Estoque para segunda dose da Coronavac em Salvador acaba quinta, diz secretário

Estoque para segunda dose da Coronavac em Salvador acaba quinta, diz secretário

O estoque de vacinas da CoronaVac disponíveis para a aplicação da segunda dose pode acabar já nessa quinta-feira (29), em Salvador, informou o secretário de Saúde, Léo Prates. A capital baiana não recebe novas remessas há 15 dias, o que explica a escassez.

"Só conseguimos garantir a segunda dose até quinta. O problema é que nesse final de semana mais de 20 mil pessoas estão programadas para receber a segunda dose da CoronaVac", alerta o secretário.

No caso da vacina da AstraZeneca, envasada pela FioCruz, o estoque está mais folgado, com doses garantidas até 7 de maio. Por conta disso, a suspensão da aplicação de primeiras doses não é cogitada, por ora, em Salvador.

Especialistas alegam riscos
Com a situação do atraso das vacinas no Brasil, médicos infectologistas apresentam preocupação com a possibilidade da não aplicação da segunda dose no tempo correto. A demora, inclusive, poderia causar até mesmo uma nova forma do coronavírus, mais resistente aos imunizantes e consequentemente mais perigosa à população.

"As consequências das pessoas não receberem as duas doses são trágicas. As vacinas foram programadas para serem aplicadas em duas doses, sendo aplicada uma só, não garante coisa nenhuma. A pessoa vacinada apenas com uma dose pode, inclusive, ser transmissora de uma forma de vírus mais forte e mais resistente. Caso haja um grande atraso, minha orientação é que se reinicie o processo de imunização do início, ou seja, mais duas doses", sustenta o professor Celso Sant'Anna, médico imunologista e docente da Rede UniFTC.

"As duas vacinas que estão disponíveis no Brasil [CoronaVac e AstraZeneca] precisam de duas doses para terem sua eficácia completa. Apenas uma dose pode dar uma certa imunidade, mas ela é insuficiente para proteger o indivíduo. Não podemos prescindir da segunda dose. É necessário que a vacinação seja completa de acordo com as recomendações feitas", afirma a infectologista Fernanda Grassi, da Rede Covida.

"Ainda não sabemos o tempo exato que é aceitável um atraso. A CoronaVac tem uma melhor eficácia quando a segunda dose é aplicada 28 dias após a primeira. Podemos imaginar que uma ou duas semanas não tenha efeitos tão grandes, mas mais que isso, não podemos garantir que a segunda resposta será ótima", finaliza.

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    Drones

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