Primeiros passos: confira as cinco prioridades de Bruno Reis para 2021

Primeiros passos: confira as cinco prioridades de Bruno Reis para 2021

Elaborar políticas públicas, liderar uma equipe de secretários e atender demandas de uma população que, no caso de Salvador, é de 2,9 milhões de habitantes. Naturalmente, ser prefeito não é tarefa fácil, mas em 2021 os novos gestores precisam lidar com mais um desafio: a pandemia de covid-19. Nesse cenário, Bruno Reis, o 70º prefeito de Salvador, assume o cargo com desafios e prioridades jamais enfrentados anteriormente.

“A cidade sabe que pode esperar de mim muito trabalho. Isso sempre foi uma marca da minha trajetória na vida pública. Eu gosto de trabalhar”, garantiu o prefeito.

Em conversa com o CORREIO na manhã de sábado (2), enquanto entregava as obras de requalificação da nova Estrada das Pedreiras – seu primeiro ato público como prefeito -, Bruno contou quais serão suas principais prioridades para 2021.

De cara, ele já disse que, pelo menos em janeiro, não deve aumentar a passagem de ônibus na cidade. Também explicou que pretende criar ações de geração de emprego e promoção de mais infraestrutura na capital baiana. O enfrentamento da pandemia de covid-19, nas diversas áreas de Salvador, é algo que deve nortear todo o ano. Confira a lista completa:

Saúde
“A palavra de ordem é a guerra contra o coronavírus. Nossa prioridade sempre foi e será a vida das pessoas. Nós não vamos admitir ter colapso na rede de saúde e, se para isso for necessário tomar medidas que aumentem o isolamento social, não teremos receio de fazer. Nós vamos seguir ampliando leitos de UTI em 2021 – faltam apenas 20 para estabelecermos o número máximo que tivemos no auge da pandemia -. Também estamos articulando para adquirir as vacinas.

Não é fácil, pois todo mundo quer adquirir o imunizante e nós precisamos de pelo menos 380 mil doses para idosos e profissionais da saúde. É um número expressivo que vai demandar recursos públicos. Já temos 103 mil doses acertadas com o Instituto Butantan para profissionais da saúde. O restante, caso o governo federal não forneça, teremos que fazer parcerias com outros municípios e estados para adquirir em conjunto. Estamos em conversas com as instituições”.

Educação
“Temos que retomar a educação em Salvador. Nós praticamente perdemos o ano de 2020. Temos que ter uma estratégia para recuperar o que foi perdido e não perder o ano de 2021. Sobre a previsão de volta as aulas, a ideia é que prefeitura e governo do estado tomem essa decisão em conjunto, pois nós pretendemos sincronizar o calendário. As crianças quando saem do Ensino Fundamental II ingressam nas escolas estaduais. Então, é preciso ter essa coincidência. Se a pandemia permitir, a ideia é que a gente possa retornar com segurança em fevereiro.”

Transporte
“A pandemia também afeta o transporte público e a gente já vem chamando atenção desse problema há muito tempo. O sistema está em crise no país, com paralizações e greves em diversas capitais. A crise econômica afeta mais ainda esse problema. Em Salvador tivemos o agravante da chegada do metrô, que fica com 60% da tarifa, o que desequilibrou ainda mais a equação financeira. Na pandemia, tivemos que rodar com uma frota superior ao número de passageiros transportados, o que gerou um déficit ainda maior, a ponto de um consórcio quebrar. E a prefeitura teve que intervir.

Nós investimos R$ 85 milhões em 2020 e vamos investir mais R$ 15 em 2021. Mas a prefeitura não tem condições de tirar tanto dinheiro para esse setor e continuar investindo em outras áreas. Temos que ter um apoio federal. O presidente Bolsonaro vetou um projeto que a Câmara aprovou e nós vamos nos mobilizar para o congresso derruba o veto ou aprova outra matéria. Também tem que mobilizar a Câmara e o governo federal para desonerar o sistema, reduzindo impostos e insumos. É uma solução que depende de outras esferas de poder e nós precisamos desse diálogo.

Vencida essas etapas a gente vai retomar a ampliação de linhas, de ônibus, inclusive com ar-condicionado. Nesse mês não teremos reajuste na tarifa. Vamos nos debruçar sobre esse contrato que prevê o reajuste da passagem anualmente, mas com transparência e participação do Ministério Público”.

Geração de emprego
“Esse já era o maior problema da cidade e depois da pandemia do coronavírus veio a do desemprego. Por isso criamos a Secretária do Desenvolvimento Econômico. Vamos atrair investimentos, parcerias, buscar novos negócios, identificar novos vetores de crescimento econômico na cidade, vamos seguir investindo recursos públicos em obras que já iniciamos e outras que vamos começar. Temos que melhorar cada vez mais o ambiente de negócio. A ideia é fazer a economia crescer, gerando oportunidade de emprego e renda para as pessoas”.

Infraestrutura
“Eu conheço profundamente essa cidade e sei que existem outras vias, algumas previstas no meu plano de governo e outras já sendo construídas, como a ligação Gal Costa – Pau da Lima e BR – Mata Escura. Tudo isso ajuda melhorar a mobilidade nos bairros. Nossa gestão investiu nos últimos oito anos em mais de 640 quilômetros em vias. Só em asfalto foram mais de R$ 500 milhões investidos.

A cidade nunca teve tanto investimento em infraestrutura asfáltica como teve nessa gestão. E seguiremos investindo, pois o asfalto evita que as pessoas tenham que conviver com poeira em época de sol ou com a lama durante as chuvas. Quando você faz uma via organizada, com drenagem, resolve problema de alagamento e traz qualidade de vida para as pessoas. Estudamos outras vias na cidade, algumas com desenvolvimento de projetos, como a ligação CAB – Novo Horizonte”.

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    A BYD ganhou um concorrente pelo complexo da Ford nos minutos finais do prazo para a manifestação de interessados em comprar a antiga fábrica da montadora americana em Camaçari, fechada em janeiro de 2021 e que hoje pertence ao governo da Bahia. O empresário brasileiro Flávio Figueiredo Assis entrou na disputa para erguer ali a fábrica da Lecar e construir o futuro hatch elétrico da marca, que, diz, deve ter preço abaixo de R$ 100 mil.

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    O documento da SDE, ainda segundo a Folha, diz que a BYD havia apontado interesse no complexo industrial de Camaçari, mas outros interessados também poderiam "manifestar interesse em relação ao imóvel indicado e/ou apresentar impedimentos legais à sua disponibilização, no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir desta publicação".

    A montadora chinesa anunciou em julho passado, em cerimônia com o governador Jerônimo Rodrigues no Farol da Barra, um investimento de R$ 3 bilhões para construir no antigo complexo da Ford três plantas com capacidade de produção de até 300 mil carros por ano.

    A reportagem da Folha afirma que a BYD já está ciente da proposta e prepara uma resposta oficial a Lecar. E que pessoas ligadas à montadora chinesa acreditam que nada irá mudar nas negociações com o governo baiano porque Assis estaria atrás apenas de uma jogada de marketing. O empresário, por sua vez, disse ver uma oportunidade de bom negócio, pois os valores envolvidos são atraentes.

    Procurada pelo CORREIO, a BYD afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto, e que o cronograma anunciado está mantido.

    Em nota, a SDE apenas confirmou que a Lecar encaminhou e-mail ontem afirmando ter interesse na área da antiga Ford. A secretaria, diz a nota, orientou a empresa sobre como proceder, de acordo com as regras do processo legal de concorrência pública em curso.

    Entre as perguntas não respondidas pela pasta na nota estão o prazo para a conclusão da definição sobre a área e o impacto que a concorrência entre BYD e Lecar traz para a implantação de uma nova fábrica de veículos no estado.

  • Bahia adere ao Dia D de mobilização nacional contra a Dengue

    Em um esforço para combater a crescente ameaça da Dengue, o estado da Bahia se junta ao Dia D de mobilização nacional, marcado para o próximo sábado (2). A informação é da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, que está em Brasília nesta quarta-feira (28) para uma reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Esta iniciativa sublinha a necessidade de uma ação coletiva diária e destaca o papel vital que cada indivíduo desempenha na prevenção da doença. Com o apoio do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-BA), da União dos Municípios da Bahia (UPB) e do Conselho Estadual de Saúde (CES), os municípios farão mutirões de limpeza, visitas aos imóveis nas áreas de maior incidência e distribuição de materiais informativos.

    A Bahia registra um aumento significativo de casos de Dengue, com 16.771 casos prováveis até 24 de fevereiro de 2024, quase o dobro em comparação ao mesmo período do ano anterior. Atualmente, 64 cidades estão em estado de epidemia, com a região Sudoeste sendo a mais afetada. Além disso, foram confirmados cinco óbitos decorrentes da doença nas localidades de Ibiassucê, Jacaraci, Piripá e Irecê.

    De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o cenário nacional é particularmente desafiador devido ao impacto das condições climáticas adversas e ao aumento exponencial dos casos de Dengue, incluindo a circulação de novos sorotipos (2 e 3), que exigem uma atenção mais integrada.

    Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, o momento é de unir esforços para conter o aumento do número de casos e evitar mortes. "O Governo do Estado está aberto ao diálogo e pronto para apoiar todos os municípios, contudo, cada ente tem que fazer a sua parte. As prefeituras precisam intensificar as ações de atenção primária e limpeza urbana, a fim de eliminar os criadouros, e fortalecer a mobilização da sociedade, antes de recorrer ao fumacê. A dependência excessiva do fumacê, como último recurso, pode revelar uma gestão reativa em vez de proativa no combate à doença", afirma a secretária.

    A titular da pasta estadual da Saúde pontua ainda que o Governo do Estado fez a aquisição de novos veículos de fumacê e distribuirá 12 mil kits para os agentes de combate às endemias, além de apoiar os mutirões de limpeza urbana com o auxílio das forças de segurança e emergência. "Além disso, o Governo do Estado compartilhou com os municípios a possibilidade de adquirir bombas costais, medicamentos e insumos por meio de atas de registro de preço", ressalta Roberta Santana.

    Drones

    O combate à Dengue na Bahia ganhou mais uma aliada: a tecnologia. O Governo do Estado deu início ao uso de drones como nova estratégia para identificar em áreas de difícil acesso focos do mosquito Aedes aegypti, vetor de transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya. As imagens capturadas pelos equipamentos são analisadas pelos agentes de endemias, que conseguem identificar locais com acúmulo de água parada e possíveis criadouros do mosquito, facilitando a ação das equipes e tornando o combate mais eficaz.

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