A Bahia registrou 915 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, de acordo com as informações divulgadas pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) na tarde desta segunda-feira (11).

Segundo dados do boletim, 29 mortes foram registradas em datas diversas. O estado contabiliza 513.756 pessoas atingidas pela doença e 9.453 mortes desde o início da pandemia, o que representa uma letalidade de 1,84%. Do total de casos, 497.735 são considerados recuperados e 6.568 encontram-se ativos.

Nas últimas 24 horas houve um crescimento de 0,2% no número de casos positivos, assim como foi contabilizado um aumento de 0,2% de pacientes recuperados da doença.

Salvador é a cidade onde há o maior número de casos proporcionais de pessoas atingidas pela doença: 22,34% do total. Dentre os municípios com maior incidência por 100 mil habitantes, as cidades que registram o maior coeficiente são Ibirataia (10.527,69), Muniz Ferreira (8.649,96), Conceição do Coité (8.533,00), Jucuruçu (8.174,45) e Itabuna (8.114,04).

Casos descartados
De acordo com a Sesab, o boletim epidemiológico contabiliza ainda 898.105 casos descartados e 123.632 aguardam resultado. Os dados representam notificações oficiais do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), junto com os Cievs municipais e as bases do Ministério da Saúde até às 17h desta segunda-feira.

As informações detalhadas no boletim podem ser acessadas no site da secretaria e também em uma plataforma disponibilizada pelo órgão na internet . Segundo o mesmo documento, 37.713 profissionais da Saúde testaram positivo para a Covid-19 em todo o estado.

Mortes por raça, cor e sexo
Dentre os óbitos registrados na Bahia, 56,49% foram em pessoas do sexo masculino e 43,51%, do sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 55,04% das mortes ocorreram em pessoas consideradas pardas, 19,25 em pessoas brancas, 14,68% em pretas, 0,66% em amarelas e 0,13% autodeclaradas como indígenas. Não há informação sobre raça de 10,24% das pessoas que morreram vítimas da Covid-19 no estado.

O número de casos com comorbidade chegou a 70,89%, sendo o maior percentual o de pessoas com doenças cardíacas e crônicas: 73,62%.

Número de leitos
Dos 2.036 leitos disponíveis no estado, 1.278 estão ocupados, o que representa uma ocupação geral de 63%.

Do total de leitos na Bahia, 974 são para atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto e, neles, a ocupação é de 73% (714). A ocupação nos leitos de UTI pediátrica é de 60%, com 21 das 35 unidades ocupadas.

Já as unidades de enfermaria adulto estão com 52% da ocupação (511 leitos ocupados) e a pediátrica, com 68% (32 leitos ocupados).

Em Salvador, 72% dos leitos de UTI adulto estão ocupados e 70% das UTIs pediátricas encontram-se em uso. As enfermarias na capital baiana registram uma ocupação de 69% para adulto e 81% para pacientes da pediatria.

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Basta ir a qualquer ponto turístico de Salvador que eles - os turistas - estão lá. E são muitos! Todos com o celular a postos, fazendo pose para a foto que vai ficar como registro da viagem. A professora Elizabeth Rodrigues, 40 anos, não perdeu a oportunidade da selfie com as cinco amigas de São Paulo. É a sua primeira vez na cidade e ela está adorando. “As pessoas aqui são muito simpáticas. Já visitamos o Pelourinho, o Elevador Lacerda e agora o Farol da Barra. Também já provei e aprovei a famosa moqueca de camarão. O próximo da lista é o acarajé”, conta.

Apesar da pandemia, o movimento de turistas em Salvador cresceu mesmo. De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (ABIH-BA), Luciano Lopes, a expectativa para o mês de janeiro é de uma taxa de ocupação entre 55% e 60%.

“Os números ainda são muito mais baixos do que os dos anos anteriores, mas já demonstram uma retomada das atividades turísticas em Salvador. Fizemos algumas previsões para o final de 2020 e início deste ano e estamos vendo que elas estão se concretizando. A nossa expectativa é atingir em 2021 entre 70% e 80% das taxas de ocupação de 2020”, afirma.

O guia de turismo Thiago Duarte aponta que a pandemia trouxe muitos prejuízos, mas janeiro está sendo um mês positivo, com bastante demanda: “O turismo parou em março e eu, particularmente, só voltei a trabalhar em setembro. Aí eu venho voltando gradativamente e agora tenho trabalhado quase todos os dias. O movimento está bem mais aquecido”.

Ele acrescenta que 99% dos turistas que atende são brasileiros de diversos estados. Além disso, a maioria busca por passeios privativos, que não misturem grupos diferentes: “Eu acredito que, por causa do coronavírus, as pessoas ainda estão com medo de se aglomerar e têm preferido os passeios de forma separada”.

É o que está fazendo a professora Elizabeth, que teve medo de viajar na pandemia, mas decidiu encarar, evitando aglomerações.

“Começamos a pensar na viagem em novembro, quando a covid estava em queda, mas aí os casos aumentaram de novo e ficamos com receio. Mas, viemos mesmo assim e estamos achando tranquilo, evitamos lugares muito cheios e fechados e tomamos todos os cuidados”, explica.

Ocupação
De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), os dados da taxa média de ocupação hoteleira vem apresentando crescimentos constantes, sobretudo a partir de julho. Em dezembro de 2020, a capital baiana recebeu 467.989 turistas. No mesmo mês, a taxa de ocupação hoteleira na cidade foi de 48,59%. O número ainda é abaixo do registrado em 2019, 60,15%, mas muito maior do que o pior mês do ano passado, abril, que registrou apenas 11%.

O presidente da ABIH-BA, Luciano Lopes, revelou ainda que a maior demanda vem da região Sudeste: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Para Silvana Rós, guia de turismo e vice-presidente da Federação Nacional dos Guias de Turismo, os números confirmam o que ela já observa: “Eu retomei as atividades em agosto, muito timidamente. Agora em dezembro estamos percebendo um aquecimento da visitação. E até então não vi uma representação significativa de turistas estrangeiros, como sempre acontece no período de alta estação”.

Prejuízos de 2020
Luciano Lopes relembra que o ano passado foi bastante desafiador para toda a área turística: “O setor hoteleiro baiano chegou a interromper praticamente todas as atividades com a chegada da covid-19. Em Salvador, as reservas dos hotéis foram reduzidas a praticamente zero, além do cancelamento total de eventos. Vivemos um verdadeiro colapso, impactando milhares de famílias”.

Nos hotéis, a previsão de ocupação esperada para 2020 era de 66,4%, mas o ano fechou em 37,4%. Em 2019, o balanço ficou em 62,49%. Isso trouxe uma redução de 56% no faturamento dos hotéis, se comparado com o ano anterior - R$ 673 milhões a menos no faturamento anual.

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), de janeiro a novembro de 2020, o número de passageiros no aeroporto de Salvador caiu 52,1% se comparado ao mesmo período do ano anterior, passando de 7,3 milhões para 3,1 milhões.

O presidente da ABIH-BA destacou que mais de 95% dos hotéis tiveram que fechar as portas, ao menos temporariamente, devido à falta de clientes entre março e maio de 2020. Mais de 40% dos funcionários foram demitidos.

Esperanças para 2021
De acordo com o secretário estadual de Turismo, Fausto Franco, a Bahia está empenhada na recuperação do turismo e, em especial, da malha aérea.

“Os resultados já são positivos, com as companhias voltando a operar voos regulares e charters, com destaque para voos internacionais, que estão sendo retomados à medida que os visitantes entendem a seriedade das medidas adotadas pela Bahia diante da pandemia”, avalia.

No Aeroporto Internacional de Salvador, a projeção é de 4.594 voos desembarcando entre 1º de dezembro de 2020 e 31 de janeiro de 2021.

A Secult estima que entre dezembro de 2020 e março de 2021 haverá um crescimento médio de 20%. Ainda segundo a projeção estimada pela secretaria, os dados da hotelaria podem chegar ao final de março com um índice médio de ocupação em torno dos 67%, retornando assim ao patamar registrado nos dois anos anteriores à pandemia.

Para o presidente da ABIH-BA, é preciso ter esperança, mas também colocar os pés no chão. “Sem a vacina, não tem como a gente superar o ano de 2020. É muito difícil porque, com a pandemia e sem a vacina, ainda há muita limitação de voos e de capacidade em restaurantes, por exemplo”, avalia.

Ele diz ainda que é possível manter as atividades, que os hotéis estão preparados e que é necessário seguir todos os protocolos recomendados. “Fizemos treinamentos para capacitar os funcionários para que eles estivessem preparados para seguir todos os protocolos de segurança e passar para os hóspedes uma sensação de segurança”, afirma.

Protocolos

Dicas da guia de turismo e vice-presidente da Federação Nacional dos Guias de Turismo, Silvana Rós:

Usar máscara o tempo todo
Trocar a máscara a cada 3h
Usar álcool em gel a cada vez que tocar algum objeto
Não contar com o auxílio das mãos dos guias para descida e subida dos veículos de transporte
Nos retornos aos veículos, higienizar as mãos com álcool em gel
Manter distanciamento em todos os locais
Os guias devem disponibilizar o aparelho e fazer a aferição da temperatura dos turistas
Os queridinhos de Salvador

*Informações dos sites Salvador da Bahia e Pelourinho Dia e Noite

Segundo o guia Thiago Duarte, os lugares que fazem mais sucesso em Salvador entre os turistas são o Centro Histórico, a Igreja Nosso Senhor do Bonfim e o Memorial Irmã Dulce.

A guia Silva Rós aponta os mesmos locais como os preferidos e dá destaca para a Praça Cairu, em frente ao Mercado Modelo, recém revitalizada pela Prefeitura de Salvador. “Os turistas querem um tempo para fazer compras e também para tirar fotos por lá”, afirma Silvana.

Praça Cairu - A Praça Visconde de Cairu foi construída entre o fim do século XIX e início do século XX o seu nome é uma homenagem a José da Silva Lisboa, o Visconde de Cairu, político baiano. No local, encontra-se uma estátua de bronze do Visconde e a antiga residência usada por ele, onde estão sendo construídos o futuro Museu da Cidade e o Arquivo Histórico Municipal de Salvador.

Centro Histórico - O Centro Histórico de Salvador – do qual o Pelourinho é símbolo e síntese – constitui o maior conjunto arquitetônico colonial da América Latina. O espaço é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura). São mais de 3 mil imóveis dos séculos XVI a XIX, com sua arquitetura monumental de finalidade religiosa, civil – de função pública e privada – e militar.

Igreja do Bonfim - É uma das mais tradicionais igrejas católicas da cidade, dedicada ao Senhor do Bonfim e símbolo do sincretismo religioso da Bahia. A devoção ao Nosso Senhor do Bonfim é herança portuguesa, apó o comerciante e traficante de escravos Teodósio de Faria trazer uma imagem a Salvador como pagamento de uma promessa por ter sobrevivido a uma tempestade no mar. A festa religiosa e “profana” mais importante da Bahia, a “Lavagem do Bonfim” acontece, todos os anos, na segunda quinta-feira do mês de janeiro.

Memorial Irmã Dulce - Inaugurado em 1993, um ano após a morte da freira baiana, o Memorial Irmã Dulce (MID) é uma exposição permanente sobre o legado de amor e caridade do Anjo Bom da Bahia, reunindo mais de 800 peças que ajudam a preservar e manter vivos os ideais da religiosa. O hábito usado por ela, fotografias, documentos e objetos pessoais podem ser vistos no MID, que ainda preserva, intacto, o quarto de Irmã Dulce, onde está a cadeira na qual ela dormiu por quase trinta anos em virtude de uma promessa.

Farol da Barra - O Farol da Barra faz parte do Forte Santo Antônio da Barra. Esta fortificação abriga o Museu Náutico da Bahia, que conta com um acervo histórico formado por objetos de diversas épocas, alguns deles submersos por até 300 anos, e que ajudam a compreender a relação do homem com o mar e da Bahia com o Farol. Segundo o portal da Marinha do Brasil, o forte foi erguido em 1536, sendo a primeira fortificação do País, e é um dos principais pontos turísticos de Salvador.

Um dia depois de dizer que Brasil estava "quebrado", o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quarta-feira, 6, que o País está uma "maravilha" e responsabilizou a imprensa por uma "onda terrível" sobre sua fala na terça-feira,5. Em conversa com apoiadores, o chefe do Executivo minimizou a declaração anterior sobre a situação do Brasil, que repercutiu negativamente no meio político e no mercado financeiro.

"Confusão ontem, viu? Que eu falei que o Brasil estava quebrado. Não, o Brasil está bem, está uma maravilha. A imprensa sem vergonha, essa imprensa sem vergonha faz uma onda terrível aí. Para imprensa bom estava Lula, Dilma, que gastavam R$ 3 bilhões por ano para eles", afirmou para um grupo de pessoas na saída do Palácio da Alvorada.

Na terça, Bolsonaro também disse que não conseguia "fazer nada" e atribuiu à pandemia da covid-19 o motivo para não conseguir ampliar a isenção da tabela do Imposto de Renda, uma de suas promessas de campanha.

A fala sobre a situação do País vai na direção oposta da mensagem que a equipe do ministro Paulo Guedes busca passar sobre a recuperação da economia.

Na manhã desta quarta, na conversa com apoiadores, Bolsonaro, ainda em reforço às críticas à imprensa, negou ter conversado por telefone com o ex-presidente Michel Temer, como noticiado pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. "De vez em quando eu falo com ele, mas tem mais de 30 dias que eu não falo com o Temer", disse.

De acordo com o colunista, Temer ligou para Bolsonaro para tranquilizá-lo caso o deputado Baleia Rossi (MDB), seu aliado, vença a eleição para a presidência da Câmara.

Segundo o presidente, a notícia foi "inventada" e seria uma forma de influenciar nas eleições para as mesas do Congresso. O mandatário chegou a dizer que a imprensa brasileira "não é nem lixo né, lixo é reciclável" e que "não serve para nada, só fofoca e mentira o tempo todo".

Desemprego
Bolsonaro também voltou a falar sobre a situação de desemprego no País, que atingiu 14,2% em novembro de 2020, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19), que é mensal e realizada desde maio. Na terça-feira, no retorno ao Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo afirmou que "uma parte considerável não está preparada para fazer quase nada", em referência à formação dos brasileiros.

Nesta quarta, Bolsonaro também minimizou a fala e reforçou críticas ao educador Paulo Freire, patrono da educação brasileira.

"Ontem falei que parte dos brasileiros não estão preparados (sic) para o mercado de trabalho. Pronto, a imprensa falou que eu ofendi todos os empregados do Brasil. Agora, nós importamos serviços porque não tem gente habilitada aqui dentro. Porque há 30 anos é destruída a educação no Brasil, a geração Paulo Freire né?", declarou.

Reunião com ministros
Após a conversa com apoiadores na saída da residência oficial, Bolsonaro se encontrou com ministros no Palácio do Planalto para uma reunião que não constava nas agendas oficiais no início do dia. O ministro Paulo Guedes, que ainda está em período de férias, foi um dos 17 ministros que participaram da reunião.

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Depois dos plantões no Hospital de Campanha de Feira de Santana, o diretor médico da unidade, Francisco Mota, percorre 4 quilômetros até chegar em casa. Deixa para trás um hospital que trabalha quase sempre no limite, mas encontra, no percurso, um revoada de gente em bares e restaurantes. “Estamos ocupados praticamente o tempo inteiro”, conta o médico sobre a situação vivida pela cidade nas últimas três semanas, considerada a mais grave desde o início da pandemia do coronavírus pelos profissionais de saúde locais.

Em dezembro, os hospitais – públicos e privados – de Feira de Santana, a 115 quilômetros de Salvador, trabalham com ocupação entre 85% e 100%. Nunca abaixo disso. Já foram 3.417 casos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o que resulta numa média de 1.139 casos semanais. No boletim diário da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), constam 3.354 casos em dezembro, pois ainda há testes à espera de resultado no Laboratório Central de Saúde Pública.

Foi o recorde semanal desde o início da pandemia. Cinco meses antes, em julho, quando se acreditava que Feira vivia o pico da pandemia, eram 809 notificações semanais, em média. A cidade registrou o primeiro caso de coronavírus do Norte e Nordeste no dia 8 de março.

Feira de Santana tem, hoje, 63 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). São 18 no Hospital de Campanha, onde trabalha Francisco, 40 no Clériston Andrade, e cinco no Hospital Estadual da Criança. Deles, 86% estão ocupados. Em Salvador, a ocupação de leitos de UTI está em 78% e foram 2,4 mil casos por semana, em dezembro, o dobro do notificado em Feira.

A capital baiana tem 3,6 milhões de habitantes, estima o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), seis vezes mais que Feira. Em toda Bahia, a ocupação média é de 77%, com 19,7 mil notificações semanais de covid-19 neste mês.

Em julho, os leitos do Hospital de Campanha foram ampliados de 10 para 18. Como o fluxo de pacientes caiu, os leitos extras foram desativados. No final de novembro, depois das eleições municipais, Francisco recebeu a ordem de reativá-los. Os pacientes, notava-se, voltavam em maior volume, como em julho, com sintomas de infecção pelo novo vírus.

A espera para conseguir atendimento pode chegar até 12 horas nas unidades de saúde de Feira, e os médicos, sem escolha, precisam, em alguns casos, decidir quais pacientes entram e saem da UTI. A decisão não depende exclusivamente da necessidade, como deveria ser, mas da disponibilidade. “Não é um fenômeno de Feira de Santana, claro. Mas a situação é de trabalhar no limite. Está fora do controle”, frisa Francisco. “E não vamos conseguir abrir novos leitos de UTI de uma hora para outra aqui [no Hospital de Campanha]”, explica. Para isso, seriam necessários entre 15 e 20 dias para expansão de estrutura e contratação de pessoal.

Aumento na curva
“Eu estou notando aqui na sala de projeção que o aumento na curva começou, em Feira de Santana, no dia 5 de novembro”, compartilha o médico e neurocientista Miguel Nicolelis, um dos coordenadores do comitê científico do Consórcio Nordeste, que reúne informações sobre a covid-19 para orientar estados e municípios nordestinos. Nicolelis, que já foi considerado um dos 20 pesquisadores mais importantes de sua área pela revista estadunidense Scientific American, enxerga erros e reflexos das próprias características de Feira.

O primeiro, nas palavras de Nicolelis, foi “resultado de políticas que não foram sincronizadas”. O segundo, como consequência dessa falta de sincronização, foi a oscilação entre fechamentos e aberturas do comércio e dos bares. Além disso, o mês iniciou depois de campanhas eleitorais que inauguraram um novo ciclo de contaminações, segundo Nicolelis. “Lembro de estar numa entrevista, porque o prefeito de Feira queria reabrir as coisas e eu afirmava que ia ter uma explosão de casos se abrisse. Isso é reflexo da falta de políticas consistentes que levem em consideração em primeiro plano os riscos de infecção”, avalia.

O comércio do município chegou a ficar fechado em março e julho, mas a reabertura veio logo em seguida. Aglomerações em botecos se tornaram cada vez mais comuns.

O prefeito de Feira, Colbert Martins (MDB), que também é médico e professor de Epidemiologia da Universidade Estadual do município (Uefs), nega qualquer “erro” que justifique o momento atual. Na quarta (23), ele participou de uma reunião para pensar novas medidas restritivas contra o avanço do vírus (confira abaixo). “Não vejo erro de Feira de Santana. Ao invés de fecharmos tudo, Salvador fechou tudo, flexibilizamos e acertamos. Abrir e fechar é mais eficaz do que fechar, porque existem os problemas econômicos também”, defende Colbert, que vê uma situação “mais grave, pior não sei”, ao contrapor número de casos mais elevados com quantidade de óbitos.

As medidas restritivas planejadas pela prefeitura preveem a ampliação das fiscalizações e reduzir o horário de funcionamento dos estabelecimentos, entre bares e restaurantes. Ficaram estabelecidas regras como o encerramento das atividades de estabelecimentos como bares, restaurantes, lanchonetes e lojas de conveniência às 21h e a proibição de mais de quatro pessoas em uma mesa. Lockdown não está nos planos.

Os bares, por outro lado, podem voltar a ser fechados, pois são uma das principais armadilhas para a população e um dos paraísos do vírus – pessoas aglomeradas, falando alto e trocando fluidos, como gotículas de saliva no ar. O prefeito Colbert pede que sejam evitados encontros para a virada do ano.

Para entender como Feira chegou até aqui é preciso, ainda, enxergar outros fatores. Dezembro é, tradicionalmente, mês de viagens e reuniões entre familiares que moram na capital com os do interior, complementa Nicolelis, o neurocientista do Consórcio Nordeste. É mês de pegar a estrada para o reencontro e também de comprar presentes. E Feira de Santana é tanto o maior entroncamento rodoviário do Norte e Nordeste, quanto um forte polo comercial no estado.

Número de casos pode quase dobrar em um mês

Desde o início do mês, especialistas alertam sobre uma segunda onda da pandemia de covid-19 no Brasil. No dia 22 de dezembro, o país registrou 963 mortes por covid, o valor mais alto desde 17 de setembro, quando 779 pessoas morreram vítimas do coronavírus. A tendência se repete nos estados e cidades brasileiros. Hoje, o comitê científico do Consórcio Nordeste tem voltado a atenção, no que diz respeito a interiores baianos, a Feira de Santana, Brumado, Itaberaba, Itabuna, Jequié e Vitoria da Conquista.

A preocupação direcionada a Feira de Santana é potencializada pela localização da cidade e a falta de UTIs para atender a demanda, que só cresce.

“O que acontece é que por mais que estejamos mostrando os fatos, a responsabilidade individual não é uma realidade. Não temos leitos disponíveis, quem adoecer, não vai ter leito”, conta Melissa Falcão, infectologista que coordena o Comitê Gestor Municipal de Controle ao Coronavírus em Feira.

Mesmo a rede privada enfrenta desafios em Feira. Há pacientes que esperam, em leitos na emergência, de dois a três dias, por uma vaga na UTI.

No horizonte, não há nenhuma previsão de abertura de novos leitos na cidade. O que se tem é um temor quanto as consequências das festas natalinas e de Réveillon. Caso o crescimento permaneça o mesmo, calculou Miguel Nicolelis, do comitê científico do Consorcio Nordeste, em um mês os casos podem saltar de 22.437 mil para 35 mil no município.

Quando completa o percurso até em casa, Francisco, o diretor do hospital de campanha, não consegue se desligar dos números e das histórias que, diariamente, se repetem – a idosa isolada que foi contaminada por um parente, a jovem que evoluiu para estado grave, a filha que foi para o bar e levou o vírus para casa. Na véspera do Natal, Francisco não reuniu a família, mas não foi o que viu na vizinhança do bairro onde mora. “Eu tenho que passar tranquilidade, mas a palavra que me define é ‘angustiado’”.

Até esse domingo (27), a cidade registrava 387 mortes e 22.450 casos confirmados da doença.

Confira as medidas adotadas pela prefeitura:
- Aumento do número de realizações de exames, mesmo das pessoas assintomáticas
- Fechamento de bares, restaurantes, lanchonetes e lojas de conveniência às 21h
- Aumento da fiscalização
- Horário do comércio foi estendido para até 22h, para evitar aglomeração em espaços.
- Proibição de bebidas alcoólicas em espaços públicos
- Proibição de shows e apresentações musicais e de transmissão de jogos de futebol
- Proibição de mais de quatro pessoas em uma mesma mesa
- Utilização de 50% da área total de um espaço
- Estabelecimentos são obrigados a manter os protocolos sanitários, como disponibilizar álcool a 70%, sabão e papel toalha para clientes e funcionários.

 

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O ano está chegando ao fim e nesta quinta-feira (24) muitos brasileiros vão celebrar o Natal, data mais importante do calendário cristão. Com a aceleração do crescimento dos casos de covid-19, muita gente não vai fazer celebrações com pessoas de fora da casa em que vivem e houve diminuição nas festas. Pensando na orientação para esse momento, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou uma cartilha para ajudar a orientar durante as festividades.

Segundo o documento, a maneira mais segura de celebrar o Natal e o réveillon é ficando em casa com os familiares que já moram juntos, mas caso decidam comemorar com outras pessoas, algumas medidas podem ser tomadas para evitar a contaminação.

A cartilha, que traz orientações para convidados e anfitriões, também reforça que nenhuma ação é capaz de impedir totalmente a transmissão do novo coronavírus. Entre as principais recomendações estão evitar apertos de mão e abraços, usar a máscara quando não estiver comendo ou bebendo - e levar uma extra caso seja necessário trocar -, e lavar as mãos com frequência.

Quem não deve participar de comemorações
A Fiocruz recomenda que pessoas que façam parte de um desses grupos mantenham o isolamento domiciliar, não façam visitas ou frequentem eventos.

- Pessoas com sintomas relacionados à covid-19 ou que ainda estão no período de 14 dias desde os primeiros sintomas;

- Quem está aguardando resultado de teste molecular para a covid-19;

- Pessoas que tiveram contato com alguém que teve a doença nos últimos 14 dias;

- Quem faz parte ou mora com alguém do grupo de risco para a doença: portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, asma, imunodepressão provocada pelo tratamento de doenças autoimunes, como lúpus ou câncer; pessoas acima de 60 anos de idade, fumantes, gestantes, mulheres em resguardo e crianças menores de 5 anos

Ambiente
Para quem vai receber familiares e amigos em casa, a recomendação é fazer pequenas adaptações ao ambiente. É indicado também levar em consideração o tamanho do espaço disponível na hora de montar a lista de convidados, para que seja possível manter a distância de dois metros entre eles.

- Evite música alta: quanto maior o esforço para falar alto ou gritar para ser ouvido, maior a chance de liberar partículas do vírus no ar;

- Escolha ambientes abertos ou bem ventilados; evite ar condicionado;

- Oriente os convidados a não se sentarem todos juntos. Organize espaços separados para pessoas que moram juntas;

- Disponibilize álcool gel nos ambientes;

- Não deixe que os convidados formem filas para serem servidos;

- Tenha sabão e papel para secagem de mãos disponíveis no banheiro. Evite o uso de toalhas de pano;

Alimentos
Tradicionalmente, a ceia de Natal é posta em uma mesa para que cada um dos convidados se sirva. Neste ano, a recomendação é apostar em pratos individuais para evitar que várias pessoas toquem nos mesmos objetos.

- Use máscara durante o preparo da comida;

- Se possível, peça aos convidados para levar sua própria comida e bebida;

- Caso ofereça bebidas, escolha embalagens individuais (latas ou garrafas);

- Ofereça condimentos e temperos embalados individualmente, sempre que possível;

- Evite o compartilhamento de utensílios para servir a comida. Pratos e bebidas em recipientes não individuais devem ser servidos por uma única pessoa.

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A partir das 7h02 da manhã desta segunda-feira (21), o verão no hemisfério sul será oficialmente iniciado. Até o dia 20 de março de 2021, a estação mais quente do ano deverá elevar as temperaturas em todo o país, aumentando o tamanho dos dias e reduzindo consideravelmente a duração das noites, assim como a quantidade de chuvas e períodos com temperaturas amenas.

De acordo com o previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), na região leste do nordeste brasileiro a perspectiva para os meses de janeiro, fevereiro e março é de precipitação abaixo da média, além de altas temperaturas ao longo do litoral nordestino. "O período é de forte calor e poucas chuvas nos próximos três meses. No entanto, é possível que ocorram variações e atipicidades", explica o meteorologista Francisco Alves do Nascimento.

Ainda assim, o Inmet ressalta em seu relatório que todo o cuidado deve ser mantido com as tradicionais “chuvas de verão”, que apesar de esparsas, tendem a acontecer sem indicativos prévios e acompanhadas de fatores como queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Com a previsão de calor intenso para os próximos meses, o movimento nas praias baianas deverá aumentar consideravelmente, em especial por conta da retomada do turismo ao longo de todo o litoral. Mesmo com o cancelamento de diversas atrações como eventos, shows, ensaios de verão e até mesmo o próprio carnaval, por conta da pandemia do novo coronavírus, a expectativa é de que o fluxo aumente na chamada alta estação.

Mesmo com a pandemia do novo coronavírus, a Bahia aparece em duas colocações do ranking que define as 10 cidades preferidas dos turistas no verão 2021, elaborado pela plataforma Decolar. Capital do estado, Salvador aparece na 5ª posição da lista, enquanto Porto Seguro, município localizado no sul do estado, encontra-se na 8ª colocação.

Em Salvador, de acordo com as regras de flexibilização definidas pela prefeitura municipal, é possível frequentar toda a região da orla da capital, de segunda a sábado — salvo exceções como o Porto da Barra, Itapuã, Amaralina, entre outras, que só abrem a partir de terça-feira. Vale ressaltar que apesar da flexibilização, o uso de ombrelones, cadeiras e banquetas na praia seguem proibidos.

Apesar da segunda onda de casos de covid-19, há a expectativa na capital de que ocorra a reabertura seletiva de algumas praias nos domingos a partir do mês de janeiro. No entanto, de acordo com o prefeito de Salvador, ACM Neto, é necessário que o número de casos de contaminação na capital baiana não cresçam de maneira exponencial.

"A abertura aos domingos depende muito da postura de cada um. Se estivessem respeitando, desde agora, os protocolos estabelecidos, talvez estivéssemos em outras condições e as praias já poderiam estar funcionando todos os dias. Espero que não tenhamos que viver o verão inteiro com os domingos fechados, esse não é o interesse da prefeitura, mas vamos acompanhar os casos", afirmou o prefeito, na última semana.

Enquanto as praias seguem como opção viável para os dias de calor neste verão, o mesmo não pode ser dito sobre os tradicionais eventos que permeiam o calendário de festas no estado da Bahia, que atraem um enorme número de pessoas locais e turistas. Pelo menos até o dia 4 de janeiro estão proibidos shows, festas e eventos independentemente do número de participantes.

Apesar das restrições de eventos, o governo da Bahia espera que o verão consiga voltar a impulsionar a economia em todo o estado, sem aumentar a proliferação do novo coronavírus. Para isso, foi elaborada uma norma técnica com recomendações para rede hoteleira, praias e ambientes públicos, companhias marítimas, embarcações marítimas, bares e restaurantes, trilhas e recomendações gerais para os turistas.

Chuvas e destruição
Apesar de ser marcado pela falta de chuvas e pelo calor intenso, o período que antecede o verão em duas cidades da Bahia teve como protagonista fortes chuvas e tempestades, ocorridas no mês de novembro e que causaram um impacto destrutivo em Ipiaú e Itabuna, ambos localizados no sul do estado.

As consequências das precipitações, como destruição de encostas e famílias diretamente acometidas pela catástrofe natural, exigiram que o governo federal, através da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), ligada ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MD), fizesse repasses para as recuperações necessárias e ajudas à população.

Ipiaú recebeu R$ 9,7 mil para a aquisição de cestas básicas e kits de limpeza para um total de 192 pessoas que sofreram com as chuvas. Em Itabuna, a situação é mais grave: no último dia 16, foi necessário um novo repasse de R$ 194,3 mil para a compra de cestas básicas, colchões e kits dormitório e de higiene pessoal e limpeza. No total, o município já recebeu mais de R$ 560 mil reais do governo federal.

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A prefeitura de Ilhéus determinou a suspensão de funcionamento de parques de diversão, feiras, cinemas e teatros desta quarta-feira (16) até o dia 21 de dezembro na cidade. Segundo decreto municipal publicado ontem, os estabelecimentos que descumprirem as medidas restritivas serão punidos.

A medida foi tomada considerando dados obtidos pelo gabinete de crise da prefeitura, com aumento de casos da covid-19 na cidade, conforme mostram os boletins diários da Secretaria de Saúde (Sesab). O objetivo é tentar frear o avanço da doença em Ilhéus.

Na última semana, um decreto já havia suspendido shows e festas, públicas ou privadas, até o dia 21. Além disso, bares, restaurantes, lojas de conveniência e demais locais que comercializam bebidas alcoólicas ficaram autorizados a funcionar até a meia noite. 

Até a segunda (14), Ilhéus tinha registrado 8.337 casos de covid-19 desde o início da pandemia, com 301 casos ativos. Foram 268 mortes pela doença na cidade. A taxa de ocupação de leitos de UTI na cidade é de 98%.

 

A prefeitura de Ilhéus determinou a suspensão de funcionamento de parques de diversão, feiras, cinemas e teatros desta quarta-feira (16) até o dia 21 de dezembro na cidade. Segundo decreto municipal publicado ontem, os estabelecimentos que descumprirem as medidas restritivas serão punidos.

A medida foi tomada considerando dados obtidos pelo gabinete de crise da prefeitura, com aumento de casos da covid-19 na cidade, conforme mostram os boletins diários da Secretaria de Saúde (Sesab). O objetivo é tentar frear o avanço da doença em Ilhéus.

Na última semana, um decreto já havia suspendido shows e festas, públicas ou privadas, até o dia 21. Além disso, bares, restaurantes, lojas de conveniência e demais locais que comercializam bebidas alcoólicas ficaram autorizados a funcionar até a meia noite. 

Até a segunda (14), Ilhéus tinha registrado 8.337 casos de covid-19 desde o início da pandemia, com 301 casos ativos. Foram 268 mortes pela doença na cidade. A taxa de ocupação de leitos de UTI na cidade é de 98%.

Publicado em Bahia

O prefeito ACM Neto anunciou nesta sexta-feira (11) que dois benefícios instituídos em 2015 para os professores de Salvador serão pagos. Durante a inauguração de uma escola em Sussuarana, ele disse também que as aulas vão voltar mesmo antes do final da pandemia. "Não foi possível ainda retomarmos a educação. Mas quero dizer a vocês que não acho que será possível esperar toda conclusão da pandemia para que voltemos às aulas", afirmou. Não há data prevista para esse retorno.

O primeiro benefício para os professores é o avanço de nível, que tem ligação com a formação dos professores. "É uma progressão vertical, que o professor vai subindo degrau a degrau, em consequência de resultados, de titulação", explciou o prefeito. "Se faz especialização, sobe um nível. Mestrado, sobe um nível. Faz doutorado, sobe um nível". A prefeitura vai oferecê-lo de uma só vez para todos os educadores que têm direito, um total de 1.207. O outro benefício é a Gratificação de Estímulo ao Aprimoramento Profissional, para quem faz cursos de qualificação.

O prefeito detalhou o que queria dizer sobre a volta às aulas sem o fim da pandemia. "Pelo que a gente está vendo aí não haverá imunização coletiva antes do meio do ano. Provavelmente antes os profissionais de saúde, pessoas com mais de 60 anos... Vou ter novidade sobre isso em breve,vamos anunciar o plano de vacinação", disse. "Mas vai ser impossível esperar que toda população esteja vacinada para depois voltar a educação. Vai ser preciso trabalhar com regras, protocolos rígidos, para que a educação não piore a pandemia", disse. "Se você tiver queda de casos, controle da segunda onda e a poopulação começar a ser vacinada, então você tem a senha para voltar a educação", diz. Ele comparou com o Carnaval, que só vai acontecer quando a vacinação tiver ocorrido em massa.

Neto disse que continua discutindo a volta às aulas com o governador Rui Costa. "Até conversei com o governador essa semana, um dos temas tratados foi a educação. Prefeitura e governo reafirmarm a disposição de lado a lado desenhar o calendário comum de retomada das aulas, assim como definir uma estratégia conjunta para recuperação do tempo perdido. 2021 será um ano onde a rede municipal vai ter que fazer dois anos em um", destacou.

Agora, contudo, com crescimento dos casos, não é o momento para esse retorno, disse. "Não dá para pensar na retomada da educação tendo ritmo de crescimento da pandemia, que é o que vivemos agora. Não dá para voltar agora porque estamos vivendo o início de uma segunda onda que pode se agravar ainda mais. Mas quando for possível promover a contenção dessa nova onda de crescimento, quando tivermos segurança com ocupação de leitos de UTI e clínicos, quando não houver qualquer hipótese de colapso de serviço de saúde, portanto a segunda onda for se desfazendo, será liberado a apresentação do cronograma de retomada das aulas", garantiu.

Apesar das novas restrições da Prefeitura que entraram em vigor na última quarta-feira (9), para conter a disseminação do coronavírus e diminuir a taxa de ocupação dos leitos exclusivos para a Covid-19, as atividades esportivas permanecem na cidade a partir desta sexta-feira (11). No entanto, devem seguir os protocolos de segurança definidos pelas autoridades sanitárias para este setor.

As aulas do Movimenta Salvador, no Pronaica em Cajazeiras, prosseguem de segunda a sexta-feira, das 8h às 9h. Já a Arena Aquática de Salvador vai estar aberta para atletas inscritos de segunda a sexta, das 8h às 17h.

Quem optar por ficar em casa, vai poder se exercitar acompanhando as atividades esportivas on-line, no canal do YouTube da Semtel. De segunda a sexta-feira, das 8h às 9h, vai acontecer o "Movimento Salvador"; já às terças e quintas, das 6h às 7h, uma programação será voltada para o público da terceira idade, com a aula "Idade di boa". Também haverá atividades para gestantes, toda segunda e quarta, das 6h às 7h

Conforme a coordenadora de Campeonatos e Eventos Esportivos da Semtel, Petruska Araújo, as atividades esportivas fazem parte do rol de recursos que trazem benefícios para a saúde e alavancam a qualidade de vida humana, portanto necessária. "A inexistência de atividade física propicia o aparecimento de patologias que comprometem o vigor e a saúde de todos, como também onera a saúde pública", pontua.

"Como cuidados nessa era de protocolos de segurança, no combate à Covid-19, orientamos as pessoas a sempre utilizarem a máscara, a fazer assepsia nos intervalos das atividades e, principalmente, nos itens de apoio que forem utilizados, tais como os pesos, colchonetes, e demais apetrechos de ginástica, por serem compartilhados", acrescentou Petruska.

Após confirmar que a Bahia vive uma segunda onda do novo coronavírus, o governador Rui Costa participou, nesta terça-feira (8), junto com gestores de outros estados, de uma reunião virtual com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. A principal reivindicação dos governadores é que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprove e registre as vacinas com a maior rapidez possível.

Rui contou que o ministro confirmou que o Brasil fará a aquisição das vacinas, à medida que elas forem aprovadas e registradas pela Anvisa. "Por isso, nosso principal pleito é que esse registro seja feito com celeridade, assim que os laboratórios solicitarem, já que o Brasil, assim como outras nações, deve utilizar mais de uma vacina para imunizar a população. A Pfizer, por exemplo, acenou com a disponibilização de 70 milhões de doses para o Brasil, em um primeiro momento, sendo que cada indivíduo precisa de duas doses, e essa quantidade não cobre todos os brasileiros", explicou o governador.

Rui também comentou que há atualmente 11 mil pessoas com vírus ativos na Bahia. "A taxa de transmissão segue crescendo e a elevação, ainda que pequena, no número de mortes, nos preocupa. A doença já está em todos os 417 municípios e uma contaminação desenfreada pode levar os serviços de saúde a um colapso. Em função disso, determinei que a Secretaria de Segurança Pública monitore propostas e convites para a realização de aglomerações, em ambientes fechados ou públicos, a fim de impedir a realização desses eventos. Além do que, também instruí o órgão a abrir processos criminais, na medida em que os responsáveis por essas aglomerações sejam identificados, não importando se são pousadas, boates ou até mesmo um cidadão com o som do carro alto ligado", conclui.

Publicado em Bahia