Hospital baiano atinge marca de mil cirurgias com robô cirurgião

Hospital baiano atinge marca de mil cirurgias com robô cirurgião

Aliando saúde, tecnologia e precisão, o primeiro robô cirúrgico da Bahia atingiu a marca de mil cirurgias realizadas desde 2019. Os procedimentos foram executados no Hospital Santa Izabel, em Salvador. A plataforma Robótica começou sendo utilizada para intervenções urológicas e agora atende pelo menos outras cinco especialidades.

O equipamento, avaliado em US$ 2 milhões (mais de R$ 10 milhões), atingiu a marca este mês, e é considerado pelo Coordenador do Programa de Cirurgia Robótica do hospital, Luis Martinho, como um marco para a saúde da cidade e do estado.

“A incorporação desta tecnologia na área da saúde de Salvador, colocou a cidade em um patamar diferenciado. No mesmo que outras grandes cidades do Brasil, porque quando nós iniciamos, Salvador era uma das muitas grandes capitais que ainda não disponibilizava esse instrumento”, destaca.

O equipamento tem sido utilizado em cirurgias oncológicas, torácicas, urológicas, do aparelho digestivo, ginecológicas e de cabeça e pescoço, dentre outras especialidades. Antes da chegada do robô, os pacientes que recebiam indicação para procedimentos mais delicados, precisavam se deslocar para outros estados, como São Paulo.

Muitos chegavam ao consultório médico, sem nem mesmo conhecer a tecnologia. Quase dois anos depois, Luís aponta que esse cenário mudou. A novidade tem se disseminado, e o número de pessoas que vão à consulta em busca do procedimento cresceu.

Para um paciente do hospital, de 48 anos, que preferiu não se identificar, conhecer a cirurgia robótica, significou a cura de um câncer no intestino em estágio inicial. Depois de sentir dores que atingiam do umbigo até o início da sua coxa, o paciente realizou alguns exames. Os resultados apontaram um tumor de um centímetro e a biópsia municiou o tamanho de 0,3 milímetros de profundidade.

O diagnóstico foi descoberto em dezembro do ano passado e a cirurgia aconteceu no dia 8 de fevereiro. O procedimento foi realizado pelo cirurgião especializado em robótica, Ramon Mendes. O processo cirúrgico iniciou às 9h e terminou às 12h30, durando três horas e meia. No dia seguinte, às 9h, ele recebeu alta.

Oito dias após a operação, realizada no dia 9 deste mês, o paciente conta que a vida já está voltando ao normal. “Eu já estou levando minha vida praticamente normal. Já estou fazendo caminhada, posso dirigir, posso fazer quase tudo, claro que devagar, menos musculação, por enquanto”, conta com alegria

Por ter sido descoberto ainda no início, o homem não precisará de quimioterapia. Clinicamente curado, o paciente sofreu três furos no abdômen e precisou retirar cinco centímetros do intestino. Apesar disso, conta, satisfeito, que já caminhava duas horas após o procedimento.

“A sensação foi a melhor possível, graças ao avanço da tecnologia, que hoje nos faz sair bem dessas situações. Tenho um amigo que, há 15 anos, teve que abrir a barriga toda, porque não tinha robótica, e ainda passou 40 dias no hospital internado. Hoje estou clinicamente curado e ativo”, comemora.

Benefício para médicos e pacientes
A cirurgia robótica é uma evolução da cirurgia aberta (diretamente pelas mãos do médico) e da cirurgia laparoscópica (no abdômen com auxílio de imagem). Os procedimentos deste tipo são considerados minimamente invasivos. Em comparação com outros métodos garante um campo de visão maior, proporcionando um alcance 3D ao cirurgião; movimentos mais precisos, graças aos quatro braços articulados do robô e mais segurança para o paciente.

Para Ramon Mendes, cirurgião especializado em robótica, do Santa Izabel, o robô representa uma melhora no desempenho das cirurgias. “Com isso eu consigo ter maior segurança, evitando lesões ou traumas a mais, por estar enxergando melhor através do robô. Os braços que a gente manipula dão mais precisão do que uma laparoscopia e com isso eu consigo um resultado melhor para o paciente”, pontua.

Já para os pacientes, a melhora no resultado significa a redução no tempo de permanência durante o pós-operatório no hospital, reduzida para até 24h, em casos como cirurgias urológicas e ginecológicas, inclusive oncológicas; menos dor após a cirurgia e melhor recuperação do organismo.

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    Com base em informações recebidas das prefeituras, a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec) atualizou, nesta quarta-feira (28), os números referentes à população atingida pelas enchentes que ocorrem em municípios baianos.

    Até a situação presente, são 380 desabrigados e 2.227 desalojados em decorrência dos efeitos diretos do desastre. Segundo a Sudec, foram contabilizados seis óbitos. Os números correspondem às ocorrências registradas em 76 municípios afetados. É importante destacar que, desse total, 41estão com decreto de Situação de Emergência.

    O Governo do Estado segue mobilizado para atender as demandas de emergência, a fim de socorrer a população atingida pelas fortes chuvas em diversas regiões da Bahia.

  • Empresa brasileira vira concorrente da BYD pela antiga fábrica da Ford em Camaçari

    A BYD ganhou um concorrente pelo complexo da Ford nos minutos finais do prazo para a manifestação de interessados em comprar a antiga fábrica da montadora americana em Camaçari, fechada em janeiro de 2021 e que hoje pertence ao governo da Bahia. O empresário brasileiro Flávio Figueiredo Assis entrou na disputa para erguer ali a fábrica da Lecar e construir o futuro hatch elétrico da marca, que, diz, deve ter preço abaixo de R$ 100 mil.

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    O documento da SDE, ainda segundo a Folha, diz que a BYD havia apontado interesse no complexo industrial de Camaçari, mas outros interessados também poderiam "manifestar interesse em relação ao imóvel indicado e/ou apresentar impedimentos legais à sua disponibilização, no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir desta publicação".

    A montadora chinesa anunciou em julho passado, em cerimônia com o governador Jerônimo Rodrigues no Farol da Barra, um investimento de R$ 3 bilhões para construir no antigo complexo da Ford três plantas com capacidade de produção de até 300 mil carros por ano.

    A reportagem da Folha afirma que a BYD já está ciente da proposta e prepara uma resposta oficial a Lecar. E que pessoas ligadas à montadora chinesa acreditam que nada irá mudar nas negociações com o governo baiano porque Assis estaria atrás apenas de uma jogada de marketing. O empresário, por sua vez, disse ver uma oportunidade de bom negócio, pois os valores envolvidos são atraentes.

    Procurada pelo CORREIO, a BYD afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto, e que o cronograma anunciado está mantido.

    Em nota, a SDE apenas confirmou que a Lecar encaminhou e-mail ontem afirmando ter interesse na área da antiga Ford. A secretaria, diz a nota, orientou a empresa sobre como proceder, de acordo com as regras do processo legal de concorrência pública em curso.

    Entre as perguntas não respondidas pela pasta na nota estão o prazo para a conclusão da definição sobre a área e o impacto que a concorrência entre BYD e Lecar traz para a implantação de uma nova fábrica de veículos no estado.

  • Bahia adere ao Dia D de mobilização nacional contra a Dengue

    Em um esforço para combater a crescente ameaça da Dengue, o estado da Bahia se junta ao Dia D de mobilização nacional, marcado para o próximo sábado (2). A informação é da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, que está em Brasília nesta quarta-feira (28) para uma reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Esta iniciativa sublinha a necessidade de uma ação coletiva diária e destaca o papel vital que cada indivíduo desempenha na prevenção da doença. Com o apoio do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-BA), da União dos Municípios da Bahia (UPB) e do Conselho Estadual de Saúde (CES), os municípios farão mutirões de limpeza, visitas aos imóveis nas áreas de maior incidência e distribuição de materiais informativos.

    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

    A titular da pasta estadual da Saúde pontua ainda que o Governo do Estado fez a aquisição de novos veículos de fumacê e distribuirá 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoiar os mutirões de limpeza urbana com o auxílio das forças de segurança e emergência. "Além disso, o Governo do Estado compartilhou com os municípios a possibilidade de adquirir bombas costais, medicamentos e insumos por meio de atas de registro de preço", ressalta Roberta Santana.

    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

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