O Jornal da Cidade

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O protocolo para os serviços que serão autorizados a reabrir na segunda fase da retomada econômica de Salvador foi apresentado nesta quarta-feira (5) pelo prefeito ACM Neto, durante evento de lançamento de um complexo viário do BRT. Na nova etapa, poderão funcionar academias de ginástica, salões de beleza e barbearias, centros culturais e museus e também lanchonetes, bares e restaurantes. Cada setor tem entre 35 a 40 regras a serem seguidas e o prefeito apresentou algumas delas.

O início da fase 2 ainda não tem uma data cravada. Para que ela comece, a cidade precisa passar por cinco dias com a taxa de ocupação de leitos de UTI para covid-19 igual ou abaixo de 70%. Faltam mais dois dias na semana nessa faixa para que a meta seja alcançada, mas por conta do Dia dos Pais a estimativa era de começar essa fase na segunda (10), evitando aglomerações pela data comemorativa.

O prefeito reconheceu que essa nova fase vai ser mais perigosa que a primeira. "Há preocupação, é claro que a gente tem muito cuidado. A ativação da fase dois traz maiores preocupações do que com a ativação da fase um", avaliou.

Academias
Nas academias, será obrigatório uso de máscaras em todas as atividades e fica proibido o revezamento. Elas poderão funcionar de segunda a sábado, com horário livre - a definição caberá a cada estabelecimento. Elas terão permissão para realizar atividades individuais e coletivas com marcação no solo. Será obrigatório agendamento prévio. A permanência máxima será de 1h por usuário. Piscina continua com uso proibido.

Neste retorno, as academias devem manter capacidade de uma pessoa a cada 6 m². O afastamento mínimo deve ser de mais de 2m entre alunos de crossfit e outras aulas coletivas. Salvador tem atualmente 2.150 academias de ginástica.

O protocolo determina higienização constante de aparelhos após uso, sem compartilhamento, número máximo de alunos por aula, medição de temperatura de funcionários e clientes, afastamento dos equipamentos para pelo menos 1,5m entre si. As academias de condomínios residenciais devem seguir este protocolo no que for cabível.

Já os salões de beleza poderão funcionar de segunda a sábado, das 10h às 19h. A operação deve ter atendimento individual, com agendamento de horário. Só serão permitidos acompanhantes para clientes que sejam crianças, idosos ou tenham alguma deficiência. Fica vedada a execução de serviços que necessitem a retirada da máscara durante o atendimento - como por exemplo aparar a barba. Os salões devem funcionar com 30% da capacidade total.

Estes estabelecimentos também devem medir a temperatura de funcionários e clientes. O intervalo entre o atendimento de um cliente e outro deve ser no mínimo de 15 minutos, para que o local seja higienizado. Após cada uso, todo equipamento deve passar por desinfecção.

Bares
Bares, restaurantes, pizzarias, sorveterias e similares poderão reabrir com funcionamento de segunda a domingo, das 12h às 23h. Lanchonetes devem funcionar de segunda a domingo, das 7h às 16h. O serviço presencial deve ser a la carte e buffet com funcionário servindo - sem self service e sem rodízio. Delivery e retirada podem funcionar sem restrições de horário.

Os estabelecimentos devem manter distância de 2m entre as mesas e 1m entre cadeiras de mesas diferentes. O máximo é de 6 pessoas por mesa. A obrigatoriedade do uso de máscaras fica suspensa somente no momento das refeições. O cardápio deve ser digital ou plastificado, com higienização após cada uso. Clientes e funcionários devem ter a temperatura medida. Eventos estão proibidos no momento, incluindo música ao vivo.

Museus
Centros culturais, museus e galerias de arte devem funcionar das 10h às 16h de segunda a sábado e aos domingos sem restrições de horário. A venda de ingresso deve ser preferencialmente virtual, com horário agendado. Quando o acesso for gratuito, o agendamento do horário também deve ser on-line. Durante toda a visitação, deve ser mantido um circuito de mão única nos locais. A capacidade total a ser observada será de 30%.

Nesse primeiro momento, ficam proibidos uso de audioguias e visitas guiadas, assim como exposições interativas. Exibição de filmes ou vídeos só podem acontecer em espaços abertos, com duração máxima de 15 minutos. Clientes e funcionários devem ter a temperatura medida.

“Precisamos ter o compromisso de cada um no cumprimento dessas regras e a fiscalização em conjunto com a prefeitura desses protocolos. Vamos ser rigorosíssimos com essas regras e não vamos tolerar nem meio descumprimento. O estabelecimento que não cumprir as regras vai ser interditado”, reforçou ACM Neto.

Segundo Neto, quem descumprir o decreto levará multa e será interditado. Porém, caso a prefeitura perceba que se trata de um relaxamento coletivo do setor, não vai hesitar em voltar a proibir o funcionamento.

“Nada impede, se nós percebermos um relaxamento, de fechar todo o setor. O que gera maior repercussão são os bares. Se a gente perceber que os bares estão dando problema, eu fecho apenas os bares e as academias, salões de beleza e outros estabelecimento continuam abertos. A gente pode mexer no decreto, é só combinar com o governo do estado e com o comitê técnico. Isso depende apenas da assinatura do prefeito, da publicação do prefeito. não vamos colocar em risco de colocar nossas conquistas a perder agora. Não vou retroagir”, garantiu.

Ampliação de serviços da fase 1
Além disso, o prefeito anunciou também uma ampliação de serviço nas atividades já liberadas na fase 1. Shoppings e centros comerciais poderão retomar as praças de alimentação, com 50% da ocupação total.

Também serão liberadas atividades da fase 2 que estavam fechadas em shoppings - academias, salões e restaurantes que ficam nestes centros e permaneceram fechadas durante a primeira fase. Essas atividades devem seguir o horário de funcionamento permitido aos shoppings.

Na segunda fase, obras em imóveis habitados poderão ter quatro funcionários trabalhando a cada 100 m² da residência.

Em alguns casos, pessoas que nunca foram infetadas pelo Sars-CoV-2, o causador da covid-19, podem ter imunidade contra essa doença caso já tenham sido infectadas por outros tipos de coronavírus que causam apenas resfriados comuns.

Essa descoberta foi publicada nesta terça-feira (4) pela revista especializada "Science". A pesquisa foi liderada biólogo colombiano José Mateus, do Instituto de Imunologia de La Jolla, na Califórnia (EUA), e descreve como amostras de sangue coletadas antes de 2019, quando o Sars-CoV-2 ainda não estava circulando, foram capazes de reagir contra o novo coronavírus.

O tipo de resposta imune contra o patógeno, porém, não foi do tipo humoral, na qual anticorpos (moléculas de ataque) abordam o invador. Como cientistas já desconfiavam, ocorreu uma resposta de tipo celular, na qual linfócitos T, uma classe específica de células do sistema, atacam outras células infectadas.

Ao realizar testes específicos, o grupo identificou que o mesmo mecanismo de ataque que já existe em algumas pessoas contra o Sars-CoV-2 se aplicava aos outros coronavírus de resfriado, especificamente o OC43, o 229E, o NL63 e o HKU1.

Entretanto, a conclusão do estudo não é de que todas as pessoas já infectadas por esses vírus passem a estar protegidas contra a covid-19, mas pode ajudar a entender a dinâmica da pandemia. Segundo os pesquisadores, a memória imune gerada por essas células pode ajudar a explicar por que o impacto da infecção pelo novo coronavírus varia mesmo entre pacientes com a mesma faixa etária e perfil.

O número de mortos por causa da explosão da zona portuária de Beirute, no Líbano, passa de 100, segundo contagem oficial do governo. São cerca de 4 mil feridos. A suspeita é que a explosão tenha partido de um armazém que guardava nitrato de amônio, um tipo de fertilizante.

O presidente Michel Aoun disse que a capital deve declarar estado de emergência para as próximas duas semanas. Ele disse ainda que era "inaceitável que 2.750 toneladas de nitrato de amônio fossem armazenadas por seis anos em um depósito sem a segurança necessária. "Há muitos desaparecidos. As pessoas estão perguntando ao departamento de emergência sobre seus parentes e é difícil procurar à noite porque não há eletricidade", disse ministro libanês da Saúde, Hamad Hasan à agência de notícias Reuters.

O ministro disse que o caso é uma catástrofe. "Estamos diante de uma verdadeira catástrofe e precisamos de tempo para avaliar a extensão dos danos", completou Hasan.

O país decretou luto oficial de três dias. "Eu prometo que esta catástrofe não passará sem que os culpados sejam responsabilizados. Os responsáveis pagarão o preço", afirmou Hassan Diab, primeiro-ministro.

O nitrato de amônio, por si só, é relativamente pouco explosivo, mas partir de 210 °C, decompõe-se e, se a temperatura aumentar para além de 290 °C, a reação pode tornar-se explosiva.

O Réveillon de Salvador já se consolidou como uma das principais festas de virada do Brasil, mas, com a pandemia da Covid-19, as celebrações deste ano não poderão ocorrer no formato das edições anteriores. Contudo, a prefeitura já planeja um modelo para viabilizar a realização do evento sem público e com as atrações transmitidas pela TV e internet. De acordo com fontes com trânsito no Palácio Thomé de Souza, a ideia é garantir que a virada de Salvador continue sendo considerada uma referência no país. Segundo as fontes, a prefeitura já tem na mesa uma lista com atrações e alguns formatos para aplicar no Réveillon. O modelo promete ser inovador. Com isso, a expectativa é que a celebração tenha ampla repercussão no país e, no próximo ano, caso já se tenha uma vacina, o Festival Virada Salvador volte com força.

Em entrevista na terça (4), o prefeito ACM Neto (DEM) evitou aprofundar o assunto e disse que a prefeitura está finalizando um modelo para o Réveillon deste ano. “Não estamos trabalhando com hipótese de uma vacina que permita a imunidade de todos ainda este ano. Mesmo que tenhamos a vacina concluída, ela não terá alcance de massa para 2020. É o que as principais previsões indicam”, disse o prefeito.

Pela primeira vez este ano os shoppings baianos estarão de portas abertas para uma das grandes datas de compras do calendário: o Dia dos Pais. E a mudança de cenário deve provocar uma outra situação inédita. A expectativa dos lojistas é que o movimento de vendas supere o que foi registrado em maio, quando as mães foram homenageadas. Apesar da expectativa positiva em relação a maio, na comparação com o segundo domingo de agosto do ano passado, espera-se uma queda de 8% no movimento, de acordo com a Federação do Comércio, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio).

Em números absolutos, o órgão aponta que nos nove primeiros dias de agosto, o varejo deve perder R$ 103 milhões de reais em faturamento este ano, na comparação com os R$ 1,21 bilhão registrados em 2019. A queda no entanto é bem menor do que a do Dia das Mães. Em maio, a perda foi de 36%, com uma redução no faturamento de aproximadamente R$ 500 milhões. A melhora na comparação entre as datas deve acontecer justamente por conta da reabertura.

“O Dia dos Pais é historicamente a terceira data mais importante do ano, atras do Natal e do Dia das Mães. Como nos Dia das Mães os shoppings estavam fechados, esperamos que esse ano o nível de venda seja maior que no dia dos pais. De jeito nenhum consegue superar o ano anterior, mas já é uma melhora”, explica o presidente da a Associação Brasileira de Shopping Centers na Bahia (Abrasce - BA), Edson Piaggio.

Nova realidade

Com a reabetura, o movimento de compras cresceu em cerca de 10%, apesar de ainda estar longe da realidade dos lojistas antes da pandemia. “Hoje vendemos, no melhor dos cenários, 30% do que tínhamos antes. De portas fechadas, e usando só os canais alternativos de venda como delivery e drive-thru, tínhamos no máximo 20% do nosso total antigo”, detalha Leise Scabini, presidente da Associação dos Lojistas do Shopping da Bahia e Coordenadora da Câmara dos Lojistas de Shopping Center da Fecomércio

Ainda segundo Leise, a forma tradicional de compra com o cliente na loja ainda representa a grande maiora das vendas realizadas desde a reabertura, cerca de 70%. Apesar disso, as formas alternativas criadas na pandemia devem permanecer. “A loja ainda representa um pedaço muito grande das vendas, mas ainda continuamos com uma parte das pessoas que gostou desse novo estilo. Esse tipo de compra pode se concretizar e seguir acontecendo, como alternativa interessante para os lojistas”, diz ela.

Movimento bom
Quem está no shopping todo dia já vem notando a melhora no movimento desde que os centros comerciais foram reabertos há cerca de duas semanas. “O cliente já consegue se sentir seguro. O presente ainda dá a vantagem de não precisar experimentar, então aquela dificuldade da compra própria, do não poder experimentar, acaba não acontecendo. Acredito que é um ponta pé da retomada esse Dia dos Pais”, avalia Matheus Medeiros, responsável pelas lojas Track & Field nos shoppings da capital.

Sobre as formas alternativas de compra, criadas com a pandemia, e que permanecem em operação mesmo com as lojas abertas, os lojistas acreditam que também houve melhora. “O sistema de drive e delivery dos shoppings foi testado no Dia das Mães, foi o ínicio. No dia dos namorados, que é outra data importante, já foi uma evolução do sistema, muito mais consolidado e com as pessoas já entendendo mais como utilizar. Com tantas possibilidades e com cliente já acostumado, e entendendo como funciona essas novas alternativas, é esperado esse aumento de venda com relação aos eventos anteriores”, analisa Márcio Mendonça que é responsável pela marca Zip Nautica em shoppings como Bela Vista, Salvador Shopping e Shopping da Bahia.

O estudante Victor Aguiar, 24 anos, foi um dos que usou serviço misto na hora de comprar o presente do pai. “Comprei um eletrônico. Tinha pesquisado para comprar pela internet, mas a entrega ia demorar. Então resolvi ir no shopping mesmo. Entrei em contato com a loja antes, ví que o preço tava na mesma faixa e pedi para separarem. Na hora foi super rápido e tranquilo", diz ele que tomou todos os cuidados no rápido passeio, com o uso de máscara e face shield.

Movimentos como o de Victor é o que podem garantir o bom retorno esperado pelos lojistas. “O dia dos pais é uma das poucas datas grandes que nós não perdemos. Essa é a primeira data importante que a gente tem, porque perdemos todas as do primeiro semestre, em um ano de praticamente seis meses. Espero que a gente consiga estimular o cliente, inclusive através desses canais alternativos”, diz Leise.

A região de Cajazeiras lidera o número de denúncias feitas ao 160 (Dique Coronavírus) por conta do descumprimento das medidas de isolamento social. A região, que passa por medidas regionalizadas de restrição mais rígidas, contabiliza quase oito mil chamados de março a agosto, de acordo com a Ouvidoria Geral do Município.

Segundo o órgão, o maior número de denúncias está relacionado a queixas contra estabelecimentos comerciais que descumprem os decretos municipais, com formação de aglomeração e exercício de atividade sonora, principalmente nos finais de semana.

De acordo com o ouvidor-geral Humberto Viana, assim que é acionado, o serviço do 160 busca resolver o problema imediatamente, acionando os órgãos de fiscalização. "Desde o início da pandemia, das 230 mil ligações, 136 mil geraram algum registro para um órgão responsável", diz.

Segundo Viana, a região de Cajazeiras mantém um número acentuado de denúncias principalmente na rótula da X. "Começa na quarta e piora bastante na quinta, sexta e sábado e domingo", frisa.

Na sequência das regiões com mais demandas estão Pernambués (5.246), Fazenda Grande do Retiro (5.108), Paripe (4.761), Liberdade (4.644), Itapuã (4.588) e São Marcos (4.339). Os locais que têm menos denúncias são as Ilhas (Maré, Frades, Bom Jesus dos Passos), Areia Branca, Alphaville II, Porto Seco Pirajá, Horto Bela Vista, Jardim Placaford e Jaguaribe.

Denúncias - Além do telefone, o cidadão também pode encaminhar solicitações ou denúncias para o e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo., ou acessar o portal Fala Salvador www.falasalvador.ba.gov.br. A denúncia pode ser sigilosa.

Até a próxima sexta-feira (7), as calçadas da Avenida Sete estarão como nunca estiveram: sem o amontoado de ambulantes, que ocuparão a beira da pista em espaços demarcados que respeitam o distanciamento social e reduzem as aglomerações na região. Com 130 áreas para comerciantes informais disponíveis, apenas camelôs licenciados e com protocolo de entrada do licenciamento permanecerão no espaço.

Os outros ambulantes serão redirecionados para diferentes pontos da capitação A mudança é oriunda de um ordenamento que readapta espaços públicos soteropolitanos à realidade em que o distanciamento social precisa ser seguido rigorosamente.

Sempre repletas de ambulantes e consumidores, as calçadas da Avenida Sete, um dos maiores pontos comerciais de Salvador, são historicamente conhecidas pelo tráfego intenso de pessoas que se distinguem entre transeuntes, alunos dos cursinhos da região, turistas, trabalhadores do local e os clientes que vão até a avenida procurar preços amistosos de todo o tipo de coisa que você pode imaginar. Com a retirada dos ambulantes dos passeios, a Prefeitura tem a expectativa que o espaço se torne mais seguro para os cidadãos que o visitarem.

A readaptação do espaço, que faz parte do projeto Repensando a Cidade em tempos de pandemia, foi desenvolvida pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) e a Transalvador.

De acordo com Marcus Passos, titular da Semop, as alterações são necessárias para que a reabertura de espaços comerciais como a Avenida Sete não represente um crescimento da taxa de contaminação pelo novo coronavírus na capital baiana.

"O projeto foi desenvolvido para atender as necessidades desse novo momento de distanciamento social em áreas comerciais. A gente precisava achar uma solução para áreas mais densas como a Avenida Sete para garantir que os ambulantes possam trabalhar com uma segurança que atinge também os milhares de clientes que passam por ali todos os dias", explica.

Marcus ressalta que a decisão de alterar a lógica de ocupação do espaço foi tomada após o desenvolvimento de um plano que contou com a participação dos ambulantes. "Nada melhor do que ouvir os atores principais para contribuir com as tomadas de decisão. Somos responsáveis pelo ordenamento e temos nosso conhecimento, mas a experiência de quem vive o dia a dia é válida para a construção de um plano que fique bom para os ambulantes e também para a sociedade", informa.

Rosimário Lopes, diretor da Associação Integrada de Vendedores Ambulantes, Feirantes e Microempreendedores Individuais de Salvador e Região Metropolitana (ASSIDIVAN) , corrobora com a fala de Marcus e acredita que o plano deixa o ambiente mais seguro tanto para os clientes como para os ambulantes.

"A gente enxerga a decisão da Prefeitura de uma forma muito positiva. Acreditamos que seja uma tacada muito boa da gestão. Proporcionar um espaço que vai acomodar bem os ambulantes é extremamente necessário. Tenho certeza que a decisão é um grande passo para a nossa categoria", comemora Rosimário.

O que pensam os transeuntes
Para Monique Rabelo, 29 anos, que é promotora de vendas e passa regularmente pela avenida, a mudança é positiva e acaba com o tumulto comum do espaço. "Vai ficar bem mais organizado sem tanto ambulante em cima do passeio e com toda certeza vai melhorar. Vou me sentir mais segura, com muito menos medo de contaminação. Os ambulantes aqui onde estão fazem com que a gente tenha que passar por espaços muito reduzidos. Como o fluxo de pessoas é intenso, isso provoca um engavetamento de pessoa e, nesse momento, é o que não pode acontecer", declara Monique.

A assistente social Joelma Santos, 34, vê com otimismo a reorganização do espaço, mas espera que a mudança seja realizada com assertividade e fiscalização. "Desde que eu ando pela avenida, acho um lugar muito difícil para passar. É uma bagunça imensa! As vias de passagem são complicadas e uma mudança assim pode ser positiva. Acho necessário mudar isso para que as pessoas visitem as barracas com mais tranquilidade, sem aquela agonia", diz Joelma.

Há quem acredite que a mudança não vai trazer benefício aos transeuntes e aos comerciantes informais que serão deslocados. "Eu sou pessimista quanto a isso. A quantidade de pessoas é muito grande e os camelôs também. Acho que o fluxo vai continuar o mesmo. Corre risco ainda de aparecerem outros e se instalarem nos lugares que eram ocupados por quem saiu", diz.

Bárbara Santos, 24, é fisioterapeuta e recebeu a notícia do deslocamento dos ambulantes com animação. "Eu nem sabia disso, mas que bom. A bagunça é comum nos passeios justamente por conta da alta quantidade de pessoas que passam e a ocupação exagerada do espaço pelos comerciantes informais. O acúmulo de camelôs atrapalha o tráfego. Desde que os carros respeitem o espaço deles no acostamento e não haja risco para os trabalhadores, a mudança é ótima", afirma.

Opinião dos ambulantes
O risco é exatamente o que preocupa Cássia Barreto, 40, que trabalha há três meses na avenida vendendo água de côco. "Como a gente vai ficar muito próximo dos carros, tenho medo de ficar muito exposta e algum carro me atropelar. Acho que a intenção é boa, mas os motoristas aqui me assustam com a imprudência", revela.

Sobre isso, Marcus afirma que a demarcação deixa os ambulantes próximos da calçada e que haverá um trabalho de sinalização dos espaços para que a demarcação dos espaços fique nítida e seja respeitada pelos veículos que circulam por ali. "A área é um espaço confortável que vai deixar eles mais perto do passeio do que da rua. Estamos conversando com a Transalvador para colocar os balizadores para realizar um controle e garantir o distanciamento entre os ambulantes e os veículos que transitam na avenida", explica.

O deslocamento é visto como um ordenamento que beneficia tanto quem trabalha como quem faz compras por Katiana Batista, 42, que trabalha há 16 anos na região. "A alteração é positiva demais porque é uma iniciativa simples que muda muita coisa. Só vamos descer da calçada e evitar aglomerações que infelizmente acontecem por conta do espaço que precisamos disputar com as pessoas que transitam por aqui. É bom pra quem trabalha aqui e para os clientes também", opina.

Quem concorda com a opinião de Katiana é Cícero Nogueira, 56, que trabalha na avenida há mais de 30 anos e afirma que a decisão deixa os ambulantes mais tranquilos quanto ao risco de contaminação pelo novo coronavírus.

"Desloca a gente para fora da calçada é uma boa coisa, eu concordo. Deixa os pedestres livres para passar e reserva o nosso espaço que será mais seguro. Saber que você vai trabalhar tranquilo, sem medo e que ainda levar o pão de cada dia pra família é uma notícia muito boa. Acho que a organização vai ficar tão boa que deveria continuar mesmo após a pandemia", declara.

Outro que entende a readaptação como uma organização necessária é Edson Figueredo, 57, que trabalha há 26 anos no local e gosta da ideia do deslocamento. "É ótima essa mudança, viu. Deixa o cliente livre pra andar na calçada. Não atrapalha em nada. Pelo contrário, melhora as vendas porque quem passa aqui vai ficar mais confortável e terá mais tranquilidade pra observar os produtos da gente", argumenta.

Apesar do gosto pela iniciativa, Edson teme que seja retirado por só ter o protocolo e não a licença para comercializar na área. "Ainda não sou licenciado, só tenho o protocolo de solicitação do meu licenciamento. Espero que quem tenha protocolo posso continuar trabalhando porque ficaria muito difícil pra mim", conta.

Rosimário afirma que Edson pode ficar despreocupado porque os licenciados e quem já deu entrada no protocolo para adquirir a licença serão contemplados com uma área entre as 130 disponibilizadas em toda avenida. "A prioridade para estar nas áreas serão dos ambulantes que têm a licença da Prefeitura. Logo depois, vêm os que deram entrada no protocolo. Os que não têm nenhum desses documentos serão redirecionados para outros lugares", clarifica o diretor.

Riscos minimizados
O infectologista Matheus Todt afirma que, se a Avenida Sete funcionasse seguindo a mesma lógica anterior a pandemia, o local se tornaria um ambiente propenso a propagação do novo coronavírus e a ocorrência de um novo surto de casos seria algo provável. "A proximidade de barracas em todos os ambientes assim é um cenário ideal para a transmissão por deixar as pessoas próximas. O congestionamento de pessoas deixa a situação ainda mais complicada. Não é possível manter o mesmo número de barracas e proteger as pessoas que frequentam o local", explica.

Ainda segundo Matheus, a mudança que ocorrerá na região deveria ser critério para a reabertura em todos os ambientes comerciários. "Em tese, se as adaptações não acontecessem, isso inviabilizaria o retorno seguro. Não é uma condição que se pode ou não adotar. Teoricamente, se há uma intenção de realizar o retorno respeitando as normas de segurança da Organização Mundial da Saúde, não deveria reabrir. Se, na volta, não houvesse adaptações, você não estaria aumentando as chances de um novo surto de casos e sim assegurando o acontecimento desse surto", declara.

Repensando a cidade
O processo de readequação da cidade não vai parar com o deslocamento dos ambulantes na Avenida Sete. A intenção da Prefeitura é continuar transformando os ambientes comerciários que tenham uma densidade alta de pessoas em contato. Marcus Passos antecipou que Avenida Joana Angélica também passará pelo mesmo processo de readequação. "Já posso te antecipar que a Joana Angélica passará por uma adaptação muito semelhante também. Lá, existe uma quantidade relevante de ambulantes na calçada que operam em um regime parecido", afirma o secretário.

Nem todas readaptações seguirão o mesmo conceito dessas duas avenidas. No caso da Rua Genebaldo Figueredo, onde se localiza o Mercado Municipal de Itapuã, a área será fechada para veículos e só comerciantes e pedestres poderão circular pelo espaço para oferecer mais espaço aos presentes e evitar aglomerações.Segundo Marcus, as adaptações são inevitáveis devido ao cenário em que a cidade se encontra e outros pontos serão alvos de reestruturações futuras.

A Bahia registrou, nas últimas 24 horas, 3.998 novos casos da Covid-19 e 54 novas mortes por causa da doença, segundo boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), no final da tarde desta terça-feira (4).

Com isso, o número de casos da doença confirmados no estado sobe para 175.389 e o de mortes para 3.678. De acordo com a Sesab, a taxa de crescimento no número de casos, nas últimas 24 horas, foi de 2,3% e 1,5% no de mortes.

São considerados recuperadas 159.247 pessoas, e 12.464 estão com o vírus ativo, podendo transmitir para outros.

O primeiro caso do novo coronavírus na Bahia foi confirmado no dia 6 de março. Foi uma mulher de 34 anos, moradora de Feira de Santana, cidade a cerca de 100 Km de Salvador, que voltou da Itália em 25 de fevereiro. No país europeu, ela teve passagens por Milão e Roma.

A primeira morte de uma pessoa infectada pelo vírus no estado ocorreu em março, quando a Bahia tinha 147 casos confirmados. O paciente era um homem de 74 anos, que estava internado em um hospital particular de Salvador. Ele estava entubado e em diálise contínua.

Os casos confirmados ocorreram em 409 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (33,81%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram Almadina (3.879,94), Dário Meira (3.744,16), Gandu (3.623,12), Itajuípe (3.518,62) e Ipiaú (3.245,92).

O boletim epidemiológico contabiliza ainda 346.430 casos descartados e 82.127 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas desta terça.

Na Bahia, 15.752 profissionais da saúde tiveram diagnóstico positivo para Covid-19, a maioria técnicos ou auxiliares de enfermagem.

O boletim completo está disponível no site da Secretaria de Saúde e também em uma plataforma disponibilizada pela Sesab.

Uma explosão aconteceu na região portuária de Beirute, no Líbano, nesta terça-feira (4). Imagens mostram uma grande coluna de fumaça avermelhada sobre a área.

O governo libanês contabiliza ao menos 50 mortos após a explosão. Em entrevista a uma rede de televisão, o ministro da Saúde do Líbano, Hamad Hasan, disse que há cerca de 2,7 mil feridos.

O primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, disse em um pronunciamento que o país enfrenta uma catástrofe e declarou luto oficial de um dia. Ele disse também que o governo irá investigar os responsáveis pelo armazém que funcionava no porto da capital desde 2014.

Ainda não é possível saber com exatidão a quantidade de feridos ou qual seria a causa da explosão. Apesar de o país já ter sido alvo de terroristas e viver período de instabilidade política, não há evidência ainda de que se trate de um atentado terrorista.

A explosão no porto causou destruição em larga escala e quebrou o vidro de janelas a quilômetros de distância. Alguns barcos que navegavam próximos à costa do Líbano chegaram a ser balançados pela força da explosão. As explosões chegaram a ser ouvidas em Larnaca, no Chipre, a pouco mais de 200 km da costa libanesa.

O chefe de segurança interna do Líbano, Abbas Ibrahim, disse em entrevista a uma rede de televisão que a explosão aconteceu em uma área que armazena materiais altamente explosivos, como o nitrato de amônio, mas que não são explosivos em si.

Uma embarcação da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) foi danificada após a explosão no porto. Em um comunicado, os capacetes azuis informaram que alguns membros da missão de paz se feriram e foram transferidos para hospitais do país.

Segundo a Cruz Vermelha, barcos foram mobilizados para resgatar pessoas que foram jogadas ao mar após a explosão. Também segundo a organização humanitária, ainda há gente presa nos escombros e dentro de suas casas.

A emissora libanesa LBCI informou que o hospital Hôtel-Dieu de France, no centro da capital libanesa, atende a mais de 500 feridos. O governo da capital pede que os feridos sejam levados para atendimento em centros de saúde de fora da cidade.

Há operações para retirar as pessoas da região, de acordo com agência oficial, a NNA.
Um fotógrafo da agência norte-americana Associated Press, que trabalha perto do porto de Beirute, contou ver pessoas feridas no chão e uma destruição generalizada no local.

Veredito de julgamento
O Líbano vive um período de instabilidade política. No fim do ano passado, o primeiro-ministro Saad Al-Hariri renunciou. O país viveu um período com um vácuo de poder, até que Hassan Diab assumiu e anunciou a formação de um novo governo em janeiro.

Nesta sexta-feira (7), um tribunal apoiado pela ONU deve divulgar seu veredito no julgamento contra quatro homens acusados de terem participado do assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri em 2005, uma etapa fundamental em um longo processo no qual os suspeitos continuam em liberdade.

Líbano está imerso numa catástrofe econômica
Os réus, todos membros do movimento xiita do Hezbollah, estão sendo julgados à revelia pelo Tribunal Especial do Líbano (TSL), com sede em Haia, encarregado de ditar a sentença 15 anos após o atentado com um carro-bomba no centro de Beirute. Nele, morreram o bilionário sunita e outras 21 pessoas.

O assassinato de Hariri, pelo qual quatro generais libaneses foram inicialmente acusados, desencadeou uma onda de protestos que forçou a retirada das tropas sírias do país, após uma presença de 30 anos no país.

Em março deste ano, o país deu um calote em seus credores. O Líbano deveria reembolsar US$ 1,2 bilhão em títulos do Tesouro, dos quais uma parte significativa está nas mãos dos bancos e do Banco Central, e decidiu não fazer isso.

Embarcação brasileira
A Fragata Liberdade, da Marinha do Brasil, está no mar do Líbano, mas distante do local da explosão. A Marinha publicou uma nota na qual informou que os militares estão bem e não há feridos. A embarcação não estava na área do porto onde ocorreu a grande explosão.

"A Marinha do Brasil informa, com relação à explosão ocorrida em Beirute, hoje, que todos os militares componentes da Força Tarefa Marítima (UNIFIL) da MB estão bem e não há feridos. A Fragata Independência encontra-se operando no mar, normalmente. O navio estava distante do local onde ocorreu a explosão. Outras informações serão passadas tempestivamente." – Centro de Comunicação Social da Marinha.

O prefeito ACM Neto afirmou, nesta quarta-feira (4), que a expectativa é de que Salvador consiga passar mais três dias nesta semana com taxas de ocupação de UTIs para covid-19 igual ou abaixo de 70%. Se assim se mantiver, isso permitirá o início da fase 2 da retomada econômica, que contempla bares, restaurantes, academias, salões de beleza e outras atividades.

“Caso consigamos os três dias que faltam ainda essa semana, a retomada vai ser na segunda [10]. Já tínhamos chegado a essa a conclusão pra evitar aglomeração no Dia dos Pais, no domingo. A pior coisa é se a gente abre com aglomeração por causa do Dia dos Pais", considerou o prefeito, que comentou sobre o assunto no bairro do Comércio, durante lançamento de medidas para recuperar o turismo.

No fim da tarde desta quarta, a taxa de ocupação das UTIs ficou em 68%, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab). Segundo o protocolo conjunto elaborado pela prefeitura e governo estadual, são necessários 14 dias de espaçamento entre as fases de retomada. Os shoppings da capital reabriram há duas semanas.

Para que o segundo momento da reabertura tenha início, é preciso que a taxa de ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 fique em no máximo 70% por cinco dias, que podem ser contados, inclusive, dentro das duas semanas de intervalo entre as fases.

ACM Neto disse que vai aguardar pelo menos mais um dia com a taxa abaixo dos 70% para divulgar os protocolos sanitários para reabertura de bares, restaurantes, salões de beleza e academias. Inicialmente, a previsão era de que ele publicasse os protocolos nesta terça passada (3). De acordo com a prefeitura, os protocolos de cada setor serão divulgados nesta quinta-feira (5) durante a entrega dos novos viadutos do sistema BRT, na Av. ACM.

Donos de bares e restaurantes poderão nessa retomada usar espaço público para colocar mesas e cadeiras. Alguns estabelecimentos já começaram a pedir autorização à Prefeitura para isso. A permissão é concedida pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), possibilitando que esses empreendedores tenham mais espaço para garantir o distanciamento de um metro e meio entre as pessoas com a utilização de área aberta, o que é mais seguro neste momento em que ainda não há vacina contra o novo coronavírus.