O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Salvador recebeu durante a pandemia cerca de 20 mil trotes por telefone - 10% de um total de 200 mil chamadas. Os dados foram contabilizaods desde março. Considerado crime, o trote teve número menor que no mesmo período de 2019, quando foram registradas 40 mil ligações indevidas. Mesmo com essa queda pela metade, ainda é considerado algo preocupante pelas autoridades.

A ligação com falso pretexto prejudica o serviço, podendo retardar o atendimento a quem realmente está precisando, o que aumenta chances de mortes e sequelas que poderiam ser evitadas com socorro rápido. Também gera desperdício de dinheiro público por conta do deslocamento de ambulâncias.

O médico e coordenador de Urgência e Emergência de Salvador, Ivan Paiva, considera que existem duas categorias de trotes. A primeira é de crianças que fazem as ligações para se divertir - e são mais rapidamente identificadas pelos atendentes. A outra é de adultos que simulam histórias que levam à perda de tempo e dinheiro com atendimentos a situações inexistentes. Eles podem ser presos se identificados.

"Esses casos (de adultos mal intencionados) são mais danosos, mais elaborados. A pessoa liga e diz que acabou de presenciar um acidente, uma pessoa passando mal, e vai respondendo às perguntas e criando uma situação que, pelo telefone, o atendente não consegue identificar se é trote ou não. Esse chamado ocupa linha telefônica e é encaminhado para o médico, ocupando também o tempo desse profissional. Encaminhamos a ambulância e, quando chegamos ao local, percebemos que a situação não existia. Não consigo entender porque alguém tenta brincar com a vida alheia”, diz Paiva.

Ligações de crianças recebem a mesma atenção das atendentes que a de adultos, já que estas podem estar tentando pedir ajuda para uma emergência real com algum familiar. No trote, é fácil identificar. A maioria das ocorrências é justamente de crianças e, por isso, o médico pede atenção aos pais.

“Pedimos aos pais para sempre estarem de olho na lista de ligações do celular dos filhos e, se a criança estiver ligando para os números 192, 193 ou 190, fazer a orientação deles de forma adequada. Muitas vezes, a criança não tem noção e acha que é uma simples brincadeira".

O Dia das Crianças, comemorado na próxima segunda-feira (12), será atípico este ano. Por causa da pandemia do novo coronavírus, alguns espaços públicos que costumavam atrair muita gente na data — que coincide com o feriado nacional de Nossa Senhora Aparecida — ficarão fechados, a exemplo de parques públicos e praias, conforme os protocolos sanitários. Mas, para quem pretende ficar em casa, será possível ir às compras e curtir com a garotada sem deixar de lado os cuidados com a saúde.

“Os estabelecimentos que abrirem deverão receber uma grande demanda de público. Por isso, nossa preocupação é que sejam respeitadas as normativas de proteção à vida, definidas para evitar a contaminação da Covid-19. O feriado vai permitir a diversão de muitas famílias. Mas é importante a colaboração de todos para que isso ocorra com prudência”, diz Everaldo Freitas, coordenador de Fiscalização da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur). O órgão, a propósito, disponibilizará 10 equipes, com o total de 40 agentes, para fiscalizar os protocolos de funcionamento do comércio até a data.

Os shoppings centers da cidade estão entre as opções de lazer. Sob adoção de protocolos rígidos, esses estabelecimentos funcionarão das 11h às 21h, inclusive no feriado, obedecendo à capacidade máxima de uma pessoa a cada nove metros quadrados em áreas comuns e de uma a cada cinco metros quadrados de área em cada loja.

Nesses locais, a população deve ficar atenta na hora de comprar brinquedos e presentes infantis, observando limites de distanciamento nas áreas de circulação, inclusive nas escadas rolantes. Como os centros de compras devem disponibilizar dispensers de álcool em gel em pontos de fácil acesso, a recomendação é higienizar as mãos sempre que possível, na chegada e na saída.

Se a pretensão é recorrer a grandes lojas de rua (que possuem acima de 200 metros quadrados de área) para ir atrás da lembrancinha para o filho, sobrinho ou enteado, o horário de funcionamento é um pouco mais cedo — abrirão às 10h e fecham às 20h. Além disso, a capacidade máxima de ocupação nessas lojas é de uma pessoa a cada nove metros quadrados de área total.

Sem promoções

“Vale lembrar que nenhum estabelecimento comercial, seja shopping ou comércio local de rua, pode realizar eventos promocionais presenciais que gerem aglomeração. Por isso, é importante que as pessoas também fiscalizem as atividades e exijam dos proprietários o cumprimento dos protocolos de segurança, caso haja qualquer irregularidade. Denúncias também podem ser registradas pelo Disque Coronavírus 160”, acrescenta coordenador de Fiscalização da Sedur.

Restaurantes

Os restaurantes também poderão fazer parte do itinerário de quem deseja levar a criançada para almoçar ou jantar na próxima segunda-feira (12). Os estabelecimentos do setor funcionarão das 12h até meia-noite.

“Os clientes devem observar se as mesas estarão sendo higienizadas após a saída de outro consumidor, bem como o afastamento entre as mesas, que deve ser de no mínimo 2m. Nesses locais, o uso de máscaras é obrigatório, exceto durante as refeições”, orienta Everaldo Freitas.

Balanço

Desde o início da retomada das atividades econômicas em Salvador, do dia 24 de julho, até a quarta (7), a Sedur fez 38.624 vistorias. Nesse período foram efetuadas 275 interdições e sete cassações de alvará a estabelecimentos que descumpriram os protocolos sanitários de enfrentamento ao coronavírus.

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O Grupo de Trabalho (GT) de Enfrentamento ao Novo Coronavírus do Ministério Público (MP-BA) estadual informou que pediu nesta terça-feira (6) para que a Justiça obrigue, em decisão liminar, o município de Salvador a retomar a circulação de 100% da frota de ônibus do sistema de transporte coletivo municipal durante os horários de pico: das 5h às 08h; das 8h às 12h e das 16h às 21h.

O pedido, segundo o MP-BA, foi realizado em ação civil pública ajuizada pelos promotores de Justiça Rita Tourinho e Rogério Queiroz, coordenadores do GT, e Adriano Assis. "Foi solicitado ainda que a Justiça determine, em decisão final, a total retomada da frota durante todo o horário regular de circulação", diz comunicado enviado à imprensa.

O ajuizamento da ação ocorre após a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) não atender a recomendação encaminhada pelo MP para o retorno imediato do transporte público coletivo e depois de diversas reuniões realizadas com o objetivo de formalizar um acordo que promovesse a retomada integral dos ônibus na capital.

De acordo com o MP, pesquisas de campo foram realizadas, no final de setembro e início deste mês, pela equipe técnica da Coordenadoria de Segurança Inteligência (CSI) do MP, e constataram ônibus lotados, com pessoas em pé, nas estações de Pirajá, Lapa, Acesso Norte e Mussurunga.

O Ministério Público diz que "o levantamento destoa do diagnóstico de demanda indicado pela Semob". “De acordo com o entendimento da Secretaria, a partir de 12 de setembro, a demanda média de passageiros transportados foi de 55% do normal, de modo que a oferta média requerida do serviço deveria girar em torno de 65% do normal, o que, segundo informa, teria se verificado. No entanto, conforme será demonstrado, a disponibilização de apenas 65% é insuficiente para acomodar a demanda do serviço, como evidenciam as frequentes aglomerações nos ônibus”, afirmaram os promotores.

Segundo a ação, a perspectiva da Semob seria disponibilizar 100% da frota (2.213 veículos) a partir somente da fase 4 de retomada da atividade econômica na cidade.

Procurada pelo CORREIO, a Semob informou que "a Prefeitura não foi notificada oficialmente dos termos da ação para responder. "O órgão reforça que continua com mesa aberta com Ministério Público, inclusive com reunião agendada para esta quarta-feira (7), às 14h, no MP", disse, em nota, a assesoria da Semob.

Os promotores do MP-BA disseram que a proposta de retomada de 100% da frota apenas na quarta fase da retomada das atividades na pandemia "desconsidera a situação de risco de contágio por covid-19 que a população está atualmente exposta ao circular em ônibus superlotados". “Conforme noticiado, por exemplo, no primeiro domingo de abertura dos shoppings centers de Salvador (dia 13 de setembro), passageiros registraram e enfrentaram ônibus superlotados na capital baiana. As filmagens da linha Rodoviária x Paripe mostram as pessoas aglomeradas, desconfortadas e revoltadas com o risco de contaminação pelo novo coronavírus”, pontuaram.

Ainda na ação, os autores apontaram que "não cabem, diante de uma questão de saúde pública, as justificativas apresentadas pelo município, como queda de demanda e desequilíbrio econômico dos contratos de concessão, pois a retirada dos ônibus em circulação máxima 'transfere para a população o ônus que deveria ser administrado pelo Município de Salvador'".

“Não guarda coerência o Município de Salvador estabelecer medidas de distanciamento social, inclusive mantendo o fechamento de praias, quando a população se aglomera nos ônibus de Salvador, não para atividades de lazer, mas para seu deslocamento laboral”, afirmaram.

Voltar com 100% da frota de ônibus 'é impossível', afirmou ACM Neto
No último dia 18, o prefeito ACM Neto afirmou que é "impossível" cumprir a recomendação do MP-BA para retomar o funcionamento de 100% da frota de ônibus em Salvador. Ele chamou a conta de "impagável" e diz que isso deixaria outras áreas desassistidas. "Não tem milagre".

“Ou a prefeitura vai ter que botar mais dinheiro do que já vai colocar e aí vai faltar dinheiro para saúde, vai faltar dinheiro para a manutenção da cidade, para limpeza... Ou nós vamos transferir para a tarifa e aí quem paga a conta é o cidadão”, disse Neto, que falou durante inauguração de obras da Lagoa dos Pássaros, no Stiep.

Segundo Neto, a frota tem rodado com 80% dos veículos, transportando 54% dos passageiros que eram levados em comparativo com período anterior à pandemia. Ele lembrou que a prefeitura assumiu o comando de uma concessionária que quebrou acordo.

"Quem é que vai pagar essa conta? A prefeitura. Estou em negociação, fechando números. Mas os números iniciais apontam uma necessidade, vou dizer um número que não tá fechado, mais ou menos R$ 30 milhões que a prefeitura vai ter que aportar no sistema em duas bacias. Porque a terceira nós estamos bancando, comprando óleo diesel, pagando rodoviário, para não ter demissão e paralisação... Mais do que isso é impossível", disse.

Na ocasião, ele afirmou que a Semob estava observado os horários de pico e linhas mais cheias para aumentar a oferta nestas especificamente. "Mas é impossível agora rodar com 100%", reforçou. "Imagino que o Ministério Público não deseje que o cidadão venha a pagar R$ 5 no ônibus. Porque até o dia 31 de dezembro, enquanto eu for prefeito, não vou permitir que isso aconteça”, disse Neto.

O prefeito voltou a repetir que o transporte público é a "maior dor de cabeça" de Salvador hoje em dia. "A prefeitura está gastando dinheiro para impedir que a prefeitura pague", afirmou. "O sistema começou a se equilibrar e aí veio a pandemia. Lascou tudo", disse, afirmando que se trata de um fenômeno nacional.

No início do mês passado, o prefeito já havia falado do assunto, citando seu envolvimento, através da Frente Nacional dos Prefeitos, na negociação para que o governo federal injetasse auxílio para o município para o setor do transporte. "Mobilizei prefeitos do Brasil, consegui de alguma forma interlocução com o governo federal, chamar atenção para necessidade desse socorro, o governo fez até a MP, mas a Câmara dos Deputados inviabilizou o texto. O projeto final aprovado pela Câmara foi horrível", disse na ocasião, se referindo à Medida Provisória 938.

Por conta disso, Neto esteve em Brasília para se encontrar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para entregar um documento com sugestões de alteraçãoes à MP para que ela "tenha efetividade e possam vir recursos para Salvador". "Esse periodo de pandemia gerou um desequilibrio grande nos sistemas. A prefeitura vai ter que aportar recurso", disse Neto. "Uma parte vamos ter que pagar para o sistema não quebrar e parar", afirmou.

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Fechadas por causa das aglomerações as praias de Cantagalo, Amaralina e Boa Viagem serão liberadas a partir de quarta-feira (7). O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (5) pelo prefeito de Salvador ACM Neto. A praia de Piatã, porém, continuará interditada.

A reabertura das praias foi autorizada há duas semanas, mas está atrelada ao cumprimento por parte da população de recomendações, como: evitar aglomerações, usar máscara sempre que estivesse fora d'água, não consumir bebidas nem alimentos na praia e não frequentar aos sábados e domingos. Em Cantagalo, Boa Viagem, Amaralina, e Piatã todas essas medidas foram ignoradas, como o CORREIO mostrou em reportagens.

Devidos às aglomerações, uma semana depois de autorizar as atividades, a Prefeitura voltou atrás e determinou a proibição novamente nessas quatro praias. Barreiras físicas foram instaladas pela Guarda Civil e pela Secretaria Municipal de Manutenção (Seman). Os calçadões continuaram abertos para a prática de atividades físicas, mas as faixas de areia foram bloqueadas e quem tentou descumprir a regra foi convidado pelos guardas a se retirar.

A interdição determinada pelo prefeito tinha validade de sete dias, e expira nesta quarta-feira. ACM Neto avaliou o comportamento da população nos últimos dias como positivo e disse que, por isso, resolveu suspender as interdições. Em Piatã, ocorreram mais casos de desrespeito às medidas e esse será o único local onde o isolamento será mantido.

“Tivemos um final de semana de relativa tranquilidade nas praias de Salvador. Sábado foi absolutamente exemplar, com pouquíssimos casos, isolados, de ocupação das praias. No domingo, tivemos um problema maior na região de Piatã e Itapuã, e a Guarda Municipal e a Secretaria de Ordem Pública agiram para contornar o problema, mas esse fim de semana foi mais tranquilo que o anterior, o que deixa uma mensagem muito positiva”, afirmou.

O decreto proíbe atividades em todas as praias nos fins de semana. Apenas três delas permanecem interditadas todos os dias: Porto da Barra, Buracão e Paciência. Já São Tomé de Paripe,Tubarão, Ribeira, Amaralina e Itapuã só podem funcionar de terça a sexta-feira. As demais têm horário de funcionamento de segunda a sexta.

Regras
Um decreto de 20 de março determinou o fechamento de todas as praias de Salvador por conta da pandemia. Quase seis meses depois, no dia 18 de setembro, o prefeito anunciou a reabertura desses espaços a partir do dia 21, uma segunda-feira, mas com algumas ressalvas. As praias do Porto da Barra, Buracão e Paciência permanecem fechadas porque têm uma faixa de areia muito estreita o que provoca aglomerações.

Já São Tomé de Paripe, Tubarão, Ribeira, Amaralina e Itapuã podem funcionar apenas de terça à sexta-feira. A prefeitura excluiu a segunda-feira desses cinco espaços porque esse dia tem movimento grande de banhistas nesses locais. As demais praias podem funcionar de segunda à sexta-feira, e não há limite de horário em nenhum dos casos.

Todas as praias de Salvador estão proibidas de receberem público aos fins de semana, mas no primeiro sábado e domingo após a reabertura houve aglomerações em alguns desses espaços. O resultado foi a interdição por sete dias de Boa Viagem, Cantagolo, Amaralina, e Piatã.

O governador Rui Costa criticou nesta quarta-feira (30) a indefinição do governo federal quanto ao programa de transferência de renda. Em entrevista à CNN, o gestor baiano ressaltou que a falta de uma ação neste sentido pode ser agravada pelo aumento do desemprego. “Podemos ter um ano de 2021 pior do que 2020”, destacou.

Segundo Rui, “não há um planejamento nacional. Portanto pode se somar as duas coisas: a ausência dessa transferência de renda mínima e a ausência de retomada do emprego”. O governador baiano criticou a proposta de retirar recursos do Fundeb e do pagamento de precatórios para custear o Renda Cidadã. A fórmula já foi descartada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

“Estou vendo vários tipos de vai e volta”, condenou Rui. “O governo não se encontra. Isso não é novidade. O governo não tem conteúdo. Não sabe como fazer as coisas, não tem demonstrado capacidade de gestar programas novos. Tanto é que não gestou nenhum programa em nenhuma área de governo. Eu espero que, pelo menos, eles consigam gerar um programa de renda mínima.”

Perguntado pelas apresentadoras Daniela Lima e Carol Nogueira, Rui Costa deixou claro que defende a adoção da transferência de renda. “Está mais do que comprovado o impacto, o efeito dinâmico, o efeito dominó que a renda mínima faz na economia. Ela é fortemente geradora de emprego. Ajuda a manter a atividade econômica nas pequenas cidades, nas regioçoes mais empobrecidas do Brasil”, esclareceu.

Na Bahia, exemplificou o governador, os cerca de 2 milhões de beneficiários do bolsa família elevaram as compras em supermercados durante a pandemia. O setor de material de construções também foi afetado.

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O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, afirmou nesta quarta-feira (30) que há uma “possibilidade grande” de o governo prorrogar por mais dois meses o programa de suspensão de contratos e corte de jornada e salário. Com a decisão, os acordos poderão se alongar por mais dois meses, totalizando oito meses.

Ao mesmo tempo, ele afirmou que o benefício pago pelo governo como contrapartida aos trabalhadores com salários reduzidos ou contratos suspensos “não deve extrapolar o ano de 2020”.

O discurso de Bianco reflete a visão da área econômica do governo Bolsonaro de que os auxílios lançados durante a pandemia do novo coronavírus, mesmo quando prorrogados, devem ser encerrados em dezembro de 2020, para evitar pressão fiscal maior em 2021.

O programa foi anunciado em abril como medida para evitar um aumento ainda maior do desemprego diante da pandemia do novo coronavírus, que provocou restrições no funcionamento ou mesmo o fechamento de parte do comércio e da indústria. A medida provisória inicial, que foi sancionada no início de julho e transformada em lei, previa a suspensão dos contratos de trabalho por até dois meses e a redução da jornada e de salários em até 70% por até três meses.

Em julho, o governo publicou a primeira prorrogação do programa, elevando para até 4 meses o período em que as empresas poderiam aderir a uma das modalidades. Em agosto, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a prorrogação da medida por mais outros dois meses.

Programa
Segundo o Ministério da Economia, até o momento, 18,4 milhões de acordos desse tipo foram firmados por aproximadamente 1,4 milhão de empresas. O total de trabalhadores atingidos é de 9,7 milhões - muitos foram impactados por mais de um acordo. O de serviços é responsável pela maior parte das reduções, com 9,3 milhões, seguido de comércio (4,6 milhões) e indústria (3,9 milhões). Há ainda acordos no setor de construção (422 mil) e agropecuária (51 mil).

O governo já desembolsou R$ 28,5 bilhões para pagar o complemento que cada trabalhador atingido pelo corte tem direito. O total reservado para o programa é de R$ 51,6 bilhões. A sobra de recursos foi um dos motivos que levaram a equipe econômica a propor uma nova prorrogação do programa.

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Com as aulas suspensas desde 18 de março, as escolas particulares buscam respostas sobre o retorno das atividades presenciais. Em carta aberta endereçada ao governador Rui Costa e ao prefeito ACM Neto, o Grupo de Valorização da Educação (GVE) quer saber sobre a previsão de volta às aulas.

Porta-voz do grupo e diretor do Perfil, Wilson Abdon explica que a carta tem como objetivo conseguir respostas dos gestores sobre a retomada das aulas para que, assim, seja possível se preparar da melhor forma para este momento. “Não estamos pressionando para o retorno, mas queremos saber se existe uma data. É necessário existir uma programação para que esse momento ocorra da forma mais segura possível. Para isso, as escolas têm que treinar professores, por exemplo”, afirma o representante, que acredita que os posicionamentos sobre o assunto ainda são vagos.

Na carta, o GVE informa possuir “a assessoria de equipes médicas de infectologistas e profissionais habilitados, contratados para, através de uma preparação implementada, seguir os protocolos de proteção necessários à coexistência da preservação da saúde e abertura das escolas”.

A carta ainda questiona sobre quais serão os protocolos de volta às aulas, que ainda não foram divulgados pelas autoridades estaduais e municipais. O desejo é que se possa construir as ações de retomada em conjunto.

“A ideia é que possamos retornar este ano de forma gradual para ter o acolhimento dos alunos e das famílias. Entretanto, temos que ter um prazo para nos reorganizarmos e estamos provocando uma resposta para que possamos entrar no debate e contribuir”, afirma o representante.

Uma das possibilidades imaginadas pelo GVE é a retomada gradual em 2020, com 30% dos estudantes nas escolas e o restante acompanhando de casa. Com isso, haveria condições de receber uma maior quantidade - ou até mesmo todos - os estudantes presencialmente em 2021.

Pai de Pedro, 6 anos, o perito Marcos Lima, 35, afirma que a retomada gradual pode ser uma boa alternativa. “Algo não impositivo pode ser interessante. Acho que é um bom começo para as famílias que têm a necessidade de ter seu filho presencialmente na escola. As peculiaridades de cada situação devem ser levadas em conta”, comenta.

Além da questão organizacional, a carta cita que “a subtração da interação presente no ambiente escolar tem acarretado prejuízos também de ordem emocional e sido objeto de alerta em inúmeros artigos publicados em revistas de cunho científico em todo o mundo, principalmente no que se refere aos estudantes de mais tenra idade”.

O decreto estadual que suspende as atividades escolares na Bahia vale até o dia 27 deste mês. Em agosto, o governador Rui Costa disse que ainda não havia uma data definida. Diversas escolas na capital e no interior passam por testes contra a covid-19. Em Salvador, o prefeito ACM Neto afirmou, na última quinta-feira, que a expectativa dele é para um retorno ainda este ano, mesmo que parcialmente.

Confira a carta na íntegra:

A pandemia desencadeada no início deste ano impactou toda a humanidade, todos os setores produtivos e todo o tecido social. Desde o dia 18 de março, data da suspensão das aulas presenciais das redes pública e privada de ensino de Salvador e de outras cidades do Estado da Bahia, em razão da pandemia provocada pelo novo coronavírus (Covid-19), o setor de Educação vem sofrendo com as sucessivas medidas de prorrogação do fechamento das escolas, sem que haja qualquer comunicação de previsão para o retorno das atividades presenciais.

É visível que essa indefinição cria inúmeros obstáculos à reorganização da vida das famílias, dos colaboradores e dos funcionários, que dependem do funcionamento das escolas para darem continuidade às suas atribuições e ao pleno exercício de seus respectivos papéis sociais. Além disso, a subtração da interação presente no ambiente escolar tem acarretado prejuízos também de ordem emocional e sido objeto de alerta em inúmeros artigos publicados em revistas de cunho científico em todo o mundo, principalmente no que se refere aos estudantes de mais tenra idade.

Sem dúvida, o isolamento social como medida de segurança recomendada pela Organização Mundial da Saúde estabeleceu importante marco para conter o avanço do novo coronavírus (Covid-19) e se revelou eficaz, contudo, atentos à importância da EDUCAÇÃO para a sociedade, nós, gestores de escolas particulares de Salvador e de outros municípios do Estado da Bahia, precisamos revelar nossa preocupação e inquietação diante da falta de informações e diretrizes quanto ao retorno às aulas presenciais.

Através da mídia, temos tomado conhecimento de notícias que pedem, pela importância e valor, um pronunciamento que possibilite nos prepararmos e respondermos à comunidade escolar. Assim, solicitamos que nos esclareçam quanto aos seguintes pontos:

– quando, como e de que forma está previsto o retorno às aulas presenciais dos diversos segmentos de escolaridade – Educação Infantil, Fundamental I e II e Ensino Médio;

– uma vez estabelecido um modelo com diretrizes para o retorno, quais são os fundamentos em que se baseiam essa escolha;

– qual o prazo que as escolas terão para se prepararem para esse retorno, já que o setor da educação tem especificidades que não podem ser subestimadas , pois é preciso considerar a responsabilidade de acolhimento às crianças e aos jovens ,treinando nossos professores e colaboradores para mais esta etapa

De nossa parte, temos hoje a assessoria de equipes médicas de infectologistas e profissionais habilitados, contratados para, através de uma preparação implementada, seguir os protocolos de proteção necessários à coexistência da preservação da saúde e abertura das escolas.

Em tempo, reiteramos a nossa confiança e reconhecimento tanto em relação à seriedade, quanto ao empenho empregado pelos governos estadual e municipal para mitigar as dificuldades, somar esforços e estabelecer uma ação conjunta de preservação e cuidado com a saúde.

Certos da atenção de Vossas Excelências à necessidade de orientação às escolas e atenção para com o Sistema Educacional, aguardamos pronunciamento.

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O prefeito ACM Neto anunciou nesta sexta-feira (11) o início de medidas restritivas no bairro da Mata Escura por causa do número de infectados pelo novo coronavírus. Foram registrados 1.165 casos de covid-19 desde o início da pandemia em Salvador, sendo 637 no último mês e 144 nos últimos sete dias.

Já os bairros de Plataforma e Castelo Branco saem da lista de restrições. Águas Claras, Pernambués, Santa Cruz, Nordeste de Amaralina e São Cristóvão continuam na lista de medidas restritivas.

De acordo com o prefeito ACM Neto, a situação mais grave acontece em Santa Cruz e no Nordeste de Amaralina. O primeiro tem 40% dos testes com resultado positivo, e o segundo, 38%. Atividades têm autorização de funcionamento das 10h às 16h.

Reabertura de cinemas e teatros
A terceira fase de reabertura da cidade anunciada nesta manhã vai permitir o funcionamento de cinemas, teatros e do Centro de Convenções. Os cinemas poderão funcionar de segunda a domingo, das 12h às 23h. Serão liberados apenas 100 frequentadores por sessão.

A venda de ingresso será apenas online e serão oferecidas até duas poltronas vizinhas na mesma compra. Os cinemas terão que ter duas poltronas de distância para cara cadeira ocupada. Os filmes 3D estão proibidos.

Uso de máscara é obrigatório do início ao fim do filme. As salas terão que ser higienizadas antes de cada sessão e tem que haver 20 minutos de intervalo entre as sessões para haver higienização. A venda de pipoca poderá ser liberada, mas só poderá ser consumida dentro das salas.

Teatro poderá funcionar com horário livre, mas será preciso uma hora de intervalo entre uma sessão e outra. O limite máximo é de 100 pessoas por especátulo.

"Os resultados de Salvador no combate ao novo coronavírus têm sido excelentes nesses seis meses de medidas contra a doença. Quando anunciamos a reabertura de alguma atividade é porque temos plena convicção de que isso pode acontecer com segurança. A taxa de ocupação das UTIs, por exemplo, tem reduzido continuamente e já está abaixo de 40%", disse ACM Neto.

Centro de Convenções
Os centros de convenções e eventos terão horário e dias livres de funcionamento. Será obrigatória a organização do fluxo de movimentação, para evitar cruzamentos entre as pessoas e aglomerações. O uso de máscaras será obrigatório, inclusive para apresentadores e palestrantes. Ficam proibidas feiras e similares.

A capacidade de ocupação é de uma pessoa a cada seis metros quadrados, com limite de 100 por salão de evento, sempre respeitando o distanciamento mínimo de 1,5m entre os cidadãos. A medição de temperatura deverá ser feita na entrada. O credenciamento de expositores, palestrantes e todos os demais participantes das convenções e eventos deverá ser feito de forma prévia e virtual.

A autorização será apenas para seminários, congressos e outros eventos em que as pessoas ficam sentadas e podem manter o distanciamento. As casas de espetáculo estão liberadas para funcionar, mas os show continuarão proibidos.

Durante a montagem e desmontagem das estruturas dos eventos, deverão ser garantidos o afastamento mínimo e o uso de máscaras e EPIs pelos empregados.

Reaberturas
Essa fase vai ampliar para 50% a ocupação dos salões de beleza e academias, antes era apenas 30%. Os horários de funcionamento desses estabelecimentos poderão ser extendidos das 19h para as 20h.

As cantinas e lanchonetes de academias já poderão reabrir.

Dessa vez não deu para ouvir o grito do Ipiranga. Nada de soldados, cavalos ou pirâmide humana. Por conta da pandemia e da tara do novo coronavírus por aglomerações, o desfile do Sete de Setembro de 2020 ficou por conta da memória. O grito retumbante da multidão que todos os anos se espreme entre as grades para ver o cortejo passar foi substituído pelo silêncio, que ficou ainda mais melancólico com o barulho da chuva.

Aliás, neste ano não teve espaço nem para o sol em raios fúlgidos. O que brilhou no céu da pátria, ou ao menos no céu de Salvador no horário do tradicional desfile, foram nuvens carregadas. Os meteorologistas dizem que a culpa é de uma frente fria, mas há quem garanta que o problema é 2020, o ano que começou errado. Com o tempo chuvoso, muita gente preferiu passar o feriado deitado em berço esplêndido no sofá de casa, e as ruas ficaram vazias.

A Praça do Campo Grande, onde começa o desfile, estava fechada na manhã desta segunda-feira, assim como todo o comércio das proximidades. Os 198 anos da Independência passaram batido. Maria das Graças Aragão, 41 anos, trabalha há 13 anos em uma banca de revista e jornais no bairro e contou que ficou sentida por não poder saudar a pátria amada e idolatrada.

“O desfile não poderia mesmo acontecer por conta da aglomeração que ele provoca, mas poderiam ter feito alguma coisa para não passar em branco. Todo ano faço fotos e vídeos. Acho bonito. Você acredita que de manhã cedo apareceram umas pessoas vestidas de verde e amarelo aqui? Pensaram que teria alguma comemoração”, contou.

O Exército tentou fazer uma gracinha para a data mais importante do país não passar despercebida. O evento com bandas e celebrações aconteceu na porta do Quartel General, na Mouraria, e foi uma forma de demonstrar um raio vívido de amor e de esperança à terra. Nessa região da cidade, o formoso céu risonho e límpido rivalizou com as nuvens e, em alguns momentos, a chuva deu uma trégua.

Já no trajeto tradicional da festa, a Avenida Sete de Setembro, nem parecia que era uma data especial. Alguns lojistas aproveitaram as calçadas vazias e o trânsito calmo para dar um grau nas fachadas dos estabelecimentos ou para organizar os produtos nas prateleiras.

Mas, se esse ano os risonhos e lindos campos não tiveram flores para celebrar a data, nem os bosques tiveram a vida efusiva do povo para acenar para os militares, quem gosta do desfile garante que não faltaram mais amores. O estudante Rafael Nascimento, 28, celebrou a data em casa.

“Quando eu era criança, meus pais me levavam. Depois, continuei indo por causa de minha irmã e, nos últimos anos, por conta de meu afilhado. Apesar desse ano não ter desfile a gente comemorou em casa. É uma data muito importante e que precisa ser sempre lembrada”, contou.

Os baianos garantem que o Sete de Setembro é tão importante quanto o Dois de Julho - as duas datas tratam da terra adorada e reverenciam a pátria amada. Mas, nesse 2020 às avessas, com uma pandemia, não custa repetir o pedido: paz no futuro e glória no passado.

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