo, antes de definir é preciso que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprove o registro de vacinas, mas até agora não houve pedidos para autorização emergencial.

Além de Bolsonaro, estavam no evento o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, o ministro da Casa Civil, Braga Netto, e o ministro da Defesa, FErnando Azevedo e Silva. Todos estavam sem máscara. Os governadores de todos estados foram convidados, segundo o Ministério da Saúde, além de representantes de laboratórios que desenvolvem vacinas e a associação de prefeitos nacional.

Pazuello também falou no evento e afirmou que não é preciso ter "ansiedade" com a vacinação. “Vamos levantar a cabeça. Acreditem. O povo brasileiro tem capacidade de ter o maior sistema único de saúde do mundo, de ter o maior programa nacional de imunização do mundo, nós somos os maiores fabricantes de vacinas da América Latina. Pra quê essa ansiedade, essa angústia? Somos referência na América Latina e estamos trabalhando”, disse o ministro."Todas as vacinas produzidas no Brasil, ou pelo Butantan, pela Fiocruz ou qualquer indústria, terá prioridade do SUS e isso está pacificado", afirmou.

Grauito
Segundo o ministro, todos os brasileiros vão receber a vacina gratuitamente, nos postos da rede brasileira. "Vacinas registradas, vacinas garantidas em sua segurança e eficácia. Nós não podemos brincar com a saúde da população brasileira", disse ele.

O governo federal vai entregar o material para imunização aos estados, que serão os responsáveis pela logística de distribuição no território de cada um, fazendo chegar aos municípios, que efetivamente vão aplicar as vacinas. O Ministério da Defesa vai ajudar nesse trabalho.

"A logística é simples. Apesar do nosso país ser desse tamanho, temos toda a estrutura já planejada e pronta. O 'Q' da questão está no cronograma. Esse cronograma depende de registro. Eu tenho de falar em hipóteses. Temos mais de 200 milhões de doses negociadas, Temos previsão de assinatura de MP ainda nesta semana de 20 bilhões de reais", disse Pazuello, falando da medida provisória que vai liberar mais fundos para a vacinação.

Campanha
O Ministério da Saúde informou que vai divulgar uma campanha de comunicação para informar e dar segurança à população em relação às vacinas que serão usadas no país. A ideia é tranquilizar as pessoas.

O próprio Bolsonaro, contudo, tem dado declarações que vão contra isso. Ele já disse que não vai tomar o imunizante, falou de suspeitas sobre a eficácia das vacinas e disse que gostaria que as pessoas assinassem um termo de responsabilidade antes de serem vacinadas, o que foi descartado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).

A campanha de comunicação terá duas etapas:

Fase 1 - Campanha de informação sobre o processo de produção e aprovação de uma vacina, com vistas a dar segurança à população em relação a eficácia do(s) imunizante(s) que o país vier a utilizar, bem como da sua capacidade operacional de distribuição.

Fase 2 - Campanha de Informação sobre a vacinação, públicos prioritários e demais, dosagens, locais etc. Prevista para iniciar assim que tenhamos a definição das vacinas.

"A fase 1 tem intuito de esclarecer a eficácia dos imunizantes, a capacidade de operação e como a população deve baixar o aplicativo ConectSus [com a carteirinha de vacinação. E na fase 2, quando vier a vacinação, vamos convocar os grupos para obter imunizantes. É nesse sentido que pensamos que a vacinação é o Brasil em ação pela proteção", explicou o secretário de Vigilância Sanitária e Saúde, Arnaldo Medeiros.

Vacinas
O plano de imunização detalha as vacinas que serão usadas. Inicialmente, ele considera somente o imunizante desenvolvido em parceria pela Universidade de Oxford e a AstraZeneca. O Brasil vai receber 100 milhões de doses dessa vacina até julho. No segundo semestre, a Fiocruz vai produzir mais 160 milhões de doses.

Mas a intenção do governo é comprar todas as vacinas que receberem o aval da Anvisa. Além da Fiocruz, o Instituto Butantan, ligado ao governo paulista, vai produzir doses de uma vacina - a Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac.

Nenhuma das vacinas foi autorizada até o momento pela Anvisa, que já divulgou que seguirá um calendário para dar aval emergencial aos imunizantes.

Itens relacionados (por tag)

  • Bahia adere ao Dia D de mobilização nacional contra a Dengue

    Em um esforço para combater a crescente ameaça da Dengue, o estado da Bahia se junta ao Dia D de mobilização nacional, marcado para o próximo sábado (2). A informação é da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, que está em Brasília nesta quarta-feira (28) para uma reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Esta iniciativa sublinha a necessidade de uma ação coletiva diária e destaca o papel vital que cada indivíduo desempenha na prevenção da doença. Com o apoio do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-BA), da União dos Municípios da Bahia (UPB) e do Conselho Estadual de Saúde (CES), os municípios farão mutirões de limpeza, visitas aos imóveis nas áreas de maior incidência e distribuição de materiais informativos.

    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

    A titular da pasta estadual da Saúde pontua ainda que o Governo do Estado fez a aquisição de novos veículos de fumacê e distribuirá 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoiar os mutirões de limpeza urbana com o auxílio das forças de segurança e emergência. "Além disso, o Governo do Estado compartilhou com os municípios a possibilidade de adquirir bombas costais, medicamentos e insumos por meio de atas de registro de preço", ressalta Roberta Santana.

    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

  • Começa vacinação contra dengue em Salvador

    A cidade de Salvador vai iniciar a vacinação contra a dengue nesta quinta-feira (15). O primeiro lote do imunizante, com 56.493 doses chegou na capital baiana nesta manhã.

    Essa primeira fase na capital baiana contemplará com o esquema primário os pré-adolescentes entre 10 e 11 anos; com o recebimento de novos lotes o público será ampliado gradativamente. Nessa faixa etária, a cidade conta 87.307 pessoas. Em dezembro do ano passado, o Brasil incorporou a vacina no SUS, tornando-se o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal.

    O pontapé inicial da vacinação será às 14h na sede da OAF – Organização de Auxílio Fraterno, que fica na Rua do Queimado, na Liberdade. Já a partir de amanhã, sexta-feira (16), a vacinação acontecerá em 30 unidades de saúde de referência, distribuídas pelos 12 distritos da cidade, das 08 às 16h.

    “Salvador está na contramão do Brasil que entrou em alerta para o aumento de casos de dengue, graças a uma série de ações para o enfrentamento das arboviroses que promovemos ao longo dos últimos meses na nossa cidade. Intensificamos as atividades de monitoramento e prevenção, bem como reforçamos a conscientização sobre prevenção junto à população. A inclusão da vacina da dengue é mais ferramenta de extrema importância no SUS para se evitar casos graves da doença, principalmente óbitos. Com o avanço da imunização, esperamos que a dengue seja classificada como mais uma doença imunoprevenível, mas o enfrentamento contra o mosquito Aedes deverá continuar sendo prioridade de cada cidadão”.

    Para receber a dose, deve ser apresentado documento de identificação com foto, cartão SUS de Salvador e caderneta de vacinação. Vale destacar que a aplicação será feita somente na presença dos pais ou responsável legal, garantindo um acompanhamento adequado e a segurança das crianças e adolescentes. Para a vacinação nas escolas, as crianças deverão portar documento de autorização dos pais e ou responsáveis.



  • OMS: surto de dengue no Brasil faz parte de aumento em escala global

    Em visita ao Brasil, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta quarta-feira (7) que o surto de dengue registrado no país faz parte de um grande aumento de casos da doença em escala global. Segundo ele, foram relatados, ao longo de 2023, 500 milhões de casos e mais de 5 mil mortes em cerca de 80 países de todas as regiões, exceto a Europa.

    Durante a cerimônia de lançamento do programa Brasil Saudável, Tedros lembrou que o fenômeno El Niño, associado ao aumento das temperaturas globais, vem contribuindo para o aumento de casos de dengue no Brasil e no mundo. O diretor-geral da OMS comentou ainda a vacinação contra a doença e disse que o país tem uma capacidade gigantesca de produção de insumos desse tipo.

    “O Brasil está fazendo seu melhor. Os esforços são em interromper a transmissão e em melhorar o controle da doença”, disse. “Temos a vacina e isso pode ser usado como uma das ferramentas de combate”, completou.

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.