Em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, ficou em 0,37% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O índice teve uma forte desaceleração, registrando uma alta menor que a do mês anterior (1,19%), e foi o mais baixo para um março, na RMS, em três anos, desde 2020, quando havia ficado em 0,10%.
Também foi o menor IPCA-15 do país, inferior ao nacional (0,69%) e o mais baixo dentre os 11 locais investigados separadamente. O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 11 de fevereiro e 15 de março de 2023.
Com a desaceleração expressiva no mês, o IPCA-15 da RM Salvador deixou de ser o mais alto do país no acumulado no ano de 2023, tendo agora o 3º maior índice (2,18%) do primeiro trimestre, abaixo das RMs de Belo Horizonte/MG (2,38%) e Belém/PA (2,23%). O Brasil como um todo registra um índice de 2,01%.
Nos 12 meses encerrados em março, a RMS também deixou de ter o maior índice e agora tem o 2º maior (5,88%), atrás da RM São Paulo/SP (6,17%), mas ainda acima do resultado nacional (5,36%). A tabela a seguir mostra os principais resultados do IPCA-15 de março para o Brasil e cada uma das áreas pesquisadas:
Saúde e habitação puxam IPCA-15 da RM Salvador para cima em março
Apesar da desaceleração frente ao mês anterior, o IPCA-15 de março na Região Metropolitana de Salvador (0,37%) foi resultado de aumentos nos preços médios de sete dos nove grupos de produtos e serviços que formam o índice. Os grupos saúde e cuidados pessoais (1,24%) e habitação (1,28%) tiveram os maiores aumentos médios e exerceram as principais pressões inflacionárias na prévia do mês.
Na saúde, o aumento se deu, principalmente, por conta das altas dos preços dos produtos de higiene pessoal (2,26%), em especial, o perfume (5,89%). A alta do plano de saúde (1,21%) também impactou o grupo como um todo. Em relação à habitação, os preços da taxa de água e esgoto (6,60%), do gás de botijão (2,48%) e da energia elétrica residencial (0,99%) foram as principais influências no aumento geral.
Porém, o item cujo aumento mais impactou, individualmente, o resultado do IPCA-15 na RMS em março foi a gasolina (2,54%), do grupo transportes (0,28%), que apesar do aumento geral, teve também os dois itens cujas quedas de preço foram as que mais seguraram a prévia da inflação: seguro voluntário de veículo (-9,13%) e passagem aérea (-10,35%).
Entre os dois grupos de produtos e serviços que tiveram deflação, segundo o IPCA-15 de março, alimentação e bebidas (-0,39%) foi o que mais contribuiu para frear o aumento do IPCA-15 na RMS.
A queda geral no preço dos alimentos se deu, principalmente, por conta dos tubérculos, raízes e legumes (-5,33%), em especial a cebola (-12,22%) e a batata-inglesa (-14,79%), e também das carnes (-1,42%).
Por outro lado, a cenoura (22,99%) foi, dentre todos os itens, a que mais aumentou de preços na RM Salvador, em março. O outro grupo que apresentou deflação, segundo o IPCA-15, foi artigos de residência (-0,18%), influenciado pela queda de preços dos aparelhos eletroeletrônicos (-0,32%), em especial, do televisor (-1,86%)