Nos primeiros 15 dias deste mês de maio, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-BA) registrou um aumento de 32% dos casos positivos para coronavírus.

De acordo com a diretora-geral da unidade, Arabela Leal, a taxa de positividade para a doença ficou em 49,27% na última semana. Ela também informa que houve um crescimento do número de amostras recebidas nos últimos dias.

“Na última média, a gente ficou com 49,27% de positividade na semana. De sábado para cá, nós tivemos um aumento muito grande no número de amostras. Entre sexta e segunda, nós recebemos mais de 18 mil amostras. Tivemos um volume grande em novembro, fevereiro e agora outra vez”, disse Arabela.

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Nessa terça-feira (18), a Bahia ultrapassou a marca de 20 mil óbitos por covid-19. Das 417 cidades do estado, somente 173 possuem uma população maior do que a quantidade de mortes causadas pela pandemia. É como se Ubaíra, de 19.877 habitantes, deixasse de existir em pouco mais de um ano. O índice alarmante foi atingido quando o boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) registrou 82 novas mortes. 

No total, são 20.054 óbitos registrados no boletim da Sesab e 961.157 casos de covid-19. Isso significa que o estado tem uma taxa de letalidade da doença de 2,09%, a sexta menor do Brasil, atrás de Amapá, Santa Catarina, Roraima, Tocantins e Acre.  Das pessoas que foram infectadas, 925 mil são consideradas recuperadas e outras 16 mil pessoas lutam para vencer a doença. 

Mas não se trata apenas de números. Das 20 mil vítimas da doença, o CORREIO separou 20 histórias que foram interrompidas pelo vírus. São artistas, políticos, ídolos do futebol e da música e trabalhadores comuns que batalhavam diariamente para sobreviver à pandemia e às dificuldades da vida. São 20 representantes de um universo mil vezes maior e que, com vacinação a conta-gotas e menos medidas de segurança, pode se multiplicar. Confira a lista:

Elsimar Coutinho, cientista baiano referência internacional em planejamento familiar 

O médico Elsimar Metzker Coutinho, no auge dos seus 90 anos, passou  quase um mês internado lutando para vencer a covid-19. Morreu no dia 17 de agosto de 2020, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, local para onde ele foi transferido após ter dado entrada no Hospital Aliança, em Salvador.

Coutinho era baiano da cidade de Pojuca, Região Metropolitana de Salvador (RMS). Estudou em Salvador, Paris, Nova York e se tornou um cientista pioneiro no desenvolvimento de anticoncepcionais femininos e na fabricação de implantes hormonais. Ele deixou a esposa Tereza Coutinho, filhos e netos. 

 

(Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO)

 

Em Salvador, Coutinho se formou nos cursos de Farmácia e Medicina pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Em seu mais de meio século de carreira, fundou o Centro de Pesquisa e Assistência em Reprodução Humana (Ceparh), no bairro da Federação. Ele era autoridade mundial em tratamentos de infertilidade provocada por endometriose e miomatose. 

 

Keko Pires, músico

Além de ser conhecido como um exímio instrumentista de ritmos como rock, jazz e soul, Keko Pires era figura muito querida no meio musical soteropolitano por sua alegria e gentileza. O músico, compositor e multi-instrumentista foi internado no Hospital Jorge Valente pouco antes do Réveillon. após ser diagnosticado com covid-19. Ele faleceu no dia 7 de janeiro de 2021.  

(Foto: reprodução)

Keko dedicou grande parte dos seus 55 anos a projetos musicais no cenário baiano, onde conheceu grandes amigos, como os cantores Armandinho Macêdo e Gerônimo Santana. Foi com esse último, inclusive, que Pires lançou um clipe da sua nova música de trabalho, Retrato, em setembro de 2020, no seu canal do YouTube. Confira: 

 

Aracy Gomes, uma pioneira no feminismo baiano. 

Mulher que usou biquíni quando nenhuma outra tinha coragem e dirigiu em uma época que só os homens faziam isso, Aracy Esteve Gomes se formou na primeira turma de matemática da Bahia e fez da fotografia um hobby. Ela é pioneira no feminismo baiano. Foi forte o suficiente para fazer história, mas nos seus 97 anos, não resistiu à covid-19. 

(Foto: arquivo pessoal)

Ela nasceu em Santo Antônio de Jesus, morou em Amargosa e, depois, em Salvador, onde construiu a sua carreira. Aracy ficou internada no Hospital Português e faleceu no dia 3 de março de 2021. Seu genro, o neurocirurgião Luiz Antônio Coelho Silva, também foi uma vítima da doença. Ele faleceu 22 dias depois da sogra. Luciana Gomes, gerente comercial do CORREIO, filha de Luiz Antônio e neta de Aracy, lembra com orgulho da avó:

“O maior legado que ela deixa é a questão da liberdade. Homens e mulheres precisam ter direitos iguais. Ela sempre pregou isso e era à frente do seu tempo. Dizia sempre para a gente nunca procurar e olhar o defeito dos outros. Eu tenho muito orgulho de ser neta dela”, disse.

 

Irmão Lázaro, cantor, pastor e vereador de Salvador

Olhando para a trajetória de Irmão Lázaro é possível ter noção do quanto a vida pode ser complexa. Ele morreu no dia 19 de março de 2021 como cantor gospel e vereador de Salvador eleito pelo Partido Liberal (PL). Mas ele não era só isso. 

Sua vida foi marcada por várias outras coisas: dos tambores do Olodum à Síndrome do Pânico desenvolvida durante a luta contra o vício em cocaína. Do medo de ter o mesmo destino de seu irmão mais velho, fuzilado pela Polícia, às pregações com tom redentor. Do Melô do Pompompom ao Eu Sou de Jesus. De Lázaro Negrume ao Irmão Lázaro. Complexo. Paradoxal. Assim como é a vida.

(Foto: Agência Câmara)

Irmão Lázaro tinha 54 anos e morreu em Feira de Santana, onde ficou internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Matheus. Foi em 2014 que ele tentou pela primeira vez um cargo eletivo e foi o terceiro deputado federal mais votado na Bahia com mais de 161 mil votos. Em 2018, foi candidato ao senado, mas perdeu. Em 2020, tentou seu primeiro mandato na Câmara Municipal de Salvador (CMS) e foi eleito. 

 

Herzem Gusmão, prefeito de Vitória da Conquista    

Prefeito reeleito de Vitória da Conquista, Herzem Gusmão não conseguiu trabalhar no segundo mandato. Eleito em novembro de 2020, um mês depois foi diagnosticado com covid-19, no dia 7 de dezembro. Pouco mais de uma semana depois, foi internado no Hospital Samur, em Conquista, com complicações pulmonares causadas pela doença e, posteriormente, foi transferido para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde morreu no dia 18 de março de 2020, após três meses de luta. 

(Foto: divulgação)

Herzem iniciou sua carreira trabalhando em uma rádio, aos 20 anos. Ele é formado em Direito e pós-graduado em Comunicação e Jornalismo pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Em 2014, foi eleito deputado estadual suplente. Um ano depois, assumiu o mandato onde ficou por 15 meses. A saída da Assembleia Legislativa foi para assumir o cargo de prefeito em sua cidade Natal em 2016. Em 2020 foi reeleito com 54% dos votos. 

Quem tomou posse no dia 1º de janeiro de 2021 foi a sua vice, Sheila Lemos (DEM), que seguirá no cargo pelos próximos três anos. 

 

Clara Mascarenhas, filha do cantor Canindé

Com apenas 22 anos e uma enorme carreira musical pela frente, a estudante Clara Mascarenhas, filha do cantor Canindé, morreu no domingo (16). Clara estava internada na UTI do hospital regional Vicentina Goulart, em Jacobina, mas não resistiu ao quadro de covid-19.

 

(Foto: reprodução)

Sua mãe, a empresária Luciana Mascarenhas, também contraiu a doença, mas recebeu alta na segunda-feira (10), segundo informou o portal Augusto Urgente. Clara estudava Música na Universidade Federal da Bahia (Ufba) e integrava o Grupo de Violoncelos da instituição.  

A direção da Escola de Música definiu Clara como talentosa musicista, "dona de uma simpatia enorme e de uma personalidade acolhedora". A jovem, inclusive, fez uma participação no DVD gravado pelo pai, em 2020, tocando violoncelo numa música composta por Canindé em homenagem a ela. Assista:

 

Daniel Rios, vereador de Salvador

Ele era o caçula dos cinco filhos do casal Jessé Carneiro Rios e Eurides da Silva Rios. Irmão do médico e deputado estadual David Rios (PSDB), o vereador de Salvador Daniel Rios foi outro parlamentar baiano vítima da covid-19. Daniel morreu no dia 14 de fevereiro de 2021. Ele estava em sua segunda legislatura, tinha 46 anos e era filiado ao Patriota. Em 2016, foi eleito para a Câmara com 10.761 votos, tornando-o 15º mais votado. 

(Foto: divulgação)

Daniel era formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb), mas atuava como empresário, músico e produtor musical. Nasceu em Pé de Serra, município da Bacia do Jacuípe, mas ainda cedo mudou-se com a família para Feira de Santana, onde cresceu e realizou os primeiros estudos. 

Sua morte trouxe comoção no meio político. O prefeito Bruno Reis, por exemplo, chegou a desmarcar uma coletiva de imprensa e decretou luto oficial na capital baiana por três dias.

“Ele deixa um legado incontestável de serviços prestados às comunidades mais carentes e sempre será lembrado por isso”, disse, na época.

 

Haroldo Lima, dirigente histórico do PCdoB

Ex-deputado federal, dirigente histórico do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), sobrevivente à prisão e tortura, Haroldo Lima, em seus 81 anos e depois de muita luta, como sempre, não resistiu às complicações da covid-19. Ele morreu no dia 24 de março de 2020, no Hospital Aliança, local onde foi internado no dia 8 de março por causa da covid-19. 

 

(Foto: divulgação/APUB)

Sua voz contundente já dava lugar a um tom rouco e abatido. Seu corpo foi cremado no cemitério Campo Santo, na Federação, em cerimônia restrita a familiares. Ele deixou a esposa, Solange Lima, 83 anos, as filhas Lene, Valéria e Julieta e as netas Clara, Letícia e Beatriz.

Haroldo nasceu em Caetité e foi um dos construtores do PCdoB na Bahia. A paixão pela política começou cedo, ainda no curso de engenharia elétrica da Universidade Federal da Bahia (Ufba), de 1958 a 1963, quando participou intensamente do movimento estudantil. Ele se dizia revolucionário em tempo integral e todas as suas ações envolviam a luta pela igualdade e pela liberdade. Foi crítico da exploração dos mais vulneráveis e das ideias neoliberais. 

 

Maria de Fátima Cunha de Oliveira, a professora que morreu após testar duas vezes por covid 

Esse caso chamou a atenção pela crueldade do vírus. A professora Maria de Fátima Cunha de Oliveira tinha 38 anos e morava na sua cidade natal, Valente, a 238 quilômetros de Salvador. Ela morreu de covid-19 no dia 17 de janeiro de 2021 e, de acordo com a sua irmã, Maise Cunha de Oliveira, 29 anos, Maria já tinha sido contaminada anteriormente com a doença, em outubro de 2020. Segundo a família, os dois testes positivos foram confirmados através de exames do tipo RT-PCR. A versão também foi confirmada pela prefeitura da cidade.  

 

Maria de Fátima era professora municipal (Foto: arquivo pessoal)

Em 2021, quando os sintomas da covid voltaram a aparecer, a professora registrou sua situação em uma publicação no Facebook a favor da vacinação contra a covid-19. “Se você não quer tomar [a vacina], mantenha distância e tomara que nunca tenha o covid. Tive em outubro e faz três dias que perdi o olfato e paladar, além da febre alta que dá trabalho de baixar”, escreveu Maria, no dia 9 de janeiro. 

Na época, a Sesab disse não ter sido notificada sobre nenhum óbito relacionado à reinfecção por covid-19 no estado. Já a enfermeira Eloisa Helena, coordenadora da vigilância epidemiológica de Valente, disse em nota que, logo após o acontecimento, comunicou o caso ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), que faz parte da Sesab.

“Eles me deram as orientações, agora [o caso] irá para análise de um infectologista. Nós enquanto município não temos condições de afirmar que foi uma reinfecção, pois essa analise depende de avaliação laboratorial, que será feita pelo Lacen central, em Salvador”, afirmou, na época. 

 

Siegfrid Frazão Keysselt, coronel da Polícia Militar da Bahia

Siegfrid Frazão Keysselt tinha 70 anos e uma vida de serviço prestado à Policia Militar da Bahia. Ele morreu na madrugada do dia 26 de fevereiro de 2021, quando a Bahia sofria com uma segunda onda de contaminações da covid-19. Ele estava internado no Hospital Aliança. 

(Foto: reprodução)

 

O militar entrou na corporação em 1971 e entre as funções que exerceu está o cargo de diretor do Departamento de Comunicação Social da PM (DCS). Na época que Siegfrid morreu, os agentes de segurança ainda não podiam receber a vacina da covid-19, o que só foi acontecer no final de março de 2021.  

 

Valdemir Novaes Pina, defensor público estadual

Ele fez parte do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA) como membro conselheiro, em 2004, e recebeu menção honrosa no prêmio “Conciliar é Legal”, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na categoria “Mediação e Conciliação Extrajudicial”. Valdemir Novaes Pina tinha atuação reconhecida e destacada, principalmente após o sucesso da instalação do Centro de Mediação e Conciliação (CMC) para questões relacionadas ao direito das famílias. A coivd-19 não foi capaz de apagar esse seu legado. 

(Foto: divulgação)

 

Valdemir morreu no dia 12 de abril de 2021, em Salvador, com apenas  64 anos. Ele ficou um mês internado no Hospital Couto Maia, na capital baiana, devido a doença. Tinha 20 anos de serviço e era defensor público de classe final. Nasceu em Vitória da Conquista, onde foi sepultado. Mas sua carreira foi construída em Salvador, onde ele se formou em Direito pela Universidade Católica do Salvador (Ucsal). Valdemir deixou a esposa, dois filhos e uma neta. 

 

Ialorixá Mãe Laura Sandoiá, referência em Ilhéus 

Uma das maiores lideranças religiosas do sul da Bahia, a ialorixá Laura Maria da Silva, mais conhecida como Mãe Laura Sandoiá, foi uma das vítimas da covid-19. Ela partiu com 72 anos, no dia 27 de março de 2021, após ficar internada na UTI do Hospital de Ilhéus, na cidade nova. Mãe Laura era a sacerdotisa do Terreiro Guainia de Oiá, localizado no bairro do Pontal.

 

 

(Foto: reprodução)

 

A prefeitura de Ilhéus lamentou a morte da ialorixá em uma nota oficial divulgada na ocasião. "Mãe de Santo há 56 anos, Mãe Laura deixa um legado de devoção e fé, sobretudo muitas saudades para todos os seus seguidores e admiradores. Ela, uma referência da religião de matriz africana, organizava com muito esmero as festas de Iemanjá na Maramata. Sempre próxima da comunidade, ao longo de sua jornada, ela trabalhou em favor dos pontalenses e do desenvolvimento da cidade. Ilhéus perdeu uma grande personalidade, que será sempre lembrada por sua dedicação e amor", escreveram, na época.

 

Clebson Pereira da Silva, 31 anos, o jovem taxista morto por covid

Ele atuava em um supermercado na Vasco da Gama e chegou a pedir ao pai, também taxista, que parasse de trabalhar. Clebson Pereira da Silva, 31 anos, não imaginava que seria vítima da covid-19. O taxista tinha apenas 31 anos e morreu no dia 8 de maio de 2020. Segundo a Associação Geral dos Taxistas (AGT), a morte do rapaz trouxe comoção a toda categoria. 

(Foto: Reprodução)

 

Na época, o trabalhador foi atendido em duas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. Na primeira, ele foi medicado e liberado para que retornasse para casa. Após o quadro se agravar, retornou à UPA de Brotas e foi a óbito no dia seguinte. Ele ficou aguardando na Central de Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS) para ser transferido para um hospital, mas não resistiu.

 

Jotinha, humorista que conquistou a internet  

Famoso por áudios de WhatsApp, no qual costumava usar o bordão "papá", e amigo de famosos como o jogador Neymar, o humorista e radialista José Luiz Almeida da Silva, conhecido como Jotinha, morreu no dia 5 de novembro de 2020. Com 52 anos, ele chegou a ficar de coma e teve falência de múltiplos órgãos após contrair a covid-19. 

 

(Foto: reprodução)

Muito querido, a notícia da sua morte foi confirmada pelo secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas. Artistas chegaram a fazer uma campanha para que ele fosse transferido para um hospital público, já que estava internado em estado grave num hospital particular de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo. Sua família não tinha condições de mantê-lo no local. 

Segundo Vilas-Boas, devido a gravidade de saúde do rapaz, a transferência não poderia ser feita. Jotinha também era torcedor do Bahia e chegou a ser garoto-propaganda do clube, participando de diversas ações de marketing do tricolor. Sua morte repercutiu internacionalmente, ganhando homenagem no obituário do jornal The News York Times. Ele foi sepultado em Elísio Medrado, a cidade em que vivia. 

 

Maria Luiza Câmera, fundadora da Associação Baiana de Deficientes Físicos (Abadef), 

Uma vida inteira dedicada a luta. A defensora e ativista pelos direitos das pessoas com deficiência (PCD) e fundadora da Associação Baiana de Deficientes Físicos (Abadef), Maria Luiza Câmara, também lutou para vencer a covid-19. Ela tinha 75 anos e ficou cerca de 15 dias internada no Hospital da Bahia, no bairro da Pituba, A defensora até chegou a se recuperou da doença, mas dias depois voltou a ser internada com pneumonia.

 

(Foto: divulgação)

Nascida em Itabuna, no interior da Bahia, Luiza se mudou para Salvador junto com a mãe ainda na infância por conta dos estudos. Ainda jovem foi diagnosticada com a doença de Still – autoimune, que gera inflamações no corpo, desgastes progressivos nas articulações – e perdeu o movimento nas pernas. Desde então, passou a ser referência nacional na luta pelos diretos das PCD. Em meados do ano de 1980, fundou a Abadef. 

Ela chegou a receber a Comenda Dorina de Gouvêa Nowill, concedida pelo Senado Federal (SF) para personalidades que tenham oferecido contribuição relevante à defesa das pessoas com deficiência no Brasil. Também se candidatou quatro vezes para o cargo de vereadora de Salvador, mas não foi eleita. Luiza Câmara também fundou o Bloco Me Deixe à Vontade, que há 24 anos leva alegria e mensagem de respeito e inclusão às ruas durante o Carnaval de Salvador.

 

Sapatão, ídolo do Bahia

Élcio Nogueira da Silva, ou simplesmente Sapatão, fez sucesso jogando com a camisa do Bahia durante as décadas de 1970 e 1980. Ele atuou em toda a campanha que deu ao tricolor o inédito e até hoje inigualado heptacampeonato baiano de 1973 a 1979. Aos 72 anos, no dia 5 de junho de 2020, morreu vítima da covid-19. 

 

 

(Foto: Betto Jr./Arquivo CORREIO)

Ele estava internado na UTI do Hospital da Bahia após passar mal em casa, com quadro de hipertensão. O ex-zagueiro precisou ser intubado, passou a respirar com a ajuda de aparelhos e foi diagnosticado com a covid supostamente contraída no hospital. 

Além do Esquadrão, Sapatão passou ainda por Flamengo, Fluminense de Feira - pelo qual foi campeão baiano de 1969 -, Santa Cruz e Catuense. Após encerrar a carreira nos gramados, se tornou treinador e dirigiu equipes como Ypiranga, Camaçari, Galícia, América-SE e União São João-SP. Ao todo, com a camisa tricolor, Sapatão entrou em campo 450 vezes e marcou 12 gols. 

 

MC Dumel, cantor

Terrível. Essa é a palavra que define Diego Albert Silveira Santos, o MC Dumel, morto no dia 16 de abril em decorrência da covid-19. O uso do adjetivo não significa uma ofensa. Terrível era a forma como o funkeiro de 28 anos se referia àquilo de que gostava. Dumel tinha apenas 28 anos e foi a 36ª vítima da doença na Bahia.

(Foto: reprodução)

Em março de 2020, o MC estava no Rio de Janeiro, sua cidade natal, em uma turnê que se iniciou após o carnaval. Lá ele foi infectado e começou a apresentar os sintomas da doença. Todos achavam que era uma gripe. Com a iminência da pandemia e o cancelamento dos shows, o artista antecipou a volta para a Bahia, local onde ele escolheu como sua casa.   

A esposa Andreza Bacellar, 22 anos, também foi infectada e ficou curada. Os dois testaram positivo e foram internados no Hospital Geral Menandro de Faria, em Lauro de Freitas. De lá, o casal foi transferido para o Instituto Couto Maia, onde Dumel veio a óbito. 

 

Maria da Conceição Silva Santos (Janaína), a primeira baiana de acarajé vítima da covid-19 

Como a maioria das baianas de acarajé, Maria da Conceição Silva Santos aprendeu o ofício com a mãe. Ela era conhecida como Janaína porque nasceu no dia 2 de fevereiro. Sempre impecável, fazia muitos eventos e vendia acarajé na porta de casa, na rua do Japão, Liberdade. A pandemia não a deixou mais realizar seu serviço. Janaína morreu de covid no dia 14 de maio de 2021. Ela foi a primeira baiana de acarajé morta pela doença, segundo a Associação Nacional de Baianas de Acarajé, Mingau, Beiju e Similares (Abam).

Janaína, a terceira da esq. para a dir., vestida de azul, e outras quatro baianas mortas pela covid na Bahia

(Foto: Acervo Pessoal)

 

A família acredita que Janaína foi contaminada quando teve que levar o pai dela, seu avô, à uma UPA. Dias depois, estava sentindo falta de ar e a filha a encontrou completamente prostrada. Do candomblé, a mãe disse à filha que tinha visto sua morte no jogo de búzios se fosse ao hospital. A filha ligou para a Samu e a informação era de que elas precisariam ir para a unidade.

Com a ajuda de duas pessoas, foi levada para a UPA dos Barris. Na madrugada, foi transferida para o Hospital de Campanha Memorial do Itaigara, onde foi intubada. Janaína lutou por 18 dias, mas não resistiu. 

 

Fernando Neves, ator 

Ele era um dos mais renomados atores do teatro baiano, Formado em Direção Teatral e Licenciatura em Artes Cênicas, pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), Fernando Neves foi professor de teatro do Colégio Estadual Severino Vieira e diretor de teatro infantil da Ufba durante três anos. No dia 26 de junho de 2020, faleceu por complicações da covid-19.

 

(Foto: divulgação)

Fernando era natural de Belém do Pará, onde começou a atuar, em 1955. Ele encenou diversos espetáculos na Bahia, como “O sonho” e “Check-up”, que ficou em temporada entre 1977 a 1987 no Teatro Gamboa. Um dos seus últimos trabalhos foi na peça Em Família, que chegou a ser indicada no Prêmio Braskem de Teatro.

 

Gilmar Vasconcelos, cinegrafista da TV Aratu 

A covid-19 também atingiu os profissionais da imprensa. O repórter cinematográfico Gilmar Vasconcelos tinha apenas 50 anos e morreu na noite do dia 16 de março de 2020, em Salvador, por complicações respiratórias causadas pela covid. Ele atuava há cerca de 15 anos na TV Aratu e tinha passagens por outras emissoras da capital baiana.

(Foto: reprodução)

 

No início de fevereiro, apresentou sintomas da doença, testou positivo e se afastou das atividades. Com os sintomas mais graves, foi internado no Hospital Santa Izabel, em Salvador, onde estava há cerca de 40 dias. Seu sepultamento aconteceu no Cemitério Bosque da Paz, na capital baiana. Ele vivia com a companheira, Arlete, e deixou cinco filhos.

 

20 mil mortes na Bahia: relembre 20 personalidades vítimas da covid

Publicado em Bahia

Apesar do avanço na vacinação, algumas cidades da Bahia enfrentam o pior momento da pandemia. Nessa segunda-feira (17), hospitais de 16 municípios do interior estavam com 100% de ocupação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), de acordo com os dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Essa realidade está acompanhada por um momento de explosão de novos casos e também falta de medicamentos para o tratamento da covid.

Essa é a situação de Paulo Afonso, por exemplo, cidade localizada a quase 500 quilômetros de distância de Salvador. O município de 120 mil habitantes já é o quinto na Bahia com mais casos ativos de covid-19: 379, segundo os dados da Sesab, mas 455, segundo o último boletim epidemiológico do município. Por lá, o Hospital Municipal Aroldo Ferreira está com os 10 leitos de UTI ocupados e há falta de medicamentos.

“No momento, estamos passando por um caos em Paulo Afonso. Não tenho como colocar mais pacientes, estou correndo para abrir leitos e preciso do apoio de todo mundo. Quem tiver insumos, medicações que possam nos ajudar, vejam, nos ajudem, enviem. Estou com meus processos em andamentos, com meus fornecedores para entregar. Tenho fornecedores que dizem que os fabricantes não têm matéria prima para entregar o que a gente comprou. Então, para dar suporte a todos vocês, preciso que vocês me ajudem”, disse o secretário interino de Saúde de Paulo Afonso, Adonel Júnior.

Essa declaração foi dada em um áudio vazado dirigido para os colegas das cidades vizinhas. A veracidade da gravação foi confirmada pela prefeitura e pelo próprio secretário.

“Estamos vivenciando um verdadeiro caos, porque diariamente recebemos centenas de pessoas de toda uma região e, por mais que tenhamos insumos e profissionais, tem um momento que os medicamentos não atendem a alta demanda”, disse.

Mas não é só a região Norte da Bahia, onde Paulo Afonso está localizada, que sofre com a ocupação das UTIs. As 16 cidades com hospitais lotados estão espalhadas em oito das nove macrorregiões. Confira a lista completa das unidades de saúde ocupadas e seus respectivos municípios no final do texto.

Barreiras está no pior momento da pandemia
No Oeste do estado, a cidade-polo de Barreiras também enfrenta o pior momento da pandemia. Segundo os dados da Sesab, são 441 casos ativos, mas o boletim epidemiológico municipal revela muito mais: 1.162 pessoas estão com a covid-19 atualmente, o que a coloca no segundo lugar da lista de cidades com mais casos ativos da Bahia. Lá tem 50 leitos de UTIs divididos em dois hospitais (Central e do Oeste). 49 estão ocupados – apenas o Hospital do Oeste tinha um leito vago na tarde dessa segunda-feira.

Por causa desse cenário, na última sexta-feira (14), a prefeitura determinou o fechamento do comércio não essencial por 10 dias. Um dia depois, o governo do estado determinou que toda a região Oeste entrasse em lockdown parcial até 25 de maio. Por ser a maior cidade da região, os hospitais de Barreiras recebem pacientes das cidades vizinhas. O secretário de Saúde, Melchisedec Neves, aprovou a decisão.

“O atual momento da pandemia no nosso município nos levou a tomar medidas urgentes que visam o enfrentamento do quadro mais grave já deparado por nós desde março do ano passado. (..) Os números são alarmantes e não encontramos mais médicos para contratar. Os que estão atuando, já estão exaustos devido à sobrecarga dos trabalhos intensos. Por isso, precisamos da colaboração de todos”, disse.

No total, são 36 cidades do Oeste, incluindo Barreiras, que estão com lockdown parcial: Angical, Baianópolis, Barra, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Brejolândia, Brotas de Macaúbas, Buritirama, Canápolis, Catolândia, Cocos, Coribe, Correntina, Cotegipe, Cristópolis, Formosa do Rio Preto, Ibotirama, Ipupiara, Jaborandi, Luís Eduardo Magalhães, Mansidão, Morpará, Muquém do São Francisco, Oliveira dos Brejinhos, Paratinga, Riachão das Neves, Santa Maria da Vitória, Santa Rita de Cássia, Santana, São Desidério, São Félix do Coribe, Serra do Ramalho, Serra Dourada, Sítio do Mato, Tabocas do Brejo Velho e Wanderley.

No Nordeste da Bahia, municípios declaram “lockdown” por conta própria
Se as grandes cidades não têm vagas nos leitos de UTis, as pequenas, que não têm essa infraestrutura hospitalar mais complexa, ficam reféns da fila da regulação. Esse é o caso de Monte Santo e Ribeira do Pombal, municípios localizados no Nordeste da Bahia, que entraram em lockdown para frear a contaminação e evitar o aumento de casos e mortes na cidade.

Em Monte Santo, a decisão veio depois que, em menos de uma semana, dois óbitos por covid-19 foram confirmados na cidade. Atualmente, o município de 50 mil habitantes tem 150 casos ativos e outros 51 suspeitos. No total, são 33 mortes desde o início da pandemia. Lá, o lockdown já começa nessa terça-feira, 18 de maio, e vai até o próximo domingo (23).

“Diante de um cenário onde do dia 1º de maio até hoje tivemos confirmados vários casos, acendeu o sinal vermelho. Eu convidei os vereadores e representantes da sociedade civil de Monte Santo. Ficou decidido pela maioria a necessidade de fazermos um lockdown. Serão seis dias em que eu peço para os cidadãos refletirem e fazerem sua parte, para assim vencermos a pandemia”, disse a prefeita da cidade, Silvania Matos.

Já Ribeira do Pombal, com seus pouco mais de 50 mil habitantes, encontra-se com quase o dobro de casos ativos do que Monte Santo. São 290, no total, o que coloca a cidade na oitava colocação da lista dos que mais tem casos ativos na Bahia, segundo a Sesab. O lockdown por lá começou na sexta-feira (14) e vai até às 5h dessa quinta-feira (20).

“Eu peço a cada um de vocês que nos ajude. [Essa] é a única forma de conter o crescimento do vírus na cidade”, disse o prefeito Eriksson Silva, em vídeo gravado para a população da cidade. No total, Ribeira do Pombal tem 46 mortes por covid-19. Em toda região Nordeste, onde as duas cidades estão localizadas, há apenas um hospital com leitos de UTI. É o Regional Dantas Bião, em Alagoinhas, que também está com 100% de ocupação.

Governador disse acompanhar a situação
Em uma rede social, o governador Rui Costa classificou a realidade do oeste do estado como “crítica” e a de Paulo Afonso como “preocupante”. Ele disse que o governo do estado está acompanhando e tomando medidas.

“A situação do Oeste da Bahia é muito crítica. A região de Paulo Afonso também nos preocupa, então, o Governo do Estado, juntamente com as prefeituras, já está tomando medidas para frear a transmissão do coronavírus nessas localidades”, disse.

A Sesab disse que também acompanha a situação. “A Sesab segue monitorando as cidades e, caso seja necessário, transferindo pacientes para outras unidades”, afirmaram, em nota. Também nessa segunda-feira, Rui criticou as festas com aglomerações, o que para ele tem sido um grande centro de reprodução da covid-19. Por isso, a governadoria já antecipou que vai suspender o transporte intermunicipal no período das festas juninas.

“Não permitiremos a realização de festas de São João em nenhuma cidade, nenhuma região da Bahia. Temos que ter responsabilidade neste momento. Fazer festa agora é desrespeitar a vida humana”, escreveu.

"Se não frear a contaminação, a tendência é piorar”, alerta cientista.
Coordenador do portal Geocovid, que analisa os dados da pandemia no Brasil, o professor Washington Franca-Rocha alerta da necessidade de se fazer medidas de isolamento que possam diminuir os números preocupantes. “Se não frear a contaminação, a tendência é piorar. A projeção dos dados é que esses locais continuem numa situação ruim nos próximos dias. É preciso medidas mais duras de isolamento”, diz. Na avaliação do professor, três regiões da Bahia encontram-se com a situação mais preocupante: Oeste, Norte e Sudeste.

“Quando a gente olha os números de mortes, tem municípios como Correntina, Baianópolis, Santa Maria da Vitória, Carinhanha, Xique-Xique, Sobradinho, Campo Formoso, Uauá e Jeremoabo com números assustadores. Em casos, a gente vê uma situação mais grave nos municípios próximos à fronteira de Minas Gerais”, alerta.

Outro fator de destaque para que haja redução nos números da pandemia é o aumento da vacinação. “Nas faixas etárias mais novas, o percentual de vacinados é baixíssimo. O problema é que as variantes que estão circulando são mais agressivas e atingem pessoas mais jovens. A vacinação precisa avançar também nos mais jovens para que a situação melhore”, defende.

Lista dos hospitais com 100% de ocupação da UTI na Bahia:

Na região Centro-leste:
Hospital De Feira De Santana
Hospital Da Chapada, em Itaberaba
Hospital Regional Da Chapada, em Seabra

Na região Extremo-sul:
Hospital De Tratamento Covid19, em Eunápolis

Na região Leste:
Hospital Santa Helena, em Camaçari
Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus

Na região Nordeste:
Hospital Regional Dantas Bião, em Alagoinhas

Na região Norte:
Hospital Municipal Aroldo Ferreira, em Paulo Afonso
Hospital Regional de Juazeiro

Na região Oeste:
Hospital Central de Barreiras

Na região Sudoeste:
Hospital Municipal de Caetité
Hospital Regional de Guanambi
Hospital São Vicente de Paulo, em Vitória da Conquista

Na região Sul:
Hospital Vida Memorial, em Ilhéus
Hospital Calixto Midlej Filho, em Itabuna
Hospital São Vicente em Jequié

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Uma nova remessa com 629.350 doses de vacinas contra a covid-19 chegou nesta sexta- feira (14) na Bahia. Dois aviões trazendo os imunizantes pousaram no aeroporto de Salvador pela manhã. Do total, são 438.750 da Astrazeneca, produzidas pela Fiocruz, e 190.600 da Coronavac, com produção do Instituto Butantan.

Todas as vacinas serão destinadas para a segunda dose, completando o esquema vacinal de quem recebeu a primeira dose, informou a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab).

Todos os municípios baianos vão receber doses. O envio começará ainda hoje para as regionais de saúde, usando aeronaves do Grupamento Aéreo da PM e da Casa Militar. Isso acontecerá logo após a conferência da equipe da Coordenação de Imunização.

Depois de chegar nas regionais, as vacinas serão distribuídas para todos os municípios de abrangência, chegando a todas as 417 cidades da Bahia.

Com a nova carga, a Bahia chega ao total de 5.683.440 doses de vacinas recebidas, sendo 2.984.800 da Coronavac, 2.602.700 AstraZeneca/Oxford e 95.940 da Pfizer. O cenário agora fica preocupante, após o Butantan anunciar que suspendeu a produção de vacinas pela falta de insumos.

“Caso seja necessário, teremos que adotar um plano de contingência emergencial para garantir as segundas-doses de quem fez uso da Coronavac”, diz o secretário Fábio Villas-Boas.

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A Bahia suspendeu a vacinação de todas as grávidas sem comorbidades, independentemente do tipo de imunizante utilizado. A medida ocorreu a pedido do Ministério da Saúde (MS), mas gera opiniões controversas. A infectologista, imunologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Fernanda Grassi, acredita que o melhor seria vacinar todas as gestantes e continuar a vacinação delas com outros imunizantes disponíveis no Brasil, como a CoronaVac e Pfizer. Todas elas são consideradas seguras, reforça Fernanda.

“A oferta de vacinas não é suficiente para todos os grupos prioritários, então certamente se restringiu por não ter número suficiente de vacinas, temos poucas doses da Pzifer e CoronaVac, elas estão limitadíssimas. E para as gestantes, deveria se disponibilizar essas duas vacinas que se mostraram seguras”, defende Grassi.

A de Oxford/AstraZeneca não considerou gestantes no ensaio clínico, nem a CoronaVac e Pfizer. Porém, pela tecnologia que a vacina é fabricada, a CoronaVac não apresentaria problemas. “A Coronavac é baseada no vírus inativo com substâncias químicas, a mesma da vacina da gripe, que sabemos que é segura para gestantes e não teria porque essa ser diferentes nessas mulheres, porque o processo é idêntico, só muda o vírus”, explica Fernanda.

Em relação à Pfizer, um grupo de cientistas publicou um artigo na New England Medical Journal, no último mês, no qual participaram mais de 35 mil mulheres, que não apresentaram complicações, abortos espontâneos ou quadros adversos graves após tomaram a vacina de RNA mensageiro (usado na Pfizer e Moderna) – leia mais aqui.

“O estudo da vacina de Oxford não permite avaliar com muito segurança, porque não foi feito com número suficiente de mulheres. Porém, se a gente pesar o risco e benefício da vacina, é muito melhor vacinar, ainda mais no Brasil, que a situação ainda está fora do controle e com uma vacinação lenta”, argumenta Fernanda. Ela lembrou que a incidência de trombose é de um em 250 mil, ou seja, 4 em um milhão de pessoas.

No Brasil, 22 grávidas morrem por semana de covid-19
A ginecologista e obstetra Melania Amorim, professora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e integrante da Rede Feminista de Médicas e Ginecologistas, alerta para o altíssimo risco de morte por covid-19 em grávidas no Brasil.

Segundo ela, que faz parte do Grupo Brasileiro de Estudos de Covid-19 e Gravidez, são 22 gestantes que morrem por semana no país por conta do Sars-CoV-2, o equivalente a três por dia. Por isso, ela discorda da suspensão da vacinação do grupo. .

“Lutamos muito para priorizar as gestantes e puérperas porque elas são grupo de risco. A maior causa de morte de gestantes no Brasil virou a covid-19. Atualmente, estão morrendo, por semana, 22 mulheres. Esse ano, já são mais de 500 e, ano passado, passamos de 453 mortes. Então o que mata é a covid-19 e não a trombose. O risco de ter um efeito adverso com a vacina é muito baixo”, defende Melania.

Ela recomenda o mesmo que a pesquisadora Fernanda Grassi, continuar a vacinação com a Pfizer e CoronaVac. “Exigimos que essas vacinas continuem sendo dadas nas grávidas com e sem comorbidades porque, ao contrário do ano passado, a pandemia está afetando pessoas mais jovens, sem comorbidades, e isso acontece também com as gestantes: 59% das que morreram esse ano não tinham comorbidades. Então essa recomendação [do MS] foi muito inoportuna no cenário atual, que essas mulheres estão em condição de vulnerabilidade e expostas ao risco”, detalha Amorim.

Esta semana, a Rede Feminista de Ginecologistas e Obstetras publicou um manifesto e a nota técnica em relação à recomendação da Anvisa e do MS. Ano passado, o grupo também publicou 11 medidas imprescindíveis para a redução da morte materna no Brasil. Dentre elas, estava a inclusão das grávidas no PNI.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) pontuou que o PNI, do Ministério da Saúde, orientava a vacinação de gestantes e puérperas, sem qualquer indicação sobre o tipo de vacina. “O mesmo [Ministério da Saúde] é responsável pela normatização nacional, o que por vezes, a exemplo da vacina da Pfizer, vai de encontro ao registrado na Anvisa e a orientação do fabricante”, afirma a Sesab.

Na Bahia, de acordo com a pasta, foram 35 mulheres vacinadas com a primeira dose da CoronaVac, 4.707 com AstraZeneca e 263 com a Pfizer, totalizando, até o momento, 5005 pessoas, dentre grávidas e puérperas. Não há relatos de complicações graves.

A secretaria estadual de saúde informou que as grávidas com comorbidades serão imunizadas com a CoronaVac e Pfizer. Em Salvador, somente a Pfizer será usada, segundo o secretário municipal da saúde, Leo Prates.

A Anvisa disse que só emitiu recomendação em relação à Astrazeneca/Oxford/Fiocruz. Já o Ministério da Saúde reafirmou a confiança que se tem nas vacinas, que foram aprovadas pela agência sanitária brasileira, e acrescentou que suspendeu a vacinação das grávidas sem comorbidades por precaução, até que haja conclusão do caso da morte da gestante do Rio de Janeiro.

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Não vacinar toda a população brasileira até o final de 2021 é barbeiragem e por isso o carnaval de Salvador é uma realidade possível já em 2022. Quem afirmou isso foi o governador da Bahia, Rui Costa, durante a sua Live semanal nas redes sociais, o papo Correria.

O chefe do executivo no estado acredita que pode fazer a sua 'saideira', já que o próximo ano é o último do seu segundo mandato.

"Temos todas condições de vacinar toda a população brasileira até o final do ano. É 'barbeiragem' e incompetência, se até o final do ano não tivermos feito. Mas não só o carnaval, mas o verão. A volta do turismo a partir de janeiro", disse o Governador.

Rui se junta ao prefeito de Salvador, Bruno Reis, no time dos otimistas sobre a realização do carnaval no ano que vem. Na última segunda-feira (15), Bruno afirmou que a festa pode ser realizada caso grande parte da população esteja vacinada pelo menos até o próximo mês de outubro.

“Sem a certeza das doses, porém, não há como prever uma data para realização do Carnaval, não dá para saber se poderemos fazer nos mesmos moldes do Carnaval tradicional. Vai depender se todos atores tiverem condição de participar. E há uma preocupação de fazer isso antes do mês de outubro, para não ficar muito próximo do Carnaval de 2022”, disse o prefeito.

A chave para tudo, portanto, é a vacina. A Bahia tem 2 milhões 781 mil 478 imunizados com a primeira dose da vacina contra covid-19, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), divulgados nesta terça (11).

De acordo com o órgão, até o momento foram distribuídas 3.204.742 primeiras doses para os municípios. Com os números atuais, o percentual de aplicação em relação às primeiras doses disponibilizadas é de 86.8%.

Ainda segundo a Sesab, 1.281.054 pessoas receberam a segunda dose. Foram distribuídas 1.412.530 segundas doses, com isso, o percentual de aplicação em relação às segundas doses disponibilizadas é de 90.7%.

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Reabertura das praias, redução do horário limite do toque de recolher e volta às aulas presenciais. O aumento da mobilidade da população baiana por causa de medidas como essas chamou a atenção do cientista de dados Isaac Schrarstzhaupt, coordenador na Rede Análise Covid-19. Segundo seus cálculos, o estado ainda vive um momento que preocupa, com tendência de aumento de notificações de novos casos e uma possibilidade real de vivermos a chamada “terceira onda”, com maior circulação do vírus durante o inverno.

“Se a gente analisa com base nos dados, percebemos que o Brasil sempre teve pico de síndrome respiratória aguda grave nessa estação [inverno], pois o comportamento das pessoas muda em temperaturas baixas. No frio, não tem como deixar janela aberta ventilando no ônibus, por exemplo. Temos hábitos e comportamentos que favorecem a transmissão de doenças respiratórias”, explicou o cientista.

Natural e morador de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, Isaac é formado em processos gerenciais e trabalha como consultor empresarial em gestão de riscos em projetos. Começou a fazer as análises da pandemia de forma voluntária. “Era o que eu já fazia no meu trabalho”, lembra. A qualidade chamou a atenção de colegas que o convidaram a fazer parte da Rede Análise Covid-19.

“Em setembro, alertei sobre a possiblidade da segunda onda no Brasil e, em dezembro, sobre a possibilidade de o país atingir mais de 3 mil mortes diárias em 2021”, recorda. Dessa vez, ele considera a possibilidade de uma terceira onda no país como algo real. “A única maneira de não ser real é se a gente tivesse esgotado a quantidade de pessoas suscetíveis ao vírus e não ter mais ninguém apto a pegar a doença”, diz.

Através de diversos dados, como a geolocalização do Google Mobility e a quantidade de pessoas reportando sintomas na rede social Facebook, ele consegue observar que o cenário na Bahia é preocupante.

“Houve um pequeno salto no número de notificações de novos casos. Isso é somado com a estabilização na velocidade oficial de notificação e aumento da mobilidade das pessoas, o que acende o alerta. É melhor uma ação agora, quando estamos vendo a fumaça, do que deixar virar um incêndio”, explica.

Quem é - Isaac Schrarstzhaupt é cientista de dados, formado em processos gerenciais e trabalha como consultor empresarial em gestão de riscos em projetos. Começou a fazer as análises de forma voluntária e foi convidado para ser coordenador na Rede Análise Covid-19, composta por cerca de 80 pessoas de diversas áreas, com o objetivo de coletar, analisar, modelar e divulgar dados relativos à covid-19. Isaac alertou, ainda em setembro de 2020, sobre a possiblidade da segunda onda no Brasil e, em dezembro, alertou sobre a possibilidade do país atingir mais de 3 mil mortes diárias em 2021.

“O que eu mais quero é estar errado, é que abra tudo e não subam os casos, mas é o dever dar o alerta. Eu tento fazer não em ritmo de pânico. É mais um alerta com base em dados públicos, disponíveis e que pode qualificar a nossa tomada de decisão”. acrescenta.

Confira a entrevista completa:
Como são feitas as análises?
Primeiro verifico a tendência de mudança na mobilidade da população através do Google Mobility, com dados anônimos coletados do Google que mostram o tráfego de pessoas. Eu uso isso para ver a tendência de mudança. Por exemplo, quando a Bahia decretou fechamento, a mobilidade cai. Na flexibilização, aumenta a mobilidade. Eu comparo isso com a velocidade de notificação oficial de novos casos por dia, o que já é um dado atrasado, infelizmente, pois não corresponde ao início dos sintomas. Mas ao menos com casos notificados eu tenho um ritmo. Eu calculo a taxa de aumento dessas notificações e vejo se tem variação na velocidade de crescimento. Se começo a notar uma aceleração ou desaceleração da queda, a gente liga um alerta.

Outro índice que colabora são os dados da Universidade de Maryland em conjunto com o Facebook. Eles fazem uma pesquisa mundial. Aleatoriamente, sorteiam usuários da plataforma e fazem perguntas relacionadas com a pandemia, como se as pessoas estão sentindo sintomas, quais são e desde quando. Se ela diz que tem tosse, febre e falta de ar, esse dado entra instantaneamente. Não há atraso de notificação. Se começa a aumentar muito o número de pessoas reportando sintomas, ajuda a fortalecer o alerta. No Rio Grande do Sul, por exemplo, que teve um surto forte em fevereiro, o primeiro local que a gente viu o cenário de caos foi nos números de internação em leitos clínicos, que aumentou primeiro do que as notificações de casos. É mais rápido notificar internação. Isso foi em meados de 12 de fevereiro. Já com os dados do Facebook, esse mesmo aumento já tinha aparecido em 30 de janeiro, 13 dias antes.

Por que a situação da Bahia é preocupante?
A Bahia teve um pequeno salto no número de notificações de novos casos. Isso é somado com a estabilização na velocidade oficial de notificação e aumento da mobilidade das pessoas, o que acende o alerta. No caso da velocidade de notificação, que a gente percebe que estabilizou, normalmente, esse é o primeiro passo pré-crescimento. Quando percebo a junção de todos os fatores, vale a pena avisar. É melhor tomar uma ação agora, quando estamos vendo a fumaça, do que deixar virar um incêndio.

Esses dados de mobilidade do Google e a pesquisa do Facebook costumam ser usados na tomada de decisão do poder público?
Eu sei dizer que, no Rio Grande do Sul, eles usam os dados de mobilidade e aparece inclusive no boletim oficial do estado. Eles usam bastante isso. Mas não sei dizer se todos os estados estão usando, pois na maioria dos boletins a gente realmente não vê. E esses dados ajudam bastante. Ele não é necessariamente um modelo epidemiológico, mas um modelo que a gente consegue, através da conjunção de fatores, perceber que uma ameaça está se aproximando.

Mas a vacinação não pode ser um fator que impeça essa ameaça de se concretizar?
A cobertura vacinal tá bem baixinha, insuficiente para evitar uma explosão de casos. Eu torço pela vacina. Precisamos vacinar, mas de forma acelerada. A cobertura vacinal é muito baixa e tem muitas pessoas não cobertas que podem fazer a transmissão. O caso do Chile é um exemplo prático disso. Eles aceleraram a vacinação de maneira absurda, imunizou com as duas doses 95% dos idosos. Só que esses idosos não moram numa cidade isolada. Eles estão misturados numa sociedade com outras pessoas que não estão vacinadas. Ai lá aumentou a mobilidade e houve um surto gigantesco, colapso de hospitais. A diferença é que na faixa etária dos idosos os números não subiram tanto quanto nas outras faixas, mas o sistema de saúde colapsou de todo modo. Não deu para evitar só com a vacina. É bom acelerar, mas a cobertura é baixa para achar que a vacina sozinha vai resolver o problema, uma vez que a gente ainda deixa o vírus trafegar.

Na Bahia, vivemos a abertura do comércio e, consequentemente, aumento da mobilidade. Com base no seu alerta, o que você acha que o poder público deveria fazer?
Infelizmente, foi deixado crescer muito o número de novos casos. O que tem que ser feito é reduzir isso baixando a taxa de transmissão. Tudo que vinha sendo feito para baixar a taxa tinha que continuar até que o número de novos casos fique tão baixo a ponto da vigilância epidemiológica do município e estado conseguir controlar a doença com teste e rastreamento. Por exemplo, o Reino Unido fez isso. Lá aumentou muito os números, eles tiveram que ficar fechados, os índices caíram e agora eles estão flexibilizando, abrindo com calma, com o número de casos baixo, de modo que é possível controlar com teste e rastreamento. Se a gente deixa um número altíssimo de caso e não temos a mínima condição de saber onde estão os doentes, quem são e os contatos deles, e eu aumento a mobilidade, dou chance dos vírus se espalhar e até criar novas variantes, que podem inclusive escapar da vacina.

No seu ponto de vista, a possibilidade de uma terceira onda é real?
Sim, ela é real, pois a única maneira de não ser real é se a gente tivesse esgotado a quantidade de pessoas suscetíveis ao vírus e não ter mais ninguém apto a pegar a doença. A Índia era um local que o pessoal tinha certeza que tinha contaminado praticamente todo mundo e agora eles estão com um surto gigantesco porque eles abdicaram das medidas, tiveram um aumento fortíssimo da mobilidade, algo acompanhado inclusive com declarações do governo de que já tinham vencido a pandemia. O pessoal relaxa, baixa a guarda e dá nisso. Aqui nós temos essa possibilidade sim. Não é o momento de baixar a guarda, pois são muitos novos casos ativos por dia.

O inverno pode contribuir nessa terceira onda?
Eu sou cientista de dados e não trabalho com a parte biológica do vírus. Mas se a gente analisa com base nos dados, percebemos que o Brasil sempre teve pico de síndrome respiratória aguda grave nessa estação, pois o comportamento das pessoas muda em temperaturas baixas. No frio, não tem como deixar janela aberta ventilando no ônibus, por exemplo. Temos hábitos e comportamentos que favorecem a transmissão de doenças respiratórias. Fica mais fácil pegar e transmitir por causa do nosso comportamento. Agora, quando a gente olha a curva da covid, a gente percebe que ela estava seguindo em 2020 uma tendência e bastou aumentar a mobilidade em setembro que 30 dias depois começou a reverter a tendência de queda. Em pleno verão, o pico ficou maior do que tivemos no inverno, o que nunca acontece com a gripe, por exemplo. Então, eu acho que o outono e inverno contribuem na questão comportamental. As pessoas tem hábitos mais propensos para a transmissão da doença. Isso é um ponto que também contribui no alerta dado.

O cenário da Bahia é igual ao do Brasil como um todo?
O Brasil tá praticamente todo na mesma situação. A região que tá melhor é a Norte, pois teve um surto antes dos outros lugares. A mobilidade lá está voltando ao normal e o número de casos parou de cair, mas lá embaixo, não num nível alto, o que é bom. No Rio Grande do Sul, mal começou a cair e já apresentamos uma reversão de tendência. O Brasil como um todo está assim. Isso é preocupante, está aparecendo em vários estados, num país como um todo. A maioria tá nessa mesma onda, em patamares altos e com queda desacelerada. Reverter a tendencia de queda em patamar alto é mais perigoso, pois demora menos tempo para virar um grande surto. É mais gente infectada e demandando hospital. E a doença é rápida, avassaladora.

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As principais redes de farmácias do Brasil estão preparadas para vacinar 10 milhões de pessoas por mês contra a covid-19. Segundo a Associação Brasileira do Comércio Farmacêutica (Abrafarma), 5,5 mil pontos de vendas que possuem estrutura para a aplicação de vacinas foram oferecidos ao Ministério da Saúde para reforçar a estrutura de vacinação da população brasileira. Além disso, os 40 centros de distribuição pertencentes a empresas filiadas à associação estão disponíveis para auxiliar na logística de distribuição dos medicamentos.

“Nós estamos oferecendo a nossa estrutura nesta parceria para prestar um serviço para o país. É um apoio que queremos dar neste momento difícil sem nenhum tipo de custo”, explicou ontem o presidente executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto. Ele rechaçou a possibilidade de as farmácias comprarem doses para revender. “A fila é única, só tem que andar mais rápido, e queremos ajudar nisso, já informamos isso ao ministério”.

A Abrafarma estima que a operação poderá se iniciar em junho, quando se espera que haja a disponibilidade de um volume maior de vacinas disponíveis no Brasil.

Segundo ele, a entidade já preparou um aplicativo que vai disponibilizar para os consumidores a possibilidade de escolher a farmácia mais próxima de sua residência, além da marcação do horário, para evitar aglomerações.

“Nós sabemos que o SUS (Sistema Único de Saúde) já tem muitos locais para a vacinação, mas com a nossa estrutura e com o Exército, o Brasil poderá chegar com tranquilidade à marca de 2 milhões de doses aplicadas por mês, que é o que o país precisa para retomar um ritmo de normalidade em breve”, avalia. Sérgio Mena Barreto lembrou ainda que as farmácias podem ajudar também no armazenamento das vacinas pois os CDs contam com estruturas para a refrigeração dos imunizantes, uma vez que as redes já lidam normalmente com produtos que precisam de refrigeração.

Em algumas unidades de farmácias na cidade de São Paulo os imunizantes já estão sendo aplicados, graças a um acordo com a prefeitura local.

Em outra frente, o segmento já realizou mais de 6 milhões de testes rápidos. Segundo Mena Barreto, o percentual de resultados positivos vem caindo desde março, mas ainda estão acima da média. O último boletim da Abrafarma indicou que 24% dos testes realizados deram resultados positivos, enquanto a média era de 15%. A comercialização de testes rendeu ao setor aproximadamente 1% do faturamento registrado em 2020. No ano passado, o setor faturou pouco mais de R$ 58 bilhões.

A Abrafarma representa 26 redes de comercialização de medicamentos no país, que respondem por aproximadamente 44% do faturamento do setor no Brasil.

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O problema de falta de Coronavac para a segunda dose da vacinação também é compartilhado por outras grandes cidades do estado. Dos 20 maiores municípios da Bahia, sem contar a capital, um levantamento do CORREIO aponta que pelo menos 10 estão com alguma limitação na aplicação da segunda dose por falta de vacina. Desses, nove já interromperam a aplicação do reforço: Vitória da Conquista, Camaçari, Itabuna, Lauro de Freitas, Barreiras, Candeias, Ilhéus, Jequié e Santo Antônio de Jesus.

Já Teixeira de Freitas, no extremo-sul, ainda tem vacina, mas não o suficiente para toda a demanda. Até a semana passada, o município não tinha problemas com a CoronaVac, mas a falta progressiva está fazendo a prefeitura tomar decisões mais duras. Na segunda-feira, 03, foi suspenso o agendamento para a segunda dose.

“Ainda temos vacina, mas vamos aplicar apenas em quem agendou na semana passada para receber agora. Não vão ter mais novos agendamentos até que se receba novas doses da CoronaVac”, disse a assessoria de comunicação da prefeitura.

Em Vitória da Conquista, segunda maior cidade baiana, a suspensão da aplicação de 2ª dose completou uma semana nesta terça-feira, 04. Desde o dia 27 de abril a cidade não tem CoronaVac. A prefeitura ainda não sabe estimar a quantidade de pessoas que estão com o reforço atrasado, mas lamenta que o município não tenha recebido novas doses da Sesab.

“A previsão do estado é que haja um novo reabastecimento apenas no dia 10 de maio. Até então não recebemos nada e eles não explicaram o motivo de não ter enviado para Conquista. Seguimos vacinando apenas com as doses de Oxford/AstraZeneca, que também está com estoque baixo para o reforço. Acho que eles concentraram mais nos grandes polos pensando no quantitativo populacional, o que é injusto”, afirma Ana Maria Ferraz, diretora de Vigilância à Saúde do município.

Vânia Rebouças, coordenadora de imunização do Estado, explicou que a entrega é sempre proporcional, de acordo com os grupos prioritários de cada localidade. “Estamos enviando regularmente remessas para todos os municípios baianos, conforme a entrega do Ministério da Saúde", disse.

Vacina em falta também no Brasil
O problema vivido na Bahia não é exclusivo. Segundo apuração da TV Globo, cidades de outros 16 estados de todas as regiões brasileiras estão com atraso na imunização da segunda dose de CoronaVac por ter acabado o estoque de vacina. No Nordeste, Sergipe, Piauí, Ceará, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte são alguns dos estados afetados.

No Norte, Roraima está com esse problema. No Centro-Oeste, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Já no Sul, Paraná e Rio Grande do Sul enfrentam a falta do imunizante e no Sudeste todos os estados passam pela situação: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Dos 16 estados, oito capitais também estão com a vacinação atrasada: Porto Velho, Campo Grande, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Aracaju, Recife e Fortaleza. Salvador só não está nessa lista pelo esquema fracionado de vacinação feito pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

 

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A vacinação de pessoas com comorbidades que estão elencadas no Plano Nacional de Imunização começou nesta segunda-feira (3) em Salvador. Para conseguir ser vacinado, é preciso estar com nome cadastrado no site da Secretaria Municipal da Saúde e no ato da vacina apresentar documento oficial de identificação com foto.

Se não estiver cadastrado no sistema de saúde, a orientação é procurar a unidade em que é acompanhado para que o médico faça a avaliação e inclusão na lista. Isso vale tanto para pacientes da rede pública quanto a privada. O cadastro acontece em um site da prefeitura, com acesso restrito a médicos. O profissional acessa a plataforma com mesmo login e senha da área restrita do site do Cremeb. O nome do portador da comorbidade estará disponível no portal da SMS no dia subsequente ao cadastro efetuado pelo médico.

“Disponibilizamos uma ferramenta que deverá ser utilizada pelos médicos, a fim de atestarem a comorbidade dos seus pacientes para que os mesmos tornem-se aptos à vacinação. Parte dos cidadãos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) já são incorporados automaticamente a lista da imunização. Outra parte, cujo a comorbidade necessita de especificidades mais detalhadas para serem contempladas pela estratégia, precisa ir até a unidade onde são acompanhados para que o profissional faça a avaliação e cadastro, caso necessário”, explica Adielma Nizarala. 

Veja o passo a passo do processo, divulgado pela prefeitura:

1-    Ir até o site de comorbidades da prefeitura e verificar se o nome já consta na lista das pessoas elegíveis para vacinação;

2-    Caso não esteja na lista, o portador da comorbidade deve procurar o médico onde é acompanhado – tanto da rede pública quanto da rede privava;

3-    O médico vai analisar o relatório clínico do paciente e verificar se o mesmo está dentro das comorbidades elencadas pelo Plano Nacional de Imunização;

4-     Caso esteja elegível, o médico incluirá o nome do paciente na lista de habilitados para campanha de vacinação contra covid-19 através do portal;

5-    O nome do paciente estará disponível no portal da SMS no dia subsequente ao cadastro efetuado pelo médico.

A vacinação de pessoas com comorbidades que estão elencadas no Plano Nacional de Imunização começou nesta segunda-feira (3) em Salvador. Para conseguir ser vacinado, é preciso estar com nome cadastrado no site da Secretaria Municipal da Saúde e no ato da vacina apresentar documento oficial de identificação com foto.

Se não estiver cadastrado no sistema de saúde, a orientação é procurar a unidade em que é acompanhado para que o médico faça a avaliação e inclusão na lista. Isso vale tanto para pacientes da rede pública quanto a privada. O cadastro acontece em um site da prefeitura, com acesso restrito a médicos. O profissional acessa a plataforma com mesmo login e senha da área restrita do site do Cremeb. O nome do portador da comorbidade estará disponível no portal da SMS no dia subsequente ao cadastro efetuado pelo médico.

“Disponibilizamos uma ferramenta que deverá ser utilizada pelos médicos, a fim de atestarem a comorbidade dos seus pacientes para que os mesmos tornem-se aptos à vacinação. Parte dos cidadãos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) já são incorporados automaticamente a lista da imunização. Outra parte, cujo a comorbidade necessita de especificidades mais detalhadas para serem contempladas pela estratégia, precisa ir até a unidade onde são acompanhados para que o profissional faça a avaliação e cadastro, caso necessário”, explica Adielma Nizarala. 

Veja o passo a passo do processo, divulgado pela prefeitura:

1-    Ir até o site de comorbidades da prefeitura e verificar se o nome já consta na lista das pessoas elegíveis para vacinação;

2-    Caso não esteja na lista, o portador da comorbidade deve procurar o médico onde é acompanhado – tanto da rede pública quanto da rede privava;

3-    O médico vai analisar o relatório clínico do paciente e verificar se o mesmo está dentro das comorbidades elencadas pelo Plano Nacional de Imunização;

4-     Caso esteja elegível, o médico incluirá o nome do paciente na lista de habilitados para campanha de vacinação contra covid-19 através do portal;

5-    O nome do paciente estará disponível no portal da SMS no dia subsequente ao cadastro efetuado pelo médico.

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