Aluguel de imóveis para o Carnaval chega a R$ 51 mil em Salvador

Aluguel de imóveis para o Carnaval chega a R$ 51 mil em Salvador

Já é possível escutar os sinais da proximidade da maior festa de rua do planeta. Se o mais chamativo deles é o barulho das estruturas dos camarotes sendo erguidas nos circuitos, há outro discreto e silencioso: as placas de “aluga-se” expostas nas faixadas de apartamentos. Afinal, é no Carnaval que muita gente aproveita para ganhar uma renda extra. Para ficar perto da passagem dos trios elétricos, os preços variam entre R$5.700 até R$51.000 para os pacotes de seis dias em Salvador.

A reportagem realizou uma pesquisa dos imóveis disponíveis para locação entre os dias 16 e 21 de fevereiro nas maiores plataformas de hospedagem online para chegar à média de preços. Mas afinal, o que faz um apartamento ser mais caro do que outros? Especialistas na área explicam que a proximidade dos Circuitos Barra-Ondina e Campo Grande é o fator que mais agrega valor neste período.

Os imóveis que funcionam como verdadeiros “camarotes” e ficam entre o Morro do Gato e o Centro de Educação Física e Esporte da Ufba são alguns dos mais disputados. As opções, no entanto, são muitas e quem deseja economizar pode optar por aqueles que sejam um pouco mais afastados. Além disso, quanto maior for imóvel, os preços aumentam. Varanda, vista para o mar e estacionamento são atributos importantes.

Dentro de um mesmo bairro e a poucos quilômetros de distância, o valor dos alugueis pode variar consideravelmente. Um apartamento de apenas um quarto e um banheiro localizado na Barra, por exemplo, tem diária de R$1 mil. Enquanto isso, passar apenas um dia em um apartamento de alto padrão com quatro quartos e seis banheiros sai por R$8.900.

Os foliões que escolherem a capital baiana são os grandes beneficiados com a variedade de opções. Desde 2018, Hugo Bueno, 32, se planeja para sair de Belo Horizonte (MG), onde vive, e passa o Carnaval em Salvador. Neste ano, o grupo será formado por 20 amigos, sendo que Hugo ficará hospedado em um apartamento com outras nove pessoas.

Para a hospedagem de oito dias, o imóvel com três quartos e dois banheiros, localizado em Ondina, custou, em média, R$14 mil. Depois de dois anos sem curtir a festa, Hugo não esconde a empolgação com a viagem: “Sou apaixonado pelo Carnaval e não tem lugar que me cative mais do que o coração da festa, que é Salvador”.

Para que a negociação seja feita, os donos dos imóveis costumam exigir que até metade do valor do pacote seja pago antes da hospedagem como forma de garantia. Como o aluguel é por temporada, os locatários não são obrigados a comprovar renda, mas são exigidos documentos de identificação. É prática comum que os locadores chequem se os hóspedes possuem processos judiciais.

Apesar de ainda existirem imóveis disponíveis para locação, as próprias plataformas já avisam que eles são escassos. No AirBnb, quem procura por hospedagem no período da folia recebe a notificação "um número de pessoas maior do que o normal está buscando essas datas, então esse é um bom momento para reservar". No Booking.com, a pressão é parecida: 94% dos lugares para ficar estão indisponíveis no nosso site entre 16 e 21 de fevereiro.

Alta de preços

Diferentemente do que aconteceu nos últimos dois anos, a covid-19 não vai impedir que milhares de pessoas de todas as partes do planeta se reúnam nas ruas de Salvador em fevereiro. Porém, os impactos do período de restrições sanitárias não foram completamente dissipados.

Durante a pandemia, menos empreendimentos foram lançados, o que desencadeou um movimento de venda de imóveis em todo o país. Por isso, a oferta está menor do que nos últimos anos. “Muitos imóveis que antes eram para locação foram vendidos na pandemia e a oferta diminuiu. A procura segue grande, o que valoriza os alugueis”, explica Daiane Padilha, que é corretora de imóveis há 14 anos.

Em 2019, o preço médio da diária era de R$576 em Salvador para o Carnaval. Quatro anos depois, a média mais do que dobrou e atinge R$1.182, de acordo com a plataforma Airbnb.

Em outubro de 2020, em meio à pandemia, a aposentada Marlene Luz e o marido decidiram comprar um apartamento como forma de investimento. O prédio escolhido foi o Ondina Apart Hotel, que fica dentro do circuito mais disputado no Carnaval.

Se na baixa estação a diária do apartamento reformado de dois quartos custa R$280, no Carnaval, o preço sobe para R$2 mil – o que representa uma valorização de mais de 600%. Para a dona do imóvel, o investimento tem rendido bons frutos. “A gente consegue alugar o apartamento em todas as épocas do ano”, afirma. Neste Carnaval, o imóvel de Marlene será alugado por dois casais que virão de Goiânia (GO).

“É um momento em que o proprietário consegue dinheiro para pagar as taxas do ano todo, como IPTU e IPVA, além de ficar mais folgado financeiramente”, explica Daiane Padilha.

Cuidados devem ser tomados para não cair em golpes no período de festas

Imagine se programar para alugar um imóvel, efetuar o pagamento adiantado e descobrir que o local não existe. O golpe dos alugueis tem ficado cada vez mais comum, como revela o corretor de imóveis Davi Ribeiro. “Já tive alguns clientes que caíram em golpes e depois procuraram a empresa”, relata.

Para evitar entrar em ciladas na internet, é importante que os hóspedes visitem o local pessoalmente antes de fechar negócio ou que peçam para alguém de confiança checar a existência do local. “Se forem turistas, é importante que não seja feito pagamento antes de chegar um dia antes do prazo para ver pessoalmente o imóvel”, indica o corretor.

A pesquisa minuciosa também se torna uma valiosa forma de evitar golpes. Os locatários devem considerar a avaliação do usuário no site, confirmar se o endereço realmente existe e optar por realizar uma vistoria antes de fechar negócio.

Uma opção para garantir mais segurança é a elaboração de um contrato que seja firmado em cartório. Nele, devem contes informações como data de entrada e saída, valor, forma de pagamento e regras da casa.

 

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