Não dá mais para afirmar que a covid-19 é doença de adulto. Os números falam por si só: em 2021, a quantidade de pessoas com até 19 anos - os considerados crianças e adolescentes na pediatria - que se contaminaram com o novo coronavírus na Bahia já é superior a todo o ano passado. São 60.910 infectados agora frente aos 56.090 casos de 2020.

Em janeiro, fevereiro e março deste ano, o número de doentes de até 19 anos só cresceu. Em abril, apresentou uma leve queda, mas em maio o número de casos subiu novamente: foram 13.728 infectados, o recorde de 2021.

Infogram
Em junho, nos três primeiros dias do mês, outras 1.648 crianças e adolescentes já foram infectados. Todos esses dados foram retirados dos boletins epidemiológicos emitidos pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). No mês de maio, por exemplo, as aulas presenciais puderam retornar em Salvador.

Até o dia 25 do mês passado, o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) recebeu quase 60 casos suspeitos de covid-19 em escolas da capital. No domingo (30), esse número já tinha saltado para 121 casos, uma média de 30 por semana. Foram 54 notificações em instituições de ensino, sendo 19 da rede privada e as demais, 35, da rede pública. O Centro não divulgou a lista com os nomes das escolas.

A infectopediatra Anne Galastri, da Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape), acredita que por causa das voltas às aulas presenciais, mais crianças e adolescentes estão sendo testadas, o que contribuiria no aumento de casos positivos.

“Durante a pandemia, as crianças ficaram trancadas em casa, os adultos adoeceram, elas também e não foram feitos testes. Agora, com a volta às aulas, elas são obrigadas a serem testadas se apresentarem qualquer sintoma. Isso deve ter algum impacto nos números”, argumenta.

UTI pediátrica na Bahia está em 75% de ocupação

Somada a essa realidade, a Bahia tem 63 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) divididos em seis hospitais baianos, três deles no interior - Estadual da Criança, em Feira de Santana, Geral de Vitória da Conquista e Manoel Novaes, em Itabuna – e os demais na capital – Instituto Couto Maia, Martagão Gesteira e o Municipal de Salvador.

Dos leitos, 75% estão ocupados, sendo que as três unidades de saúde do interior já alcançaram 100% de lotação.
Segundo a médica Anne Galastri, 3% a 6% de todas as crianças que pegam a doença ficam internadas. “Mas como nessa faixa etária grande parte dos contaminados são assintomáticos, nem sempre são feitos os testes e acredita-se que esse índice seja superestimado”, aponta.

Anne também revela que os óbitos nos pequenos representam menos de 1% de todas as mortes por covid numa população. Mesmo com o advento de novas variantes, esse índice não muda. “O próprio governo da Índia lançou uma nota falando que a faixa etária pediátrica continua sendo poupada de uma infecção mais grave quando comparada com as outras”.

No caso da Bahia, de todas as 21.512 mortes por covid, segundo a Sesab, apenas 129 aconteceram entre pessoas de 0 a 19 anos, o que representa 0,6% das mortes. Uma dos pequenos vítimas da doença no estado foi o menino Daniel Neves, que tinha apenas 13 anos. Ele faleceu no dia 19 de maio de 2021. Morador de Salvador, fazia sucesso na internet com seus quadros, que eram vendidos para custear o tratamento contra uma rara doença: logo aos oito meses de vida, ele foi diagnosticado com rins policísticos, fibrose hepática e problemas no baço.

Embora o caso de Daniel seja chocante, as mortes por covid nas crianças não são o mais comum, como mostram os dados,. Quanto maior a faixa etária, é maior a quantidade de mortes.

“É por isso que, no Brasil, ainda não se fala em vacinação do público menor de 18 anos. O foco nesse momento são os grupos prioritários, aqueles que são mais acometidos pela doença. Só depois que podemos pensar nas outras faixas etárias. Eu não acredito que seja adequado pensar em vacinar crianças antes de quem tá morrendo nesse momento, como é o caso dos adultos jovens”, argumenta.

Nos Estados Unidos, onde a vacinação está acelerada, pessoas com mais de 12 anos já podem ser vacinadas com o imunizante da Pfizer, que já tem estudo para esse público. Na América do Sul, o Chile e o Uruguai também aprovaram nessa semana a aplicação dessa vacina nos adolescentes do país. “Existem outros estudos para vacinar maiores de seis anos. No entanto, não devemos achar em nenhum momento que essa faixa precisa ser vacinada para voltar a vida normal”, defende a médica.

Síndrome pediátrica rara associada a covid já causou quatro óbitos

É uma condição rara, mas que não deixa de preocupar. Crianças e adolescentes que pegam covid-19 podem desenvolver a Síndrome Multissistêmica Pediátrica (SIM-P). Segundo a Sesab, trata-se de uma doença com amplo espectro de sinais e sintomas, caracterizada por febre persistente acompanhada de sintomas gastrointestinais, dor abdominal, conjuntivite, hipotensão, dentre outros.

Até o dia 31 de maio de 2021, última vez que o levantamento foi atualizado, foram registrados 82 casos confirmados da síndrome na Bahia. Destes, 46 casos (56,1%) ocorreram em pacientes do sexo masculino e 36 (43,9%) em pacientes do sexo feminino. Em relação a faixa etária, o intervalo de 0 a 4 anos foi o mais cometido, representando 38 casos (46,34%). Do total, quatro crianças morreram por causa da síndrome.

Os três primeiros óbitos pela síndrome rara aconteceram em 2020. O primeiro foi registrado no dia 26 de agosto, em um menino de 9 anos que morava em Salvador. Em setembro, no dia 17, morreu a segunda criança no estado pela síndrome, um menino de 1 ano que residia em Maracás, no centro-sul baiano. Dois meses depois, em 20 de novembro, a terceira morte foi registrada, uma menina de 7 anos que vivia em Camacan, na região sul.

Por fim, a quarta vítima da síndrome rara foi uma bebezinha de 1 ano, residente na cidade de Ubatã. O óbito ocorreu no dia 22 de março de 2021, mas a pequena apresentou os primeiros sintomas no dia 9 de fevereiro deste ano e foi internada no dia 16 do mesmo mês. Ela lutou pela vida durante mais de um mês.

A Sesab foi procurada para se manifestar sobre o assunto, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.

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O mês de junho agrega os festejos de Santo Antônio, São João e São Pedro. As comemorações juninas podem ameaçar o distanciamento social necessário para o combate à pandemia de covid-19. A preocupação tem sentido, afinal, o balanço do ano passado nessa época foi assustador. Segundo a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), entre os dias 23 de junho e 7 de julho de 2020, o número de casos de covid-19 no estado cresceu 87,3%. Bem superior ao Brasil, que teve crescimento de 45,6% no mesmo período. Nesse contexto, os cientistas do Portal Geocovid projetam 2,5 mil mortes pela doença na Bahia e 160 mil novos casos em junho de 2021.

Gesil Sampaio Amarante, professor da Universidade Estadual De Santa Cruz (Uesc) e também pesquisador do Geocovid, explica que as projeções feitas pelo grupo não levam em consideração as mudanças de rotina por causa do feriado e sim a taxa de contaminação atual do vírus. Isso significa que, caso haja mais aglomerações em festas ilegais ou comércio lotado, por exemplo, o índice vai crescer e mais pessoas serão contaminadas e mortas pelo vírus.

“As projeções levam em conta o comportamento recente do vírus com base nos parâmetros verificados empiricamente da doença. Festa e aglomeração não entram na conta. Portanto, se somada a tendência que estamos agora com esses elementos de risco, podemos afirmar que os números do portal são até otimistas”, alerta.

Atualmente, segundo o Geocvid, a taxa de reprodução do vírus é de 1,05 no estado. Isso significa que um grupo de 100 baianos contaminados podem transmitir para outras 105 pessoas, o que representa uma aceleração da contaminação. Se essa taxa aumentar, a Bahia pode chegar no final de junho com até 4,3 mil novas mortes e 352 mil novos casos.

“Isso não é uma sentença de morte. As projeções existem para nos mostrar que precisamos tomar mais cuidado. Não podemos piorar o que já está ruim. Se nos deixarmos levar pelo desejo de dançar forró, vamos acelerar a contaminação”, explica o professor Gesil.

Morador de Itabuna, no sul da Bahia, ele se considera apaixonado por São João. “Para mim, é a data mais importante do ano. Mais ainda do que o meu aniversário”, conta. No entanto, assim como foi em 2020, o arraiá do cientista em 2021 terá que ser adaptado.

“Vou ter que ficar quietinho em casa e dançar forró com minha filha e esposa. Precisamos nos cuidar, pois a vida é o mais importante. Quando passar tudo isso, vamos nos abraçar, beijar, fazer festa e todo o exercício natural da nossa baianidade”, diz.

Governador alerta que números não caem na Bahia
Nessa terça-feira (1º), o primeiro dia do mês de junho, o governador da Bahia Rui Costa fez questão de ressaltar sua preocupação com o cenário epidemiológico da covid-19 na Bahia. “Infelizmente, o número de contaminados pelo coronavírus não cai. Nós estamos com 18 mil casos ativos, 85% de taxa de ocupação de leitos, o número de óbitos se mantém elevado. Enquanto não houver vacinação em massa, ficaremos neste sofrimento”, lamentou.

Infelizmente, o número de contaminados por #coronavírus não cai na #Bahia. Nós estamos com 18 mil casos ativos, 85% de taxa de ocupação de leitos, o número de óbitos se mantém elevado. Enquanto não houver vacinação em massa, ficaremos neste sofrimento. Precisamos de #vacinas!

— Rui Costa (@costa_rui)
June 1, 2021

A preocupação das autoridades de saúde é que o cenário se torne mais grave nesse mês com as aglomerações que podem ocorrer nas datas comemorativas. Para evitar isso, os ônibus do transporte intermunicipal terão circulação suspensa três dias antes e três depois das festas juninas, conforme decisão do governo do estado. A medida é defendida por especialistas.

“Se você viaja, você não vai levar mais o vírus para aquela cidade, mas você pode levar para uma família ou alguma pessoa que não está infectada. A mobilidade aumenta a possibilidade de transmissão. O vírus anda com o ser humano, transmite de pessoa a pessoa. Então, se há grande mobilidade, a probabilidade de um infectado transmitir pra outro aumenta”, explicou a epidemiologista Gloria Teixeira, integrante da Rede CoVida Ciência Informação e Solidariedade.

Na semana passada, a Rede Análise Covid-19 também fez um alerta mostrando que há tendência de aumento de notificações de novos casos para a Bahia em junho. Tem mais pessoas reportando, segundo os dados do grupo, estarem com sintomas da covid. “Estamos falando de uma alta forte. O alerta nesse momento preocupa, pois a ocupação dos hospitais não baixou. O medo é que esse aumento cause o colapso no sistema hospitalar”, explica Isaac Schrarstzhaupt, coordenador do grupo

Imunologista e professor da UniFTC, Celso Santana afirma que é preciso ter consciência coletiva e evitar toda aglomeração possível para que a terceira onda não seja tão trágica quanto apontam as previsões. E isso inclui deixar para lá a ideia de reuniões em pequenos grupos de amigos ou familiares. Segundo o especialista, o aumento no número de casos já é mais do que perceptível e a gravidade desses números será explicitada em até 8 semanas, quando o número de hospitalizações e óbitos tende a disparar.

"Aconteceu na primeira, na segunda e não vai deixar de acontecer nesta terceirao onda. Lamentavelmente não aprendemos com os erros do passado. As variantes não são a causa única para esse agravamento, como dizem muito por aí. A principal causa são o afrouxamento das medidas restritivas, falha no uso de máscara, no distanciamento social, aglomerações aleatórias que vemos aqui e acolá", disse.

Por tudo isso, Santana enxerga de maneira preocupada a quantidade de datas comemorativas no mês de junho. Ele aponta que aglomerações em excesso e desleixo com medidas de proteção podem, inclusive, contribuir para o surgimento de novas cepas, mutações e variantes que podem tornar o coronavírus uma doença ainda mais mortal e prolongar o pesadelo da pandemia.

Para o imunologista, o correto é evitar qualquer tipo de reunião durante este período e tentar se manter em casa, em isolamento. "Eu preferiria que as pessoas evitem aglomerações ao máximo possível e que, se por ventura, for se reunir, observar sintomas, procure o médico e evite completamente o contato, se for o caso. Tome medidas rigorosas mesmo dentro dos ambientes familiares, como usar máscara, lave as mãos, evite contato próximo entre si porque muitas vezes levamos o vírus para dentro de casa", afirmou.

Cenário em todo o país é preocupante
Esse aumento de casos e mortes em junho não deve ser exclusivo da Bahia. A própria Rede Análise Covid-19 projeta um cenário complicado em todo o país. Isso é o que está sendo chamado de terceira onda. Em entrevista ao programa CNN Nosso Mundo, o virologista Anderson Brito concorda com as previsões e aponta que testes, isolamento e vacinação são ideais para frear contágio

Anderson Brito é pesquisador de pós-doutorado na Escola de Saúde Pública da Universidade Yale, nos Estados Unidos. Para ele, o atraso na vacinação contra o novo coronavírus, a chegada de novas variantes, como a da Índia, e o afrouxamento das restrições são fatores que podem colocar o Brasil na mira dessa terceira onda.

O especialista, que é uma das autoridades mais respeitadas sobre o tema, foi convidado pelo programa CNN Nosso Mundo para comentar os riscos que essa possível nova onda pode trazer. “O problema é que estamos em um ritmo longe do ideal e os grupos vacinados não podem relaxar os cuidados”, alerta. A entrevista vai ao ar na próxima sexta-feira (4), às 22h30.

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A Bahia registrou 81 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta segunda (31).

Por conta de uma falha no sistema de leitura e processamento das bases de dados da Covid-19, dos governos federal, estadual e municipais identificada pela Companhia de Processamento de Dados do Estado da Bahia (Prodeb) neste domingo (30), não foi possível consolidar os dados das últimas 24 horas e, consequentemente, ter as informações comparativas com as 24 horas anteriores. Segundo a Sesab, nesta terça-feira (01), todos os dados voltarão a ser divulgados.

O total de mortes por covid-19 na Bahia é de 21.241. A taxa de letalidade da doença no estado é de 2,10%. Apesar das 81 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta segunda. Todas ocorreram em 2021, sendo 70 no mês de maio.

Dos 1.012.200 casos confirmados desde o início da pandemia, 975.260 já são considerados recuperados, 15.699 encontram-se ativos. Na Bahia, 49.146 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

De acordo com a Sesab, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se à sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

Situação da regulação de Covid-19
Às 12h desta segunda-feira, 183 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 103 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.

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Em 6 de março de 2020 a Bahia registrou o primeiro caso do, até então, novo coronavírus. Um um ano e dois meses depois, o vírus já não é um completo desconhecido, embora ainda surpreende. Nesta sexta-feira, 28, o estado atinge a triste marca de 1 milhão de infectados.

Até a quinta-feira, 27, eram 999.463 doentes de covid-19, segundo balanço da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Como a média de contaminações diárias está em 4 mil casos, a marca de 1 milhão de contaminados deve ser ultrapassada nessa sexta.

Os especialistas em Saúde no estado se preocupam, principalmente depois que o novo boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado ontem, manteve a Bahia no patamar de alerta crítico para aumento de contaminações e óbitos.

“Isso é assustador. A pandemia toda assusta muito. O vírus é extremamente transmissível e não é à toa que estamos assim”, lamenta a epidemiologista Gloria Teixeira, integrante da Rede CoVida Ciência Informação e Solidariedade.

“Temos muita dificuldade para fazermos o distanciamento social. Só teria diminuído os números se tivéssemos feito um lockdown severo. Temos também muita pouca vacina”, completa a especialista.

Proporcionalmente, a cada 15 baianos, um já foi contaminado pelo vírus. De março do ano passado para cá, 20,9 mil pessoas morreram de covid-19 no estado, diz o boletim epidemiológico de ontem da Sesab. Isso representa 2,09% dos infectados.

“Quando comparamos com outros estados, vemos que a Bahia não é o pior de todos. Mas tudo isso preocupa. Nós precisamos de vacina e distanciamento”, acrescenta Gloria Teixeira.

Até a quinta, 27, a Bahia tinha vacinado aproximadamente 3,3 milhões com a primeira dose e 1,5 milhão com a segunda, ou seja, cerca de 10% da população do estado completou o esquema vacinal. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), para que a vacina tenha efeito coletivo, é preciso que cerca de 70% da população esteja imunizada.

Quatorze meses depois do começo da pandemia, o CORREIO fez um raio-x da covid no estado. Confira nos tópicos a seguir:

1 - A cada 15 baianos, um pegou covid

Se temos 1 milhão de casos e uma população de quase 15 milhões de pessoas, de acordo com os dados mais atualizados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), podemos afirmar que, a cada 15 baianos, um foi infectado pela covid-19. Dificilmente você não conhecerá alguém contaminado, mesmo que de forma assintomática, pela doença.

Atualmente, algumas personalidades baianas contraíram o vírus. Esse é o caso do vereador de Salvador Claudio Tinoco, do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), deputado Adolfo Menezes e do reitor da Basílica Santuário Senhor Bom Jesus do Bonfim, padre Edson Menezes da Silva. Eles não precisaram ser internados.

Já o vice-prefeito de Capim Grosso, Frank Neto, precisou ser intubado após complicações da doença. Ele está internado no Hospital do Subúrbio, em Salvador. E o padre Renato Minho, da Igreja Nossa Senhora do Pilar e Santa Luzia, em Salvador, está na UTI do Hospital Instituto Couto Maia.

2 – Dos infectados, quase 21 mil morreram

Nesses 14 meses de pandemia, 20.856 pessoas morreram, segundo a Sesab. "É uma situação dramática que vivemos no Brasil e na Bahia”, classifica Celso Sant'Anna, médico imunologista e docente de Medicina da Rede UniFTC.

Ele está preocupado que, com o passar dos dias, mais pessoas morram de covid-19, no que já vem sendo chamada de terceira onda da doença. "Talvez esse nem seja o termo adequado. Vivemos uma onda contínua com repiques. Estamos num patamar muito elevado de casos e, agora, estamos entrando em mais um repique”.

Outros números do estado:

Recuperados - 960.258
Casos ativos - 18.349
Internados - 2.684
Ocupação dos leitos de UTI - 82%
Ocupação dos leitos clínicos - 73%
Quantas pessoas aguardam na fila da regulação por uma UTI covid - 159
Quantas pessoas aguardam na fila da regulação por um leito clínico - 93

*Dados até a quinta-feira, 27

3 – Todas as cidades registraram casos e mortes

Não há uma cidade na Bahia que não tenha sofrido as consequências da pandemia. Ainda em setembro de 2020, Novo Horizonte, na Chapada Diamantina, foi o último município do estado a registrar casos de covid-19. Em 27 de abril de 2021, Cravolândia, no Vale do Jiquiriçá, foi a última a registrar morte. A vítima foi a mãe da secretária de Saúde do município, Ednalva de Oliveira Mendes. Na lista dos municípios com mais casos ativos tem até as ‘cidades pequenas’ como Ribeira do Pombal, que está em lockdown completo até segunda-feira (31).

As 10 cidades baianas com mais casos ativos:

Salvador – 2.886
Feira de Santana - 546
Paulo Afonso - 515
Barreiras - 469
Ribeira do Pombal - 400
Itabuna - 385
Guanambi - 368
Lauro de Freitas - 314
Santo Antônio de Jesus - 265
Vitória da Conquista - 249

Fonte: Sesab

4 – Primeira morte em março de 2020

No Brasil, o primeiro caso do novo coronavírus foi registrado oficialmente em 26 de fevereiro de 2020, Quarta-Feira de Cinzas: um homem de 61 anos que voltou de viagem à Itália. Nove dias depois, em 6 de março, a Bahia registrou seu primeiro caso. Uma mulher de 34 anos, residente em Feira de Santana, que também tinha voltado da Itália.

Já a primeira morte por covid no Brasil ocorreu em 17 de março de 2020. O aposentado Manoel Messias Freitas Filho, 62 anos, em um hospital de São Paulo. Na Bahia, o primeiro óbito foi confirmado em 29 de março de 2020. O paciente era um homem de 74 anos que estava internado em um hospital privado.

5 – Quase 50 mil casos em profissionais da saúde

A cada 20 contaminados na Bahia, um é profissional de saúde. No total, segundo a Sesab, são 48.939 trabalhadores da área que ficaran doentes. Desses, a maioria são auxiliares ou técnicos de enfermagem, com 14.246 casos, seguidos dos enfermeiros com 8.706 e os médicos com 4.254 infecções.

O cenário, para o médico Celso Sant'Anna, é revoltante: “Nós estamos dando nossas vidas para salvar outras vidas e, muitas vezes, não encontramos o amparo necessário e sequer o apoio para desenvolver o serviço. É preciso criar uma rede de proteção aos trabalhadores que estão entregando suas vidas para salvar outras. Não está havendo um olhar cuidadoso dos gestores sobre isso. Os profissionais de saúde estão em campo de batalha lidando com situações dramáticas e dificílimas”, argumenta.

6 - Mais mortes e casos em 2021 que em 2020

Os cinco meses de 2021 já tiveram mais casos e mortes do que os nove de pandemia em 2020 (março a dezembro), na Bahia. Este ano, já ocorreram 11,7 mil mortes e 506 mil casos, enquanto no ano passado foram 493 mil casos e 9,1 mil mortes.

“Nós estamos vacinando muito pouco. Os dados mostram que casos e mortes começam novamente a aumentar, o que pode ser um reflexo pontual das aglomerações do dia das mães, mas junto com a chegada de novas variantes e a proximidade das festas juninas, a perspectiva não é animadora”, diz a epidemiologista Gloria Teixeira.

7 – Quase metade dos doentes é parda

Dos contaminados, metade é parda, diz a Sesab. São 497.553 pessoas autodeclaradas nessa cor infectadas (49,78% dos doentes). Em seguida, 11,54% são amarelos, 10,58% brancos, 7,81% pretos e 0,24% indígenas. Outras 200 mil pessoas não registram cor, o que equivale a cerca de 20% dos doentes.

8 - Mais mulheres contaminadas, mais homens mortos

Na Bahia, quanto ao gênero das pessoas com casos confirmados, 54,92% são mulheres, 44,97%, homens. Em 0,11% das notificações não foi informado o genêro, de acordo com a Sesab. Quando se trata de óbitos, 11.625 homens (55,74%) morreram de covid, enquanto 9.231 (44,26%) mulheres foram vítimas da doença. Esse fenômeno, segundo a epidemiologista Gloria Teixeira, não é exclusivo do estado ou do país.

“Ainda não conseguimos cravar o motivo disso, mas tem algumas hipóteses. Primeiro, elas cuidam mais das suas comorbidades indo mais ao serviço médico. Pode ser também que haja algumas diferenças no físico do homem ou ele demore mais para procurar assistência médica. Tudo isso são hipóteses. Fato é que se tem observado no mundo inteiro os homens morrendo mais”, disse.

9 – Mais da metade dos mortos tinha comorbidade

Cerca de 13 mil baianos mortos pela covid-19 tinham alguma comorbidade e não resistiram a doença, o que equivale a cerca de 63% de todas as mortes. A comorbidade que mais causou mortalidade foi a hipertensão arterial, mas também há óbitos entre os pacientes com diabetes, doenças cardiovasculares, obesidade e doença renal crônica.

“Quando você entra em contato com um vírus novo, seu sistema imunológico é desafiado a gerar uma resposta. Quem tem comorbidade entra em campo com o exército desfalcado, pois o sistema imunológico já está afetado. E aí, quando vem um vírus como esse, eles são os mais afetados, explicando numa linguagem simples”, diz o professor Celso Sant'Anna.

Mesmo assim, ainda tem uma boa parcela da população de infectados (37%) que morre mesmo sem ter nenhuma comorbidade.

“Há algumas hipóteses que explicam isso: às vezes o paciente jovem, sem comorbidade, o sistema imunológico dá uma resposta tão forte que se volta contra ele próprio. Às vezes, o vírus que contaminou é de uma cepa mais agressiva e por isso a pessoa sem comorbidade sucumbe. Mas ainda são hipóteses”, diz.

10 - Adultos são os mais contaminados

Os mais contaminados pela covid-19 na Bahia são adultos de 30 a 39 anos. No total, são 236 mil pessoas com essa faixa etária que pegaram o vírus, seguidas logo depois pelos adultos de 40 a 49 anos (196 mil contaminados) e dos jovens de 20 a 29 anos (178 mil).

No entanto, quando se observa a taxa de letalidade por faixa etária, os idosos são os que mais sucumbem à doença. Segundo a Sesab, 22,93% dos infectados com 80 anos ou mais faleceram. Dos que tem 70 a 79 anos, a letalidade foi de 12,45%. Já os de 60 a 69 anos, foi de 5,94%.

Essa letalidade vai caindo conforme a faixa etária. Nas crianças, por exemplo, não chega a 0,5%. No entanto, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SMIP), doença associada à infecção por covid-19, agrava a situação das crianças contaminadas. Até o momento, 80 casos do tipo foram registrados em pessoas de 0 a 19 anos na Bahia. Desses, quatro morreram

11 - Região Leste é a que tem mais casos ativos

A região Leste da Bahia é onde há mais doentes de covid-19 ativos: 5.522. Nessa região está localizada Salvador. Logo depois, a região Centro-Leste, onde fica Feira de Santana, segundo maior município da Bahia, tem 2,8 mil casos ativos. Em seguida, Sul, Sudeste e Nordeste completam a lista dos municípios mais contaminados em tratamento da doença.

12 – Quanto maior a população, mais casos

Os municípios com mais habitantes são também aqueles que tem mais casos confirmados de covid-19 desde o início da pandemia. Na ordem, Salvador e Feira de Santana, as duas maiores cidades da Bahia, são líderes em contaminação. Já itabuna, a sexta maior cidade da Bahia, aparece em terceiro no número de casos confirmados. No início da pandemia, em 2020, a cidade do Sul do estado viveu dias de colapso no sistema de saúde. Logo depois, Vitória da Conquista e Camaçari, respectivamente, a terceira e quarta maiores cidades da Bahia, ocupam a quarta e quinta colocações na lista de municípios com mais casos confirmados.

13 - Cidades pequenas tem mais letalidade

Embora as cidades grandes tenham mais casos de covid-19, as pequenas aparecem na frente na lista das que têm mais letalidade. Água Fria, no Centro-Norte baiano, é a líder, segundo os dados da Sesab. Lá, são 151 casos confirmados e 10 mortes, o que totaliza uma taxa de letalidade de 6,62%.

Em seguida, os municípios de Brejolândia, Chorrochó, Rio do Pires, Ibiquera, Canavieiras, Santana e Iagaporã aparecem com letalidade acima de 5%. Na outra ponta, o município de Ibiassucê, no Centro-Sul do estado, é o que apresenta menor letalidade. São 429 casos confirmados, segundo a Sesab, e apenas uma morte.

14 – A Bahia no ranking nacional

Quando comparada com os outros estados brasileiros, a Bahia está em boa colocação que se refere às taxas de letalidade e mortalidade. No primeiro índice, que mede quantos contaminados morreram, a Bahia está atrás do Amapá, Santa Catarina, Roraima, Tocantins e Acre, que possuem letalidade menor do que os 2,1% daqui.

No índice de mortalidade, que mostra a quantidade de óbitos por habitantes, a Bahia apresenta o segundo melhor resultado, atrás do Maranhão. Aqui, são 139,4 mortos por 100 mil habitantes. Os dois índices do estado são inferiores à média nacional.

Cidades baianas com mais letalidade por covid:

Água Fria - 6,62%
Brejolândia - 6,20%
Chorrochó - 5,79%
Rio Do Pires - 5,47%
Ibiquera - 5,41%
Canavieiras - 5,27%
Santana - 5,12%
Igaporã - 5,01%
Malhada - 4,96%
Nordestina - 4,44%

15 – Cientista de dados alerta para aumento de casos

Reabertura das praias, redução do horário limite do toque de recolher e volta às aulas presenciais. O aumento da mobilidade da população baiana por causa de medidas como essas chamou a atenção do cientista de dados Isaac Schrarstzhaupt, coordenador na Rede Análise Covid-19. Ele faz um alerta mostrando que há tendência de aumento de notificações de novos casos para os próximos 15 dias em todo o país, inclusive na Bahia.

Para Isaac, há possibilidade real de vivermos a chamada “terceira onda”. Embasando seu alerta, ele utiliza uma pesquisa da Universidade de Maryland em conjunto com o Facebook.

“Aleatoriamente, eles sorteiam usuários da plataforma e fazem perguntas relacionadas com a pandemia: se as pessoas estão sentindo sintomas, quais são e desde quando. Se ela diz que tem tosse, febre e falta de ar, esse dado entra instantaneamente. Não há atraso de notificação. O que os dados vêm nos dizendo desde metade de 2020 é que eles antecipam em 15 dias o que acontece no número real de notificação de casos pelas secretarias de saúde”, diz.

Nesse momento, usuários do Facebook de todo o país estão reportando mais sintomas de covid-19 nessa pesquisa, o que somado ao aumento da mobilidade das pessoas com a flexibilização das medidas de isolamento, gera preocupação. “Estamos falando de uma alta forte. O alerta nesse momento preocupa, pois a ocupação dos hospitais não baixou. O medo é que esse aumento cause o colapso no sistema hospitalar”, explica.

Esse cenário é observado no momento em que a Bahia já está vacinando. Até essa quinta-feira, aproximadamente 3,3 milhões de pessoas tomaram a primeira dose e 1,5 milhão a segunda, o que representa 10% da população do estado com esquema vacinal completo. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), para que a vacina tenha efeito de forma coletiva, é preciso que 70% da população esteja imunizada.

 

Fonte: Correio*

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A Bahia registrou 130 mortes e 4.099 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,4%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta quinta (27). No mesmo período, 3.809 pacientes foram considerados curados da doença (+0,4%).

O total de mortes por covid-19 na Bahia é de 20.856. A taxa de letalidade da doença no estado é de 2,09%. Apesar das 130 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta quinta. Todas ocorreram em 2021, sendo 128 no mês de maio. O número de óbitos registrados nesta quinta é o maior do estado desde 16 abril, quando foram registradas 134 mortes.

Dos 999.463 casos confirmados desde o início da pandemia, 960.258 já são considerados recuperados, 18.349 encontram-se ativos. Na Bahia, 48.939 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

De acordo com a Sesab, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se à sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

Situação da regulação de Covid-19

Às 12h desta quinta-feira, 159 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 93 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.

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Remo Rodrigues era um homem disciplinado. Aos 56 anos, não bebia, não era nem de comer comida pesada e fazia tudo o que podia para preservar a saúde. Já fazia um tempo que trabalhava em formato remoto: era auxiliar administrativo da Embasa e era vigiado de perto por seu irmão gêmeo, Juvenal*, que sempre ao acordar ligava para saber como ele estava e se precisava de alguma coisa.

Juntos, os gêmeos superaram uma série de dificuldades na vida, inclusive a fome. Uma das circunstâncias mais desesperadoras não foi capaz de frear a dupla, sedenta por viver. Juntos eles estudaram, prosperaram e construíram suas famílias - e sempre estavam perto um do outro. Só o coronavírus conseguiu brecar essa união: no último dia 15, três dias após dar entrada no hospital Tereza de Lisieux com saturação oscilando, mas quadro aparentemente estável, Remo morreu por complicações deixadas pela doença.

Histórias como a de Remo estão se tornando cada vez mais frequentes em Salvador. Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) indicam que entre o dia 1 e 20 de maio, morreram 70% dos pacientes com coronavírus internados em leitos de UTI da cidade. Em números mais diretos, 119 das 170 pessoas internadas morreram. As informações foram publicadas pelo G1 e TV Bahia, e posteriormente confirmadas pelo CORREIO.

Os números frios assustam, mas não falam tanto quanto a dor dos familiares que também são vitimados pela doença. Sobrinho de Remo, Rômulo Jorge explica que inicialmente ele teve sintomas de gripe após precisar fazer uma atividade presencial no escritório. Fez o exame, confirmou o teste positivo e a partir daí os dias foram de preocupação e ansiedade.

"Ele ficou muito ansioso, contratamos uma técnica de enfermagem para ele não ficar sozinho. Ele sofreu muito, dizia que não conseguia tomar as medicações que compramos. Ela ficou dois dias com ele, teve um pico de ansiedade muito grande e chamamos a ambulância. A Vitalmed detectou a saturação oscilante e resolveu removê-lo. Ele foi ao hospital, foi internado e não chegou a três dias completos", afirmou.

Além das mortes estarem em níveis altíssimos, a velocidade com que acontecem os óbitos também acelerou. O tempo médio de internação em leitos de UTI caiu para quase a metade: no ano passado, a média de tempo que se passava num leito era de 14 a 30 dias. Agora, a média é de 10 a 15 dias porque os pacientes estão morrendo mais rápido.

Médica intensivista, Samantha Oliveira afirma que percebeu a diminuição no tempo de internação e acredita que o motivo sejam as novas variantes do vírus que estão circulando e aceleram os estragos que o vírus deixa nas pessoas.

"Os casos de fato estão ficando mais graves e conseguimos perceber isso no dia-a-dia", afirma.

Por sua vez, o infectologista Fabrício Silveira aponta que somente vacinação em massa e cuidados básicos como o isolamento social e uso de máscara podem brecar essa situação. Até o momento, 352 mil pessoas tomaram as duas doses das vacinas em Salvador. Em 1ª dose, foram 721,9 mil. Até o final da noite de terça-feira (25), a taxa de ocupação dos leitos de UTI adulto na cidade era de 81%.

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Uma família ia rumo a uma missão que ninguém deseja - reconhecer o corpo morto de uma pessoa amada. As duas, filha e irmã da mulher de 42 anos vítima da covid-19, interromperam por dois minutos a caminhada ao avistar uma cena que, para elas, era um desrespeito. “E repetiam: não estou acreditando nisso”, recorda a psicóloga Larissa Lima, 44, que as acompanhava. O que viam era o Farol da Barra lotado. Estavam prestes a se despedir de uma vida enquanto viam uma multidão sem se importar.

O Laboratório Central de Saúde Pública Professor Gonçalo Muniz (Lacen) já sequenciou 225 genomas completos do Sars-Cov-2, que desencadeia a covid-19, e concluiu, depois de oito meses de estudos, que há 21 linhagens do vírus em circulação na Bahia. Entre elas, três variantes de atenção apontadas pelo Ministério da Saúde: a P.1, de Manaus, a P.2, do Rio de Janeiro, e B.1.1.7, do Reino Unido.

A divulgação da descoberta, no dia 24 de maio, veio acompanhada de um alerta do secretário de Saúde da Bahia, Fábio Villas Boas: “Existe um risco aumentado para a internação e rápido agravamento do quadro clínico”.

A cena do início desta reportagem aconteceu no último sábado (22), no Hospital Espanhol, de onde é possível avistar parte da orla e do Farol da Barra, e mostra que o alerta sobre as novas variantes é desrespeitado. Depois da filha e irmã enlutadas ficarem pasmas ao avistar a aglomeração, ao som de batucadas e música alta, a psicóloga Larissa precisou de um intervalo. “O que a gente vê é sinal de horror. É surreal”, define Larissa. “Surreal” é o adjetivo que não sai da boca dela. “Já usei mais durante a pandemia que em 44 anos”.

No ramo da virologia, são chamadas variantes, explica Ricardo Khoury, virologista e pesquisador da Fiocruz, um subtipo de um microrganismo, que é “geneticamente distinto de uma cepa principal”. Isso significa que todas as variantes do Sars-cov-2 são chamadas de variantes porque passaram por diferentes mutações que as diferem entre si, mas não o suficiente para formarem novos vírus.

A variante mais recente que desembarcou no Brasil é a indiana, chamada B.1.617. Os primeiros casos foram confirmados no dia 20 de maio, no estado do Maranhão, em pessoas que estavam a bordo de um navio atracado no litoral do estado. Agora, já são pelo menos 15 casos da viarante e o estado de saúde de um indiano de 54 anos, que está internado depois de ser infectado, piorou, segundo boletim divulgado no último final de semana, e ele foi intubado, na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital privado de São Luís.

Chegada de novas variantes à Bahia é questão de tempo

Os vírus têm replicações consideradas “falhas”, das quais surgem novos microrganismos. São processos comuns a todos os vírus, não só ao Sars-Cov-2. O problema, no caso das variantes desse vírus, aliada a uma cobertura vacinal ainda baixa, é que as variantes geralmente são os “subprodutos” com mais capacidade de permanecerem vivas e, por isso, de gerarem quadros mais graves da covid-19.

Na Bahia, dos 14.9 milhões de habitantes apontados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 1.445.489 milhão - ou seja, 9.7% - recebeu a segunda dose da vacina contra a doença, mostra painel da Sesab. Em Salvador, dos 2,8 milhoes de habitantes, apenas 342.458, ou 12%, já foram completamente imunizados .

“Essas mutações surgem espontaneamente e dentro desse contexto de surgir espontaneamente e as pressões geradas pela pressão imunológica, acabamos selecionamos as que tem mais capacidade de sobreviver”, explica Khoury.

As estatísticas oficiais de casos da doença não fazem distinção por variante. Mas, conta o virologista, os pesquisadores conseguem identificar grande predominância das variantes P.1, de Manaus, e da P.2, do Rio de Janeiro, em casos mais graves. Ambas chegaram à Bahia mais expressivamente em janeiro, o que comprova a necessidade de se preocupar com o que ocorre no Maranhão.

“A velocidade com que elas conseguem alcançar o mundo é grande e é muito difícil conter isso”, explica. Enquanto não há vacina para todos, os remédios, no entanto, já são conhecidos, e não dependem só “de políticas públicas de afastamento", frisa Khoury. “Se a população não conseguir se controlar, com o mínimo de segurança, vai ficar muito difícil”, avisa.

O uso de máscara deve acontecer sempre, inclusive durante a prática de exercícios físicos. “Em qualquer atividade que você fale mais, fique mais ofegante, há produção maior de gotículas de ar e, sem saber, você pode estar doente e transmitir para alguém”, alerta.

Final de semana termina com UTIs e ruas lotadas

Entre o Porto e o Farol, o caminho estava tão cheio na manhã do último domingo (23) que era preciso desviar de ciclistas e corredores - quase nunca com máscaras, que estão quase sempre sob o queixo. As praias estavam fechadas, mas, segundo moradores, uma corrida foi realizada logo no início do dia.

Na área do Porto da Barra, mais de 30 pessoas deram as mãos, também sem máscara, antes de uma competição de triatlo. Num bar próximo, homens, mulheres e crianças interagiam livremente.

O Hospital Espanhol tem vista para alguns desses trechos. No último final de semana, a psicóloga Larissa repetiu mais de 20 vezes o percurso externo que leva até o contêiner refrigerado onde as vítimas fatais da covid-19 são reconhecidas pelos parentes, que vão paramentados dos pés a cabeça para isso. Mais de 20 vezes, portanto, ela viu aglomerações. “Incomoda demais”, afirma ela.

“Enquanto eu falo com você, vejo umas 15 pessoas com máscara no queixo, próximas, rindo”.

Até o fim do último domingo, a taxa de ocupação dos leitos de UTI adulto ficou em 83% na Bahia e em 79% na capital baiana. Sete hospitais, em Salvador, fecharam o dia com de ocupação igual ou maior que 90% - Maternidade Professor Josê Maria de Magalhães Neto (100%), Hospital Covid-19 Itaigara (98%), Hospital Especializado Salvador (95%), Hospital do Subúrbio (94%), Hospital de Campanha Centro de Iniciação Esportiva (94%), Hospital Eládio Lasserre e Hospital Sagrada Família, ambos com 90% de lotação.

Um estado conduzido por um grupo ligado ao governo do Reino Unido indicou que as vacinas da Pfizer/BioNTech e da AstraZeneza/Oxford são efetivas contra a variante indiana da Covid19. Mas, é bom lembrar que a minoria da população, baiana e brasileira, está vacinada. E o grupo não analisou o desemprenho da Coronavac, a mais utilizada até o momento em todo o país.

Às 17h13, Larissa, a psicóloga do Hospital Espanhol voltou a escrever à reportagem. Anexou apenas uma foto, com vista para a Barra lotada. “Surreal”, ela escreveu. Logo em seguida, engoliu a indignação, que vive presa no peito, e voltou a trabalhar. Embora aqueles do lado de fora ignorem, ali dentro há uma luta contra a morte que nunca tem intervalo.

Tire dúvidas sobre variantes
Como as variantes surgem?

As variantes surgem do processo de replicação de um vírus.

Por que as variantes podem ser mais graves?

Nesse processo, falhas do processo de replicação e interferência da resposta imunológica de um indivíduo contra um vírus, o que pode gerar variantes mais graves e transmissíveis.

Como se proteger das variantes do coronavírus?

Enquanto não há vacina para todos, as únicas formas de se proteger contra as variantes do coronavírus são o uso correto de máscara e o distanciamento ou isolamento social.

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A alta no número de casos de coronavírus em Salvador já começa a refletir na taxa de ocupação de leitos. Pelo menos quatro unidades da capital baiana, entre leitos clínicos e de UTI, já não possuem mais vagas.

Na tarde desta quinta-feira (29), segundo os dados da Secretaria de Saúde da Bahia, o Hospital Eládio Lasserre, no bairro de Águas Claras, já registrava 100% ocupação dos 10 leitos clínicos e os 10 de UTI para pacientes com covid-19. Do total de pacientes internados com maior gravidade, oito fazem uso de ventilação mecânica.

Há também registro de lotação máxima nos leitos clínicos do Hospital de Campanha do Itaigara; na UTI da Maternidade Professor José Maria de Magalhães; e nos leitos pediátricos do Hospital Municipal de Salvador.

O cientista de dados Isaac Schrarstzhaupt, coordenador na Rede Análise Covid-19, já havia alertado para a possibilidade da terceira onda de covid-19 no país, principalmente com a aproximação do inverno.

Se o colapso no sistema de saúde por conta da covid-19 foi evitado em fevereiro e março deste ano, ele pode chegar nos próximos meses. A média móvel de casos ativos na Bahia aumentou 13,2% em apenas um mês. Em 19 de abril, ela estava em 15.576 casos. Já em 19 de maio, chegou a 17.637.

O pico foi registrado em 27 de fevereiro, quando a média móvel de casos ativos no estado ficou em 20.582, segundo a médica epidemiologista Izabel Marcílio, coordenadora do Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (Coes), da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

O número tem aumentado progressivamente. Em 1 de abril, por exemplo, a média era de 15.646. Já no dia 15 de abril, foi para 16.139, e, em maio, passou dos 17 mil. Isso significa que o fator rt, que mede a taxa de transmissão do novo coronavírus, está acima de 1, ou seja, uma pessoa consegue infectar mais de uma, fazendo a curva subir. Se ela estivesse abaixo de 1, haveria um decréscimo, e, se fosse igual a 1, haveria estabilidade, o que não tem sido observado.

Os casos ativos são aqueles confirmados com o diagnóstico de covid-19, de pessoas com ou sem sintomas. Eles são considerados ativos, ou seja, sujeitos a infectar outra pessoa, durante 14 dias, e são calculados a partir do número de casos confirmados, subtraindo-se o número de óbitos.

Consequentemente, isso reflete na taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que variou entre 85% e 81% nesta quarta-feira (20). Das 9 regiões da Bahia, apenas duas estão com a taxa de ocupação de leitos de UTI abaixo de 80% - no Centro-Norte (77%) e no Sul (78%). No Nordeste, está em 100% - vejas todas no final da matéria. É preciso lembrar que o estado tem o dobro de leitos de terapia intensiva do ano passado, no pico da primeira onda. Hoje, são 1.598.

Os três fatores que contribuíram para esses aumentos foram os feriados do mês de abril e maio, além das flexibilizações feitas pelo governo estadual e em alguns municípios.

“O comportamento da população é que facilita ou freia a transmissão do vírus, já que é um vírus de transmissão respiratória. Coincidiu a Semana Santa e, logo em seguida, o Dia das Mães, que são dois feriados de bastante prestígio na Bahia, e que levam a aglomerações, sem uso de máscara. Somado a isso, tiveram as flexibilizações, com alguns setores de atividades sendo liberados”, esclarece Izabel Marcílio.

Apesar de voltar a decretar estado de calamidade pública no dia 1 de abril, o governo baiano flexibilizou a realização de eventos até 50 pessoas, reduziu a duração do toque de recolher, promoveu a reabertura de restaurantes e academias e permitiu a venda de bebida alcóolica no final de semana.

Esses encontros familiares, apesar de não serem como os paredões, são tão transmissíveis quanto, relembra a epidemiologista. “Os familiares são os principais motores de transmissão, porque são sempre contatos próximos e prolongados, com confraternização, comida e bebida, beijos e abraços. Se todo mundo passa a não seguir as regras e se aglomerar em locais fechados, os índices vão aumentar, não tem jeito, é matemática”, reforça Marcílio.

A coordenadora do Coes afirma que nenhuma região está com a pandemia sob controle e todas preocupam a Sesab, principalmente a Oeste, além da Região Metropolitana de Salvador (RMS), pelo contingente populacional: “Todas estão em alerta”.

A quantidade de testes realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) continua o mesmo, de 5 mil por dia. Segundo Izabel, os municípios passaram a aplicar mais testes por conta própria - seguindo as mesmas diretrizes, de só testar os sintomáticos.

Apesar disso, ela não considera que seja a terceira onda ainda, porque não saímos da segunda. O mesmo foi dito pelo coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Salvador, Ivan Paiva (relembre aqui). “Antes da Páscoa, estávamos com 14 mil casos ativos, o que é muito, então a segunda onda ainda não acabou. A gente vinha controlando bem e, de repente, há um repique, com um novo aumento”, analisa.

Para que a situação fique sob controle, ela defende que 100% da população acima de 18 anos deva estar vacinada e o número de casos ativos seja zerado. Isso dependerá do envio de doses pelo Ministério da Saúde e da consciência da população. Ela faz um alerta para que os baianos não festejem no São João.

“Não teremos São João e, quem está pensando diferente, ficará convivendo com a dor e o sofrimento de ficar doente, está se convidando para ir para hospital, se infectar, ir para a Uti, e poderá conviver com a morte de quem ama e dele próprio, além de arrastar essa situação complicada da pandemia, que ninguém aguenta mais. Cada passo para a desobediência significa colocar esse 

Flexibilização aumentou incidência, diz médico

Para o imunologista e professor da Rede UniFTC Celso Sant’Ana, o principal motivo que levou à nova ascendência de casos de covid-19 foi a flexibilização. “Seguramente, existe uma combinação de fatores, mas o relaxamento de algumas medidas restritivas, assim como os eventos que fizeram ter aglomeração, que fazem esses casos subirem”, avalia.

Sant’Ana diz que não estava na hora de flexibilizar. “Quando caíram as mortes diárias de 4 mil para 2 mil, 1 mil e pouca [no Brasil], tivemos a falsa sensação que a pandemia estava diminuindo a intensidade, mas ainda não era a hora de flexibilizar, porque o patamar ainda é muito alto. E é uma combinação trágica, de poucas vacinas, de muitas variantes, agora com essa da Índia, que chegou no Maranhão e no Ceará, aqui do lado”, esclarece.

O imunologista explica que, mesmo vacinada, uma pessoa pode transmitir a doença - e esse é o problema. “Os estudos disponíveis demonstram que, com a primeira dose da Pzifer e da Astrazeneca, se reduz em até 50% a transmissão. Ou seja, se 100 pessoas tomaram a primeira dose da vacina, 50 continuam transmitindo. Em relação à eficácia para hospitalizações, óbitos e internações, essa proteção ultrapassa 80%, então elas são extremamente eficientes, mas, quanto à capacidade de não permitir que se transmita a doença, é só a metade, no máximo. Então mesmo vacinado, você não pode baixar a guarda” alerta.

Celso diz que ainda não há dados concretos sobre a taxa de transmissibilidade após a segunda dose. Em relação à Coronavac, os estudos ainda são parciais, mas apontam que a taxa não é maior que 50%, como a Pzifer e Astrazeneca. Além disso, ele ressalta que a imunidade total só se dá após 15 dias da aplicação da segunda injeção.

Cidades no interior têm 100% de ocupação de UTI

Algumas cidades do interior da Bahia estão com ocupação de leitos de UTI em 100%. Em Barreiras, no Extremo Oeste baiano, isso acontece desde o dia 28 de abril. Deste dia até ontem (20), só houve um dia - o dia 18 de maio, quando a taxa desceu para 94% - que o índice esteve abaixo de 100% na ocupação. Segundo a prefeitura do município, os casos e óbitos continuam aumentando e a situação é “extremamente preocupante”.

Com essa alta nos números, a prefeitura decretou a proibição do atendimento presencial do comércio e similares. A medida está em vigor do dia 13 até o dia 25, na próxima terça-feira. Somente serviços essenciais podem funcionar. O toque de recolher proíbe circulação de pessoas em vias públicas de 20h às 5h da manhã.

O sistema de saúde de Barreiras conta com uma Unidade de Pronto Atendimento (Upa) específica para o novo coronavírus, com 43 leitos clínicos e 10 leitos de Uti contratados com o Hospital Central. Além disso, existem mais 40 leitos de UTI no Hospital do Oeste, referência da região. A cidade tem 14.504 casos confirmados do novo coronavírus, sendo 13.364 pessoas recuperadas, 871 em isolamento domiciliar, 40 internados e 228 óbitos. Outros 113 aguardam resultado do teste de covid-19.

Em Teixeira de Freitas, no Extremo Sul da Bahia, a ocupação também está em 100%, tanto na rede pública, quanto na rede privada. São, ao todo, 61 baianos internados. Dessas, 25 estão distribuídas na rede municipal, entre o Hospital de Campanha, o Hospital Municipal, na Unidade Municipal Materno Infantil e na Upa específica para covid-19. Na rede privada, são 22 pessoas internadas, 15 em enfermaria e sete em UTI.

Segundo a assessoria da prefeitura do município, as taxas de ocupação não ficaram abaixo de 67% desde o início do ano. Elas variam entre 80%, 97%, 100% e 67%. Para conter a disseminação do vírus, a gestão municipal tem permitido o comércio funcionar até 21h, com fiscalização intensa, e proibição de esportes coletivos. No total, são 14.652 casos confirmados, sendo 14.354 pessoas recuperadas, 78 casos ativos e 220 óbitos, segundo último boletim epidemiológico.

Em Campo Formoso, no Centro Norte, a ocupação de leitos de uti estava em 100% dois dias seguidos (18 e 19 de maio). Nesta quarta-feira (20), caiu para 71%. A cidade tem 4.736 casos confirmados, 214 pessoas aguardam resultado e 492 estão em monitoramento. Outros 278 casos encontram-se ativos e 52 pessoas morreram.

Em Irecê, também na mesma região, a ocupação do Hospital Regional, que tem 10 leitos de UTI para covid-19, está em 100%. Trinta e seis pessoas encontram-se internadas, segundo a assessoria da prefeitura. Além dessa estrutura, a cidade também tem uma Upa específica para tratar o novo coronavírus, com 21 leitos – 18 clínicos e três com ventilação mecânica, todos ocupados.

Nesta semana, Irecê atingiu o número de 100 mortes. Hoje, são 108 óbitos, além de 188 casos ativos. Dentre as medidas restritivas da região, está o toque de recolher entre 20h e 5h da manhã, e a proibição de venda de bebidas alcóolicas aos finais de semana, até a próxima segunda-feira (24).

Ocupação de leitos de UTI por região da Bahia (fonte: SEI e Sesab)
Centro-leste: 90%
Centro-norte: 77%
Extremo Sul: 95%
Leste: 85%
Nordeste: 100%
Norte: 80%
Oeste: 86%
Sudoeste: 88%
Sul: 78%
Total da Bahia: 85%

Número de casos ativos em abril e maio (fonte: Sesab)
1/04: 16.158
2/04: 15.939
3/04: 15.069
4/04: 14.287
5/04: 14.206
6/04: 13.860
7/04: 13.941
8/04: 13.937
9/04: 14.464
10/04: 14.170
11/04: 15.118
12/04: 14.594
13/04: 15.230
14/04: 15.691
15/04: 16.139
16/04: 15.627
17/04: 16.371
18/04: 16.425
19/04: 15.576
20/04: 15.760
21/04: 16.027
22/04: 15.504
23/04: 15.726
24/04: 15.571
25/04: 15.534
26/04: 15.152
27/04: 15.627
28/04: 15.483
29/04: 15.915
30/04: 15.724
01/05: 16.253
02/05: 15.803
03/05: 16.253
04/05: 15.809
05/05: 15.824
06/05: 16.073
07/05: 16.822
08/05: 16.551
09/05: 16.094
10/05: 15.091
11/05: 15.430
12/05: 16.254
13/05: 16.890
14/05: 17.622
15/05: 17.707
17/05: 16.239
18/05: 16.404
19/05: 17.637
20/05: 18.558

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Uma nova remessa com 629.350 doses de vacinas contra a covid-19 chegou nesta sexta- feira (14) na Bahia. Dois aviões trazendo os imunizantes pousaram no aeroporto de Salvador pela manhã. Do total, são 438.750 da Astrazeneca, produzidas pela Fiocruz, e 190.600 da Coronavac, com produção do Instituto Butantan.

Todas as vacinas serão destinadas para a segunda dose, completando o esquema vacinal de quem recebeu a primeira dose, informou a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab).

Todos os municípios baianos vão receber doses. O envio começará ainda hoje para as regionais de saúde, usando aeronaves do Grupamento Aéreo da PM e da Casa Militar. Isso acontecerá logo após a conferência da equipe da Coordenação de Imunização.

Depois de chegar nas regionais, as vacinas serão distribuídas para todos os municípios de abrangência, chegando a todas as 417 cidades da Bahia.

Com a nova carga, a Bahia chega ao total de 5.683.440 doses de vacinas recebidas, sendo 2.984.800 da Coronavac, 2.602.700 AstraZeneca/Oxford e 95.940 da Pfizer. O cenário agora fica preocupante, após o Butantan anunciar que suspendeu a produção de vacinas pela falta de insumos.

“Caso seja necessário, teremos que adotar um plano de contingência emergencial para garantir as segundas-doses de quem fez uso da Coronavac”, diz o secretário Fábio Villas-Boas.

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