O Jornal da Cidade

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A Justiça manteve as prisões preventivas dos ex-prefeitos de Eunápolis, José Robério Oliveira, e de Porto Seguro, Cláudia Oliveira, ambos do PSD. Eles foram presos pela Polícia Federal, na manhã desta terça-feira (15), e passaram por audiência de custódia nesta tarde. O resultado saiu pouco depois das 13h. Outro homem que foi preso na mesma investigação também vai permanecer em prisão preventiva.

Robério foi encaminhado para o Conjunto Penal de Eunápolis, Cláudia para o Conjunto Penal de Teixeira de Freitas, e o outro homem para o Conjunto Penal de Vitória da Conquista. O nome dele não foi divulgado pela Polícia Federal.

Eles estão sendo investigados por um esquema de fraudes em licitações e desvio de dinheiro público. Outros três mandados de prisão preventiva foram expedidos a pedido do Ministério Público Federal (MPF), mas os alvos não foram encontrados e são considerados foragidos.

Segundo a TV Bahia, o ex-vice-prefeito de Porto Seguro, Humberto Gattas, também teve o mandado de prisão expedido, mas a PF não confirmou se ele é o homem preso em Vitória da Conquista ou um dos foragidos. Foi determinado também o sequestro de bens e valores de cerca de R$ 11 milhões dos envolvidos.

Batizada de Operação Fraternos, a investigação da Polícia Federal e do MPF revelou, em novembro de 2017, um suposto esquema de fraudes em licitações de três prefeituras do Extremo Sul da Bahia. Nesta terça, a PF não divulgou os valores desviados, mas o CORREIO apurou que em 2019 os contratos somam R$ 200 milhões.

Os principais alvos da operação são o prefeito Agnelo Silva Santos Júnior (Santa Cruz Cabrália), que foi afastado do cargo por 180 dias, e os ex-prefeitos Cláudia Oliveira (Porto Seguro) e José Robério Batista de Oliveira (Eunápolis). Devido ao grau de proximidade entre eles (Agnelo é irmão de Cláudia, casada com Robério) e os demais investigados é que a operação recebeu esse nome. A apuração conta com apoio também da Controladoria Geral da União (AGU).

A executiva nacional do Democratas anunciou nesta segunda-feira (14), que optou pela expulsão do ex-presidente da Câmara e deputado federal Rodrigo Maia (RJ). Em nota, o partido informou que, "após garantir o amplo direito de defesa ao parlamentar, os membros da Executiva apreciaram o voto da relatora, deputada Prof. Dorinha". "A comissão nacional, à unanimidade de votos, deliberou pelo cometimento de infração disciplinar, e consequente expulsão do deputado", comunica o texto.

Os atritos entre Maia e o partido cresceram durante a eleição para sucessão de Maia na presidência da Câmara, onde Arthur Lira (PP-AL) venceu Baleia Rossi (MDB-SP), candidato de Maia. No mês passado, o deputado Arthur Maia (DEM-BA) havia indicado que a situação havia se tornado insustentável após fortes críticas de Maia ao presidente do partido, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto.

"Mesmo sendo expulso, Rodrigo Maia deverá perder o mandato, pois é óbvio que a agressão gratuita e grosseira contra o presidente do partido configura uma desfiliação indireta", declarou na ocasião Arthur Maia nas redes sociais.

Considerando os meses recentes, Rodrigo Maia é a terceira autoridade a deixar o DEM: em maio, tanto o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, quanto o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciaram que se desligariam da sigla. Na sequência, Garcia anunciou a filiação ao PSDB, enquanto Paes foi para o PSD.

 

Além da psicopatia e barbaridade de seus crimes, também chama a atenção da polícia a habilidade de Lázaro Barbosa, baiano conhecido como o 'Serial Killer de Brasília', em escapar e sobreviver nas matas do Planalto Central. Por conta dessas características 'sobre-humanas', o maníaco vem sido chamado de "satanista" pela polícia do Distrito Federal.

Lázaro mobiliza uma operação que já dura sete dias e reúne mais de 200 policiais à sua procura. Ele é suspeito de ter matado quatro integrantes da mesma família. Durante sua semana de fugas, ele invadiu fazendas, transformou inocentes em refém, roubou e incendiou carros.

Para localizá-lo, policiais estão a pé, usando cães e cavalos. Eles também cercaram a mata entre o DF e o Entorno de Goiás, usando drones e um helicóptero.

Ao todo, 34 propriedades rurais estão ocupadas pela polícia para garantir a segurança dos moradores e encontrar o suspeito. "Ele é o chamado satanista", disse a polícia ao G1.

Satanismo é a "associação simbólica, admiração e até veneração a Satanás". Segundo a polícia, foram encontrados indícios de que Lázaro participe de rituais "desse tipo".

Os investigadores acreditam também que ele "não está disposto a se entregar". Já o que dificulta ainda mais a localização do suspeito, conforme os investigadores, é que Lázaro é "um mateiro experiente, que anda e dorme pelas matas".

Lázaro é tratado pelas autoridades como "psicopata" e "imprevisível". Desde o assassinato da família, em Ceilândia, o criminoso invadiu, pelo menos, mais três propriedades rurais e praticou outros quatro crimes de roubo e ameaças nas regiões do DF, e de Cocalzinho, em Goiás.

Lázaro é natual de Barra do Mendes, cidade na região noroeste da Bahia. Foi lá que ele começou sua jornada de crimes quando tinha 19 anos, ainda em 2007. Seus primeiros assassinatos foram dois homens que tentavam proteger uma garota que ele perseguia por estar supostamente "apaixonado".

Após o duplo homicídio, a história foi parecida com a que vivemos hoje. Durante 15 dias, ele fugiu se escondendo pelas matas e grutas da região. A caçada só terminou quando ele resolveu se entregar para a polícia.

A capacidade de ele se esconder, aliada à violência dos crimes, criou um boato na cidade de que Lázaro havia feito um pacto com o diabo, mesma história contada atualmente.

“A polícia de todo o canto veio atrás dele, mas não o encontrou. O povo dizia que ele tinha feito um pacto com o diabo e virava toco e por isso não era visto. Isso quem contava era o povo da roça, mas a gente sabe que isso tudo é medo. A região é cheia de gruta e ele aproveitava para se esconder. Ele só se entregou à polícia porque estava com fome e uma hora poderia ser morto”, explica uma moradora de Barra do Mendes.

Quando ainda estava escondido na serra, Lázaro usava uma tática para despistar a polícia. Ele usava os chinelos ao contrário, assim produzia pagadas para o sentido contrário que estava indo. “Ele amarrava os pés no lado contrário que as pessoas usam as sandálias, assim fazia uma falsa trilha que levada os policiais para mais distante dele”, relatou.

Crime no DF
200 policiais, sete dias de perseguição e um rastro de sangue pelo caminho. A caçada pelo baiano Lázaro mobiliza a polícia do Distrito Federal após a chacina de uma família em Ceilândia no ultimo dia 9 de junho.

Naquele dia, o suspeito invadiu uma chácara - segundo a investigação, a ideia era roubar a família, mas o crime virou algo muito mais sanguinolento. A empresária Cleonice Marques, 43, teria percebido a ação do bandido e avisado aos familiares. Lázaro então matou o marido e os filhos dela, Cláudio Vidal, 48, e Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. Após o triplo homicídio, ele fugiu levando a empresária, que foi feita refém. A mulher ainda conseguiu ligar para o irmão, que chegou à casa e encontrou os três corpos, mas já não achou Cleonice.

A empresária foi encontrada morta três dias depois, no sábado (12). O corpo estava em um córrego próximo a Sol Nascente, também no Distrito Federal. O cadáver estava sem roupa e com diversos cortes. Exames vão determinar se houve violência sexual.

Desde então, já são seis dias de buscas intensas da polícia do DF por Lázaro. Dois esconderijos onde ele se escondia para cometer crimes em propriedades da região do Incra 9 foram descobertos pela polícia. Todos são em região de mata, comprovando a fama de "mateiro" experiente de Lázaro. Foram encontrados lona, colchões, roupas, calçados e garrafas de água. Ele costumava ficar nesses pontos antes dos crimes. O corpo de Cleonice estava a cerca de 10 minutos de um dos esconderijos.

Lázaro também praticou outros crimes no DF antes. Segundo a polícia, ele é acusado por roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo no DF e em chácaras do estado de Goiás. Ele chegou aser preso em 8 março de 2018, pelo Grupo de Investigações de Homicídios de Águas Lindas, mas fugiu do presídio quatro meses depois, no dia 23 de julho. Desde então, Lázaro estava foragido também no DF.

Nesta terça-feira (15) é o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa e, este ano, de janeiro a abril, a Bahia já registrou 596 crimes contra pessoas nessa faixa etária.

A maioria é vítima do chamado golpe do empréstimo consignado. Funciona assim: o idoso recebe uma ligação de um banco ou empresa de financiamento que oferece o empréstimo. Ele não quer e deixa isso claro na ligação, mas durante a conversa o funcionário consegue informações do idoso e autoriza o procedimento mesmo sem o consentimento. Essa modalidade vem crescendo nos últimos dois anos.

Segundo a titular da Delegacia Especial de Atendimento ao Idoso (Deati), Heleneci Nascimento, algumas vítimas recebem o dinheiro do empréstimo e outras nem isso. Muitos procuram a delegacia de imediato, mas há quem aguarde as primeiras parcelas com os descontos na pensão ou aposentadoria começar a chegar para prestar queixa.

“Os crimes de estelionato lideram as denúncias. Também registramos muitos casos de injúria, violência doméstica e sequestro de bens, mas os crimes cibernéticos, onde está incluída essa categoria de estelionato, são os mais frequentes. Cerca de 40% dos registros que fazemos hoje estão ligados a esse tipo de crime”, contou.

Em 2018, a Polícia Civil registrou 283 ocorrências por estelionato contra idosos, incluindo as situações de empréstimos não autorizados. Em 2019, foram 322 casos e, no ano passado, mais 333 denúncias. Quando a polícia procura as empresas de financiamento, a resposta, geralmente, é de que a operação foi realizada em comum acordo com as vítimas. “Elas negam que tenha cometido algum crime”, afirmou a delegada.

No romance Le Père Goriot, as filhas que aplicam o golpe no pai escapam ilesas, mas, segundo as autoridades, na vida real o final pode ser diferente. O presidente da Associação Brasileira de Procons, Filipe Vieira, explicou que as empresas que forçam os empréstimos estão ferindo o Código de Defesa do Consumidor e podem ser implicadas judicialmente. Ele apresentou outros exemplos.

“Em muitas situações o empréstimo é transferido via TED ou PIX, sem contato prévio, ou seja, o golpe se tornou tão sofisticado que retirou do consumidor a possibilidade de recusar. O valor é creditado sem nem mesmo ele ter conhecimento. As empresas que agem dessa forma podem responder administrativamente, judicialmente e criminalmente”, afirmou.

O órgão coordena uma campanha nacional que cobra dos bancos e das financeiras a concessão de crédito responsável para evitar o chamado assédio de consumo. “O Brasil tem uma lei de proteção de dados, então, eles deveriam estar protegidos, mas são muitos os casos de assédio sobre pessoas aposentadas ou próximas de se aposentar”, disse.

A aposentada Vera Lúcia de Araújo, 71 anos, quase caiu em uma armadilha. “Recebi uma ligação de uma financeira, eles sempre ligam e eu sempre recuso, mas a pessoa ficou insistindo e pedindo para eu confirmar alguns dados. Minha filha percebeu a demora na ligação, pegou o telefone e disse que se eles insistissem ela ia procurar a polícia e o Procon. A pessoa desligou”, contou.

O caso mais recorrente envolvendo empréstimos não autorizados registrados pelos Procons é do banco C6 (Banco Ficsa). Foram 87 ocorrências, nas cinco regiões do país, no ano passado. Em outubro, o Procon Brasil enviou ofício para a Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e para a Federação Nacional dos Bancos (Febraban) cobrando providências.

Além de estelionato, as ocorrências de discriminação contra a pessoa idosa dispararam no ano passado. Foram 416 casos. A polícia acredita que o número é resultado da pandemia. Ameaça aparece na terceira posição, com 268 queixas, seguida de Maus Tratos (153 denúncias) e Lesão Corporal Culposa (90).

Em todo o Brasil, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos registrou, no primeiro trimestre de 2021, 33,6 mil denúncias de casos de violência contra pessoas idosas. Em 2020, os casos de violência contra pessoas vulneráveis (crianças, adolescentes e idosos) superaram 95 mil, ou seja, 11 denúncias recebidas por hora.

Em todas as situações, os idosos podem registrar os casos na Delegacia Especial de Atendimento ao Idoso (Deati), no bairro dos Barris, ou em qualquer delegacia territorial. Também é possível registrar a queixa através da Delegacia Digital.

Fiscalização: 21 empresas foram retiradas do mercado

A Febraban informou que desde que a Autorregulação do Crédito Consignado entrou em vigor, em 2 de janeiro de 2020, aplicou 436 sanções em razão de reclamações de consumidores sobre oferta irregular do produto. No total, 219 correspondentes foram advertidos, 196 tiveram as atividades suspensas temporariamente e 21 foram retirados do mercado.

A Federação citou também a ferramenta ‘Não me pertube’, por meio da qual os consumidores podem proibir instituições financeiras e correspondentes bancários de entrarem em contato para oferecer crédito consignado. Entre janeiro e abril deste ano, 1.526.890 pessoas aderiram ao serviço.

Sobre o alerta dos Procons em relação ao Banco C6, enviado em outubro, a Febraban disse que o banco estava em processo de adesão à autorregulação do consignado na época, e que informou a empresa sobre o ofício para que ela pudesse resolver o problema.

Em nota, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) informou que havia determinado em 2020 a suspensão das operações de crédito consignado do Banco C6.

“A medida envolvia tanto as transações realizadas por meio eletrônico, como as feitas por meio de correspondentes bancários. A medida foi tomada após um aumento no número de reclamações sobre empréstimos não solicitados e depósitos efetuados em conta sem a autorização de clientes. Atualmente, a medida se encontra suspensa por ordem judicial”, diz a nota.

O órgão disse também que o banco manifestou interesse em assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) prometendo cessar as práticas abusivas. “Os termos do acordo ainda serão discutidos em breve. A Senacon recomenda que o consumidor procure o Procon local, caso se sinta prejudicado ou lesado em operações financeiras ou tome conhecimento de operações realizadas sem o seu devido consentimento”.

Procurado, o Banco C6 afirmou, em nota, que todos os casos de contratações com problemas foram apurados e receberam o devido tratamento. A empresa orientou os clientes a usarem os canais oficiais do banco para esclarecer dúvidas, e disse que adotou um novo sistema de tecnologia para aprimorar o serviço.

“Em abril o Banco incluiu um novo protocolo para a formalização dos contratos de crédito consignado, que é a prova de vida biométrica na formalização de 100% dos contratos. Trata-se de ferramenta extremamente moderna e que objetiva otimizar e maximizar as medidas de segurança em benefício ao consumidor”, diz a nota.

Confira dicas do Procon:

Evite passar dados pessoais e bancários para desconhecidos;
Fique atento as movimentações em sua conta bancária;
Quando perceber movimentação estanha sinalize ao banco;
Em caso de débitos ou depósitos pergunte ao banco a origem da movimentação;
Exija que ele desfaça a operação sem custos;
Caso haja resistência por parte da empresa ou a ação gere algum prejuízo para o consumidor, a orientação é procurar a polícia e o Procon.

Os ex-prefeitos de Porto Seguro e Eunápolis, o casal Cláudia e Robério Oliveira, foram presos, nesta terça-feira (15), e a justiça determinou também o afastamento do gestor de Santa Cruz Cabrália, Agnelo Silva Santos Júnior. Todos são do PSD e estão sendo investigados por um esquema de fraudes em licitações e desvio de dinheiro público. Outras quatro pessoas foram presas. Foi determinado também o sequestro de bens e valores de cerca de R$ 11 milhões dos envolvidos.

Batizada de Operação Fraternos, a investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal revelou, em novembro de 2017, um suposto esquema de fraudes em licitações de três prefeituras do Extremo Sul da Bahia. Nesta terça, a PF não divulgou os valores desviados, mas o CORREIO apurou que em 2019 os contratos somam R$ 200 milhões.

Os principais alvos da operação são o prefeito Agnelo Silva Santos Júnior (Santa Cruz Cabrália), e os ex-prefeitos Cláudia Oliveira (Porto Seguro) e José Robério Batista de Oliveira (Eunápolis). Devido ao grau de proximidade entre eles (Agnelo é irmão de Cláudia, casada com Robério) e os demais investigados é que a operação recebeu esse nome. A apuração conta com apoio também da Controladoria Geral da União (AGU).

A investigação está concentrada em crimes que aconteceram entre 2008 e 2017. As prisões preventivas desta terça-feira (15) foram expedidas pelo Juízo da Vara Criminal Federal de Eunápolis, a partir de representação encaminhada pelo Ministério Público Federal, e foram cumpridas nos municípios de Eunápolis, Porto Seguro, Vitória da Conquista e Salvador.

Segundo a PF, o esquema funcionava assim: primeiro, o grupo criou uma dezenas de empresas de fachadas em nomes de ‘laranjas’ para participarem das licitações; depois, a firma escolhida transferia o dinheiro público para contas operadas pela organização criminosa; por fim, devolviam o dinheiro para os líderes através da compra de imóveis de luxo, quitação de dívidas milionárias contraídas por um dos prefeitos; pagamento de despesas pessoais e a realização de evento.

Em nota, a Polícia Federal afirmou que parlamentares participavam do esquema. “Também foi possível apurar no curso da operação que o grupo contava com a participação de vereadores de um dos municípios, destinatários de parte dos recursos desviados, e que, apesar da reiterada reprovação das contas pelo Tribunal de Contas do Município durante os dois mandatos exercidos pelo gestor, eram aprovadas pela Câmara Municipal”, diz.

Os investigados responderão pela prática dos delitos de Corrupção Passiva, Corrupção Ativa, Peculato, Organização Criminosa, Fraude a Licitações e Lavagem de Capitais.

Ainda não foi possível contato com a defesa do prefeito Agnelo Santos e dos ex-prefeitos Cláudia e Robério Oliveira.

200 policiais, seis dias de perseguição e um rastro de sangue pelo caminho. A caçada pelo baiano Lázaro Barbosa Sousa, de 33 anos, mobiliza a polícia do Distrito Federal após o serial killer ter matado uma família em Ceilândia no ultimo dia 9 de junho.

Naquele dia, de acordo com o Correio Braziliense, o suspeito invadiu uma casa. Lá, ele matou Cláudio Vidal, 48, e os dois filhos, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15.

Após o triplo homicídio, ele fugiu levando a empresária Cleonice Marques, 43, refém. No entanto, a mulher conseguiu ligar para o irmão, que chegou à casa e encontrou os três corpos no chão, mas suspeito e a refém já tinham fugido.

Cleonice foi encontrada morta três dias depois, no sábado (12). O corpo estava em um córrego próximo a Sol Nascente, também no Distrito Federal. O cadáver estava sem roupa e com diversos cortes.

Fuga e crimes de Lázaro Barbosa
Logo após a morte da família, Lázaro Barbosa começou sua saga fugindo da polícia. O baiano é conhecido por ter grande capacidade de sobreviver na mata e pela sua habilidade de fugir das autoridades.

Logo na manhã do dia seguinte, quinta-feira (10 de junho), o homem teria invadido uma casa que fica a 3km do local onde o triplo homicídio foi cometido. Lá, de acordo com o Correio Braziliense, ele teria colocado Sílvia Campos, 40, proprietária da chácara, e o caseiro, identificado como Anderson, 18, na mira de seu revólver por 3 horas.

No local, ele teria obrigado os dois a fumarem maconha. Antes de fugir, ele roubou R$ 200, uma jaqueta, celulares e carregador.

No terceiro dia de fuga, Lázaro fez mais um refém e roubou um Fiat Pálio em Ceilândia. Com o carro, ele se dirigiu a Cocalzinho, desta vez em Goiás, onde abandonou e incendiou o veículo.

As investigações apontam que lá se encontrou com um comparsa que o ofereceu suporte.

Já no sábado (12) ele teria passado a tarde bebendo e se divertindo em uma chácara próxima à Lagoa Samuel. Lá o suspeito fez o caseiro refém. O serial killer também o obrigou a fumar maconha. Antes de fugir novamente, Lázaro destruiu o carro do refém.

Após deixar essa casa, ele foi para outra chácara, onde baleou três homens e roubou duas armas de fogo. Uma das vítimas era Thiago, que em entrevista ao Correio Braziliense deu mais detalhes de como o crime ocorreu.

"Estávamos conversando, quando ele chegou invadindo, por volta das 19h, e atirando. Meus dois amigos ficaram muito feridos e eu fui baleado na perna", contou ele enquanto saia do hospital com um ferimento na perna.

Os outros dois homens foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e transferidos para Anápolis (GO), em estado grave.

"Estou bem, mas vou passar no Hospital de Anápolis para ver meus amigos", disse ao Correio Braziliense. Thiago deu algumas características do suspeito. "Ele é alto, magro, moreno, estava de barba e vestindo bermuda", completou.

No final daquela noite, a polícia o encontrou e quase o prendeu. Houve troca de tiros, mas o suspeito conseguiu escapar enquanto ateava fogo a uma casa em Cocalzinho, interior de Goiás.

Na tarde deste domingo (13), o foragido furtou um outro carro, também em Cocalzinho (GO), e abandonou o veículo, um Corsa vermelho, após avistar um ponto de bloqueio montado pela polícia.

No interior do automóvel, foi encontrado um carregador de munições. Policiais iniciaram uma intensa busca pela mata, usaram cães farejadores, drones e helicópteros.

Em contato com o CORREIO na manhã desta segunda-feira (14), a Polícia Civil do Distrito Federal informou que as diligências continuam, porém, até o momento, sem novas atualizações quanto a prisões, apreensões, declarações e oitivas.

'Agressividade, impulsividade e preocupações sexuais'
Lázaro é conhecido há muito tempo pelas autoridades policiais. Em 2013, quando respondia um processo por roubo, porte de arma de fogo e estupro, um laudo criminológico apontou que o maníaco tem características de personalidade como "agressividade, ausência de mecanismos de controle, dependência emocional, impulsividade, instabilidade emocional, possibilidade de ruptura do equilíbrio, preocupações sexuais e sentimentos de angústia".

O documento, divulgado pelo G1, aponta ainda que caso Lázaro Barbosa fosse "inserido no contexto social e ambiental ao qual pertencia antes de sua reclusão, provavelmente retornará a delinquir."

O laudo criminológico ainda indicava que Lázaro "tinha consciência de sua atitudes" e que, apesar de "assumi-las e perceber o sofrimento causado em terceiros (passos importantes no processo de ressocialização), percebe-se que todos os crimes cometidos estão diretamente relacionados a dependência química, fato do qual o periciando não tem autocontrole, haja vista uso abusivo de bebida alcoólica antes de sua reclusão e vício no crack após a prisão."

A conclusão dos três psicólogos que assinam o laudo foi que antes de conceder qualquer benefício, "com o objetivo de promover um retorno saudável do indivíduo ao convívio social, tanto para si quanto para a coletividade" seria necessário o acompanhamento psicológico de Lázaro, "de forma regular e frequente".

Além disso, o grupo indicou que Lázaro fosse incluído em grupos de ajuda "tanto para dependentes químicos quanto para abusadores sexuais".

O documento ainda destaca que Lázaro teve o desenvolvimento psicossocial prejudicado por agressão familiar, uso abusivo de álcool e outras drogas, falecimento de familiar, abandono de atividades escolares, trabalho infantil e situação financeira precária.

Lázaro Barbosa é natural de Barra do Mendes, no interior da Bahia. Lá, ele teria cometido ao menos dois homicídios. A Justiça da Bahia já expediu contra ele um mandado de prisão por conta do homicídio qualificado, além de outros dois por roubo qualificado.

O CORREIO tentou entrar com contato com a Polícia Civil da Bahia e com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Ambos os órgãos informarão que não poderiam dar mais informações sobre o caso por conta da Lei de Abuso de Autoridade.

Você já sonhou em morar na Filadélfia? Lá, as pessoas sem comorbidades, com 25 anos ou mais, já estão sendo vacinadas contra a covid-19. No entanto, embora a vacinação nos Estados Unidos esteja avançada, essa Filadélfia não é a cidade onde a Declaração de Independência do país norte-americano foi assinada. Trata-se, na verdade, de um município de 16 mil habitantes localizado no centro-norte baiano, que já imunizou 67% do público-alvo com pelo menos a primeira dose.

E não é o único. Na Chapada Diamantina, a cidade de Bonito, honrando seu nome, está fazendo bonito na campanha de vacinação. Os agentes de saúde do município imunizaram 75% das pessoas com 18 anos ou mais, o que a coloca no primeiro lugar na lista de cidades onde a vacinação está mais acelerada. Lá, o público-alvo da vacinação também está em quem tem 25 anos ou mais, mesmo que sem comorbidades.

Os dados foram divulgados pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Segundo a pasta, na verdade, a cidade campeã na vacinação seria Maetinga, que é o menor município baiano, com apenas 2,8 mil habitantes, de acordo com a projeção mais atualizada do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, a prefeitura contesta o cálculo do órgão e afirma que, só de cadastros feitos nas unidades de saúde, são quase 8 mil.

Se os dados de população estivessem corretos, Maetinga teria vacinado 95% do público-alvo. No entanto, o município ainda nem conseguiu concluir a imunização dos grupos prioritários para começar a vacinar por idade.

“Nós estamos cobrando um novo censo. A Sesab está ciente dessa situação. Inclusive, a prefeita já cobrou ao governador o envio de uma maior quantidade de vacina”, disse Sabrina Souza, secretária de Saúde de Maetinga.

Mas, como é possível faltar doses em uma cidade e sobrar tanto em outra, a ponto da imunização estar tão acelerada? De acordo com Izabel Martins, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Bonito, o fenômeno é explicado pela quantidade de grupos quilombolas que moram no município de 17 mil habitantes. No total, são 15 comunidades que representam, na prática, toda a zona rural.

Os quilombolas fazem parte dos grupos prioritários e todos com mais de 18 anos podem ser vacinados. “Eles fizeram um movimento para serem incluídos na vacinação e conseguiram, o que é bom para a gente. Quando soubemos que essas doses iriam vir para eles, montamos uma verdadeira força tarefa, fora as equipes que já trabalham nas comunidades, para acelerar a vacinação. Agora estamos vacinando apenas quem mora na sede do município”, explica Izabel.

Segundo a Sesab, o critério para distribuição das vacinas, como determinado pelo Ministério da Saúde, é o populacional. "São tomadas como base informações de órgãos oficiais como o IBGE. Além disso, são levados em consideração dados de campanhas de vacinação anteriores", informou o órgão. O quantitativo de vacinas já distribuídas para cada município está disponível no site da pasta.

Segunda dose das comunidades quilombolas já serão aplicadas em junho
Se não faltar imunizantes, a previsão da Vigilância Epidemiológica de Bonito é que os povos quilombolas comecem a tomar a segunda dose nesse mês de junho. Se todos completarem o esquema vacinal, é possível que a cidade seja a primeira da Bahia a atingir 75% da população imunizada com as duas doses, índice apontado pela Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) para que seja gerada uma imunidade coletiva na população.

“Foi em março que começamos a vacinar os quilombolas. Todos receberam doses da AstraZeneca. Na época, o município ainda estava na faixa dos idosos de 70 anos. Nós divulgamos a toda população que vaciná-los era um direito deles. Não foi uma decisão nossa, só cumprimos o que tinha ficado decidido. E a gente também foi explicando que a vacina ia chegar para todos, o que está se concretizando agora”, comemora Izabel.

Bonito está com a vacinação acelerada, mas se você não mora lá, não adianta tentar visitar a cidade para ‘furar a fila’ da vacina. “Nós vacinamos pessoas que residem e são cadastradas pela equipe de saúde de família. Tem um cartão da família que precisa ser apresentado e que comprova que a pessoa mora na cidade. Eu mesmo tenho familiar que está querendo vir pra cá, mas já disse que não é bem assim. As pessoas precisam ter consciência para que não faltem doses para quem de fato mora na cidade”, argumenta.

Para se vacinar em Filadélfia, é preciso ter algum pertencimento ao município
Já em Filadélfia, preocupado com a imunização de toda a população, o prefeito Louro Maia (DEM) está sendo mais flexível. Se uma pessoa não morar na cidade, mas tiver domicilio ou algum documento que indique o pertencimento ao município, ela conseguirá ser vacinada.

“Pode ser o cartão do SUS, o título de eleitor, o comprovante de residência. Tem gente que mora em Salvador, mas nasceu aqui, tem família aqui e veio aqui se vacinar. Eu não acho que isso seja um problema, pois o nosso objetivo enquanto brasileiros é imunizar o máximo de pessoas possíveis com as duas doses. Temos que nos livrar desse vírus e, para isso, tem que ter vacina”, defende.

Louro é tão engajado na vacinação que chegou a assinar um termo de compromisso com o Butantan para comprar doses da CoronaVac, o que não foi possível ser concretizado, já que o Ministério da Saúde adquire todas as doses fabricadas pelo instituto. Com 80 anos e já imunizado com as duas doses da própria CoronaVac, ele está no quinto mandato como prefeito. Durante a campanha de 2020, chegou a pegar covid-19 e sentiu na pele os efeitos da doença.

“Tive que me ausentar do período eleitoral e isso foi muito triste. Hoje, estamos preocupados em combater as aglomerações. Tenho medo que, com a vacinação acelerada, as pessoas pensem que podem aglomerar. Estamos intensificando a fiscalização. Só quando todos tiverem com as duas doses é que vai ser possível flexibilizar isso. Até lá, eu recomendo e defendo que todos usem máscara, façam distanciamento e não aglomerem”, pede.

Em Filadélfia, a aceleração da vacinação também tem razões na quantidade de comunidades quilombolas existentes no município. São 21, no total. “Temos essa vantagem. Mas, também, tivemos um período em que faltou vacina por demora no envio de doses pelo Ministério da Saúde. Aqui é assim: chegou vacina, a gente aplica. Não armazena e nem deixa em estoque, não. O segredo é, simplesmente, vacinar o povo”, conta.

População não imaginava que conseguiria ser vacinada tão rapidamente
O empresário Josenilton de Jesus Moreira, 39 anos, dono do Mercadinho do Juca, tomou a primeira dose da vacina na última segunda-feira (7), quando o público-alvo já era das pessoas com menos de 40 anos. Ele até hoje se diz surpreendido com o que está acontecendo em Bonito. “Eu fiquei muito surpreso. Para a gente que trabalha no comércio, em contato com o povo, essa aceleração tá muito boa, é o que vai nos dar segurança. Algumas pessoas estão com medo de tomar a vacina, mas são minoria”, diz.

Em Filadelfia, o também empresário José Amorim, 36 anos, tomou sua dose assim que ela estava disponível no posto. “Eu não achava que ia ser rápido. Admito que até fiquei meio desconfiado, mas como está morrendo gente por causa dessa doença, decidi ir tomar. Nem peguei fila”, lembra.

Já o serralheiro Dimas Dias Coelho, mesmo tendo 42 anos e confiando na importância da vacinação, ainda não foi tomar sua dose. “Como eu trabalho por conta própria, tenho medo de tomar a vacina, ter alguma reação e ter que faltar o serviço. Nesse período de crise, não é uma boa ideia. Mas, espero ir tomar nessa sexta-feira (18), pois caso venha alguma reação, eu terei o final de semana para me recuperar”, argumenta. Para o prefeito Louro Maia, o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro tem prejudicado a imunização completa da cidade.

“Ele debocha da doença e alguns ainda o seguem. Isso atrapalha. Tem seguidores dele aqui, até idosos, que não querem se vacinar, o que é um perigo enorme para si mesmo e para o outro. Nós, que somos formadores de opinião, temos obrigação de dar bons exemplos, pois isso influencia nas decisões que as pessoas tomam”, diz.

A expectativa do gestor é que todos com mais de 18 anos tomem a primeira dose até julho, no máximo.

Nos primeiros três meses de 2021, 678 pessoas perderam um emprego de carteira assinada na Bahia. O motivo antes fosse uma demissão. Esses baianos morreram e entraram na estatística de desligamentos por mortes. O número assusta, pois no mesmo período de 2020 houve apenas 484 desligamentos do tipo. Isso significa que, em um ano, cresceu em 40,1% o número de contratos de trabalho encerrados por causa de óbitos dos funcionários.

Esse cálculo foi feito num levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) a partir de dados de trabalho formal do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. A diferença entre um período e outro estudado é a pandemia de covid-19, que ainda estava no começo no primeiro trimestre de 2020. Na Bahia, por exemplo, apenas duas pessoas morreram por covid nesse período.

Já em 2021, foram 6,2 mil mortes pela doença no primeiro trimestre, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). No total, em toda pandemia, a Bahia já apresenta 22.513 mortes por covid. No Brasil, o crescimento de desligamentos por mortes é maior do que o do estado. Foram 13.2 mil contratos encerrados no primeiro trimestre de 2020 para 22,6 mil no mesmo período de 2021, um salto de 71,6%.

A Bahia, por sinal, é o quarto estado com menor índice de crescimento nos casos de desligamentos por morte, perdendo apenas para o Amapá, Pernambuco e Rio de Janeiro. Já o estado campeão é o Amazonas, que, no início do ano, viveu um colapso no sistema de saúde com falta de oxigênio hospitalar. O resultado foi um crescimento percentual de desligamentos de 437,7%, indo de 114 para 613, entre o primeiro trimestre de 2020 e o de 2021.

Os 678 desligamentos por mortes na Bahia no primeiro trimestre de 2021 também representam o recorde estadual de toda a pandemia e um crescimento de 31,4% em comparação com o último trimestre de 2020, quando 516 pessoas foram desligadas por esse motivo. A nível nacional, o recorde também foi batido nesse ano e o salto em comparação com o período anterior é de 48,1% (De 15,3 mil desligamentos por morte para 22,6 mil).

Para os especialistas, embora os dados não identifiquem a causa dos óbitos, ele indica o quanto a pandemia voltou a causar mais mortes em 2021 com a chamada ‘segunda onda’. Atualmente, todo o país vive o temor de uma terceira onda de contaminações tomar conta do território. Na Bahia, o governador Rui Costa chegou a declarar que tem medo de o mês de julho apresentar números epidemiológicos piores do que o de março desse ano.

Impactos econômicos
Todas as vidas importam. Para o economista e integrante do Conselho Regional de Economia (Corecon-BA), Edval Landulfo, isso é um fato. Mas ele alerta que além do luto envolvido na perda de um colega de trabalho ou ente querido, é necessário lembrar dos prejuízos econômicos que são gerados por causa dessas mortes.

“Até porque cada pessoa é única. Há um custo altíssimo para preparar um funcionário para assumir uma determinada função. Quanto mais especializado for, quanto mais difícil for a função por ele executada, mais cursos preparatórios serão necessários. E algumas vezes são as próprias empresas que bancam essa formação. Perder um funcionário não é bom para qualquer organização”, explica.

E se levar em consideração que essas pessoas também tem uma família e seu emprego de carteira assinada contribuía com a renda da casa, há outros problemas que são gerados com a morte de um indivíduo. “Os recursos financeiros da família vão ficar mais escasso. A gente não imagina que perder um parente às vezes é perder alguém que sustenta toda a casa. Não há depois auxílios ou pensões que substituam integralmente o que ele ganhava como CLT”, diz.

Landulfo também alerta que o mercado informal não está incluído no estudo, mas eles também são afetados nesse sentido. Para evitar problemas financeiros futuros, o economista, que também é educador financeiro, recomenda que as pessoas adquiram o hábito de fazer um seguro de vida. “É ter uma proteção patrimonial para casos de mortes ou invalidez permante. Isso livra sua família da dependência total do INSS e protege quando surge uma eventualidade”, argumenta.

Técnicos de enfermagem e enfermeiros lideram afastamentos
Os impactos no mercado de trabalho não ficam somente nos casos de funcionários que morrem por covid, mas também aqueles que se recuperam com sequelas. Algumas tão complicadas que obrigam esses trabalhadores a se afastarem do serviço através do auxílio por incapacidade temporária, o antigo auxílio-doença do INSS. Em 2020, os técnicos de enfermagem e os enfermeiros foram os que mais precisaram requerer esse benefício, de acordo com o Observatório de Saúde e Segurança do Trabalho.

No total, foram 168 afastamentos de técnicos e 56 de enfermeiros, seguidos logo depois por faxineiros (41), auxiliar de escritório (39). Auxiliar administrativo (39) e auxiliar de enfermagem (21). Confira o top 10:

1º tecnico de enfermagem: 168 (18%)
2º Enfermeiro: 56 (6%)
3º Faxineiro: 41 (4%)
4º Auxiliar de escritório em geral: 39 (4%)
4º Auxiliar administrativo: 39 (4%)
5º Auxiliar de enfermagem: 21 (2%)
6º Vendedor de comércio varejista: 18 (2%)
7º Recepcionista em geral: 16 (2%)
7º Operador de caixa: 16 (2%)
7º Porteiro de edifícios: 16 (2%)
8º Vigilante: 15 (2%)
9º Fisioterapeuta: 13 (1%)
9° Operador de telemarketing ativo e receptivo: 13 (1%)
10º Motorista de caminhão (rotas regionais e internacionais): 12 (1%)

Para Jimi Medeiros, presidente do Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA), os números indicam como sua categoria tem sido afetada pela covid.

“A enfermagem fica 24 horas ao lado do paciente, seja na UTI ou na atenção básica à saúde. É o trabalho mais exposto ao adoecimento e a morte. E também é o menos valorizado. Hoje lutamos para a aprovação no Senado Federal do Projeto de Lei (PL) 2564 que visa instituir o piso salarial da categoria. Nem isso temos”, explica.

Segundo o Coren, os trabalhadores da enfermagem compõem 70% da força de trabalho do sistema de saúde. Na Bahia, os técnicos de enfermagem e enfermeiros são os profissionais da saúde mais contaminados por covid-19. São 14,5 mil casos em técnicos e 11,6 mil em enfermeiros, de acordo com a Sesab. O Coren registrou ainda 40 óbitos de profissionais.

Já o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito) registrou apenas duas mortes. Mas o presidente da instituição, Gustavo Vieira, os números estão subestimados. “Toda empresa de fisioterapia e terapia ocupacional tem que ter um responsável técnico, que são nossos parceiros e fazem as notificações. Mas tem casos de unidades de saúde que contratam profissionais para prestar serviços de forma individual e isso acaba não sendo mapeado muito bem por não ter uma empresa responsável ali. E aí não há a notificação. Na prática, acredito que o número de mortes é maior”, lamenta.

O que você precisa saber sobre o Auxilio por Incapacidade Temporária:

O que é? É o antigo auxílio-doença. Segundo Marcela Caetano, chefe da divisão de benefício do INSS, o nome foi mudado justamente para que ficasse bem claro: o benefício é destinado ao segurado da previdência que tem alguma necessidade relativa à uma doença que traga incapacidade temporária ao trabalho. Se ele tem que ficar afastado por mais de 15 dias, pode dar entrada no pedido.

Quem tem direito? O segurado deve ter, no mínimo, 12 meses de contribuição na previdência e deve estar em dia com seu pagamento.

Quanto é o benefício? O valor varia conforme a contribuição de cada pessoa. Primeiro é calculado a média de pagamento desde julho de 1994 até o mês do requerimento. O benefício é 91% dessa média. Isso significa que, quanto maior for a contribuição do trabalhador, maior será o benefício.

Como solicitar? Primeiro, a pessoa deve ter uma avaliação do seu médico atestando a necessidade do afastamento do trabalho e por quanto tempo. Depois, ela deve ir no aplicativo Meu INSS e agendar uma perícia, onde outro médico vai avaliar se a condição do trabalhador, de fato, requer esse afastamento e pelo período estipulado. Se o perito aprovar, o benefício será concedido.

O prazo pode ser prorrogado? Sim e por tempo indeterminado. Mas para haver prorrogação, é necessário um novo laudo médico e uma nova avaliação do médico perito. No caso do problemas de saúde causar uma incapacidade para a vida toda, é possível pedir a aposentadoria por incapacidade permanente.

Emocionado, Gilberto Gil voltou aos palcos neste domingo, 13, para uma live junina e recebeu a BBB Juliette Freire. Juntos, eles cantaram Asa Branca, Estrela e Esperando na Janela. "É uma energia tão linda", disse a vencedora do reality show. "É uma maravilha ter você aqui, que cresceu com essas festas", respondeu Gil. "É nossa alma dançando forró", continuou Juliette E Gil, emocionado, disse a si mesmo: "Deixa chorar".

A live de pouco mais de uma hora foi transmitida pela Globoplay, com sinal aberto para não assinantes, e a apresentação, sem plateia, foi no palco da Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. Na banda que acompanhou Gil estavam seus filhos, ou, como ele disse, "o pessoal lá de casa": Bem, José e Nara. No repertório, músicas de Gil, Luiz Gonzaga, Dominguinhos e tantos outros compositores.

Gilberto Gil abriu a livre cantando Andar com Fé. Seguiu com Mulher de Coronel, Assim, sim, Respeita Januária, O xote das meninas, Eu só quero um xodó, Refazenda, entre outras. Depois de cantar Paraíba, Juliette, paraibana, subiu ao palco. Gil continuou o show, depois da participação da BBB, com Procissão e cantou, ainda, músicas como Madalena, A novidade e Toda menina baiana.

Gil falou pouco durante a apresentação, mas pediu cautela e paciência à população. "Esse ano não tem fogueira de novo, mas algumas pessoas estão se aventurando e fazendo festa. Cuidado. Santo Antônio, São João e São Pedro estão pedindo para a gente aguardar", disse o músico.

Com quase uma hora e meia de live, já nos momentos finais, Juliette voltou ao palco e, com Gil, cantou, mais uma vez Esperando na Janela. "Cuidem-se. Vacinem-se para estarmos aqui no ano que vem", disse ela, ao deixar a apresentação.

Esse ano, mais uma vez, a Bahia não terá festas de São João, mas algumas prefeituras pretendem usar a internet como plataforma para levar o arraiá até os foliões, por isso, o Ministério Público da Bahia (MP) recomendou cautela aos municípios na hora de montar a festa e pediu para eles redobrarem os cuidados para evitar aglomerações. A maioria das cidades, no entanto, não tem nada programado para os festejos juninos.

O MP recomenda que as prefeituras observem os princípios da Administração Pública e da licitação, em especial da impessoalidade, publicidade, transparência, economicidade, isonomia e julgamento objetivo, independentemente da modalidade do festejo. A promotora Rita Tourinho explicou que a recomendação não é uma proibição e nem tem efeito de decisão.

“É como se fosse um direcionamento. Mas a palavra correta é essa mesmo: recomendar. Quando a gente faz isso, a gente indica qual é o caminho legal que deve ser seguido. Isso faz parte do trabalho do Ministério Público em fiscalizar e essa nossa recomendação está ao encontro do decreto estadual, que visa proibir aglomerações”, explica.

A recomendação à Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa) é para que o órgão condicione o repasse de recursos aos municípios para a realização de lives de São João à observância de normas de segurança sanitária em razão da pandemia do coronavírus.

As gravações ou transmissões dos artistas não devem ocorrer em locais públicos ou de acesso ao público, para evitar a ocorrência de aglomerações, e os organizadores precisam incluir mensagens educativas, intercaladas com as apresentações artísticas, que orientem a população a respeito das medidas de enfrentamento à pandemia.

O advogado Leandro Vargas, professor de direito da Rede UniFTC, explica que uma recomendação do MP pode não ser cumprida, mas o ideal é que os gestores públicos e as procuradorias municipais e estaduais mantenham um diálogo constante com a instituição.

“O MP tem a responsabilidade de manter a ordem jurídica e fiscalizar o poder público. Quem dá respaldo ao seu trabalho é a própria Constituição. A recomendação pode sim ser desrespeitada. Quem descumprir não será preso. Mas antes do MP ingressar com um inquérito civil ou ação judicial, ele recomenda. A autoridade pública pode responder ao MP dizendo que as normas estão sendo cumpridas. É importante manter esse diálogo”, defende.

Decreto precisa ser cumprido
No mês passado, também preocupado com as aglomerações, o governador Rui Costa editou um decreto suspendendo o transporte intermunicipal entre os dias 20 e 27 de junho. Diferente da recomendação do MP, o decreto governamental tem força de lei e precisa ser seguido à risca. Na ocasião, Rui explicou que o objetivo da proibição é evitar o amento no número de casos de covid-19 após os festejos.

"Vamos agir no sentido de evitar ao máximo o contágio porque é assim mesmo: toda vez que o povo se junta para uma data comemorativa, nas semanas seguintes há uma explosão de novos casos. Por isso, vamos suspender o transporte intermunicipal no período de São João e São Pedro. Claro que não dá pra impedir que todos se desloquem, mas vamos tentar mitigar esses efeitos que são sempre preocupante pós feriados", disse, na época.

O governador disse que a luz amarela está acesa por conta do elevado número de casos da doença no estado, e que, por isso, as grandes festas também estão proibidas. Até esta quinta-feira (10), o número de pessoas que em algum momento testaram positivo para o novo coronavírus na Bahia era de 1 milhão, com 14 mil casos ativos e 22 mil óbitos.

A ocupação dos leitos de UTI está em 84%, mesmo percentual das últimas semanas, e 68% das vagas clínicas estão preenchidas. Para a estudante Eliana Souza, 26 anos, as ações adotadas pelas autoridades fazem sentido.

“Se tiver festa, terá aglomeração. Eu concordo com a decisão de suspender o transporte público e também com a ideia de que é preciso redobrar a atenção com o dinheiro público, mas nada disso vai adiantar se as pessoas não tiverem consciência, se elas pegarem o carro e forem aglomerar na casa dos familiares, no interior”, disse.

Municípios prometem seguir protocolos de segurança
Com ou sem recomendação do MP, os municípios prometeram que vão seguir os protocolos de segurança. Em Amargosa, uma das cidades mais procuradas no período junino, o prefeito Júlio Pinheiro contou que está editando uma norma para ajudar atender aos cantores e músicos da região.

“A prefeitura está elaborando um edital para apoio financeiro para os artistas locais, e como contrapartida eles devem apresentar alguma proposta cultural para o período do São João. Nós não podemos realizar eventos online com patrocínio da prefeitura por conta da recomendação feita pelo Ministério Púbico e pelo Tribunal de Contas, de que os municípios não devem gastar recursos públicos para realização de lives”, afirmou.

No entanto, a promotora Rita Tourinho frizou que o objetivo da recomendação do MP não é proibir lives. Pelo contrário, a instituição deseja que esses eventos aconteçam, mas da forma correta, com base no que é determinado por lei.

“Nós fizemos essa recomendação a Bahiatursa falando qual é o procedimento correto. O grupo do entretenimento já foi muito prejudicado e é por isso que recomendamos também que a live não seja concentrada em um único artista, mas atenda ao maior número possível. É preciso que a apresentação seja transmitida em um local adequado, sem o acesso ao público. O intuito mesmo é mostrar que não há uma posição do MP de não fazer live”, explica.

Em Cachoeira, no Recôncavo, haverá barreira na entrada da cidade para impedir o acesso de turistas. Não haverá festa nem lives, mas a gestão está cogitando organizar uma feira. Os detalhes ainda estão sendo discutidos.

Lençóis, na Chapada Diamantina, não terá programação festiva esse ano, as reservas das pousadas e hotéis serão limitadas a 60%, e haverá fiscalização nas ruas para evitar aglomerações e o cumprimento das medidas de proteção, por parte dos moradores, e também dos estabelecimentos e turistas.

Em Santo Antônio de Jesus a festa virtual começou no dia 29 de maio, aniversário do município, com uma live de forró com artistas locais e em 5 de maio, um concurso de música escolheu a melhor canção junina do ano com o tema “Plantando esperança para colher alegria em SAJ, o Melhor São João da Bahia”. Haverá outra live na véspera do São João.

Mata de São João, na Região Metropolitana, decorou as ruas com bandeirolas para lembrar o clima junino, mas por lá a festa também será virtual. No dia 25 de junho os artistas matenses Júnior Moura, Ricardo Vianna e Adalício farão uma apresentação através do YouTube.