A capital baiana e sua região metropolitana já registraram 39 chacinas com 159 mortos em 2023, de acordo com dados do Instituto Fogo Cruzado até essa quarta-feira (4) . O Fogo Cruzado usa o mesmo critério adotado pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo que considera chacinas como eventos onde há 3 ou mais mortos civis em uma mesma situação — mesmo que o motivo dos disparos seja outro, como assaltos, ataques, operações, etc.

“Na etiologia das chacinas, inegavelmente, destacam-se as derivadas de atuações em facções criminosas e tráfico de drogas. Acertos de contas, queimas de arquivo, vinganças, retaliação por mortes de agentes do estado, feminicídios, extermínios por milicianos e conflitos agrários seguem entre as demais causas”, explica o coronel Antônio Jorge, especialista em segurança pública.

Ainda segundo dados do Fogo Cruzado, 126 pessoas foram baleadas em suas residências, sendo que 113 foram mortas e 13 ficaram feridas. Foi ressaltado pelo Instituto que este número inclui todas as situações, desde balas perdidas, chacinas e execuções.

“A maioria dos assassinatos ocorre em vias públicas ou no interior de veículos, mas ambientes residenciais constituem o segundo local mais frequente para os homicídios em série. Bares, casas noturnas, locais ermos, penitenciárias, lojas e hotéis também aparecem nessa lista”, relata o especialista.

Na manhã dessa quinta-feira (5), uma família de origem cigana foi morta em uma residência localizada no bairro Loteamento Amaralina, no município de Jequié - cidade mais violenta do país em 2022. Segundo a Polícia Civil, as mortes estão sendo investigadas por equipes da Delegacia Territorial (DT/Jequié) e da Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (9ª Coorpin). Conforme as informações da Polícia Civil, ainda não se sabe qual a motivação por trás do crime ou a sua autoria.

Os autores armados invadiram a casa e efetuaram disparos de arma de fogo, atingindo Natiele Andrade de Cabral, de 22 anos, e grávida de nove meses; Laiane Andrade Barreto, cinco anos; Elismar Cabral Barreto, 23; Sulivan Cabral Barreto, 35; Maiane Cabral Gomes, 45 e Lindinoval de Almeida Cabral, 66.

A reportagem não conseguiu contato de familiares ou amigos das vítimas.

O Instituto Fogo Cruzado contabiliza os dados da cidade de Salvador e mais 12 cidades da Região Metropolitana de Salvador. Foi pedido ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública, responsável pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o número atualizado de chacinas e de pessoas baleadas em suas residências em todo o estado em 2023, mas foi indicado por eles o uso dos dados do Fogo Cruzado.

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O celular antigo e sem uso na sua gaveta está ocupando espaço? Ou até mesmo aquela pilha que não tem geladeira que traga sua carga de volta? Os pontos de descarte de resíduo eletrônico, pilhas e baterias estão espalhados na cidade de Salvador e Região Metropolitana para que você possa realizar um descarte consciente.

O resíduo eletrônico, conhecido também como lixo eletrônico ou tecnológico, é aquele que veio de produtos eletroeletrônicos e seus componentes. Ou seja, fazem parte desse grupo: computadores e todos os seus equipamentos, máquinas fotográficas, eletrodomésticos e celulares. Esse lixo tecnológico, as baterias e as pilhas não podem ser descartadas no “lixo comum” ou de maneira inadequada, por possuírem sustâncias contaminantes como cobre, materiais radioativos e metais pesados, esse lixo irá poluir o meio ambiente ao entrarem em contato com o solo ou a água, além de trazer riscos à saúde pública. Também podem conter na sua composição vidro, plástico e metais que devem ser separados, reciclados e reinseridos na cadeia produtiva, devido a seu valor agregado.

Segundo a Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (ABREE), podem ser descartados desde um celular sem uso até um ventilador de teto nos pontos de coleta sustentável. Que podem ser encontrados no site da ABREE ou do Green Eletron.

Em Salvador, são mais de 144 pontos de coleta de pilhas e baterias, que podem ser verificados através do site Green Recicla Pilhas. Os pontos armazenam as pilhas recebidas e, ao atingir determinada quantidade, o material é encaminhado para o sistema de coleta e triagem.

Para aqueles que buscam fazer o descarte de forma consciente do seu lixo eletroeletrônico ou de pilhas e baterias, a operadora TIM firmou parceria com a ABREE e está com pontos de coleta em suas lojas.

Enquanto a operadora Vivo é pioneira no setor ao implantar um programa de logística de reversa de eletrônicos em 2006. O programa Vivo Recicle possui urnas de coleta em todas as 68 lojas da Bahia e não é preciso ser cliente para fazer o descarte. Segundo a operadora, desde sua implantação, o Vivo Recicle já recolheu mais de 5,2 milhões de itens, como celulares, cabos, fones de ouvido, pilhas e baterias e feita a destinação adequada de 139 toneladas de resíduos, que voltam para a cadeia produtiva sob a forma de matéria-prima para produção de equipamentos como novos cabos e baterias.

Em Salvador, a operadora Claro possui quinze lojas com urnas coletoras que fazem parte do programa Claro Recicla, criado em 2008. Para fazer o descarte, não precisa ser cliente, apenas basta depositar o material obsoleto ou fora de uso, de qualquer operadora e fabricante. É possível encontrar as lojas para fazer o descarte no site da Claro.

Após a coleta, os eletroeletrônicos, seus componentes, as pilhas e as baterias passam pelo ciclo da Logística Reversa, eles são levados para triagem e consolidação onde serão passadas para as indústrias de reciclagem que continuarão o ciclo até o produto reciclado retornar ao consumidor.

Conheça alguns dos pontos de coleta:
Lojas da TIM:

Shopping da Bahia
Salvador Shopping
Salvador Norte Shopping
Shopping Lapa
Boulevard Shopping em Feira de Santana

Lojas da Claro:

Shopping Lapa
Shopping Barra
Shopping Bela Vista
Shopping Iguatemi
Claro Barris Salvador (Rua Conselheiro Junqueira Ayres, 165)
Salvador Shopping
Shopping Paralela
Shopping Cajazeiras
Salvador Norte Shopping
Parque Shopping
Claro Pitangueiras Lauro de Freitas (Avenida Santos Dumont, 6216)

Mercados da rede Atacadão, Bompreço, Extra Hiper, Pão de Açúcar e Assaí

Al Martins Comercial LTDA (Avenida Sete de Setembro, 17, Edifícil Itaipe, Loja 5, Campo Grande)

Bedactec Comércio e locações de containners Eirelli - EPP (Av. Paulo VI, 1984, Loja 02, Pituba)

 

Lojas da rede Casas Bahia Salvador, Kalunga e Multicoisas

Farmácias da rede Drogaria São Paulo e Drogasil

Edmac Manutenção de equipamentos eletrônicos LTDA (Avenida Tancredo Neves, 1, Loja 05, Pernambués)

Martins & CIA LTDA. (Avenida Sete de Setembro, 122, Loja 05, Dois de Julho)

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Os ônibus da Região Metropolitana de Salvador (RMS) vão voltar a operar com 100% da frota a partir das 4h desta quarta-feira (26), após decisão do Sindicato dos Rodoviários Metropolitano (Sindmetro) em reunião de urgência realizada na tarde desta terça-feira (25).

Após o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5) suspender a greve um dia após seu início, anunciado ontem (24), e determinar a circulação de 50% da frota em horário de pico (das 5h às 9h e das 17h às 19h) e 30% nos demais horários, os rodoviários entenderam que não fazia sentindo continuar com a paralisação. "Nós consideramos que 50% do efetivo na rua pode prejudicar a população e o trabalhador. Por isso, já que a Justiça vai julgar o pleito, nós suspendemos a greve", justificou Mário Cléber, presidente do Sindmetro.

A categoria aprovou por unanimidade a decisão e agora deve aguardar um novo pronunciamento da Justiça sobre a liminar, que deu o prazo de 15 dias para se manifestar. "Nesse caso, esperamos que a Justiça tenha entrado não só para proibir o sindicato de agir legalmente em defesa dos seus associados, mas sim para também dar um veredito final sobre esse assunto que está presente em todas as nossas pautas", acrescentou o representante dos rodoviários metropolitanos.

O assunto em questão é referente ao pagamento de rescisões de 530 funcionários que foram dispensados pelas empresas BTM, VSA e Linha Verde, que encerraram as atividades durante a pandemia. Segundo a categoria, houve quebra de acordo por parte do Governo do Estado, que se comprometeu a realizar os pagamentos até o último dia 20 de julho.

De acordo com Mário Cléber, ainda não houve pronunciamento por parte do Governo do Estado. "Não entrou em contato, não fez nenhuma proposta nova, simplesmente disse que não ia pagar e assim continuou", disse.

O Correio buscou a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) para emitir um posicionamento sobre o assunto. A pasta repetiu a nota enviada ontem ao jornal, dizendo o seguinte:

"A AGERBA - Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia vem imprimindo todos os esforços para garantir plena operação do sistema metropolitano de transportes. Desta forma, aguarda decisão judicial em face do resultado da greve. Em relação à verba federal encaminhada aos sistemas metropolitanos, os referidos recursos foram distribuídos aos prestadores de serviço público de transporte coletivo intermunicipal e metropolitano, respeitando-se a vinculação prevista na própria EC 123/2022, na Portaria Interministerial MDR/MMFDH nº 09/2022 e Decreto Estadual nº 22.012/2023. Os repasses já foram efetivamente realizados, bem como prestadas as contas devidas pelo Estado da Bahia à União", finaliza a nota.

Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, teve desaceleração - aumentou menos do que no mês anterior - e ficou em 0,81% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Em janeiro, o IPCA na RMS havia sido de 1,09%.

A inflação registrada na RMS ficou levemente abaixo do resultado do Brasil como um todo no mês, que foi de 0,84%, sendo o 9º maior índice do país.

Mesmo com essa desaceleração, no acumulado dos dois primeiros meses do ano, a inflação na RM Salvador é a maior do país, com alta de 1,90%, enquanto que o índice nacional é de 1,37%.

Já nos 12 meses encerrados em fevereiro, a inflação na RM Salvador acumula alta de 6,51%, apresentando leve queda em relação ao índice de janeiro, que havia sido de 6,53%. Ainda assim, é a segunda mais elevada do país, abaixo apenas do índice da RM São Paulo/SP (6,53%).

Nacionalmente, o IPCA tem aumento acumulado de 5,60% no período. A tabela a seguir mostra o IPCA para Brasil e áreas pesquisadas, no mês e nos acumulados no ano e nos 12 meses encerrados em fevereiro de 2023.

Inflação de fevereiro na RMS foi puxada pela educação

A inflação de fevereiro na Região Metropolitana de Salvador (0,81%) foi resultado de altas em cinco dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA.

O grupo educação (6,12%) teve o maior e mais relevante aumento de preços para o índice no mês. Foi o maior reajuste para o grupo na RMS desde fevereiro de 2017 (7,20%).

A principal influência para o aumento de preços da educação veio do ensino fundamental (11,25%), que foi o item que exerceu a maior pressão inflacionária no mês na RMS. A pré-escola (10,98%) e o ensino médio (9,78%) também apresentaram reajustes consideráveis de preço.

O segundo aumento de preços mais relevante veio do grupo habitação (2,22%), influenciado pelas altas da taxa de água e esgoto (11,08%) e da energia elétrica residencial (2,66%).

Por outro lado, entre os quatro grupos que registraram deflação na RMS em fevereiro, os mais relevantes foram os transportes (-0,28%) e alimentação e bebidas (-0,21%).

A queda de preços dos transportes na região foi influenciada, principalmente, pela passagem aérea (-12,00%), que foi o item que mais segurou a inflação na RMS em fevereiro. Além disso, os combustíveis (-1,02%) também registraram quedas consideráveis de preço, em especial, a gasolina (-0,80%) e o óleo diesel (-3,20%).

Em relação a alimentação, a queda de preço das carnes (-2,22%) foi a principal influência para a deflação geral do grupo. As aves e ovos (-1,84%) e o leite e derivados (-1,09%) também apresentaram reduções.

A cebola (-16,23%) foi o item que apresentou a maior deflação no mês. Por outro lado, mesmo com a queda geral dos alimentos, a cenoura (15,26%) e o tomate (13,55%) foram os itens que registraram os maiores aumentos de preço em fevereiro na RM Salvador. O grupo que registrou a maior queda de preços no mês foi o de vestuário (-0,49%), que possui peso um pouco menor na composição do índice da RMS.

INPC da RM Salvador também desacelerou em fevereiro e ficou em 0,81%

Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) da Região Metropolitana de Salvador ficou em 0,81%. O INPC mede a inflação das famílias com menores rendimentos.

O índice também desacelerou frente a janeiro, quando havia ficado em 0,95%, mas ainda ficou levemente acima do resultado nacional em fevereiro (0,77%).

No acumulado dos dois primeiros meses de 2023, o INPC da RM Salvador é de 1,77%, o maior do país, e bem acima do nacional (1,23%). Nos 12 meses encerrados em fevereiro, a RMS também possui o maior índice entre as áreas pesquisadas (6,99%). Nacionalmente, o indicador fica em 5,47%.

A paralisação dos rodoviários na Região Metropolitana de Salvador, iniciada na manhã desta quarta-feira (8), foi encerrada no início da tarde, segundo informações do sindicato da categoria. No entanto, por volta das 12h30 os funcionários ainda se preparavam para retomar o serviço a qualquer momento.

Os manifestantes afirmam que a medida foi tomada por falta de repasse da PEC das empresas, processo que inclui o pagamento da rescisão de duas empresas de transportes que atuavam na RMS e fecharam.

A decisão foi tomada após uma reunião entre a categoria e o Governo do Estado. Ficou definido que o dinheiro será repassado para o sindicato, que fará o depósito para os funcionários.

Por causa da paralisação, os ônibus do sistema metropolitano não saíram das garagens e os pontos da região ficaram lotados nas primeiras horas do dia.

Três milhões de passageiros são transportados diariamente por 339 ônibus de sete empresas, que circulam pelos municípios de Camaçari, Candeias, Dias d'Ávila, Itaparica, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Mata de São João, Pojuca, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Simões Filho e Vera Cruz.

A prefeitura de Lauro de Freitas informou que o transporte municipal foi reforçado a partir das 5h. O reforço foi divulgado após os rodoviários do sistema anunciarem a paralisação.

A paralisação teve como objetivo cobrar o pagamento da rescisão de duas empresas de transportes que atuavam na RMS e fecharam. Segundo os rodoviários, o Governo da Bahia seria o responsável por repassar a quantia para os funcionários.

"É um dinheiro do governo federal que foi destinado para as empresas que estão colapsadas. As empresas precisam receber esse dinheiro. Parte desse dinheiro as empresas que faliram já deram os créditos para pagar as rescisões dos trabalhadores que estão sem receber”, disse o presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus do Transporte Metropolitano de Salvador, Mário Cleber.

A equipe TV Bahia pediu um posicionamento da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) sobre o caso e aguarda retorno.

Em nota, a prefeitura de Lauro de Freitas informou que a prefeita Moema Gramacho terá uma reunião com o representante dos rodoviários também nesta quarta. O encontro tem como objetivo intermediar o processo de negociação e chegar a um acordo com a categoria. O horário não foi divulgado.

De acordo com Mário Cleber, 513 trabalhadores estão envolvidos nesse processo.

O presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus do Transporte Metropolitano de Salvador afirmou ainda que o valor de R$ 36 milhões foi depositado nas contas do Governo da Bahia em outubro do ano passado, mas não foi repassado até o momento.

Na terça-feira (7), a categoria se reuniu com os representantes do governo, mas, de acordo com o presidente do sindicato, as partes não entraram em acordo.

"Nós tivemos uma rodada de negociação dupla ontem, mas não houve acordo, porque a gente acha que a única fórmula que eles têm é dizer o dia que vão pagar e quanto cada empresa vai receber. Precisa fazer o rateamento desse dinheiro".

O gás de cozinha foi o produto que puxou para cima o custo de vida dos moradores de Salvador e sua Região Metropolitana (RMS) em 2022, com um aumento de 20,76%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que nesta terça-feira (10) divulgou o acumulado do ano passado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o medidor oficial da inflação no Brasil. Segundo os dados do IPCA, a alta acumulada do custo de vida na RMS (6,29%) só foi menor do que os índices apurados nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro (6,65%) e de São Paulo (6,61%).

A RMS fechou 2022 com a terceira inflação mais alta do país. E ainda ficou acima do indicador nacional (5,79%), mostram os dados do IBGE. Nos setores de alimentação, habitação, vestuário e educação, o índice regional também superou o nacional, diz a supervisora de disseminação de informações do IBGE na Bahia, Mariana Viveiros.

"O valor que se paga para administrar os condomínios aumentou, assim como materiais de limpeza, como sabão em pó, detergente e desinfetante; e o gás de botijão”, detalhou. “Ao longo do ano tem momentos em que há descolamento maior da RMS em relação ao país. Em maio, a taxa foi quase o triplo e em junho, o dobro, do país”, acrescentou.

O economista Antonio Carvalho explica que o processo de desindustrialização na Bahia aumenta os custos de logística devido à necessidade de transporte e, como consequência, a população paga preços mais altos para ter os produtos. “Temos basicamente rodovias e muitas delas não estão conservadas e contribuem no encarecimento do transporte, que afeta quase tudo”, relaciona.

Quanto ao preço do gás de cozinha, ainda há influência de uma “política de oportunismo”, diz ele. “ É um item de consumo essencial, de uso obrigatório. E tanto refinarias quanto distribuidoras cobram mantendo preços elevados para ter lucro maior”.

O gás é tão importante que foi uma das primeiras aquisições da psicóloga Franciele Luz, 23, na casa nova onde vai morar com o noivo. Ela se mudou na segunda-feira (09) e conta que já garantiu o botijão. “Gostamos de cozinhar. Para nós o gás é essencial, tanto que optamos por mudar e ter primeiro uma cozinha mais estruturada”.

O casal pagou R$ 116 pelo combustível, mas só porque conseguiu desconto e já tinha o botijão. Do contrário, o investimento chegaria em torno de R$ 300. “O gasto foi doloroso, mas poderia ser bem pior”.


Franciele e o noivo já tinham o botijão de 13 quilos, caso contrário, teriam de pagar cerca de R$ 300

(Foto: Acervo Pessoal)

Aumentos sucessivos
Em 2022, sucessivos aumentos no preço do Gás Liquefeito de Petróleo - GLP fizeram com que o valor médio do botijão em Salvador e na Região Metropolitana ficasse em R$ 122 em junho, segundo o Sindicato dos Revendedores de Gás. No mesmo período, cresceu a quantidade de acidentes com queimaduras. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), o número de queimados aumentou 18,75% na Bahia no primeiro trimestre de 2022 comparado ao mesmo período do ano anterior. Isso porque, sem dinheiro para o gás, baianos se arriscaram usando álcool para cozinhar.

Este ano, a Acelen, que controla a Refinaria de Mataripe desde o processo de desinvestimentos da Petrobras, em 2021, reduziu o preço do GLP em 13,2%. O novo preço vale desde o início de 2023. A empresa informou que os preços dos combustíveis produzidos na refinaria seguem critérios de mercado, que levam em consideração variáveis como custo do petróleo adquiridos a preços internacionais, dólar e frete.

Outros “vilões”
Além de habitação, o setor de alimentação e bebidas (11,87%) na RMS teve o segundo maior aumento acumulado no Brasil em 2022 e liderou a contribuição no destaque negativo da região. Houve pressão nas taxas dos itens consumidos em casa (12,72%), mas também da alimentação fora (9,33%). O grupo saúde e cuidados pessoais teve o terceiro maior aumento (10,08%) e a segunda principal contribuição para a elevação do custo de vida do ano.

É o que o professor Fabrício Pitombo Leite, da Faculdade de Economia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), observa. Na alimentação, ele cita aumento da inflação em produtos como farinha de trigo, pão francês e óleo de soja, que ultrapassou o índice nacional. Na saúde, com exceção de hospitalização e cirurgia, todos os outros itens de serviço tiveram alta.

Na contramão, transportes (-2,40%) e comunicação (-2,87%) ajudaram a conter a inflação. Gasolina (-24,89%) teve deflação recorde e etanol (-33,66%) também teve queda histórica. Serviços de acesso à internet (-15,04%) e dos aparelhos telefônicos (-5,20%) registraram variação negativa.

Apesar de no último mês do ano, a inflação na RM Salvador (0,39%) ter ficado abaixo da nacional (0,62%), sendo a 3a menor do país, a previsão os especialistas para 2023 é de que os preços voltem a subir devido aos reajustes em transportes, como aumento dos combustíveis, anunciados para 2023.

Vestuário teve maior alta desde início do Real
Segundo o levantamento do IBGE, o grupo vestuário teve o maior aumento de preço no ano passado, na RMS, e a inflação mais alta para esse grupo desde a adoção do Real, em 1994 (22,39%).

“Embora não exerça tanto impacto no índice geral de inflação, por ter peso menor nas despesas das famílias, o grupo vestuário mostrou altas praticamente ininterruptas, na RMS, desde agosto de 2021”, explica a pesquisa.

O grupo ainda foi quem teve maior aumento em dezembro, marcando crescimento de 1,95%. Os preços voltaram a subir de forma significativa, após uma variação negativa em novembro (-0,01%)

Para o economista Antonio Carvalho, a retomada das festas populares e chegada do verão explicam o aumento dos preços no setor. “Salvador especificamente teve retorno do Festival da Virada e querendo ou não soteropolitano compra roupa para participar destas festas”, exemplifica.

Ele também considera a compra de roupas de banho, incluindo short de praia e camisetas, como alvo de grande demanda por conta da expectativa para a estação mais quente depois de dois anos de distanciamento social.

Em 100 dias, 86% das chacinas em Salvador e RMS ocorrreram em operações policiais
Em 24 horas, mais de três pessoas são mortas em tiroteios em Salvador e Região Metropolitana (RMS). No mesmo período, mais de quatro trocas de tiros acontecem e pelo menos quatro cidadãos são baleados. É isso que aponta o relatório dos primeiros 100 dias de trabalho do Instituto Fogo Cruzado, que monitora ocorrências com disparos por arma de fogo.

De acordo com dados divulgados pelo instituto nesta quinta-feira (11), de 1º de julho a 8 de outubro deste ano, na capital baiana e na RMS, 443 tiroteios foram registrados. Ocorrências que, ao todo, causaram a morte de 304 pessoas e balearam outras 401 na região. Cerca de dois em cada três tiroteios terminam com uma pessoa baleada e mais da metade desses casos (55%) deixam mortos.

Cecília Oliveira é diretora executiva do Fogo Cruzado e faz uma comparação com o Rio de Janeiro para explicar como os dados são alarmantes. Isso porque, quando se fala em Rio de Janeiro, há um discurso quase apocalíptico sobre a violência por lá. E os dados aqui mostram uma equiparação entre os dois estados nesse quesito.

"Quando a gente fala em chacina, no Rio temos uma por semana. E, infelizmente, Salvador e RMS estão no mesmo patamar. Isso fazendo o recorte específico que a região metropolitana do Rio é muito mais populosa, grande parte do estado está ali", afirma Cecília.

Os dados são muito próximos ao que se vê no Rio, mas numa concentração menor. Ou seja, se houver uma ampliação do monitoramento em outras regiões, é possível que o estado tenha índices de violência armada iguais ou até piores que a região metropolitana do Rio de Janeiro.

Operações policiais

Além da situação alarmante, a análise dos dados coletados pelo instituto mostram a polícia em um papel central nos registros violentos. Dos 304 mortos em tiroteio, 113 foram registrados em operações policiais. Das 14 chacinas - situações com ao menos três mortos - nesses 100 dias, 12 (86%) ocorreram em ações das forças de segurança.

Diretora de dados e transparência do instituto, Maria Isabel Couto afirma que os dados referentes às ações policiais com tiroteios são importantes para questionar e debater o modelo de segurança pública implementado no estado.

"A política de segurança é desenhada para tirar as pessoas da linha de tiro ou ela acaba se tornando, em nome da defesa do patrimônio, em um motor da violência e dos assassinatos? [...] Os dados apontam para uma hipótese de que, na forma como está organizada, é um motor da violência", diz.

Procurada para responder sobre os dados apresentados, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), respondeu que não comenta os dados apresentados pelo instituto, afirmando que não tem como saber se as informações são verdadeiras.

"Por não se tratar de um recurso oficial, não é possível atestar a veracidade das informações que são apresentadas, o que impossibilita, inclusive, a utilização desse recurso para fins policiais. Os dados gerados de forma indiscriminada e sem confirmação oficial podem produzir estatísticas distorcidas", escreve em nota.

Sobre a ação das forças policiais nos registros de tiroteio e disparos, o advogado e coordenador adjunto do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, Cleifson Dias, analisa que é importante inverter a pirâmide da argumentação mais tradicional que coloca na polícia a responsabilidade pela morte. Além disso, é preciso entender toda uma engrenagem.

"Estamos falando de uma vontade sistêmica. As forças de segurança são um elemento que compõem a instituição que é o Estado. É uma realidade que envolve tanto a polícia como, sobretudo, órgãos que aparecem distantes e têm fundamental responsabilidade como o poder judiciário e o ministério público', diz.

Essa 'vontade sistêmica' se manifesta no armamento da população, que se intensificou nos últimos anos. Isso porque, entre as origens dos 443 tiroteios e disparos, homicídios ou tentativas homicídio representam 206 delas. Para Cleifson, os números são resultados de uma lógica: mais armas, mais mortes.

"O último relatório de Armas de Fogo e Homicídios no Brasil aponta a diminuição de mortes e afirma que isso não tinha a ver com a produção de uma política de instrução de armas. Na verdade, a distribuição de armas freou essa queda e impediu que outras tantas mortes não fossem causadas", fala.

Silenciamento da morte

Assim como há um perfil de quem mata, existe também o de quem morre nos episódios de tiroteios/disparos de arma de fogo. Apesar de três em cada quatro casos não registrarem qualquer informação sobre a cor, quando há essa descrição, a população negra é maioria. Das 95 mortes com informações sobre a cor, 76 são de pessoas negras.

Cientista social e pesquisadora da Rede de Observatórios de Segurança na Bahia, Luciene Santana avalia como perigosa como a falta de informação na maioria dos casos sobre a cor das vítimas e destaca a necessidade de ter estatísticas mais completas sobre essas ocorrências.

"A gente precisa qualificar as informações para ter um perfil e entender também o que aconteceu em cada caso. Saber a cor e a raça dessas vítimas, na nossa avaliação, é fundamental para o direito de memória e justiça das pessoas vitimadas pela violência armada", afirma.

Luciene explica ainda que é preciso provocar as autoridades públicas para a revelação desses dados porque, quando uma informação é silenciada, há uma série de questões que influenciam na sua não disponibilização.

"Quando a gente tem um dado que não é informado, esse silenciamento não é à toa. A não produção de um dado sobre uma questão específica é uma informação importante se é interessante para o poder público ou não revelá-lo", pontua.

Os dados captados pelo Fogo Cruzado apontam para um perfil de pessoas majoritariamente negras vítimas dos tiroteios e disparos. Isso o porque a população preta é morta quatro vezes mais nessas ações em relação aos brancos, que são vítimas em 18 das 96 mortes registradas pelo instituto.

Para assegurar a vida

Mais do que apontar a incidência da violência armada no estado, os dados são divulgados pelo Fogo Cruzado para se tornarem instrumentos de fomento à políticas públicas de priorização à vida. Cecília Oliveira explica que, para isso, os analistas do instituto esmiuçam cada caso registrado.

"Nós mapeamos as situações relativas a uso de arma de fogo, que têm um grande impacto na vida de quem mora por aqui. [...] O nosso intuito é destrinchar as informações em outros indicadores como idade, cor e situação do tiroteio, se foi assalto ou chacina, por exemplo. Hoje, estamos levantando quase 30 indicadores", informa.

Defensor público e coordenador da Especializada Criminal e de Execução Penal da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA), Maurício G. Saporito, afirma que o instituto viabiliza ações do órgão em relação ao poder judiciário.

"De alguns anos para cá, a Defensoria entendeu que o seu perfil constitucional não é só na atuação individual. Nós entendemos que somos comentadores de políticas públicas. E, para poder trabalhar no âmbito judicial e no extra judicial, os dados são muito importantes", fala.

O defensor aponta ainda que, por serem dados sensíveis e muitas vezes postos em sigilo, alguns números liberam o órgão de uma dependência do Estado acerca de informações relativas a violência.

"Como órgão de estado, a gente estava submetido a informações oficiais. Esse dado de ocorrências policiais com morte é historicamente difícil de conseguir. Com o Fogo Cruzado fazendo um estudo desse, a gente tem uma série de novas alternativas para atendimento da população e promoção de segurança", completa Saporito.

Feridos e mortos por raça:

Negros: 8 feridos e 76 mortos
Brancos: 2 feridos e 18 mortos
Amarelos: 1 ferido e 0 mortos
Indígenas: 0 ferido e 1 morto
Não identificado: 86 feridos e 209 mortos

Por mês:

Julho

Disparos/tiroteios: 132
Mortos: 86
Feridos: 23

Agosto

Disparos/tiroteios: 141
Mortos: 101
Feridos: 24

Setembro

Disparos/tiroteios: 128
Mortos: 92
Feridos: 30

Outubro (até o dia 8)

Disparos/tiroteios: 42
Mortos: 25
Feridos: 20

Publicado em Polícia

A terça-feira é o dia da semana com menos histórico de homicídios, revelam dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) compilados entre 2011 e 2021. O período mais violento costuma ocorrer no sábado e domingo. Mas, contrariando as estatísticas, a última terça-feira (11) foi de terror em Salvador e na Região Metropolitana (RMS). Foram 11 assassinatos em nove localidades diferentes e o maior número registrado em 2022. A média dos dias anteriores, a partir de 1º de janeiro, era de 3,3 mortes violentas por dia.

O salto ainda não tem uma explicação. As investigações estão em andamento e, até o momento, a polícia não identificou relação entre as mortes, com exceção de dois duplos homicídios. O primeiro foi de um casal de adolescentes e aconteceu em Lauro de Freitas. Duas horas depois, em Dias D’ávila, dois ciganos foram assassinados e, no caso deles, os crimes não pararam por aí.

Em um intervalo de 12 horas, a família de ciganos foi praticamente exterminada na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Foram quatro mortos no total: um homem, sua mulher, seu irmão e um sobrinho. Os crimes são investigados pela Polícia Civil, que apura se os casos estão relacionados.

As primeiras mortes aconteceram na cidade de Dias d'Ávila por volta das 19h30 da terça-feira (11). O casal Orlando Alves, 59 anos, e Luciene Alves de Oliveira, 56, estava dentro de casa, na Rua dos Jardins, no bairro de Petrópolis, quando foi baleado por um homem em uma moto. Segundo alguns ciganos vizinhos das vítimas, na hora, o neto do casal, um rapaz de 14 anos, correu para o banheiro, onde permaneceu escondido. Eles relataram que o criminoso parou a moto em frente à residência das vítimas. "Ele chamou o velho pelo nome. Quando abriu a porta, ele recebeu os primeiros disparos. A mulher estava um pouco distante de Orlando e foi baleada logo em seguida", contou a testemunha.

Ainda segundo os vizinhos, os corpos foram encontrados com várias perfurações na cabeça e no tórax. "O que fizeram com eles foi uma tamanha crueldade. Orlando e a mulher foram os primeiros ciganos a chegarem aqui no bairro. Todo mundo gostava dos dois. Era um casal pacato, que não mexia com ninguém", declarou um vizinho. Orlando trabalhava com a venda de terrenos na localidade.

Já o irmão e sobrinho de Orlando, Alcides, 76 anos, e Nilson Alves, 44, sofreram a violência em Camaçari, por volta das 7h30 de ontem, não entrando na estatística dos 11 mortos da terça. Eles estavam na Rua Serra Verde quando foram baleados. Os dois morreram no local. Um segundo sobrinho de Orlando, chamado Joel, 45 anos, também foi atingido e está internado no Hospital Geral de Camaçari. Não há informações sobre o seu estado de saúde. Os três irmãos estavam dentro de um Palio vermelho e foram atingidos em frente à igreja Assembleia de Deus Peniel - ao lado da casa onde moravam.

A história de terror não para por aí. Há cerca de 40 dias, um outro filho de Orlando foi assassinado numa emboscada na localidade de Cascavel, em Dias d'Ávila.

"Do nada, chegam, matam e ninguém sabe o porque", disse um cigano amigo da família, que preferiu não revelar o nome. No entanto, informações preliminares da polícia dão conta de que as mortes teriam sido encomendadas por outro cigano, que responsabiliza a família de Orlando pela morte de seu neto.

Dois adolescentes mortos em Lauro de Freitas

O outro duplo homicídio da terça (11) aconteceu na Rua Direta do Capelão, em Areia Branca, Lauro de Freitas. Cauane Lima dos Santos, 15 anos, e Josafá dos Santos Menezes, 17, foram vítimas de tiros às 17h22. Segundo a Polícia Civil, Cauane chegou a ser socorrida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itinga e Josafá, para o Hospital Geral Menandro de Faria, mas ambos não resistiram.

A Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado pela 27ª Delegacia Territorial (DT/Itinga). A unidade policial já iniciou as investigações a fim de chegar à autoria, motivação e dinâmica do crime e já ouviu, de maneira preliminar, um familiar de cada uma das vítimas. Foram expedidas as guias para o trabalho do Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Ainda na terça, na Caixa d’Água, às 9h46, o corpo de Lucas Guerra Santos Conceição, 18 anos, foi encontrado pela mãe, dentro de casa. O rosto da vítima apresentava sangramento. Autoria e motivação estão sendo investigadas. Foram expedidas guias de perícia e remoção.

Em Águas Claras, às 11h08, Davi Cauan Souza de Santana, 17, foi baleado por homens em um veículo. Ele foi socorrido para o Hospital Eládio Lasserre, mas não resistiu. Equipes da Polícia Civil estiveram no local, não há detalhes sobre autoria e motivação do ataque.

Em Pojuca, às 20h23, um latrocínio vitimou Anderson Bruno de Jesus Santos, 21 anos. Ele estava transportando frutas em um caminhão e parou para verificar o estado do veículo, quando dois homens encapuzados anunciaram o assalto e efetuaram disparos. A DT de Pojuca está responsável pela investigação e guias periciais foram expedidas.

No bairro de Valéria, às 21h07, um homem sem identificação foi atingido por disparos. A Equipe Silc/DHPP foi acionada. Autoria e motivação são investigadas. Em Pirajá, às 21h50, um homem também sem identificação foi encontrado com marcas de tiros. O crime estpa com a 3ª DH/BTS.

Em Monte Gordo, às 23h53, um homem sem identificação foi encontrado com marcas de disparos de arma de fogo. A autoria e motivação do crime ainda estão sendo apuradas.

Janeiro vermelho

A soma de assassinatos nos primeiros 11 dias de janeiro é 46 (veja lista no final da reportagem). O número é 28% menor que o registrado nos primeiros 11 dias de 2021, quando ocorreram 64 homicídios. Em relação a janeiro deste ano, a partir das informações dos boletins da SSP, é possível traçar um perfil parcial das vítimas. Das 46 pessoas, 41 são homens, o que representa 89%. Apenas 5 são mulheres (11%). Em relação à idade, somente 24 vítimas tinham essa informação no boletim. Desse total, 13 (54%) são jovens de até 30 anos e 5 são menores de 20.

De acordo com um levantamento do CORREIO a partir de dados da SSP, 20.137 pessoas morreram de forma violenta entre janeiro de 2011 e junho de 2021. Esse número é maior do que a população inteira da cidade de Pindobaçu, no Sertão, por exemplo, e pouco menor do que a população de outras cidades como Abaré, Baixa Grande, Barra da Estiva, Maracás e Maraú, todas com população menor que 21 mil pessoas.

De 2011 a 2021, quem mais morreu vítima de violência em Salvador e na RMS foram homens de 17 a 26 anos. A faixa de idade com o maior número de vítimas foi a de 19 anos. Quatro bairros da periferia de Salvador se destacam na lista de mortes em 2021: São Marcos, onde 87,3% da população se autodeclara preta ou parda, São Caetano, Valéria e Fazenda Grande do Retiro.

Os boletins com os crimes deste ano não informam a cor da pele das vítimas, mas especialistas apontam que a maior parte das pessoas que têm mortes violentas são jovens, negros e moradores da periferia, inclusive aqueles mortos por intervenção policial, que não aparecem nos boletins e, portanto, não integram a lista das vidas já perdidas este ano.

"Infelizmente, é esse o perfil de pessoas que mais morrem vítimas de violência: homens jovens negros. É o que chamamos de genocídio da juventude negra. São homicídios praticados por terceiros ou mortes praticadas pelo Estado. O que nos preocupa, sobretudo, é como essas mortes são vistas pela sociedade como descartáveis. Elas são muitas e não causam grandes abalos na sociedade, são relativizadas e ignoradas. Por isso, a segurança pública precisa ser pensada numa lógica de prevenção à violência e manutenção da vida das pessoas, uma política de paz", ressalta Luciene Santana, pesquisadora da Rede de Observatórios da Segurança na Bahia e da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas.

O que diz a SSP

Em nota, a SSP disse que o registro de 11 mortes violentas na terça (11) “é considerado atípico, visto que os primeiros dias do ano apresentaram reduções significativas em relação ao mesmo período do ano anterior”. A Secretaria também destacou que os esforços continuam para reduzir ainda mais esses índices e que todos os casos já são acompanhados pela Polícia Civil para identificação e apresentação dos autores à Justiça.

A nota ainda informa que a SSP está trabalhando para conter as trocas de tiros recorrentes em alguns bairros de Salvador nos últimos tempos e que já possui a identificação dos grupos responsáveis por essas ações. “Foi constatado o acirramento pela disputa dos pontos de vendas de drogas após a saída temporária de mais de 400 detentos do sistema prisional no período do final do ano”, diz o órgão.

Já a Polícia Militar disse que o policiamento ostensivo é realizado rotineiramente por guarnições embarcadas em viaturas e motos ou mediante acionamento pela comunidade. “Cada bairro é patrulhado pela respectiva unidade de área, com o apoio de guarnições táticas e especializadas, que reforçam as ações operacionais. Além disso, a Polícia Militar realiza operações especiais programadas com o foco em apreensões de armas e drogas, além da diminuição do tempo-resposta no atendimento dos chamados. É imprescindível, para tanto, que a comunidade acione guarnições da PM em face da suspeita de crimes em andamento”, diz a nota.

A corporação orienta que o cidadão desconfie de um delito em andamento ou de alguém em atitude suspeita que entre em contato pelo 190 ou pelo 181 (disque-denúncia).

Desigualdade acirra a violência

Para o especialista em gestão pública e professor titular do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) Sandro Cabral, que também é professor licenciado da Universidade Federal da Bahia (Ufba), a violência observada nas ruas está associada às desigualdades.

“A gente pode associar esse cenário de violência, dentre outros fatores, à crise econômica, ou seja, amplificação da pobreza e desesperança. Sem emprego e sem ocupação, num cenário de extrema desigualdade em que vivemos, acabamos tendo todos os ingredientes para a emersão da violência como forma de resolução de conflitos e imposição de poder”, afirma.

“É na segurança pública que acabam todas as mazelas sociais, desigualdades econômicas e até o individualismo da sociedade. Tudo isso acaba sendo refletido em violência”, resume.

O professor acrescenta que um dos fatores ligados às mortes violentas é o tráfico de drogas associado ao crime organizado. “Há um cenário de crime organizado Brasil afora, o tráfico de drogas é uma atividade extremamente lucrativa. Na Bahia, a gente vem acompanhando a emersão do poder dos traficantes nos últimos anos. Com isso, vem a disputa por território, conflitos, etc., como grandes motores de violência”, diz.

O especialista em gestão pública traz alguns pontos do que seria um caminho para a diminuição da violência: “Não adianta querer aumentar recursos materiais e humanos se não utilizamos bem os que já temos. No caso de policiais, por exemplo, podemos melhorar as escalas e rever o efetivo que está em desvio de função, temos muitos policiais exercendo funções administrativas, por exemplo. Outra coisa importante é a integração forte entre as forças policiais, como Polícia Civil e Polícia Militar, com compartilhamento de informações e ações coordenadas. Também é preciso trabalhar o princípio de transparência e qualificação porque os policiais não são acima da lei, é necessário rigor na apuração de desvios e combate ao corporativismo”, enumera.

Quem são os 46 mortos em Salvador e RMS até o dia 11:

1/01 – 3 MORTES (Além de 2 tentativas de homicídio)
MARCOS NEVES DAS DORES - 21 anos - SÃO SEBASTIÃO DO PASSÉ
A. J. dos S. L. (masculino) - 17 anos - VERA CRUZ
VALÉRIA MARIA CARDOSO DOS SANTOS TELES - 36 anos - ALTO DE COUTOS

2/01 – 4 MORTES
ROBERT FRANCISCO CARLOS REIS - 22 anos - ARENOSO
IAGO SILVA DOS SANTOS - 22 anos - ARENOSO
JAILSON DA ENCARNAÇÃO MORAIS - 43 anos - CAMAÇARI
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - ALTO DO CABRITO

3/01 – 2 MORTES
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - NOVA BRASÍLIA
DANILO PARANHOS BONFIM SANTOS - 36 anos - PALESTINA

4/01 – 2 MORTES (Além de 2 tentativas de homicídio)
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - JARDIM CRUZEIRO
ELIEZER CONCEIÇÃO COSTA - 58 anos - SUSSUARANA

5/01 – 5 MORTES
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - CALÇADA
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - LOBATO
MARCOS VINICIUS SANTOS PINHEIRO - 30 anos - NOVO MAROTINHO
LUÍS CLÁUDIO AMORIN LIMA - 51 anos - FAZENDA COUTOS 3
MULHER DE IDENTIDADE IGNORADA - VALÉRIA

6/01 – 2 MORTES (Além de 1 tentativa de homicídio)
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - ÁGUAS CLARAS
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - CASSANGE

7/01 – 5 MORTES
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - LIBERDADE
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - DIAS D’ÁVILA
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - DIAS D’ÁVILA
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - PIRAJÁ
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - ALTO DA TEREZINHA

8/01 – 3 MORTES
UIDISLEI OLIVEIRA SANTANA - 28 anos - CANDEIAS
EMERSON FERREIRA SANTOS - 34 anos - CAMAÇARI
VANILSON MENEZES DOS SANTOS - 32 ANOS - BAIXA DE QUINTAS

9/01 – 5 MORTES (Além de 1 tentativa de homicídio)
JACIANE SANTOS DE JESUS - 30 anos - VERA CRUZ
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - SIMÕES FILHO
JANILSON SANTOS SILVA - 28 anos - SALINAS DA MARGARIDA
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - ITAPUÃ
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - SÃO CRISTÓVÃO

10/01 – 4 MORTES
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - ÁGUAS CLARAS
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - CAMAÇARI
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - IAPI
ALESSANDRO DE MEDEIROS - 35 anos - PELOURINHO

11/01 – 11 MORTES
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - MONTE GORDO
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - PIRAJÁ
HOMEM DE IDENTIDADE IGNORADA - VALÉRIA
DAVI CAUAN SOUZA DE SANTANA - 17 anos - ÁGUAS CLARAS
LUCAS GUERRA SANTOS CONCEIÇÃO - 18 anos - CAIXA D’ÁGUA
ANDERSON BRUNO DE JESUS SANTOS - 21 anos - POJUCA
ORLANDO ALVES - 59 anos - DIAS D’ÁVILA
LUCIENE ALVES DE OLIVEIRA - 56 anos - DIAS D’ÁVILA
CAUANE LIMA DOS SANTOS - 15 anos - LAURO DE FREITAS
JOSAFÁ DOS SANTOS MENEZES - 17 anos - LAURO DE FREITAS
OSEAS SANTOS DE SOUZA - 45 anos - CAMAÇARI

*Fonte: Boletins da SSP-BA

Publicado em Polícia

Em outubro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, ficou em 1,22% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O índice teve a segunda aceleração seguida, aumentando mais do que no mês anterior - 0,70% em agosto e 1,11% em setembro. Foi a maior inflação para um outubro em 16 anos, quando havia ficado em 1,26%, em 2005.

Também foi o IPCA mais alto desde dezembro de 2019 (1,26%).

Ainda assim, a inflação da RMS seguiu um pouco abaixo da registrada no país como um todo, onde o IPCA foi a 1,25%, em outubro - o maior para o mês desde 2002. O índice foi o 7o entre as 16 áreas investigadas separadamente pelo IBGE.

Alta no acumulado desde janeiro

Com o resultado do mês, o IPCA na RM Salvador já tem alta de 8,11% no acumulado de janeiro a outubro de 2021. Fica pouco abaixo do índice nacional (8,24%), mas se mantém como o maior acumulado para um ano desde 2015, quando havia fechado dezembro com uma alta de 9,86%.

Nos 12 meses encerrados em outubro, a inflação na RM Salvador também seguiu acelerando e ficou em 10,38%. Nesse acumulado, ultrapassou a barreira dos dois dígitos pela primeira vez em pouco mais de 5 anos e meio. A última vez que isso havia ocorrido tinha sido em fevereiro de 2016, quando o acumulado em 12 meses estava em 10,47%.

Enquanto isso, no Brasil, o IPCA acumula alta de 10,67% nos 12 meses encerrados em outubro, com 12 das 16 áreas investigadas também apresentando inflação igual ou maior que 10,00%.

Nove grupos de produtos apresentaram alta

Pelo segundo mês consecutivo, todos os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA apresentaram altas, na Região Metropolitana de Salvador. Antes de setembro de 2021, isso não acontecia, para um mês fechado, em pouco mais de três anos, desde maio de 2018.

Com o maior aumento no mês, o grupo transportes (2,53%) também liderou as pressões inflacionárias, puxado pelas passagens aéreas (43,38%), que tiveram a maior alta dos pesquisados pelo IBGE.

Em seguida, combustíveis (2,27%), e a gasolina (2,08%) deu a segunda maior contribuição individual para a alta do custo de vida na RM Salvador, em outubro. No ano de 2021, a gasolina já sobe 36,57% na RMS; em 12 meses, a alta acumulada é de 52,15%.

Os alimentos tiveram o segundo maior aumento médio neste ano (1,03%), abaixo apenas do registrado em janeiro (1,08%), e foram a segunda principal pressão inflacionária em outubro, na RM Salvador. As contribuições mais importantes no grupo vieram do tomate (21,91%), segunda maior alta dentre os itens considerados no IPCA), das refeições fora de casa (1,04%) e do frango em pedaços (5,04%).

Por outro lado, 4 dos 5 produtos que mais contribuíram para segurar o aumento do IPCA da RMS em outubro foram alimentos, liderados pelo lanche fora de casa (-3,91%), o pão francês (-1,49%) e a cebola (-9,64%).

Com o segundo maior aumento mensal entre os grupos, vestuário (2,31%) exerceu a terceira principal pressão de alta sobre o IPCA, na RMS. Foi puxado pelas roupas em geral (2,49%), sobretudo as femininas (3,26%).

INPC

Na Região Metropolitana de Salvador, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias com menores rendimentos (até 5 salários mínimos), também acelerou para 1,20% em outubro. Foi o 7º maior índice entre as 16 áreas pesquisadas e acima do resultado do país como um todo (1,16%).

No ano de 2021, o INPC acumula alta de 8,37% na RM Salvador e chega a 10,67% nos 12 meses encerrados em outubro. No Brasil como um todo, os acumulados são, respectivamente, 8,45% e 11,08%.

A vida de quem mora em Salvador e na Região Metropolitana da capital (RMS) está mais cara. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação de maio, divulgada ontem, ficou em 1,12% na RMS, a maior para o mês desde 1998 e a campeã em todo o Brasil. Os grandes vilões do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, foram as altas nos preços da gasolina e da energia elétrica, principalmente.

O combustível subiu 8,43% em comparação com o mês de abril. Já a energia elétrica teve aumento de 10,54%. Em maio também passou a vigorar na conta de luz a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora consumidos, diferença significativa em relação à bandeira amarela que vigorou de janeiro a abril.

Em junho, a previsão nesse setor não é nada boa. Diante do nível crítico nos reservatórios das usinas hidrelétricas, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu acionar o patamar mais alto do sistema de bandeiras tarifárias. Com a bandeira vermelha patamar 2, a conta de luz dos consumidores ficará ainda mais cara com a cobrança adicional de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Quem depende da gasolina para trabalhar sofre mais

O preço da gasolina é sentido, principalmente, nas pessoas que dependem de veículo próprio para trabalhar. Morador de Simões Filho, o motorista de aplicativo Antonio Monteiro, 45, não sabe mais o que fazer para lidar com a situação. “Estou pagando mais caro a gasolina para tentar manter as metas diárias. Cada aumento de combustível significa para mim mais horas que tenho que passar nas ruas trabalhando para sustentar a família”, lamenta.

No início do ano, Monteiro trabalhava quatro dias na semana, das 5h às 20h. Agora, com o atual preço da gasolina, ele precisa trabalhar cinco dias da semana, das 5h às 23h. “Graças a Deus, eu tenho batido a minha meta, pois isso é algo necessário. Eu tenho que suprir as necessidades de casa, mas estou muito mais cansado”, diz. O motorista denuncia falta de apoio à categoria por parte das empresas que controlam o serviço de transporte por apps.

“Eles só pensam neles. Sempre foi assim e não é agora que vai mudar. O motorista é deixado de lado mesmo. Nossos ganhos só vêm diminuindo com o tempo. A gente espera que alguém nos ajude a resolver isso”.

Como pai de família, o motorista também percebeu o aumento do preço da energia em maio. “Está tudo ficando mais caro. Essa energia é um absurdo. Lá em casa eu, minha esposa e meu filho ficamos o dia todo fora. Só minha mãe fica em casa e pagamos R$ 300 de energia. Antes não passava de R$ 100 reais. Esse aumento chega a ser abusivo”.

Outros produtos contribuíram para aumento da inflação

Dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, oito apresentaram alta em maio na RMS. Apenas o setor de vestuário teve leve deflação, de –0,02%. Os dois maiores aumentos vieram, respectivamente, dos custos com habitação (3,05%), influenciados pela energia, e transportes (2,71%), devido os combustíveis. O etanol, por exemplo, teve aumento de 16,31%.

O estudante universitário Tiago Paiva, 23, sentiu no bolso. “Precisei ir para o trabalho e fui abastecer. Coloquei R$ 50 de etanol e tomei um susto quando liguei o carro e vi que a setinha que indica a quantidade de combustível mal tinha se movimentado. Achei até que o posto tinha me dado algum golpe. Só que depois, quando fui conferir o preço, vi que realmente não tinha como subir muito”, desabafa.

Para poder lidar com isso, Tiago pensa em deixar o carro na garagem e passar a ir ao trabalho de transporte público ou por aplicativo. “É mais vantajoso. Se botar no papel os gastos que eu teria com o carro, sai mais barato deixá-lo na garagem. Só que, por conta da pandemia, estou evitando a opção mais econômica”.

Em abril, também houve aumento na passagem de ônibus em Salvador, de R$ 4,20 para R$ 4,40. Isso ainda repercutiu no IPCA de maio em 4,02%. Os alimentos seguiram pressionando a inflação, sobretudo carnes (1,99%), aves e ovos (2,99%) e panificados (1,70%).

Sem otimismo para os próximos meses, diz economista

A expectativa para a inflação no restante do ano não é positiva, de acordo com o economista e integrante do Conselho Regional de Economia (Corecon-BA), Edval Landulfo. “A taxa Selic está aumentando, mas isso não será ainda o melhor remédio. A expectativa é que tenhamos essa inflação nos próximos meses enquanto não tivermos solução para a questão da moeda e dos empregos”, analisa.

Landulfo acredita que é preciso estímulos do governo federal para que não haja aumentos de preço tão severos para o consumidor. “É preciso de um plano, estímulo do governo para que a economia reaja, mas isso não está sendo feito”, lamenta.

A ‘vacinação a conta-gotas' devido à falta de imunizantes também tem contribuído, na avaliação do especialista, para que o Brasil permaneça em crise. “Nossa retomada econômica depende de vacina. É até difícil fazer projeções com um cenário tão incerto. Não tenho otimismo enquanto a população não estiver vacinada. Em economia, tudo é mais lento. As respostas da atividade econômica não aparecem de forma imediata. É possível até que a inflação fure o teto estipulado pelo governo em 2021”, diz.

A inflação mensal nas 16 regiões pesquisadas*:
Salvador (BA) - 1,12%
São Luís (MA) - 1,10%
Fortaleza (CE) - 1,10%
Porto Alegre (RS) - 1,04%
Campo Grande (MS) - 0,97%
Rio Branco (AC) - 0,93%
Curitiba (PR) - 0,93%
Rio de Janeiro (RJ) - 0,87%
Goiânia (GO) - 0,79%
Belo Horizonte (MG) - 0,79%
Recife (PE) - 0,76%
Vitória (ES) - 0,74%
Aracaju (SE) - 0,62%
Belém (PA) - 0,48%
Brasília (DF) - 0,27%

*Fonte: IBGE