A rainha Elizabeth II morreu na semana passada e seu filho, o rei Charles III, ficou no lugar do monarca de 96 anos. No entanto, a chegada dele no Palácio de Buckingham teve mudanças drásticas para alguns funcionários. Isso porque as pessoas que trabalharam com ele enquanto herdeiro, serão demitidos em breve.

De acordo com site Reuters, Charles, que teve o seu nome circulado na mídia devido aos 'dedos de salsicha', vai se mudar da Clarence House, sua casa em Londres por décadas, para o Palácio de Buckingham é um processo interno de demissões iniciado há alguns dias. Um porta-voz da casa britânica informou que as demissões são 'inevitáveis'.

"Nossos funcionários prestaram um serviço longo e leal e, embora algumas demissões sejam inevitáveis, estamos trabalhando com urgência para identificar funções alternativas para o maior número possível de funcionários", contou.

Até 100 funcionários perderão os seus empregos, principalmente aqueles que trabalham há décadas no palácio, segundo o jornal The Guardian. Entre os trabalhadores, há aqueles que faziam trabalhos pessoais para a monarquia e até quem sabe de informações do escritório.

A decisão de Chales chamou a atenção do Sindicato dos Serviços Públicos e Comerciais, que condenou a situação como "sem coração".

Publicado em Mundo

A Inglaterra já tem um plano há anos que determinará o que acontece após a morte da rainha Elizabeth II.

A rainha morreu nesta quinta-feira aos 96 anos.

O roteiro detalha ações a serem tomadas em minutos, horas e dias após o falecimento. Em 2007, o jornal “The Guardian” publicou alguns trechos —provavelmente houve mudanças, porque esse plano foi revisto duas a três vezes por ano por funcionários do governo e do palácio, pela polícia, pelo exército e pelas emissoras de TV.

O plano é conhecido como “Ponte de Londres”. De acordo com o que se sabe desse roteiro, o que ocorrerá será o seguinte:

O primeiro-ministro será alertado sobre a morte da rainha, que vão dizer “a Ponte de Londres está inoperante”;
Será colocado um aviso nos portões da residência oficial da monarca, o Palácio de Buckingham, e logo em seguida o mesmo texto será publicado no site da família real e nas contas de redes sociais.
No plano, a data da morte representa o "Dia D", os seguintes são D+1, D+2, e assim por diante.

Dia D
O Centro de Resposta Global (FCDO) enviará a notícia para os 15 governos fora do Reino Unido onde a rainha é Chefe de Estado, e para os outros 38 países da Commonwealth, onde ela é respeitada.
Os ministros são imediatamente informados por e-mail do falecimento da rainha. Após isso, as bandeiras em Whitehall são abaixadas a meio mastro (em 10 minutos a partir do momento do anúncio)
Primeira-ministra Liz Truss fará pronunciamento oficial e programará evento com o novo Rei.

Dia D+1
O Conselho de Adesão deve se reunir com Charles para proclamá-lo rei;
Todos os trabalhos parlamentares serão suspensos por 10 dias;
Reunião entre a primeira-ministra, governo e o novo rei.

Dia D+2
O caixão da rainha retornará ao Palácio de Buckingham pelo trem real ou de avião.

Dia D+3
O rei Charles receberá a moção de condolências no Westminster Hall;
Em seguida, embarcará numa viagem de luto pelo Reino Unido, começando pela Escócia. Ele receberá uma moção de condolências no Parlamento escocês e participará de um serviço na Catedral de St Giles, em Edimburgo.

Dia D+4
Charles chegará à Irlanda do Norte, onde receberá outra moção de condolências no Castelo de Hillsborough e participará de um serviço na Catedral de St Anne em Belfast;
Haverá um ensaio para o transporte do caixão entre o Palácio de Buckingham e o Palácio de Westminster

Dia D+5
O caixão da rainha será transferido do Palácio de Buckingham para o Palácio de Westminster através de uma rota cerimonial por Londres. Quando chegar, haverá um serviço memorial no Westminster Hall.

Dia D+6
O corpo da rainha ficará no Palácio de Westminster por 3 dias recebendo visitas. Os ingressos começarão a ser comercializados;
Será realizado um ensaio para o cortejo do funeral de Estado.

Dia D+7
Charles viajará para o País de Gales, para receber uma moção do Parlamento galês e assistir a um serviço na Catedral de Liandaff em Cardiff.

Dia D+8 e +9
Milhares de pessoas devem prestar suas homagens à monarca mais longeva da história do Reino Unido

Dia D+10
Este dia será proclamado Dia de Luto Nacional;
Funeral de Estado será realizado na Abadia de Westminster;
Haverá 2 minutos de silêncio ao meio-dia em todo o país;
Serão 2 procissões, em Londres e Windsor;
A Rainha será sepultada no Castelo de Windsor, na Capela Memorial do Rei George VI (ao lado de seu pai).
Depois deste processo, o retrato da rainha ficará pendurado com uma fita preta em todas as prefeituras por um mês (o período de luto), até de ser transferido para um “local adequado” e trocado por um retrato do novo rei.

 

Publicado em Mundo
Quinta, 08 Setembro 2022 14:56

Rainha Elizabeth II morre aos 96 anos

A Rainha Elizabeth II morreu nesta quinta-feira (8) aos 96 anos no castelo de Balmoral, na Escócia. O anúncio foi feito pelas redes sociais da família real britânica.

"A rainha morreu pacificamente em Balmoral esta tarde. O rei e a rainha consorte permanecerão em Balmoral esta noite e retornarão a Londres amanhã", informou a Casa Real britânica.

Os quatro filhos da rainha, Charles, Anne, Andrew e Edward, foram até a Escócia quando foi anunciado que a rainha estava sob supervisão médica. Seu neto, o príncipe William, também foi até o castelo de Balmoral.

Com a morte da monarca, seu filho mais velho, o príncipe Charles, assume o trono de rei do Reino Unido e de outros 14 países que têm o monarca britânico como chefe de Estado, como Austrália e Canadá. No comunicado sobre a morte de Elizabeth ele já é tratado como rei.

A saúde da monarca foi motivo de crescente preocupação desde outubro do ano passado, quando foi revelado que ela passou uma noite hospitalizada para ser submetida a "exames" médicos que nunca foram detalhados. Desde então, ela reduziu consideravelmente sua agenda, com aparições em público cada vez mais raras e sendo observada caminhando com dificuldade, com o auxílio de uma bengala.

O evento preocupante mais recente foi a cerimônia de nomeação da nova primeira-ministra britânica, Liz Truss, na terça-feira (6). Na ocasião, Elizabeth II transferiu, pela primeira vez na história, a cerimônia para o Palácio de Balmoral, onde ela estava. Até então, todos os premiês anteriores haviam sido nomeados no Palácio de Buckingham, em Londres.

Uma foto do encontro divulgada pelo Palácio de Buckingham, que mostra a rainha cumprimentando Truss, provocou inquietação porque, segundo analistas, a mão da rainha parecia muito arroxeada. 

Em maio, Elizabeth II foi substituída pelo príncipe Charles na abertura oficial dos trabalhos no Parlamento do Reino Unido. Também foi a primeira vez que um monarca não presidiu essa sessão.

A participação da rainha foi reduzida nas festividades do Jubileu de Platina, série de eventos que celebrou os 70 anos de seu reinado, no início de junho. Além da agenda enxuta, ela cancelou participação em uma missa durante o evento por se sentir indisposta.

Desde os primeiros problemas de saúde, no entanto, o Palácio de Buckingham falou muito pouco ou emitiu notas contidas sobre o estado de saúde da rainha, sempre se referindo aos problemas como indisposições.

Publicado em Mundo

A saúde da Rainha Elizabeth II teve uma piora e ela está sob supervisão médica, segundo comunicado do Palácio de Buckingham. Os médicos expressaram preocupação com a situação da monarca, que está com 96 anos.

Elizabeth II está no Castelo de Balmoral, na Escócia. Na quarta, ela cancelou uma reunião virtual após conselho dos médicos para descansar. O cancelamento repentino gerou comentários sobre o estado de saúde da rainha.

"Seguindo mais avaliações essa manhã, os médicos da rainha estão preocupados com a saúde de Sua Majestada e recomendaram que ela permaneça sob supervisão médica", diz o comunicado.

A rainha se reuniu na terça com a nova primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, e aparentava fragilidade.

Truss usou as redes sociais para desejar melhoras. "Todo país ficará profundamente preocupado com as notícias do Palácio de Buckingham", escreveu. "Meus pensamentos, e das pessoas por todo Reino Unido, estão com Sua Majestade e família nesse momento", acrescentou.

Publicado em Mundo

O brasileiro que foi preso acusado de tentar atirar e matar a vice-presidente Cristina Kirchner, na Argentina, já vive há vários anos no país vizinho e tem antecedentes criminais. Fernando André Sabag Montiel foi preso em Buenos Aires depois de tentar disparar contra Cristina - a arma falhou.

Segundo as autoridades, Montiel é filho de um chileno e uma argentina e nasceu no Brasil, mas mora em Buenos Aires há pelo menos 20 anos. Ele tem família em São Paulo.

O homem trabalha como motorista por aplicativo e tem passagem na polícia por porte de arma.

Segundo O Globo, o documento de residência de Montiel na Argentina é dos anos 1990. O pai dele, Fernando Ernesto Montiel Araya, foi alvo de inquérito da Polícia Federal para ser expulso do Brasil.

A passagem de Montiel pela polícia é de março de 2021 quando, segundo o jornal Calrín, ele foi parado dirigindo sem placa traseira no bairro La Paternal. Ele disse que a placa teria caído dias antes em um acidente. Quando os agentes pediram para ele sair do carro, encontraram uma faca de 35 centímetros.

Montiel disse que usava a arma para se defender. Ele foi autuado por porte de arma.

Ataque
Imagens divulgadas nas redes sociais e por emissoras de TV da Argentina mostram Montiel se aproximando da vice-presidente, que chegava em casa, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires. Ela desce do carro e é saudada por apoiadores que a aguardavam.

Montiel se aproxima e puxa o gatilho de uma pistola 3.8 que estava apontada contra o rosto de Cristina. A arma falhou e não houve disparo.

O brasileiro tentou correr em seguida, mas foi seguido e capturado. A pistola foi recuperada na calçada.

Publicado em Mundo

Um dos quadros mais famosos do mundo, a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, sofreu um ataque de um visitante. Segundo informações do jornal El País, o homem teria jogado algo como uma torta na icônica obra, que fica exposta no Museu do Louvre, em Paris.

De acordo com visitantes que estavam no local no momento do ato, a polícia autuou e expulsou rapidamente o autor do ataque. O jornal revelou ainda que a obra não sofreu danos, pois a Mona Lisa fica protegida por vidros.

Os funcionários do Louvre fizeram a limpeza do local de forma rápida, o que foi registrado em vários vídeos pelo público presente.

Publicado em Mundo

A Assembleia Geral das Nações Unidas suspendeu a Rússia do Conselho de Direitos Humanos nesta quinta-feira (7). A proposta foi aprovada com 93 votos a favor, 24 contra e 58 abstenções - entre elas, a do Brasil.

A medida foi apresentada pelos Estados Unidos, diante das hostilidades na Ucrânia por forças russas, em especial na cidade de Bucha. Países como Brasil e África do Sul afirmaram que iriam se abster da votação por desejarem mais informações e investigação para tomar a decisão. A China, que tem buscado adotar um tom neutro durante sessões das Nações Unidas, informou que votaria contra, exigindo que "qualquer acusação seja feita com base em fatos".

O embaixador chinês Zhang Jun disse, na sessão, que é necessário "evitar acusações sem fundamentos" e reforçou que diálogo e negociação são a única solução para a crise ucraniana. O representante da China reiterou que as imagens de destruição vistas em Bucha devem ser verificadas.

Publicado em Mundo

Todos os anos, o mundo debate sobre a importância da água para a sobrevivência humana. A data foi criada em 1992 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com objetivo de ampliar a discussão sobre o recurso natural, essencial para vida em nosso planeta, além de incentivar seu consumo consciente e chamar a atenção para os perigos de escassez, já que apenas 2,5% da água disponível na superfície da Terra pode ser utilizada para consumo humano.

Em janeiro, a UNESCO realizou a Conferência Internacional sobre Água, Megacidades e Mudança Global. O órgão acredita que a diversidade de conhecimento e de recursos técnicos e financeiros existentes nas megacidades (presentes em todos os continentes, exceto na Oceania) seriam uma oportunidade para criar soluções inovadoras e garantir o acesso à água e ao saneamento para todas as populações.

O encontro reuniu os atores do setor para construir soluções aos desafios relacionados à água que as megacidades enfrentam, especialmente com as mudanças climáticas e a pandemia. Clique aqui para saber mais.

Áreas urbanas
Atualmente, a proporção da população urbana em algumas regiões já ultrapassa 70% e a projeção é que o crescimento populacional nas próximas décadas seja maior nesses locais, particularmente nas regiões com mais de 10 milhões de habitantes. A UNESCO estima que, até 2030, mais de 1 bilhão de pessoas devem viver em aproximadamente 100 grandes cidades e 60% da população mundial viverá em áreas urbanas, por isso é fundamental praticar o consumo consciente da água.

Como evitar o desperdício
O consumo humano diário varia muito se considerarmos o local onde se vive, o clima, os hábitos, vazamentos, uso de máquinas que precisam de água, modelo de descargas, a forma como abrimos e fechamos as torneiras em casa. Tudo isso influencia o valor da fatura mensal.

Dicas de consumo racional:
1 - Confira se a válvula do vaso sanitário está regulada. Considere trocar por caixa acoplada com botão duplo (urina e fezes). Benefício: Vasos sanitários com caixa acoplada utilizam 6 litros de água/descarga, em vez dos mais de 20 litros das válvulas de parede.

2- Prefira chuveiro comum à ducha e feche a torneira ao se ensaboar.
•Banho de 15 minutos de ducha com registro totalmente aberto = 243 litros de água
•Banho de 15 minutos de ducha com registro meio aberto = 153 litros de água
•Banho de 15 minutos de chuveiro comum com registro aberto = 51 litros de água

Benefício: Em um banho de 5 minutos, fechando a torneira ao se ensaboar, o volume consumido reduz-se em média 3 vezes em relação às situações anteriores

3 - Ao escovar os dentes, enxague a boca com a água do copo. Benefício: Economia de 3 litros de água.

4 - Feche a torneira ao se barbear, escovar os dentes ou lavar a louça. Cada 5 minutos com a torneira aberta gasta em torno de 25 litros.

5- Antes de lavar a louça, remova os restos de comida de todas as peças e deixe-as de molho. Ensaboe tudo, mantendo a torneira fechada, e enxague de uma vez.

Benefício: Você economiza em torno de 243 litros de água que seriam gastos com a torneira meio aberta por 15 minutos.

6- Acumule roupa para lavar de vez, seja na mão ou na máquina. Benefício: A economia varia de acordo com a quantidade de roupa ou da máquina utilizada, mas lavar o máximo de roupa vai economizar litros de água

7- Reaproveite a água do enxague da máquina de lavar para ser usada na faxina e para lavar o carro. Benefícios: Mais litros a menos na sua conta

8 - Evite o uso de mangueira. Para molhar as plantas, prefira o regador. Se tiver um jardim grande, opte pela mangueira com esguicho-revólver. Para lavar o carro, use balde e panos e, para fazer faxina, balde e vassoura.

9 - Cubra sua piscina quando não estiver em uso. Uma piscina de tamanho médio exposta ao sol e ao vento, perde 3.785 litros de água/mês, por evaporação. Com a cobertura, a perda reduz-se em 90%.

Publicado em Mundo

O Papa Francisco pediu nesta quarta-feira, 26, que os pais não condenem os filhos por causa de orientação sexual, mas sim ofereçam apoio a eles. O pontífice fez o comentário em audiência semanal no Vaticano, referindo-se às dificuldades dos pais na criação dos filhos.

"Essas questões incluíam pais que veem diferentes orientações sexuais em seus filhos e como lidar com isso, como acompanhar seus filhos e não se esconder atrás de uma atitude de condenação", afirmou Francisco, que, em outros momentos, já havia dito que os homossexuais têm o direito de serem aceitos por suas famílias como filhos e irmãos. Também tem defendido que os casais homossexuais tenham proteções legais, mas no que diz respeito à esfera civil, não dentro da Igreja Católica. Embora não possa aceitar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a instituição pode apoiar leis de união civil destinadas a dar a eles direitos conjuntos nas áreas de pensões e saúde e questões de herança.

Acolhimento
Para Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP, o cenário sinaliza acolhimento, até diante da necessidade de se evitar preconceitos, mas ao mesmo tempo não indica mudança na doutrina da Igreja. "O cristão tem o dever de amar todas as pessoas e denunciar todo ato que não leva à realização humana de cada um", diz. No caso da homossexualidade, ressalta Borba, "uma série de preconceitos sociais, que não têm nada de cristãos, confundiram essa fórmula simples". "O que deveria ser uma denúncia de comportamentos que não realizavam plenamente o ser humano se tornou atos discriminatórios e de desamor para com pessoas concretas, que normalmente precisavam até mais do apoio dos cristãos que as demais. Francisco está empenhado em corrigir essa compreensão equivocada da prática dos valores cristãos", afirma.

"As normas vindas de diferentes instâncias da Igreja Católica podem parecer confusas, mas o espírito geral é sempre o mesmo: deve-se fazer o máximo para acolher o homossexual, mas deixar claro que não se considera o ato homossexual construtor da realização plena da pessoa", conclui o sociólogo.

Em 15 de março de 2021, o Vaticano decidiu que a Igreja Católica não pode abençoar a união entre pessoas do mesmo sexo porque Deus "não pode abençoar o pecado". No entanto, segundo o decreto, homossexuais podem ser aceitos e podem receber bênçãos na Igreja Católica. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Publicado em Mundo

O esquerdista Gabriel Boric venceu o direitista José Antonio Kast neste domingo, 19, tornando-se o presidente mais jovem do Chile. Com todas as urnas apuradas, Boric teve quase um milhão de votos a mais do que o seu adversário. A vitória de Boric era esperada, mas a margem de 11,7 pontos porcentuais sobre o rival surpreendeu.

Derrotado, Kast reconheceu a vitória de Boric, e ligou para parabenizá-lo assim que o resultado foi confirmado, espantando, por enquanto, os temores de que alegaria fraude.

Apesar da alta abstenção, com 45% dos 15 milhões de eleitores aptos a votar não indo às urnas, em números absolutos foi a maior participação desde a redemocratização: 8,3 milhões de chilenos votaram. No primeiro turno, em novembro, 7,1 milhões foram às urnas. Em porcentagem, 55% de eleitores, é a maior presença desde 2009.

O novo governo assumirá o comando do Chile em março e encontrará pela frente uma série de desafios: a unificação do país, após uma campanha marcada pela polarização, a inflação e a implementação das regras da nova Constituição chilena, que começou a ser elaborada este ano e pode entrar em vigor em 2022

Boric, um deputado de 35 anos - a idade mínima para se candidatar -, vinculado aos protestos em massa de 2019, defendeu em sua campanha um Estado de bem-estar com atenção especial às pautas feminista, ambientalista e regionalista. Kast, um advogado católico de 55 anos, levantava as bandeiras da redução do Estado e dos impostos, do combate à migração irregular.

Moderação
De olho em conquistar os eleitores de centro, os dois candidatos vinham buscando moderação desde o fim do primeiro turno. "Boric adotou parte do discurso de Kast sobre 'ordem social' e teve que mudar o conceito de 'refundação', com o qual trabalhava, para o de 'reforma', com uma orientação mais social-democrata", afirma o sociólogo do Centro de Estudios Publicos Aldo Mascareña. "Kast, por sua vez, foi orientado a oferecer garantias de que os direitos conquistados no Chile não recuariam, mantendo sua ênfase na segurança."

Essa moderação pode ajudar a conquistar a governabilidade e unir o país. Boric não terá apoio suficiente para garantir maioria simples na Câmara dos Deputados. A aliança Aprovo Dignidade, pela qual se elegeu, alcançou apenas 37 cadeiras, bem abaixo dos 55 deputados necessários para garantir maioria simples. O bloco Fuerza Social Cristiana, que apoiou a candidatura de Kast, conquistou apenas 15 cadeiras, e só poderia governar se construísse alianças com o Chile Podemos Más, dono de 53 cadeiras. Boric terá o desafio de conquistar o eleitorado chileno que não manifestou apoio nem à sua candidatura nem à de Kast.

Economia
A inflação será outro grande problema. O país está sob pressão há meses e o orçamento das famílias começa a ser atingido. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Chile subiu 0,5% em novembro, acumulando 6,3% neste ano e 6,7% em 12 meses, seu maior valor desde dezembro de 2008. Nesta semana, o Banco Central acelerou a retirada de estímulo monetário e elevou a taxa básica de juros em 125 pontos, maior índice desde 2014, para tentar conter a inflação. A previsão, informou o Banco Central, é de que a economia cresça entre 1,5 e 2,5% em 2022 e 0,0 e 1,0% em 2023.

A implementação da nova Constituição também pode ser um dilema. Com possibilidade de ser implementada ainda em 2022, ela irá condicionar o mandato do próximo presidente, que começara a governar com as normas atuais, mas será responsável pelas novas normas e fazer uma transição no país. Seu texto pode inclusive tornar o governo provisório ou modificar sua forma, passando do atual regime presidencial para um semipresidencialista.

A Convenção Constitucional que redige a nova Carta Magna é de maioria progressista. Embora Boric esteja mais alinhado aos valores da Convenção, ele também deve ter dificuldades para conciliar as coisas, diz Kenneth Bunker, analista político e fundador do site TresQuintos. "A Convenção está mais à esquerda que Kast, mas também está mais à esquerda que Boric", afirma. "Ela é muito semelhante ao programa de Boric no primeiro turno, mas seu novo programa, apresentado para o segundo turno e trabalhado para mostrar moderação, o posicionou mais ao centro." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Publicado em Mundo