Conheça os novatos e novatas que vão legislar em Salvador no ano que vem

Conheça os novatos e novatas que vão legislar em Salvador no ano que vem

A partir de 2021, as cadeiras da Câmara Municipal de Salvador serão ocupadas por 43 vereadores e vereadoras. A escolha aconteceu no pleito do último dia 15 de novembro, quando também foi eleito o prefeito Bruno Reis (DEM). Vinte e seis destes nomes já são figuras conhecidas, pois disputaram outras eleições na capital e ocupam vagas no legislativo há mais de um mandato. Outras 17 caras, no entanto, são novas no pedaço, quase todas sem histórico de participação em corridas eleitorais.

Entre as novatas na legislatura municipal, por exemplo, estão a neta do político baiano e guerrilheiro Carlos Marighella, Maria Marighella (PT) e Cris Correia, do PSDB. Já entre os estreantes, o líder comunitário “Gordinho da Favela” (PSL) marca presença, junto com Augusto Vanconcelos, do PCdoB.

Os outros 15 nomes escolhidos pela população de Salvador pela primeira vez para representar suas demandas junto à administração municipal trazem a diversidade como característica, seja de partidos e espectro político (direita, esquerda, centro), de gênero, origem socioeconômica e orientação sexual.

Uma novidade na Câmara é a eleição, pela primeira vez na história da capital, de uma candidata que representa o mandato coletivo de três nomes: Laina Crisóstomo, Cleide Coutinho e Gleide Davis, ou, as ‘Pretas por Salvador’.

Entre os eleitos, tem quem já ocupou cargo público, mas nunca disputou mandato eletivo. É o caso do engenheiro ambiental André Fraga, ex-secretário de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis) de Salvador.

Para o cientista político, Jorge Almeida, a eleição deste ano trouxe renovação significativa para o Poder Legislativo municipal. “Uma renovação de mais de um terço considero uma grande mudança. E ela aconteceu na base do governo municipal e na base do governo estadual. E até mesmo no Psol, que não apoia nenhum dos dois”, explica.

Ainda é cedo para determinar o futuro dos novatos, mas Almeida avalia que a disposição das bases deve se manter. “A tendência, pelos partidos que foram eleitos, é que eles mantenham a posição de agir em bloco, especialmente com relação à base do governo municipal. Devem seguir a posição que o partido já teve na Câmara. E o mesmo vale para a oposição, que não teve uma prática de oposição no mandato anterior”, diz.

O CORREIO conversou com sete das 17 pessoas eleitas pela primeira vez para a Câmara Municipal para entender quem são os novatos e novatas que Salvador elegeu e como foi, para essa turma, colocar nas ruas uma candidatura política pela primeira vez, em um contexto de pandemia do novo coronavírus, em que se exigiu o isolamento social. Confira:

Tem gente nova na Câmara:

Pretas por Salvador (PSOL): Laina Crisóstomo, Cleide Coutinho e Gleide Davis
Quantos votos recebeu: 3.635 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$112,5 mil (Fonte: TSE)
O que defende: Diversidade

O coletivo Pretas por Salvador, do PSOL, é composto por três vereadoras: Laina Crisóstomo, Cleide Coutinho e Gleide Davis. É a primeira vez na história da cidade que existe uma candidatura coletiva, formato já adotado em Pernambuco, nas eleições majoritárias de 2018. Na época, cinco mulheres – reunidas no coletivo ‘Juntas’ - foram eleitas e, atualmente, compartilham um mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Juridicamente, o registro de candidatura para a vaga na Câmara de Salvador no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA) foi feito em nome de Laina, mas Cleide e Gleide também integram o mandato.

Laina é advogada e fundadora da 'Tamo Juntas', uma Organização Não Governamental (ONG) que presta assessoria multidisciplinar para mulheres em situação de violência em várias regiões do Brasil. A advogada é a primeira vereadora a se autodeclarar lésbica e candomblecista na Câmara da capital.

A ideia do mandato coletivo, segundo Laina, é trazer diversidade. “Nessa eleição era mais interessante sair em uma candidatura coletiva, com partilha de espaço de poder”, afirma a advogada. Ela e Gleide são de religião de matriz africana e Cleide é evangélica. Laina já foi candidata a deputada federal nas eleições de 2018 e obteve 13.855 votos. Ela nasceu e foi criada no bairro de Brotas, em Salvador. Já Gleide é estudante de serviço social pela UFBA.

André Fraga (PV)
Quantos votos recebeu: 5.621 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 191,5 mil (Fonte: TSE)
O que defende: Sustentabilidade

Único eleito pelo Partido Verde (PV), André Fraga tem 37 anos, é engenheiro ambiental e carrega a experiência de já ter sido secretário municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis). Carioca de nascença, Fraga é morador de Salvador há quase 20 anos e passou boa parte da vida no bairro de Stella Maris. Veio para cá morar com o pai, se envolveu com o movimento de direitos dos estudantes e chegou a ser vice-presidente da União dos Estudantes da Bahia (UEB), além de presidente da Executiva Nacional dos Estudantes de Engenharia Ambiental (Eneea). Aos 16 anos, já era filiado ao PV.

“Precisamos de alguém que levante essa bandeira da pauta ambiental, da sustentabilidade. A gente está vendo o que está acontecendo no planeta e fomos convocados a apresentar nossas ideias para a cidade”, conta o vereador eleito, que também foi o único do Renova BR a conquistar um mandato.

Pós-graduado em Gerenciamento de Projetos e agora doutorando em Medicina pela USP, Fraga se prepara para estudar qual o impacto que áreas verdes urbanas têm ou não na vida das pessoas.


Cris Correia (PSDB)
Quantos votos recebeu: 7.166 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 169 mil (Fonte: TSE)
O que defende: Educação e empoderamento da mulher

A jornalista Cris Correia trabalha nos bastidores da política há 16 anos. “Tive uma informação de uma amiga que estava fazendo processo seletivo na área de comunicação, passei e fui selecionada, assim entrei na política”, lembra. Com 46 anos e com uma filha de 11, Cris Correia fez sua carreira no telejornalismo, passando por emissoras como TVE Bahia e Band. “Quando escolhi fazer jornalismo, escolhi muito porque no jornalismo eu poderia fazer denúncias, poderia dar voz e vez. Minha escolha foi muito pautada nessa direção”, revela.

Nascida em Pernambués, Cris conta que começou a fazer cursos de comunicação em comunidades e depois de ajudar algumas famílias, percebeu que como vereadora poderia fazer muito mais. “Comecei a perceber que naquele projeto consegui alcançar 30, 40 famílias e, através da política, poderia ampliar a alcançar muito mais”, diz.

Segundo ela, seu projeto nasceu quando assumiu a presidência do partido, em abril do ano passado. “A gente queria dar uma renovada no partido, depois veio essa ideia desse projeto de vereadora de Salvador”, conta. Para isso, em março do ano passado, ela começou a percorrer a cidade para entender os problemas e demandas da população. “Visitei muitos bairros. Minha campanha foi muito pulverizada, uma estratégia até por conta das circunstâncias. Deu muito trabalho, mas acho que foi mais prazeroso”, avalia.

Maria Marighella (PT)
Quantos votos recebeu: 4.837 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 43,8 mil (Fonte: TSE)
O que defende: Cultura

Atriz, diretora de espetáculos e mãe de dois meninos, Maria Mariguella tem 44 anos e uma trajetória de dedicação à cultura. Neta do político baiano Carlos Mariguella, conhecido inimigo da ditadura, ela tem a política no sangue, embora não tenha conhecido o avô, assassinado pelos militares no fim da década de 1960. Filha do ex-deputado comunista Carlos Augusto, a eleita conta que nasceu no meio do regime ditatorial no país e, nas suas memórias mais remotas, está o momento em que seu pai foi libertado da prisão depois de ter sido detido numa operação a mando do coronel Brilhante Ustra. Por causa disso, só conheceu o próprio pai quando já tinha dois anos. “Essas memórias estão totalmente vinculadas à minha formação como pessoa”, diz.

Foi no teatro que ela encontrou espaço para o ativismo político na defesa da democracia e promoção de direitos. Moradora do bairro Jardim Bahiano, Maria já foi coordenadora da Funarte e hoje é assessora especial da Secretaria de Cultura da Bahia (Secult-BA).

"Queremos um espaço para o debate da política de cultura na cidade. Estamos cansados de ser os últimos orçamentos e essa eleição mostra isso. Entendo a cultura como um motor de produção de direitos. Salvador não é uma cidade industrial, rural e vejo que a cultura pode ser um grande motor do desenvolvimento”, defende ela.

George o Gordinho da Favela (PSL)
Quantos votos recebeu: 4.822 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 14,1 mil (Fonte: TSE)
O que defende: Comunidades carentes e profissionais da limpeza urbana

George Carlos Reis Pereira, ou George - o Gordinho da Favela -, tem 48 anos e trabalhava como coordenador de operações de limpeza urbana antes de ser eleito para ocupar uma das 43 cadeiras da Câmara Municipal de Salvador pelos próximos quatro anos. Além disso, segundo ele, também atuava na área social há pelo menos 15 anos. “A gente presta um serviço social, ajuda com sopões, com cursos profissionalizantes. Traz os jovens, mães de família para tomar cursos de manicure, barbeiro, na área de elétrica, etc.”, conta.

O vereador eleito nasceu no bairro de São Caetano e é lá, no “mesmo apartamento 101”, que mora até hoje. E, segundo ele, foi com o apoio da comunidade que conseguiu prosseguir com a sua campanha. “O partido não me ajudou em nada. O recurso foi de doações de amigos. O pessoal me chamava até de pidão, eu ligava pra um, ligava pra outro. Assim foi a nossa campanha”, recorda.

George se filiou de última hora. Ele era filiado ao Partido Popular Socialista (PPS), hoje Cidadania, e depois tentou filiação no Partido da Mobilização Nacional (PNM). “O PNM não me aceitou, decidi ir pro PSL no último dia possível”, diz.

A alcunha de Gordinho da Favela ele conta que veio do seu biotipo. Entre os projetos, ele pretende conseguir a criação do Clube dos Garis, um local para lazer dos profissionais do setor, além de atendimento psicológico e nutricional. “Vamos cadastrar esses profissionais de limpeza urbana para que eles tenham acesso a isso”, explica.

Sandro Bahiense (Patriota)
Quantos votos recebeu: 6.798 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 8 mil (Fonte: TSE)
O que defende: Paz nas comunidades periféricas

Com um histórico de pelo menos oito anos de atuação comunitária, Sandro é o organizador da Caminhada da Paz, manifestação que pede o fim da violência nos bairros periféricos. Criado na Rua do Céu, no bairro da Liberdade, ele tem 48 anos e já havia tentado entrar na política no último pleito de 2016, quando conseguiu cerca de 4 mil votos. Filho de pai eletricista e mãe dona de casa, Sandro começou a trabalhar desde muito cedo para ajudar a sustentar as contas de casa após a separação dos seus pais. O primeiro emprego de carteira assinada foi aos 16 anos, como auxiliar na fábrica de papel Lua Nova.

No ano seguinte, foi aprovado no concurso dos Fuzileiros Navais do Brasil e mais tarde entrou para a carreira de segurança. Ao presenciar a perda de muitos amigos e jovens do bairro para a violência policial e do tráfico de drogas, decidiu criar as caminhadas para protestar contra a recorrência de mortes. Diagnosticado com câncer neste ano, mesmo assim não desistiu da campanha e finalmente garantiu uma vaga no legislativo.

“Quero fazer diferente, a voz dos menos favorecidos realmente vai ser representada. Quero trazer para eles a esperança que perderam. A minha forma de trabalhar será tentando brigar para trazer escolas de qualificação, recursos para associações, para manter o jovem na prática da educação. A ferida da Bahia está na violência e eu quero trazer a esperança do esporte, da mão de obra”, diz ele.

Augusto Vasconcelos (PCdoB)
Quantos votos recebeu: 6.041 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 68,4 mil (Fonte: TSE)
O que defende: Emprego, educação e esporte

Augusto Vasconcelos, 39 anos, tem uma longa trajetória nos movimentos sociais. Em 1998, com 16 anos, começou a se envolver com o movimento estudantil e pouco depois se tornou vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). “Fiz parte da geração que conquistou o Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica], o Fies [Financiamento de Financiamento Estudantil], o ProUne [Programa Universidade Para Todos], as cotas na universidade e a ampliação do acesso ao ensino superior”, diz

Em 2004, já formado como advogado, Augusto passou em um concurso da Caixa Econômica Federal e começou a se envolver com o movimento sindical. Em 2014, foi eleito presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia. Além disso, é professor há 14 anos.

Segundo ele, o desafio de propor uma candidatura foi feito por integrantes do movimento sindical e do movimento estudantil. “Eles sinalizaram a importância de uma candidatura pelos trabalhadores e pela juventude. Não sou um candidato de mim mesmo, foi uma decisão coletiva. Essa não é uma candidatura artificial e sim fruto de uma construção de vários movimentos sociais”, afirma.

Ele lembra que a campanha não foi fácil, por conta de dificuldades financeiras. “Não tivemos apoio de grandes grupos empresariais, porque somos oriundos dos movimentos sociais. Mas, ao mesmo tempo, foi uma campanha militante, baseada no debate de ideias e na construção de propostas inovadoras para Salvador”, avalia. Na Câmara, sua atenção vai se voltar, especialmente, para três pautas: trabalho, com geração de emprego e qualificação profissional, educação e esporte. Além disso, ele vai estar atento a pautas como saúde, mobilidade urbana e sustentabilidade.

Roberta Caires (Patriota)
Quantos votos recebeu: 7.090 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 75 mil (Fonte: TSE)
O que defende: Retomada econômica pós-pandemia, liderança das mulheres, área social, consumidores, empregabilidade do jovem.

Roberta Caires, 37 anos, é cidadã soteropolitana, graduada em Administração e Direito. Em Salvador, foi Diretora Municipal de Defesa do Consumidor (Codecon), presidente do Mulher Democratas Bahia e presidente da Fundação Cidade Mãe. Iniciou sua carreira política ainda jovem estudante, aos 15 anos, em Porto Seguro, atuando junto a lideranças comunitárias, em bairros populares, com projetos e serviços prestados em favor da redução das desigualdades sociais. Fez parte do movimento estudantil no interior baiano, que a credenciou como forte liderança e, mais tarde, como candidata a prefeita de Porto Seguro. Foi também secretária da Prefeitura Municipal da cidade.

Sua atuação de destaque na política e na gestão pública de Salvador e seu interesse e envolvimento com o ativismo social a credenciaram para disputar e conquistar uma vaga no legislativo municipal. "Sou depositária de expectativas e assumi compromissos para Salvador ser ainda melhor. Meu propósito é de compartilhar meu mandato com as pessoas, porque eu vi de perto o pleito de cada um e sei do que Salvador mais precisa", diz.

Roberta foi a responsável por educar, profissionalizar e tirar das ruas mais de 16 mil crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. Também promoveu o maior programa educativo gratuito de Defesa do Consumidor que a capital baiana já viu, capacitando centenas de fornecedores e consumidores de comércios populares e de pequenos e grandes shoppings a respeito do Código de Defesa do Consumidor. Às mulheres soteropolitanas, Roberta reservou um capítulo especial de sua vida, criando o Move Mulher, um movimento de expansão política e desenvolvimento feminino. Assim, levou educação, cultura e debate político, tratou de temas específicos femininos e formou politicamente mulheres de bairros de Salvador, no Subúrbio, em Cajazeiras e Castelo Branco, instruindo mulheres sobre seu papel de líderes de seus negócios, comunidades, família e de suas próprias vidas.

Os outros candidatos eleitos pela primeira vez

Emerson Penalva (Podemos)
Quantos votos recebeu: 9.129 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 96,3 mil (Fonte: TSE)

Julio Cesar dos Santos (Republicanos)
Quantos votos recebeu: 8.810 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 30 mil (Fonte: TSE)

Debora Santana (Avante)
Quantos votos recebeu: 7.586 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 95,6 mil (Fonte: TSE)

Daniel Alves (PSDB)
Quantos votos recebeu: 5.647 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 102,9 mil (Fonte: TSE)

Anderson Ninho (PDT)
Quantos votos recebeu: 5.289 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 25,2 mil (Fonte: TSE)

Tiago Ferreira (PT)
Quantos votos recebeu: 4.610 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 32,6 mil (Fonte: TSE)

Irmão Lázaro (PL)
Quantos votos recebeu: 4.273 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 340 mil (Fonte: TSE)

Dr. Jose Antonio (PTB)
Quantos votos recebeu: 4.192 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 24,5 mil (Fonte: TSE)

Marcelo Maia (PMN)
Quantos votos recebeu: 3.460 votos (Fonte: TSE)
Quanto custou a candidatura: R$ 4,5 mil (Fonte: TSE)

 

Fonte: Correio*

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    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

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    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

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