O Jornal da Cidade

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Uma disputa de terra é apontada como principal motivação para o assassinato do agricultor Paulo Antônio Ribas Grendene, de 62 anos, no dia 11 de junho, em Barreiras, no Oeste baiano. O secretário da Segurança Pública, Ricardo Mandarino, e a delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, estiveram na cidade para se atualizar sobre a investigação.

O agricultor morto havia denunciado investigados na Operação Faroeste, que apura o envolvimento de membros do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) num suposto esquema de venda de sentenças, formação de quadrilha, grilagens de terra na regO delegado Rivaldo Luz, titular da 11ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Barreiras), explicou que imagens de câmeras no bairro de Bandeirantes, onde aconteceu o crime, estão sendo analisadas pela polícia. Nove testemunhas já foram ouvidas. "A apuração está avançada", afirma.

O secretário diz que as equipes estão totalmente dedicadas na tarefa de desvendar o caso. "Estamos aqui em Barreiras para dar apoio aos nossos policiais e para a população da região Oeste saber que vamos atuar com celeridade", afirma.

Até agora, ninguém foi preso pelo crime.

Morte
O crime aconteceu em Barreiras, na última sexta-feira (11). De acordo com a Polícia Civil, a vítima estava dirigindo seu carro quando foi atingida por disparos de arma de fogo. Ainda segundo a PC, familiares foram ouvidos, imagens de câmeras de vigilância foram requisitadas.

Grendene era natural de Nova Londrina, no Paraná. Seu corpo foi levado para o sepultamento que aconteceu no último domingo (13), em sua terra natal. A autoria e a motivação ainda estão indefinidas.

Em contato com a delegacia, o CORREIO conseguiu apurar que as investigações ainda estão em fase preliminar. Os policiais realizaram diligências para tentar localizar os suspeitos, que estavam encapuzados num Fiat Uno.

A vítima levou tiros de uma espingarda 12 mm e pistola calibre 9 mm. De acordo com uma fonte da delegacia, foi um crime premeditado e feito por profissionais.

O Ministério Público estadual, por meio do promotor de Justiça Luciano Valadares Garcia, recomendou que os prefeitos dos municípios de Bom Jesus da Lapa, Serra do Ramalho, Sítio do Mato e Paratinga coíbam a realização de quaisquer festejos juninos no ano de 2021. O MP recomenda que os gestores suspendam a realização de todos os eventos festivos ligados ao período junino, como shows musicais e quadrilhas, e também que não concedam espaços públicos para realização de eventos particulares da mesma natureza.

O promotor de Justiça pede que os gestores reforcem a divulgação de campanhas de conscientização, bem como as medidas de fiscalização para evitar aglomerações no período junino, adotando as medidas legais cabíveis. Na peça, o MP lembra aos prefeitos que, em decorrência da pandemia, as aglomerações, sobretudo em caso de presença de infectados, podem ser enquadradas nos tipos penas de infração de medida sanitária e de omissão de notificação de doença.

A recomendação levou em consideração que o último Boletim de Monitoramento da Covid-19, de 15 de junho de 2021, divulgado pela Prefeitura e Secretaria de Saúde de Bom Jesus da Lapa, cidade que atende a região, dá conta de que a UTI do Hospital Carmela Dutra registra um índice de 100% de ocupação, com todos os 10 leitos preenchidos, e que os 23 leitos clínicos no município destinados à Covid-19 também estão todos ocupados.

No município, foram registrados 98 novos casos, totalizando 4.981 casos, e 70 mortes. Em Serra do Ramalho, o monitoramento dá conta de que foram registrados oito novos casos, totalizando 794 casos, e 32 mortes. Já em Sítio do Mato, o controle registra quatro novos casos, totalizando 190 casos, e cinco mortes. O boletim de Paratinga revela a ocorrência de cinco novos casos, totalizando 1.102 casos, e 19 mortes.

A polícia apreendeu R$ 670 mil na noite de quinta-feira (17), em uma fazenda do Povoado de Encruzilhada, no município de Vitória da Conquista. A fazenda está registrada no nome do irmão de um prefeito de uma cidade do Estado de São Paulo. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) não divulgou o nome do município, mas o CORREIO apurou que trata-se do prefeito de Embu das Artes, Ney Santos, que se encontrava no momento da ação. Já o irmão dele, não estava na fazenda.

O gerente da fazenda, que não teve a identidade divulgada, foi preso em flagrante, com armas e munições. Com o gerente foram apreendidos uma pistola calibre 380, uma carabina calibre 22 e mais de 250 munições. Ele foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, mas pagou fiança no valor de R$ 27 mil e foi liberado.

No momento do cumprimento da ordem judicial, foi encontrada uma aeronave modelo King Air, estacionada da pista de pouso e ao entrar na sede da fazenda, e a quantia de R$ 670 mil. O prefeito de Embur das Artes negou ser o proprietário do imóvel e do dinheiro. Ainda não foram entregues documentos que comprovam a origem do dinheiro.

O prefeito que já foi condenado pela Justiça de São Paulo por disparo de arma de fogo em via pública, também é investigado por envolvimento com o tráfico de drogas. Foi arbitrada a fiança de R$ 27 mil para o gerente, que imediatamente foi paga. Os policiais investigam se o dinheiro faz parte de corrupção ou de alguma outra atividade ilícita. Segundo o CORREIO apurou, a família do prefeito passaria as festas juninas no local.

Participaram da operação intitulada “Narco Divisa”, a 10ª Coorpin de Conquista, a 21ª Coorpin de Itapetinga, a Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes de Conquista e o Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco). Na hora que a polícia chegou ao local encontrou mais de 50 trabalhadores no local.

O setor de construção civil da Bahia está bem mais enxuto desde o início da pandemia, conforme revelado pela Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (17) com dados de 2019. Em 31 de dezembro daquele ano, estavam abertas 2.372 empresas da construção civil no estado, número 9,2% abaixo do registrado em 2018 (2.613) e o menor desde 2011. De acordo com economista ouvido pelo CORREIO, esse cenário não deve mudar no curto prazo. No entanto, a queda no número de CNPJ’s abertos não significa necessariamente um choque no setor e nem na sua capacidade de gerar empregos.

Pelo menos, é isso que garante Carlos Henrique Passos, diretor de relações institucionais do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA), que cita que, em 2021, 7 dos 52 mil empregos gerados na Bahia foram na construção civil. “Como os negócios são muito individuais e não há grandes obras públicas ou imobiliárias, os contratos estão menos amplos, o que deixa empresas menores de fora. É preciso analisar o setor todo e não só olhar para o que se perdeu. Estamos relativamente bem dentro de uma economia complicada”, garante.

Um exemplo desse bom andamento do setor é a MRV Construtora. “Nosso nível de contratação de mão de obra, por exemplo, apresentou aumento para garantir o cumprimento de cronogramas de entregas e em função das várias obras que estão sendo iniciadas no estado. Em Salvador e Região Metropolitana foram lançados três empreendimentos nesta primeira metade de 2021 e novos lançamentos de imóveis vão ocorrer para atender clientes de diferentes faixas de renda”, afirmou a empresa em nota enviada à reportagem.

Para Passos, o fechamento de quase trezentas empresas poderia indicar uma alta na desocupação de postos de trabalho, mas não é o que tem acontecido segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que também são destacados por ele. “Quando o foco é o que se tem hoje e a economia que estamos lidando, estamos bem. Nós perdemos, em 2020, 638 postos de trabalho, o que é pouco se considerarmos a pandemia. O setor de serviços, por exemplo, perdeu cerca de 10 mil vagas. O segmento que gerou emprego foi basicamente a agropecuária, com 2 mil postos sendo ocupados”, salienta.

Realidade diferente

A necessidade de avaliar o setor com foco no que temos hoje como realidade econômica é reforçada pelas falas de Tiago Brito, economista e head de mercado de capitais da Arazul Capital, que explica que existe uma diferença considerável para o que se viu na Bahia - e no Brasil - até 2014, quando havia uma crescente na construção civil porque existia uma alta de investimento do governo em obras públicas, o que, segundo ele, é um dos principais indutores da construção civil.

“Antes, tínhamos refinarias sendo construídas, rodovias sendo duplicadas, usinas hidroelétricas, termoelétricas e o governo federal como carro chefe de todo esse cenário, mas o governo deixou de ter liquidez para tocar essas obras. O Brasil hoje é um canteiro de obras paradas e a Bahia também se encontra na mesma situação, o que maltratou a construção civil”, informa.

Mariana Viveiros, supervisora de disseminação de informações do IBGE, ratifica tanto as falas do economista como do diretor do Sinduscon, explicando que há uma mudança no perfil do setor e que, a partir dessa alteração, existe um crescimento que mostra recuperação da construção civil baiana. "O setor vem encolhendo a partir de 2015 e 2016, um movimento contínuo que a gente vem verificando com a redução de empresas que vão fechando as portas. O que parece é que há mesmo uma mudança de estrutura na construção civil do estado, que está mais enxuto, o que não quer dizer que é menos importante economicamente porque o valor agregado por ele mostra um crescimento recente", conta Mariana, citando a recuperação de 2018 e 2019 no ramo.

Motivos da queda

Para Passos, o encolhimento constatado quando o assunto é volume de empresas no setor em território baiano é resultado da soma de um problema da área imobiliária com os problemas nas obras públicas, reduzindo a oportunidade de serviços para empresas que contavam anteriormente com a execução de programas como o Minha Casa, Minha Vida. “Temos poucos investimentos em obras públicas e, quando elas existem, são na área de mobilidade urbana, logística ou mesmo de rodovias. Não são obras que geram oportunidades distintas também para os pequenos, como as de edificações. Começou a surgir até uma recuperação do mercado imobiliário em 2019, mas aí veio a pandemia”, relata.

Outro ponto que é crucial para explicar o processo de diminuição do número de empresas nos últimos anos é a "dilaceração" de grandes construtoras da construção civil baiana, como a Odebrecht e a OAS durante a Lava Jato. É o que diz Tiago Brito, que explica que essas empresas eram responsáveis por um volume alto de construtoras subcontratadas, gerando renda também para pequenas empresas no ramo.

“Eram grandes empregadores, também subcontratavam empresas menores, empresas satélites do próprio estado para tocar obras em todo território baiano. Sem dúvida nenhuma, a queda dessas construtoras baianas que foram alvo da Lava Jato diminuiu o tamanho dela e limitou também o alcance delas em serviços na Bahia, o que influencia bastante na queda da nossa construção civil”, afirma.

O último fator apontado pelo economista como vetor da queda do volume de contratação e o consequente fechamento das empresas é o crédito imobiliário, que é um dos principais ativos para incorporação imobiliária. “Com alto desemprego e alta informalidade, você não consegue crédito imobiliário. Se eu tô desempregado ou trabalhando no mercado informal, não consigo financiar um apartamento na Caixa Econômica pela fragilidade da minha renda. A Caixa não vai me conceder um empréstimo de 30 anos se eu não tiver uma renda comprovada. O mercado imobiliário depende de crédito imobiliário, depende de renda, das pessoas empregadas”, alerta.

 

Para fazer cumprir o decreto estadual que proíbe aglomeração devido à pandemia de covid-19, a Operação São João, da Polícia Militar, vai contar com o incremento no efetivo de 7,5 mil policiais em todo território baiano. Eles estariam de folga no período, mas serão convocados para trabalhar. O reforço será empregado entre os dia 23 e 28 deste mês.

O efetivo da PM baiana é 32 mil policiais e, como os 7,5 mil agentes do reforço dessa operação estão dentro desse grupo, um dos resultados será o pagamento de horas-extras. Isso irá provocar um custo superior a R$ 1 milhão ao Governo do Estado. "Serão 7 mil no interior e 500 na capital. Como será isso? Essa mobilização de efetivo vai gerar um investimento de R$ 1,1 milhão de deslocamento, pagamento de horas extras, diárias. A gente pega o pessoal de folga em regime extraordinário e incrementa esse policiamento nessas cidades", declarou o oficial do Comando de Operações Policiais Militares (COPPM), o major Edmundo Assemany.


O major revelou ainda que as abordagens serão meramente preventivas. "O nosso objetivo primordial é fazer cumprir o decreto estadual que proíbe aglomerações, seja ela qual for. Então, tudo o que vier em mente. Mas o nosso foco é o trabalho educacional. A gente não quer ir lá para prender. O nosso interesse é meramente educacional. Agora, diante à insistência, os indivíduos serão conduzidos à delegacia para as medidas cabíveis", pontuou.

A PM terá o policiamento ainda mais reforçado nos municípios onde a tradição do São João é mais forte, isso inclui as tradicionais guerras de espadas. "O foco da PM é fazer cumprir o decreto estadual. Havendo aglomeração de pessoas do jeito que seja, a gente vai atuar para acabar. Não importa que seja guerra de espada ou paredão, como acontece em algumas localidades da capital, como no Subúrbio. Por exemplo, em Cruz das Almas, que tem a tradição da guerra (de espadas), a polícia vai chegar preventivamente para evitar que aconteça aglomeração. Ocorrendo o descumprimento do decreto, a nossa principal conduta é orientar. Insistindo, os responsáveis serão conduzidos à delegacia para registro de ocorrência", declarou o major.

Ele detalhou também como será a atuação dos policiais. "O decreto faz uma ressalva permitindo a realização de eventos científicos ou profissionais com até 50 pessoas, utilizando máscara, observando o distanciamento, uso do álcool em gel. São João é uma festa tradicional. Se um cidadão está em sua casa, com sua mulher e seus filhos e resolve aceder uma fogueira no quintal, não vejo nenhum mal nisso. O que a gente chama de festas de aglomeração? São locais onde as pessoas estão sem máscaras, não respeitando o distanciamento e nem a quantidade de pessoas. A gente pede também o bom senso das comunidades", completou.

Por fim, o major garantiu que, apesar das ações para o período do São João, o policiamento ordinário está mantido. "Todo o esforço ordinário da PM está mantido. O que vamos fazer é incrementar o policiamento". Ele pediu ainda para que as pessoas denunciem aglomerações e festas clandestinas. "Avise a Polícia Militar do seu município através do 190 ou então através do novo número do Disque Denúncia, 181, que atende todo o estado da Bahia".

Histórico ruim

No ano passado, mesmo com ações para conter aglomerações, tomadas pelas autoridades baianas, não houve jeito: os casos de covid-19 cresceram em até 280% nos municípios onde os festejos juninos são tradicionais, como Cruz das Almas, Amargosa, Santo Antônio de Jesus, Bonfim e Mucugê.

Algumas prefeituras ponderaram que houve aumento do número de testagens e afirmaram ter empreendido todos os esforços para barrar os visitantes e os festejos entre pessoas de casas diferentes, mas depoimentos de moradores, autoridades e da própria polícia mostram que o São João de 2020 teve influência direta no crescimento.

Mucugê, por exemplo, investiu em campanhas educativas e preventivas, e fechou todo o setor de hospedagem, proibiu que se acendessem fogueiras e soltassem fogos e instalou uma barreira sanitária na entrada da cidade, mas, ainda assim, obteve aumento de 200% nos casos. O município de pouco mais de 9 mil habitantes saltou de quatro para 12 infectados.

Em Senhor do Bonfim, o número de infectados pulou de 86 para 167. Santo Antônio de Jesus (SAJ) também investiu em uma comunicação que desestimulasse o turismo na cidade no período junino, além de ter recebido montagem de barreiras sanitárias nas entradas da cidade com apoio da Polícia Militar, mas, em números absolutos, teve a maior alta, de 253 casos para 571.

Na capital, uma força tarefa comandada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) dispersou 32 aglomerações e desmontou 39 fogueiras em 26 bairros na noite do dia 23 de 2020. Além disso, a Prefeitura havia decretado a proibição de qualquer atividade sonora nas ruas durante a pandemia, independentemente do índice de decibéis. Mas, na noite de São João, a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) registrou 495 denúncias de poluição sonora em Salvador, número seis vezes maior do que o normal para a Operação Sílere, que, esse ano, faz nove anos de atuação.

O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, disse nesta quinta-feira (17) que vai sugerir uma mudança nos critérios de distribuição das vacinas contra a covid-19 no estado. A ideia é que a divisão aconteça de maneira proporcional ao número de habitantes de cada cidade, com a imunização seguindo um critério etário.

O assunto será discutido hoje à tarde, em reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), instância deliberativa que reúne representantes dos 417 municípios baianos e do estado.

Segundo o secretário, o Ministério da Saúde já reconheceu que por adotar a última campanha de influenza como base para a distribuição da vacina acabou criando assimentrias. "Há localidades com mais de 80% da população vacinada, enquanto outras, tem pouco mais de 30%", diz Fábio. "Diante disso, farei a proposta para que a distribuição seja proporcional ao número de habitantes de cada município em relação ao estado e que a imunização seja exclusivamente por idade ao invés de grupos prioritários”, acrescenta.

Nas redes sociais, Fábio falou que é preciso que "seja feita uma forma de ajuste para que possamos liberar mais vacinas de forma mais estratégica", para atingir uma "equalização" em todo estado.

O secretário de Saúde de Salvador, Leo Prates, comentou a possibilidade. "É um avanço a CIB colocar como critério de distribuição a população. Mas, nós defendemos também que eventuais assimetrias entre a proporção do município vacinadas seja corrigida. O princípio do SUS é igualdade e a Bahia deve ser a terra da igualdade", escreveu em uma rede social.

A Bahia tem 11.148.781 de habitantes acima de 18 anos, segundo estimativa do governo. Até agora, são 4.243.404 vacinados com a primeira dose, o que representa mais de 38% da população projetada.

A crise econômica, agravada pela pandemia do novo coronavírus, que deixou milhões de trabalhadores e trabalhadoras desempregados e informais sem renda, aliada a falta de políticas públicas efetivas e propostas concretas para aquecer a economia e gerar emprego, aumentou a desigualdade de renda, derrubou o rendimento médio do trabalho e deixou os brasileiros mais infelizes.

Estudo de Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social), publicado no jornal Valor Econômico, comprova que os brasileiros estão mais tristes, estressados e com mais raíva.

Uma medida geral de felicidade obtida a partir do levantamento da Gallup World Poll mostra que, numa escala de 0 a 10, a satisfação do brasileiro ficou em 6,1 no ano passado, uma queda de 0,4 ponto percentual ante 2019, atingindo o menor ponto da série histórica.

A média de 40 países aponta que a percepção de felicidade ficou estagnada de 2019 a 2020: de 6,02 para 6,04. A pesquisa inclui nações como Áustria, China e Zimbábue.

Os mais infelizes, claro, são os mais pobres que mais estão sofrendo as consequências do agravamento da crise econômica e da falta de políticas efetivas do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) para ajudar os mais vulneráveis, gerar emprego e renda, vacinas toda população para a economia voltar a crescer. E para piorar, em setembro do ano passado, Bolsonaro reduziu o valor do auxílio emerencial aprovado pelo Congresso Nacional de R$ 600 para 300. Este ano, depois de três meses sem pagar o benefício, reduziu mais ainda e passou a pagar entrre R$ 150 e R$ 375 reais e ainda para apenas metade as pessoas que receberam em 2020.

Neste cenário, o estudo da FGV mostra que a queda geral da satisfação foi puxada pelos 40% mais pobres e o grupo intermediário, entre os 40% a 60% mais pobres. Já nas duas camadas acima, a avaliação ficou praticamente igual de um ano a outro.

“A nota média de felicidade dos 40% mais pobres fica em outro patamar (5,5) em relação aos grupos de renda mais alta, todos acima de 6, chegando a 6,9 nos 20% mais ricos. A diferença entre os extremos era de 7,9% em 2019 e sobe para 25,5% na pandemia”, disse Neri ao jornal, destacando que o dado é consistente com a disparidade no mercado de trabalho.

Brasileiros estão mais preocupados, com mais raiva, estresse e tristeza

O agravamento da crise gerou ainda uma onda de emoções negativas entre os brasileiros, relatava a reporetagem. Também de 2019 a 2020, aumentou de 56% para 62% a fatia de brasileiros que disseram estar preocupados, enquanto a média de 40 países aumentou só 2,4 ponto, de 38,5% para 40,9%.

Os brasileiros disseram ter sentido mais raiva (24%), estresse (47%) e tristeza (31%).

Desigualdade

Ainda segundo a reportagem, a renda média per capita recuou pela primeira vez abaixo de R$ 1 mil mensais, para R$ 995 no primeiro trimestre de 2021, ainda segundo o estudo. O dado caiu 11,3% ante um ano antes, quando estava em R$ 1.122, o maior nível da série iniciada em 2012.

O estudo da FGV Social considera a renda efetivamente recebida do trabalho dividida pelos integrantes da família, e usa os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já a renda do trabalho na população em idade ativa, considerando os desocupados, caiu 10,89% entre os primeiros trimestres do ano passado e deste ano. Entre a fatia dos 50% mais pobres, o recuo foi o dobro, de 20,81%. Para a população em geral, a queda na taxa de participação no mercado de trabalho respondeu por mais de 80% do recuo na renda. Já entre os mais pobres, o aumento da taxa de desemprego teve peso maior.

Com a pandemia, criminosos estão aproveitando o maior tempo on-line das pessoas e o aumento das transações digitais devido ao isolamento social para aplicar golpes financeiros. Mensagens de ofertas tentadoras e atrativas que, na verdade, direcionam para sites falsos, ou ainda o uso de avisos para que a pessoa recadastre urgentemente seus dados junto a uma instituição, escondem crimes que causam dor de cabeça e grande prejuízo financeiro para o consumidor.

Levantamentos feitos pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) mostram o crescimento de tentativas de várias modalidades de fraudes financeiras contra os brasileiros durante a crise da Covid-19.

Comparado com o primeiro semestre do ano passado, a Febraban aponta que o volume de ocorrências do golpe da falsa central telefônica e do falso funcionário, por exemplo, aumentou cerca de 340%. A federação também afirmou que os ataques de phishing dobraram de um ano para outro.

Os golpes mencionados acima são exemplos de fraudes que usam engenharia social, que consiste na manipulação psicológica do usuário para que ele forneça informações confidenciais, como senhas e números de cartões, para os criminosos, ou faça transações em favor das quadrilhas. Atualmente, 70% das fraudes estão vinculadas à engenharia social.

Conheça os golpes mais frequentes


- Golpe do falso motoboy
O que é: O golpe começa com uma ligação ao cliente, de uma pessoa que se passa por funcionário do banco, e diz que o cartão foi clonado, informando que é preciso bloqueá-lo. Para isso, diz o golpista, bastaria cortá-lo ao meio e pedir um novo pelo atendimento eletrônico. O falso funcionário pede que a senha seja digitada no telefone, e fala que, por segurança, um motoboy irá buscar o cartão para uma perícia. O que o cliente não sabe é que, com o cartão cortado ao meio, o chip permanece intacto, e é possível realizar diversas transações.

Como evitar: Fique atento! Nenhum banco pede o cartão de volta ou envia qualquer pessoa ou portador para retirar o cartão na casa dos clientes. Então, desligue o telefone e ligue, de outro aparelho, para o banco, para verificar se realmente houve alguma irregularidade.

- Golpe do Falso Funcionário do banco
O que é: O fraudador entra em contato com a vítima se passando por um falso funcionário do banco ou empresa com a qual o cliente tem um relacionamento ativo. O criminoso informa que há irregularidades na conta ou que os dados cadastrados estão incorretos. A partir daí, solicita os dados pessoais e financeiros da vítima. Com os dados em mãos, o fraudador realiza transações fraudulentas em nome do cliente.

Como evitar: O cliente deve sempre verificar a origem das ligações e mensagens recebidas contendo solicitações de dados. É importante ressaltar que o banco nunca liga para o cliente pedindo senha nem o número do cartão e também nunca liga para pedir para realizar uma transferência ou qualquer tipo de pagamento. Ao receber uma ligação suspeita, o cliente deve desligar, pegar o número de telefone que está no cartão e ligar de outro telefone para tirar a limpo essa história.

Phishing (pescaria digital)
O que é: O phishing, ou pescaria digital, é uma fraude eletrônica cometida pelos engenheiros sociais que visa obter dados pessoais do usuário. A forma mais comum de um ataque de phishing são as mensagens e e-mails falsos que induzem o usuário a clicar em links suspeitos. Também existem páginas falsas na internet que induzem a pessoa a revelar dados pessoais. Os casos mais comuns de phishing são e-mails recebidos de supostos bancos com mensagens que afirmam que a conta do cliente está irregular, ou o cartão ultrapassou o limite, ou que necessita revalidar seus pontos nos programas de fidelidade, atualizar token ou, ainda, que existe um novo software de segurança do banco que precisa ser instalado imediatamente pelo usuário.

Como evitar: Sempre verifique se o endereço da página de internet é o correto. Para garantir, não clique em links: digite o endereço no navegador. Além disso, nunca acesse links ou anexos de e-mails suspeitos. Mantenha seu sistema operacional e antivírus sempre atualizados. Sempre prefira comprar em sites conhecidos, e nunca use computadores públicos para comprar algo no comércio virtual. Não repasse a outra pessoa nenhum código fornecido por SMS ou imagem de um QR Code enviado para autenticar alguma operação. Na dúvida, fale com seu banco.

- Golpe do falso leilão
O que é: O fraudador envia um link à vítima que simula um falso leilão. Para que possa ser dado um lance, a vítima tem que preencher formulários com seus dados pessoais e financeiros ou depositar um valor na conta do fraudador. Com dados como senha, número do cartão e CPF, o fraudador consegue fazer transações fraudulentas em nome do cliente.

Como evitar: O cliente nunca deve enviar dados, senhas e acessos a ninguém. É necessário sempre verificar a origem dos links recebidos antes de clicá-los. Além disso, deve-se verificar a veracidade do site de leilão e avaliações de outros usuários.

- Golpe do extravio do cartão
Como é: No trâmite de entrega do cartão até a vítima, fraudadores furtam a correspondência contendo este cartão. Depois, ligam para a vítima se passando por um funcionário do respectivo banco informando que houve problemas na entrega do cartão. Para a resolução deste suposto problema, solicitam à vítima a senha deste cartão. Com os dados descobertos, fazem transações em nome da vítima.

Como evitar: O cliente nunca deve enviar dados, senhas e acessos a ninguém. Também nunca deve preencher formulários na internet com dados pessoais e financeiros sem verificar a origem. Caso o prazo de entrega do cartão se esgote, é preciso informar o gerente sobre o atraso.

- Golpe do delivery
Como é: O cliente faz seu pedido via aplicativo. O entregador apresenta uma maquininha com o visor danificado ou de uma forma que impossibilite a visualização do preço cobrado na tela, sendo um valor acima do real cobrado. Só depois de algum tempo, a vítima percebe que efetuou um pagamento elevado.

Como evitar: O cliente deve sempre checar o preço cobrado no visor da maquininha e nunca deve aceitar maquininhas onde os valores que são cobrados não estejam visíveis. De preferência em fazer o pagamento via aplicativo e não no momento da entrega.

A Federação Baiana de Desportos Aquáticos (FBDA), com o apoio da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), tenta colocar Salvador como sede de uma etapa da Copa do Mundo de maratonas aquáticas em 2022. A competição é organizada pela Federação Internacional de Natação (Fina).

“A Confederação Brasileira já preparou uma proposta para a Fina e a gente espera consolidar o sonho de trazer de volta para a América do Sul uma etapa da maior competição de maratonas aquáticas, onde a Bahia é celeiro de grandes atletas”, comenta o presidente da FBDA, Diego Albuquerque. “Chegou a hora de mostrar para o mundo que, além de ser um celeiro de atletas de alto nível, nós temos talento na organização de grandes eventos”, diz.

Entre os atletas baianos de destaque na modalidade estão Ana Marcela Cunha, cotada inclusive para ganhar medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Allan do Carmo e Victor Colonese. Allan terá a última chance de classificar para a Olimpíada no domingo (20), na seletiva que será disputada em Setúbal, Portugal.

Para conseguir trazer o evento para a capital baiana, a FBDA afirma que está inscrevendo o projeto na Lei Federal de Incentivo ao Esporte e busca o apoio do Governo do Estado, através da Sudesb, Prefeitura de Salvador, Saltur e também de empresas privadas. Salvador já costuma sediar a etapa de encerramento do Campeonato Brasileiro da modalidade.

 

O estado da Bahia foi o maior exportador da região Nordeste em 2020, segundo estudo publicado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Ao todo, as exportações baianas totalizaram cerca de US$ 7,8 bilhões, o que representa cerca de R$ 41 bilhões. Em termos nacionais, a Bahia é o 10º maior estado exportador do Brasil.

O estudo realizado pela Apex-Brasil apresenta um panorama geral da economia baiana, traçando um perfil de potencial exportador a partir de análise de investimentos estrangeiros nesta unidade da federação. A ideia é contribuir para o processo de formulação de políticas públicas para o comércio exterior, uma vez que foi identificado potencial para exportação no estado, que viu o número de empresas exportadoras passar de 423, em 2019, para 558, em 2020.

No ano passado, a Bahia obteve participação de 48,5% nas exportações da Região Nordeste, seguida pelo Maranhão, que concentrou 20,9% das exportações. O principal município exportador é Luís Eduardo Magalhães, que em 2020 exportou cerca de US$ 1,3 bilhão, valor que representa 16,7% do total exportado pela Bahia. O segundo município é Camaçari, responsável por 15,5% das exportações, seguido de São Francisco do Conde. Juntos, foram responsáveis por quase a metade das exportações estaduais.

O documento da Apex-Brasil aponta, ainda, os principais destinos das exportações baianas. A China aparece em primeiro lugar, com 30% do total de exportações, correspondendo a R$ 12,1 bilhões. Em seguida, vêm Singapura e Estados Unidos, demandando mais de 10% das exportações.

Além de traçar o panorama da economia e das exportações baianas, o estudo identificou 387 oportunidades específicas para as exportações da Bahia, mapeadas com base na metodologia da Apex-Brasil e detalhadas por produto e por estratégia de mercado.

Com base na identificação de setores com baixo desempenho exportador com grande potencial ainda não realizado, foram indicados os cinco que apresentaram as maiores chances de negócios para a Bahia no exterior.